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quinta-feira, 9 de março de 2017

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, OS CAMINHOS DA FELICIDADE E A LUZ DAS MULHERES NA SUSTENTABILIDADE

“Ser feliz
        Todo mundo procura, mas pouca gente sabe o que é. Afinal, o que é a felicidade? Quem responde é Maura Albanesi, mestre em psicologia e religião da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP): “A felicidade é um estado de alma que não consiste em ter as coisas, mas em ser aquilo que você almeja. Então, ela é um estado (interno) duradouro, não momentâneo. Picos de alegria não representam necessariamente felicidade”.
         De acordo com a especialista, quando uma pessoa se sente feliz, ela vibra o tempo todo na alegria, na gratidão, do reconhecimento e fica satisfeita naquilo que faz. “Essa pessoa aceita a vida como ela é – sem que isso se transforme em uma zona de conforto obviamente. Porque, às vezes, a gente olha para o mundo e pensa: ‘Nossa, está tudo errado!’ e isso nos deixa infeliz. Então, a felicidade vem de um estado perene de aceitação dos fatos como são e, com isso, nos sentimos gratos da forma como são. Isso não implica em não nos esforçarmos para melhorarmos como pessoas – sem que isso seja uma tortura – mas que seja um ato de prazer”, destaca a psicoterapeuta. “A felicidade vem junto com prazer em tudo o que fazemos. A felicidade consiste em trazer para o dia a dia o prazer de viver das coisas como elas são e não deveriam ser segundo o nosso julgamento”, completa.
         Apesar de a felicidade estar alinhada com os atos de prazer, a psicoterapeuta descarta que bens materiais, viagens e outros prazeres da vida, por si só, façam com que alguém seja feliz. “Hoje, creio que não poderia dizer que as pessoas são mais felizes, apesar de termos tantas oportunidades e coisas para nos divertirmos e sermos mais felizes, como viagens mais acessíveis, facilidade de ir e vir a vários lugares – em relação ao contexto dos nossos avós e tataravós”, compara. “Mas creio que tudo isso também gera para a pessoa uma certa obrigação, já que existem todas essas opções. Essa agitação nos obriga a resolver as coisas e se feliz a qualquer custo. Então, a pessoa pode se sentir infeliz, pois ela não tem uma força interna de se disponibilizar para absorver tudo isso” opina, acrescentando que ainda falta dentro do ser humano a crença de ser feliz com aquilo que tem. “Você pode estar no maior parque de diversões, como na Disney, por exemplo, e não estar se sentido feliz. Não importa o externo. A felicidade é algo interno.”
         Mas, enfim, como ser feliz? “Creio que a felicidade é uma decisão. Nós decidimos ser felizes ou decidimos ser infelizes – independentemente das coisas que acontecem. Porque é da nossa natureza sermos felizes, sermos alegres e vivermos a vida plenamente”, enfatiza. Mas, segundo Maura, nós vamos contra essa natureza, pois o esforço que fazemos para ficarmos tristes é maior do que faríamos para ficarmos alegres.
         “A tristeza tem ganhos secundários, principalmente, quando traz a atenção das pessoas para conosco. A gente também atrai essa tristeza como uma forma de receber carinho. E quando estamos felizes e radiantes também tememos a inveja”, explica. “Então, qual é o caminho? O caminho é uma decisão. Decida hoje e pronto, do jeito que está a sua vida, sem depender da aprovação e do afeto que o outro possa dar.”
         E existem dicas práticas da especialista para isso:
         1) Fazer o que se gosta – ter momentos de lazer, aprender a ter prazer na vida (tanto no que faz quanto nas diversões);
         2) Aplicar nos relacionamentos – investir em construir relacionamentos sociais e construir amizades, tanto as íntimas quanto as não tão íntimas, porque é bom ter um rol de amigos;
         3) Conhecer novos lugares – fazer coisas diferentes a tudo que estamos acostumados nos traz felicidade, porque nos lembra que estamos vivos e nos permite ver a beleza das coisas;
         4) Desenvolver a espiritualidade – é importante desenvolver toda a nossa espiritualidade, a transcendência, e não se apegar tanto apenas às questões materiais, mas saber que a matéria é necessária, é fundamental, mas não essencial;
         5) Paz de espírito – o essencial, pois adquirimos paz de espírito no desenvolvimento do nosso autoconhecimento e espiritualidade, que nos traz esperança, tolerância e fé.”.

(ANNA MARINA, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 4 de março de 2017, caderno CULTURA, página 2).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 8 de março de 2017, caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de MARIA AMÉLIA BRACKS DUARTE, procuradora do Trabalho em Minas Gerais, e que merece igualmente integral transcrição:

“Mulheres errantes
         Meu lado mulher incomoda-se de receber homenagens num dia do ano – 8 de março –, enquanto meu lado homem se farta com 364 dias. Talvez se faça necessária esta efeméride, dor recente de uma cicatriz antiga. Porque vive-se numa sociedade machista: matrimônio e cuidado do lar; patrimônio e domínio dos bens”. A frase é do Frei Betto, mas poderia ser bem dita e maldita por qualquer mulher.
         Apesar de se admitir que as mulheres não só são agora mais conscientes de seus direitos, mas mais capazes de exercê-los, em Moçambique, na negra e miserável África, mulheres são contaminadas pelo vírus da Aids por seus próprios maridos e, quando caem doentes e não mais podem trabalhar, são expulsas de casa e ainda perdem os filhos. Em algumas regiões, ter relações sexuais com virgem, de preferência estranha e à força, é considerado o melhor remédio para curar homens de suas doenças venéreas.
         Nos últimos 20 anos, somente no Sudeste Asiático, mais de 50 milhões de mulheres e de crianças foram vítimas do tráfico sexual. Na  Índia, mulheres são queimadas diariamente por motivos ligados aos seus dotes; pais e irmãos aceitam e participam de estupros coletivos contra meninas e moças; crimes de honra são aceitos na Jordânia, no Marrocos e no Brasil; países africanos cortam o clitóris e costuram a genitália das jovens, como repressão e controle da vidam sexual; a Nigéria sentencia à morte por apedrejamento mulher adúltera.
         Na verdade, a história e as estatísticas não favorecem a mulher. O conflito é milenar, as raízes são se sangue, a guerra é ancestral, o destino biológico ainda conviverá com a humilhação de julgamentos impiedosos, que transformam a mulher em bruxa amaldiçoada. Muitas Joanas Darcs continuarão morrendo queimadas em tribunais por transgredir normas. O preconceito ainda manchará de culpa a mulher que foi violentada por vestir uma roupa decotada. Não há absolvição para a menina que se pendura na boléia do caminhão para matar a fome em troca de favores sexuais. O perdão não ronda as crianças prostituídas no litoral do país, onde suas imagens viajam pela internet, distraindo turistas e estrangeiros, retratando o universo cruel da pornografia infantil. Essas meninas serão as mulheres deste século, maculadas em sua honra e proteção pela mesma sociedade que as homenageia no dia 8 de março de cada ano. Paradoxalmente, dos estranhos ventres das mulheres nascem os destinos do mundo. E foi do útero de uma mulher chamada Maria que nasceu o Cristo salvador.
         No entanto, não queremos muito: apenas conjugar realização profissional e crescimento pessoal; amor e parceria; sexo e compromisso. E não sermos rotuladas, como na música cantada por Paula Toller, como erradas, como errantes, sempre na estrada, sempre distantes, errando sempre, enquanto o tempo nos deixar. Dos novos tempos surge uma mulher que vem construindo nova gramática na luta pelos direitos humanos, pelas minorias raciais, pela derrubada de mitos ancestrais, denunciando a discriminação de gênero e cor, trabalhando ao lado do seu homem (ou da sua mulher) para a criação de um universo de amor e igualdade, fazendo-se ouvir pela razão e pelo coração.
         O compositor Chico César diz que sabe como pisar no coração de uma mulher: com sapatilhas de arame e alpercatas de aço. A liberdade poética da canção não esconde a realidade do novo século: mulheres que não ensarilham armas e nem queimam sutiãs, mas denunciam a violência e têm voz política para a ousadia do discurso da soberania do gênero sem o temor do destino biológico. Aí, sim, poderemos, enfim, comemorar o Dia Internacional da Mulher.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em janeiro/2017 a ainda estratosférica marca de 486,75% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial registrou históricos 328,30%; e já o IPCA também acumulado nos últimos doze meses, chegou a 5,35%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 516 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2017, apenas segundo o Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,722 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 946,4 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

- 55 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016) ...

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por uma Nova Política Brasileira...  
        
 
 



segunda-feira, 9 de março de 2015

A CIDADANIA, A PÁTRIA EDUCADORA E A EXPRESSÃO DO DIA DA MULHER

“Receitas para a pátria educadora
        A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) acaba de divulgar estudo analisando mais de 450 iniciativas implementadas por 34 países com o objetivo de aperfeiçoar seus sistemas educacionais. O grupo reúne em sua maioria países considerados ricos, e não inclui o Brasil. Certamente, as soluções educacionais dizem respeito a cada realidade específica e não podem ser simplesmente copiadas e transportadas, sem inteligência, para outros países. Mesmo assim, vale a pena prestar atenção a algumas delas, tomando por base a compilação feita pela BBC Brasil.
         1)Mercado de trabalho ou continuidade dos estudos: a medida mais comum observada diz respeito à preparação dos estudantes para o mercado de trabalho, principalmente via ensino profissional e técnico, fazendo intenso uso de tecnologias digitais, resultando em forte impacto na produtividade dos trabalhadores. 2)Melhorias no ambiente das escolas: ênfase na redução do número de alunos por turma, reformas curriculares e, principalmente, capacitação de professores. Esses foram os objetivos de um quarto das reformas analisadas. Alguns criaram institutos dedicados exclusivamente à formação contínua e permanente de professores, aliando a preparação prática e teórica. Outros desenvolvem programas que visam a atrair os melhores estudantes para as faculdades de educação. 3)Garantir qualidade e equidade na educação: em torno de 16% das iniciativas adotam como ponto central a implementação de políticas para garantir que todos os cidadãos tenham acesso a um nível mínimo de educação, independentemente de circunstâncias pessoais ou sociais. Evitar que a seleção para escolas de ensino fundamental tenha como critério renda ou performance, limitar a possibilidade de as escolas expulsarem alunos com resultados ruins ou financiar adicionalmente escolas que consigam manter nas classes crianças em risco social têm mostrado bons resultados. 4)Sistemas de avaliação: aproximadamente 14% das medidas centraram em aprimorar as médias de rendimentos, tanto dos alunos quanto das escolas. Padronizar as avaliações, estimular a adesão voluntária e consciente das escolas e tornar públicos os resultados são boas medidas. 5)Reformas de financiamento: melhorar as formas de financiar os sistemas de educação é um dos grandes desafios e foi o ponto central para 12% das medidas adotadas. Em geral, os agentes recebem fundos com base em seus planos para o futuro e qualidade dos professores, alunos e escolas. Construir um forte sistema de aferição posterior aos resultados obtidos, frente às propostas apresentadas, é a solução mais adotada pelos países pesquisados.
         Não seremos jamais competitivos, tampouco poderemos almejar um desenvolvimento econômico, social e ambienta sustentável, sem uma política educacional consistente que conheça sua própria realidade, valorize suas próprias iniciativas e que não se iniba em conhecer as boas experiências dos demais países. Precisamos que as receitas funcionem, sejam elas quais forem e venham de onde vier, mas precisamos urgentemente de bons resultados.”

(RONALDO MOTA. Reitor da Universidade Estácio de Sá e diretor de pesquisa do Grupo Estácio, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 5 de fevereiro de 2015, caderno OPINIÃO, página7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 7 de março de 2015, mesmo caderno e página, de autoria de VIVINA DO C. RIOS BALBINO, psicóloga, mestre em educação, professora da Universidade Federal do Ceará e autora do livro Psicologia e psicologia escolar no Brasil, e que merece igualmente integral transcrição:

“Por que o Dia da Mulher?
        Infelizmente, temos que ter no nosso calendário o Dia Internacional da Mulher em 8 de março para continuar chamando a atenção das pessoas em todo o mundo para as graves violações dos nossos direitos mesmo em pleno século 21. Esse dia, além de comemorar os feitos econômicos, políticos e sociais alcançados pela mulher, estimula os avanços ainda necessários para melhorias. Essa proposta surgiu na virada do século 20 com o rápido processo de industrialização e expansão econômica, levando aos protestos sobre as condições de trabalho. Em 8 de março de 1857, operárias de uma fábrica de tecidos de Nova York fizeram uma grande greve. Ocuparam a fábrica e reivindicaram melhores condições de trabalho: redução de jornada para 10 horas, equiparação de salários com os homens (recebiam um terço) e tratamento digno no ambiente de trabalho. Reprimidas com violência, 130 tecelãs morreram carbonizadas.
         Em 1910, foi proposto o Dia Internacional da Mulher em homenagem a essas mulheres, mas somente em 1975 a data foi oficializada pela ONU. Um marco histórico importante para as mulheres em todo o mundo, mas, apesar dos extraordinários avanços tecnológicos e melhorias sociais, as mulheres e outros grupos sociais, como negros, analfabetos, idosos e crianças, continuam sendo desrespeitados nos seus direitos básicos. Segundo dados da Fundação Perseu Abramo, a cada dois minutos, cinco mulheres são agredidas no Brasil. Há dez anos, eram oito mulheres no mesmo período e, infelizmente, em todas as classes sociais e econômicas. Absurdamente, muitos homens, apesar da alta escolaridade e, bons salários, nunca aprenderam a respeitar as mulheres. Em direitos humanos, uma importante reflexão: “Nunca faça com as outras pessoas o que não gostaria que fizessem com você”. Infelizmente, a maioria dos agressores não tem essa reflexão cidadã necessária.
         As violações dos direitos das mulheres infelizmente ainda ocorrem aqui e em todo o mundo: discriminação, humilhação, agressões e mortes podendo envolver também abusos e crimes sexuais. No Brasil, a Lei Maria da Penha defende os nossos direitos e pune o agressor, mas homens brutais ainda acham que podem agredir mulheres. Muitos, além de espancar, ameaçam as mulheres se houver denúncia. É uma situação dramática e cruel e por isso vemos diariamente mulheres sendo agredidas e mortas na maioria das vezes pelo próprio marido ou companheiro. Violações de direitos e morte dentro de casa. Para maior rigor na punição, acaba de ser aprovada na Câmara uma lei que torna hediondo o crime do homem que mata uma mulher e pode dar até 30 anos de prisão.
         No Brasil, temos dados alarmantes dessas violações e, infelizmente, a situação ainda é preocupante em todo o mundo, mesmo na Europa e nos EUA. No entanto, é dramática e extremamente cruel especialmente na África, Ásia e Oriente Médio. Nesses continentes, mesmo com tantos tratados internacionais e vigilância da ONU, ocorrem episódios horripilantes como o ocorrido recentemente na África, quando um grupo extremista sequestrou quase 300 meninas, até hoje nas mãos dos terroristas, provável e cruelmente sendo usadas como escravas sexuais. Sem contar os perversos estupros coletivos principalmente na Índia e no Paquistão. No Oriente Médio, as mulheres vivem rigorosamente sob as normas e regras dos homens, que ainda podem ter várias mulheres. Se a mulher desobedecer, muitas vezes é apedrejada e morta em praça pública.
         A situação brasileira e mundial ainda é cruel para mulheres. É preciso adotar urgentemente a punição exemplar de criminosos sexistas, ter excelente programa de reeducação de homens e a educação de crianças desde pequenas para aprender a respeitar os direitos das meninas. Isso é uma obrigação dos meninos, dos homens e de cada um de nós – respeitar os direitos humanos. Esse importante trabalho deve começar dentro de casa com as famílias e depois continuar nas escolas. Urgente reeducar a geração atual e formar novas gerações de homens que respeitem as mulheres. Somente dessa forma teremos todos os dias homens e mulheres num convívio de respeito e de paz com igualdade de direitos, sem necessidade de ter o Dia da Mulher.”

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

     a)     a educação – universal e de qualidade –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria, a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia...);

     b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, vai ganhando contornos que podem afetar até mesmo gerações futuras...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (a propósito, as muitas faces mostrando a gravidade da dupla crise de falta – de água e de energia elétrica...);

     c)     a dívida pública brasileira, com projeção para 2015, segundo a proposta do Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,356 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (apenas com esta rubrica, previsão de R$ 868 bilhões), a exigir imediata, abrangente, qualificada e eficaz auditoria...

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do Pré-Sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

O BRASIL TEM JEITO!

   

segunda-feira, 11 de março de 2013

A CIDADANIA, A IGUALDADE E A REVERÊNCIA ÀS MULHERES


“Igualdade de gênero na política externa
        
         Em minha primeira semana como secretário de Estado dos EUA, tive a honra de me encontrar com um grupo de corajosas mulheres de Mianmar. Duas eram ex-presas políticas e, embora tivessem passado por tremendas dificuldades na vida, estavam empenhadas a ir em frente – proporcionando educação e capacitação para meninas, buscando empregos para desempregados e defendendo maior participação na sociedade civil. Não tenho dúvida de que elas continuarão a atuar como poderosas agentes de mudança, levando progresso às suas comunidades e a seu país nos próximos anos.
         São oportunidades como essa que nos lembram por que é tão vital que os EUA continuem a trabalhar com governos, organizações e indivíduos em todo o mundo para proteger e fomentar direitos de mulheres e meninas. Assim como em nosso país, os problemas econômicos, sociais e políticos mais prementes do mundo não podem ser resolvidos sem a plena participação das mulheres.
         Segundo o Fórum Econômico Mundial, países em que homens e mulheres estão mais próximos de desfrutar direitos iguais são muito mais competitivos economicamente do que aqueles onde a diferença de gênero deixou mulheres e meninas com acesso limitado ou sem nenhum acesso a assistência médica, saúde, cargos eletivos e ao mercado.
         No entanto, em um número muito grande de sociedades, mulheres e meninas ainda são subvalorizadas, não têm oportunidade de frequentar a escola e são forçadas a casar ainda criança. Muitas vidas têm sido perdidas ou mudadas para sempre pela violência de gênero.
         Nenhum país pode progredir se deixar meta de sua população para trás. É por isso que os Estados Unidos acreditam que a igualdade de gênero é crucial para nossas metas comuns de prosperidade, estabilidade e paz e é por isso que investir nas mulheres e meninas no mundo é um aspecto crucial da política externa dos EUA.
         Investimos em capacitação e aconselhamento de mulheres empreendedoras para que elas possam não apenas melhorar a situação de sua família, mas também na educação das meninas para que elas possam escapar do casamento precoce forçado, quebrar o ciclo de pobreza e se transformar em líderes comunitárias e cidadãs engajadas.
         Trabalhamos com parceiros em todo o mundo para melhorar a saúde materna, fortalecer agricultoras e impedir a violência de gênero, porque todas as sociedades se beneficiam quando as mulheres são saudáveis, têm segurança e contribuem com seu trabalho, liderança e criatividade para a econômica global.
         Hoje, Dia Internacional da Mulher, é dia de comemoração. É também dia de renovarmos nosso compromisso com o fim da desigualdade que impede o progresso em todos os cantos do globo. Podemos e devemos nos comprometer com isso para que as nossas filhas possam entrar no ônibus para ir à escola sem medo, todas as nossas irmãs alcancem sua total capacidade e todas as mulheres e meninas realizem plenamente seu potencial.”
(JOHN KERRY. Secretário de Estado dos Estados Unidos, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 8 de março de 2013, caderno OPINIÃO, página 9).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no mesmo veículo, caderno e página, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, Arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral transcrição:

“Reverência às mulheres
         
         A comemoração do dia 8 de março projeta maior luminosidade na rica compreensão da dignidade e importância da mulher. Uma clareza que deve impulsionar modificações substanciais e mais rápidas no atual cenário, marcado pelos sucessivos casos de violência conta a mulher, particularmente no âmbito familiar. Uma situação inaceitável que precisa dar lugar à crescente participação das mulheres nos processos políticos, sociais, culturais, religiosos e familiares.
         Na compreensão ajustada do significado da mulher no conjunto de processos da vida repousa uma força dinâmica  com propriedades para mudar instituições e promover avanços significativos. É verdade que desde a Revolução Francesa várias conquistas foram alcançadas no que se refere ao reconhecimento da mulher, configurando, consequentemente, ganhos muito importantes para a vida e história da humanidade. Contudo, em razão de cristalizações nas culturas, fruto de compreensões não adequadas, atrasos ainda impedem uma participação mais efetiva. Assim, permanece o grande desafio de conquistar um entendimento capaz de gerar novas posturas.
         Nessa busca, uma rica referência é a Carta Apostólica sobre a dignidade da mulher, do bem-aventurado João Paulo II, publicada em 15 de agosto de 1988. É bem atual a referência à mensagem final do Concílio Vaticano II profetizando um tempo novo que ainda não acabou de chegar: “A hora vem, a hora chegou, em que a vocação da mulher se realiza em plenitude, a hora em que a mulher adquire no mundo uma influência, um alcance, um poder jamais alcançados até agora. Por isso, no momento em que a humanidade conhece a mudança tão profunda, as mulheres iluminadas no Evangelho tanto podem ajudar para que a humanidade não decaia”.
         No sínodo dos bispos de 1987, que refletiu a vocação e missão dos leigos na Igreja e no mundo, sublinhou-se a importância de se aprofundar sobre os fundamentos antropológicos e teológicos para ajudar na compreensão justa do significado da dignidade humana. Particularmente no que se refere à mulher, uma questão central que desafia a humanidade: a sua presença participativa na Igreja e na sociedade.
         Os avanços são grandes. No entanto, ainda não são suficientes. Quando se pensa teologicamente, sabe-se que a mulher está no coração do evangelho salvífico professado pela Igreja. A iluminação desse argumento está condensada na figura da mulher mais admirável: Maria, a mão de Jesus, o Redentor e Salvador. Conhecer a participação de Maria na história da humanidade, obediente e aberta amorosamente a Deus, é estar em contato com significativas lições, que iluminam a dignidade de todas as mulheres. Na condição comum de criatura humana, elas guardam também uma sacralidade advinda da filiação a Deus, sua imagem e semelhança.
         É fascinante aquilo que é próprio da mulher, que constitui o seu ser. Trata-se de um grande dom. Pela condição própria dessa dádiva, muitos são os caminhos percorridos, os enfrentamentos exitosos no combate ao mal e na luta pela justiça, desde o contexto da narrativa bíblica, estendendo-se nas histórias e testemunhos de ontem e da contemporaneidade. Essa sacralidade na figura da mulher é uma inesgotável fonte de ética e de moralidade que não deixa perder a força dos valores, das referências e das tradições que configuram o tecido cultural necessário para garantir uma sociedade mais sã.
         Voltando à carta apostólica referida, a grandeza da dignidade da mulher está em conexão profunda com a ordem do amor. O bem-aventurado João Paulo II lembra que no fundamento do desígnio eterno de Deus, a mulher, na sua feminilidade, é um profetismo com força educativa permanente. Obviamente que essa condição singular confere às mulheres uma especial missão. E, para que possam exercê-la, precisam ganhar mais espaços, em todos os lugares e de variados modos. As mulheres merecem, de todos nós, uma especial reverência.”

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, adequadas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
     
     a)     a educação – universal e de qualidade, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas;
     b)    o combate, implacável e sem trégua, aos três dos nossos maiores e mais avassaladores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados; II – a corrupção, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de variada ordem; III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis;
     c)     a dívida pública brasileira, com projeção para 2013, segundo o Orçamento Geral da União, de astronômico e intolerável desembolso de cerca de R$ 1 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (apenas nesta rubrica, previsão de R$ 610 bilhões), a exigir igualmente uma imediata, abrangente, qualificada e eficaz auditoria...

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tanta sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de extremas e sempre crescentes demandas, necessidades, carências e deficiências, o que aumenta o colossal abismo das desigualdades sociais e regionais e nos afasta num crescendo do seleto grupo dos sustentavelmente desenvolvidos...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente  justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, desenvolvida e solidária, que possa partilhar suas extraordinárias e abundantes riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros, especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a 27ª Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro em julho; a Copa das Confederações em junho; a Copa do Mundo de 2014; a Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do pré-sal, segundo as exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das empresas, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!...

O BRASIL TEM JEITO!...  

segunda-feira, 12 de março de 2012

A CIDADANIA, A SERENIDADE E A DIGNIDADE DA MULHER

“Reflexões sobre a serenidade

Dois mil e doze, ano novo (mas segundo a tradição maia pode ser o último, pois temos data o fim – 21/12/2012), pode igualmente ser sinônimo de reinventar-se, reconstituir-se, reconstruir-se, inovar, remodelar!

O novo, mais que uma data, é apenas o símbolo das imensas oportunidades que, a cada instante, o universo generosamente nos doa, constantemente, para que possamos plantar novas idéias, boas ações, projetar metas e sonhos!

Sim, a grande notícia da década, do século, do milênio: somos mutáveis, transformáveis, capazes de evoluir, mudar. Mas aí o desafio; podemos usar o presente e o futuro para transmutar em direção ao melhor ou pior! Pois cada um é o diretor do seu livro.

Leio “livros” a cada dia e assisto todas as horas – no exercício de minha profissão – “filmes” de pacientes, amigos, pessoas que passam pela minha vida, de estilos variados, ora tragédias intermináveis, dramas novelescos, até romances lindos, aventuras de tirar o fôlego. Há também enredos “sem sal”, histórias chatas de gente reclamadora e infeliz. Mas esta é a vida!

Aí vem a grande revelação; cérebro-mente, matéria-energia, em constante movimento de transmutação. Determine ser feliz e será! Pense que quer o prazer, a satisfação, uma vida gratificante e assim ela se mostrará a sua frente. Pense que tudo é ruim, o horizonte trágico, a vida uma cruz, e eis seu cenário, seu livro, seu filme, com certeza terá cores sombrias, gerará sentimentos angustiantes e finais que não são felizes.

E a grande revelação: realidade só existe dentro da gente! Eu me construo, destruo, reconstruo. Eu corro atrás da felicidade, alcanço-a e a cultivo, para que me visite sempre.

Enfrente as tempestades dos maus momentos, tristezas, inseguranças, frustrações, decepções, medos e tantas coisas negativas, sabendo que quando terminar, o sol voltará a brilhar, pois ele sempre estará lá, e nuvens cinzentas são só momentos que passam.

Assim, vou enchendo a minha mente de desafios, desejos de aprender novas lições de vida. Vou preenchendo minha alma de amor, compreensão, perdão. Meu cérebro agradece, livre de pensações desnecessárias, preocupações estéreis, sentimentos masoquistas.

Dessa forma, numa rede de paz de espírito, vou me embalando, encantando com o horizonte que me desafia a viver mais um dia, em direção ao eterno, caminhando cada vez mais leve, pois a idade já tem o seu peso físico e me recuso a sobrecarregar, com uma mente atribulada e uma alma cheia de dúvidas e trevas.

Feliz 2012... E até que a morte nos dê a boa nova: o descanso eterno!”
(EDUARDO AQUINO, que é escritor e neurocientista, em artigo publicado no jornal SUPER NOTÍCIA, edição de 8 de janeiro de 2012, Caderno CIDADES, Coluna Bem-vindo à vinda – Reaprendendo a viver – pequenas lições sobre comportamento, relacionamento e a mente humana, página 6).

Mais uma IMPORTANTE e OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 9 de fevereiro de 2012, Caderno OPINIÃO, página 9, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, Arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente INTEGRAL transcrição:

“Dignidade da mulher

Os ecos da celebração do Dia Internacional da Mulher emolduram figuras femininas que chamam a atenção, seja por sua participação na política, na cultura, no recôndito sacrossanto da família, na vida pública. Também pelas ações influentes e determinantes de rumos novos na sociedade. Essa celebração, em pleno terceiro milênio, aponta para uma série de conquistas com a radical mudança cultural em curso. Sinaliza também direções, rumos para novas mudanças e avanços inadiáveis quanto à participação e à colaboração singular que vêm das mulheres.

Feitos, nomes, situações, conquistas, ações e influências configuram a compreensão da mulher na sociedade contemporânea. Tudo tão importante, no entanto não dispensa, como raiz sustentadora de lutas, conquistas e emancipações, a consideração do que define adequadamente a mulher: sua dignidade.

Essa compreensão é fundamental, pois lança claridade sobre uma significação que antecede posturas políticas e culturais. Não deixa perder o sentido essencial de um significado tão nobre e completo como é o desta criatura de Deus: a mulher.

Vale enriquecer o entendimento sobre o papel decisivo da mulher na sociedade, na família e na cultura, com as reflexões muito atuais e ricas da carta apostólica Mulieris dignitatem, do bem-aventurado papa João Paulo II. Em 1988, ele chamou a atenção sobre o fato de a dignidade e vocação da mulher estarem assumindo um relevo todo especial nos últimos anos. Já o Concílio Vaticano II afirmava, em sua mensagem final: “Mas a hora vem, a hora chegou, em que a vocação da mulher se realiza em plenitude, a hora em que a mulher adquire no mundo uma influência, um alcance, um poder jamais alcançados até agora. Por isso, no momento em que a humanidade conhece uma mudança tão profunda, as mulheres iluminadas pelo espírito do evangelho tanto podem ajudar para que a humanidade não decaia.”

Não se trata apenas de reconhecer o direito de participação próprio da mulher, mas entender a sua colaboração como determinante na permanente recomposição da sociedade. Em 1988, o bem-aventurado João Paulo II fez uma advertência importante no contexto atual. Disse que é preciso, “entre outras coisas, o aprofundamento dos fundamentos antropológicos e teológicos necessários para resolver os problemas relativos ao significado e à dignidade do ser mulher e dos ser homem. Trata-se de compreender a razão e as consequências da decisão do Criador de fazer existir o ser humano como mulher e como homem.”

A compreensão sublinha que a dignidade da mulher está intimamente ligada ao amor que ela recebe e doa. João Paulo II explicou que, desde o princípio, a mulher e o homem foram criados e colocados por Deus, precisamente, em uma ordem de amor. Ao entender que no paradigma bíblico a mulher testemunha o amor que recebe para, por sua vez, amar, compreende-se o significado fundamental de sua vocação na Igreja e no mundo. A força moral e espiritual da mulher une-se à consciência de que Deus lhe confia de uma maneira especial o ser humano.

Inspirando-se nessa consciência e nesse ato de confiança, a força moral da mulher exprime-se em numerosas figuras femininas do Antigo testamento, do tempo de Cristo, das épocas sucessivas, até os nossos dias. É admirável e inspiradora a lista interminável de mulheres como referência de cidadania, religiosidade, competências e determinação. Famílias e, por vezes, nações inteiras devem muito a essas mulheres admiráveis.

Na nossa época, os sucessos da ciência e da técnica consentem alcançar, num grau até agora desconhecido, um bem-estar material que favorece alguns e marginaliza outros. Desse modo, esse progresso unilateral pode comportar também um gradual desaparecimento da sensibilidade – aquilo que é essencialmente humano. Nesse sentido, sobretudo nos nossos dias, demanda-se a vocação especial da mulher, a guardiã da sensibilidade.

Assim, desejo que os corações de todos fiquem ungidos pela gratidão e reconhecimento à vocação e missão da mulher – cada vez mais protagonista na construção de uma sociedade justa e fecundada pela fé.”

Eis, portanto, mais páginas contendo IMPORTANTES, ADEQUADAS e OPORTUNAS abordagens e REFLEXÕES que sinalizam, em meio à MAIOR crise de LIDERANÇA de nossa HISTÓRIA – que é de MORAL, de ÉTICA, de CARÁTER –, para a IMPERIOSAS e URGENTE necessidade de PROFUNDAS MUDANÇAS em nossas estruturas EDUCACIONAIS, GOVERNAMENTAIS, JURÍDICAS, POLÍTICAS, SOCIAIS, CULTURAIS, ECONÔMICAS, FINANCEIRAS e AMBIENTAIS, de modo a promovermos a inserção do PAÍS no concerto das POTÊNCIAS mundiais LIVRES, SOBERANAS, CIVILIZADAS, DEMOCRÁTICAS e SUSTENTAVELMENTE DESENVOLVIDAS...

Assim, URGE a efetiva PROBLEMATIZAÇÃO de questões deveras CRUCIAIS como:

a) a EDUCAÇÃO – UNIVERSAL e de QUALIDADE, desde a EDUCAÇÃO INFANTIL (0 a 3 anos, em creches; 4 e 5 anos, em pré-escolas) até a PÓS-GRADUAÇÃO (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como PRIORIDADE ABSOLUTA de nossas POLÍTICAS PÚBLICAS;

b) o COMBATE, severo e sem TRÉGUA, aos três dos nossos MAIORES e mais DEVASTADORES inimigos que são: I – a INFLAÇÃO, a exigir uma PERMANENTE e DIUTURNA vigilância, de forma a manter-se em patamares CIVILIZADOS; II – a CORRUPÇÃO, como um CÂNCER a se espalhar por TODAS as esferas da vida NACIONAL, gerando INCALCULÁVEIS prejuízos e comprometimentos de variada ordem (por exemplo, a INSEGURANÇA PÚBLICA...); III – o DESPERDÍCIO, em TODAS as suas MODALIDADES, também a ocasionar INESTIMÁVEIS perdas e danos, indubitavelmente IRREPARÁVEIS (por exemplo, ontem o noticiário televisivo dava conta de que, segundo especialistas, só na cidade de SÃO PAULO há registros de PERDAS de TEMPO, em apenas um ano, de cerca de R$ 33 BILHÕES, em razão dos “normais” congestionamentos no trânsito...);

c) a DÍVIDA PÚBLICA BRASILEIRA, como grave HEMORRAGIA, e com projeção para 2012, segundo o ORÇAMENTO GERAL DA UNIÃO, do ASTRONÔMICO e INSUPORTÁVEL desembolso da ordem de R$ 1 TRILHÃO, a título de JUROS, ENCARGOS, AMORTIZAÇÃO e REFINANCIAMENTOS, também a exigir uma IMEDIATA, ABRANGENTE, QUALIFICADA e eficaz AUDITORIA...

Destarte, torna-se absolutamente INÚTIL lamentarmos a FALTA de RECURSOS em meio a tanta SANGRIA, que MINA o nosso já escasso DINHEIRO PÚBLICO, a nossa ECONOMIA, a nossa capacidade de INVESTIMENTO e de POUPANÇA e, mais GRAVE ainda, AFETA a CONFIANÇA em nossas INSTITUIÇÕES, embaçando o AMOR à PÁTRIA, ao lado de extremas e sempre crescentes NECESSIDADES, CARÊNCIAS e DEFICIÊNCIAS...

Sabemos, e bem, que são GIGANTESCOS DESAFIOS mas que, de maneira alguma, ABATEM o nosso ÂNIMO nem ARREFECEM o nosso ENTUSIASMO e OTIMISMO nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA E QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, CIVILIZADA, QUALIFICADA, LIVRE, SOBERANA, DEMOCRÁTICA, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, que possa PARTILHAR suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS, OPORTUNIDADES e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos e que contemplam EVENTOS como a CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E MUDANÇAS CLIMÁTICAS (RIO+20) em junho; a 27ª JORNADA MUNDIAL DA JUVENTUDE no RIO DE JANEIRO em 2013; a COPA DAS CONFEDERAÇÕES de 2013; a COPA DO MUNDO de 2014; a OLIMPÍADA de 2016; as OBRAS do PAC e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO 21, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INTERNACIONALIZAÇÃO das EMPRESAS, da INFORMAÇÃO, do CONHECIMENTO, da INOVAÇÃO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um POSSÍVEL e NOVO mundo da JUSTIÇA, da PAZ, da IGUALDADE – e com EQUIDADE –, e da FRATERNIDADE UNIVERSAL...

Este é o nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa LUTA, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA... a nossa PERSEVERANÇA!...

O BRASIL TEM JEITO!...