“Formação
educacional de surdos no país
Tem sido um desafio a
inclusão de pessoas com necessidades educativas especiais no Brasil. Nesse
quadro, a inserção de pessoas surdas no âmbito escolar é um assunto que merece
relevância e discussões aprofundadas, pois envolve uma preocupação com um grupo
minoritário que sofre de uma invisibilidade social gritante.
Discutir
sobre a formação educacional de surdos no Brasil, e como ela vem acontecendo,
aponta para uma reflexão sobre as necessidades educativas especiais
negligenciadas há muito tempo, principalmente porque a construção da escola
inclusiva para um grupo de pessoas que tem uma língua diferenciada e própria
não é uma tarefa simples.
É
sabido que os alunos surdos encontram-se, muitas vezes, à margem das questões
sociais, culturais e educacionais, e são vistos socialmente pela deficiência e,
consequentemente, pela limitação. Não são (re)conhecidos por suas habilidades e
potencialidades.
Nesse
sentido, o Enem 2017 aborda um tema que não é surpreendente, porque há muitos
anos as propostas de inclusão das pessoas com deficiência são amplamente
discutidas. Contudo, as formas de implantação ainda deixam a desejar. Apesar da
relevância social, o tema causou impacto em muitos ouvintes e provocou a
admiração dos surdos. Essa mistura de emoções nos leva a intensificar as
discussões sobre os desafios encontrados pelos surdos no que diz respeito à sua
formação educacional.
A
sociedade brasileira tem discutido alternativas e se mobilizado para incluir
todos, sem distinção. Isso significa dizer que incluir a surdez é também
indagar sobre as perspectivas e sobre as legislações vigentes. A educação se
constitui como um direito da pessoa com deficiência e está prevista na Lei
13.146/2015 (Brasil, 2015), no artigo 27, como um dever do Estado, da família,
da comunidade escolar e da sociedade.
Com o
intuito de ampliar o direito à educação e o acesso à comunicação, a língua
brasileira de sinais/Libras foi reconhecida no Brasil por meio do Decreto
5.626/2005 (Brasil, 2005), que regulamenta a Lei 10.436/2002 (Brasil, 2002), em
que as instituições federais de ensino básico e superior devem proporcionar aos
alunos surdos os serviços de tradutor e intérprete de Libras/língua portuguesa
nas salas de aulas e em outros espaços educacionais que viabilizem o acesso, a
comunicação e a educação.
Nesse
sentido, a legislação orienta os sistemas de ensino que garantam o ingresso e a
permanência dos estudantes surdos nas escolas. Isso representa ressignificar o
espaço escolar de forma tal que todas as ações educativas e práticas
pedagógicas estejam voltadas para a inserção do aluno surdo e demais
deficientes em um único espaço de aprendizagem, a sala de aula.
Seria,
na prática, disponibilizar apoio e serviços não mais como uma modalidade de
ensino para a educação inclusiva ou um atendimento específico paralelo à
educação regular, mas ofertar uma educação inclusiva para além desse muros. A
inclusão deve ser pensada e implantada sob a ótica do aumento das oportunidades
de desenvolvimento educacional e profissional, reforçada a produção pelas
potencialidades, produzindo viabilidade e igualdade de condições. Eis o grande
desafio do sistema educacional de ensino.
Entretanto,
o que se vê na prática são escolas despreparadas, ambientes educacionais
restritivos, que discriminam e estigmatizam, poucos professores especializados,
falta de acessibilidade, de tecnologia assistiva e infraestrutura. O modelo
inclusivo educacional ainda está longe de sustentar a ideia do respeito mútuo
às diferenças individuais, à diversidade e aos múltiplos saberes.
Algumas
instituições de educação superior têm cumprido o seu papel social e educacional
no que concerne às legislações vigentes referentes à inclusão. Núcleos de
educação inclusiva, responsáveis por planejar, implementar, coordenar e
executar ações de políticas de garantias dos direitos das pessoas com
deficiência estão sendo implantados com equipes multidisciplinares e salas de
recursos.
Assim,
essas ações oportunizam o direito à escola e ao trabalho a todas as pessoas,
reconhecendo os benefícios da convivência na diversidade, promovendo a inclusão
do aluno e do colaborador no ambiente universitário, aprimorando procedimentos
metodológicos e promovendo espaços de discussão e estudos sobre questões
relativas à inclusão das pessoas com deficiência.”.
(DENISE
MATIAS SOARES SILVA. Pedagoga do Centro Universitário do Leste de Minas
(Unileste), em artigo publicado no jornal ESTADO
DE MINAS, edição de 11 de novembro de 2017, caderno OPINIÃO, página 7).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a
Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição,
caderno e página, de autoria de INELIA
GARCIA, graduada em educação física pela Universidade do Chile,
pós-graduada em ginástica de manutenção e atividade física, saúde e
envelhecimento e diretora técnica da rede The Pilates Studio Brasil, e que
merece igualmente integral transcrição:
“Envelhecer
bem
O livro Brasil: uma visão geográfica e ambiental no
início do século 21, lançado em 2016 pelo Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística (IBGE), mostra que, até 2050, a população idosa vai triplicar no
país. Ela passará dos 19,6 milhões (10% da população brasileira), registrados
em 2010, para 66,5 milhões de pessoas, em 2050 (23%). Estima-se, ainda, que em
2030 haja uma inversão no cenário demográfico e que o número absoluto e o
percentual de brasileiros com mais de 60 anos ultrapasse o de crianças de até
14 anos, chegando a 41,5 milhões (18% da população) versus 39,2 milhões
(17,6%), segundo estimativas do IBGE.
O
Brasil está envelhecendo e apresenta uma crescente expectativa de vida. E, para
ajudar os idosos a se cuidar melhor nesta fase da vida, apresento um pouco do
que aprendi durante os 20 anos de convivência que tive com minha grande mestra
e amiga Romana Kryzanowska, que tinha uma paixão singular pelo autêntico método
Pilates, um carinho e respeito supremo pelos idosos e pelo nosso grande mestre
Joseph Pilates, criador da contrologia (pilates).
Durante
as nossas agradáveis conversas sobre bem-estar, saúde e o método pilates,
Romana sempre fez questão de enfatizar o quanto o ser Pilates se preocupava em
preparar as pessoas desde cedo para chegar a esta fase da vida com uma saúde
completa física, mental e emocional, assim como desenvolver aos que já se
encontram nela a autonomia e a funcionalidade para fazer as atividades simples
do dia a dia.
Joseph
Pilates defendia que para termos uma longevidade física e mental é preciso nos
atentar desde cedo a alguns aspectos importantes, como conquistar e manter um
bom condicionamento físico e mental por meio da contrologia e de atividades
físicas ao ar livre, tomar sol pela manhã, cuidar da alimentação, estimular a
mente, organizar melhor a agenda para ter tempo para o lazer e a
sociabilização, respirar melhor, ter um bom sono e desenvolver a
espiritualidade.
Os
exercícios físicos praticados de uma maneira sistemática estimulam os idosos
nos aspectos físico, psicológico e social, já que essas atividades são
consideradas como um possível agente antidepressivo. E, obviamente, também
ajudam a estimular o relacionamento entre eles e seus familiares, amigos e
sociedade em geral, melhorando a autoestima, a capacidade de aprendizagem e de
treinamento da funcionalidade para que se sintam motivados e capacitados a
fazer as simples atividades do cotidiano.
A
realização de atividades físicas tem diversos objetivos para os idosos. Entre
eles, destaco: melhorar as condições musculares e articulares, a flexibilidade,
desenvolvendo a autoimagem e a autoestima, que são importantes para preservar e
promover a independência e autonomia das atividades da vida diária; beneficiar
o sistema cardiorrespiratório, como a circulação periférica; auxiliar na
prevenção da obesidade e da descalcificação óssea, evitando ou retardando o
aparecimento da osteoporose; beneficiar os atos de caminhar, sentar, levantar,
subir e descer escadas, aumentando o controle do corpo, do movimento e gesto
motor; e fazer com que eles consigam se higienizar de uma maneira mais natural
e prazerosa.
O
Autêntico Método Pilates de Condicionamento Físico e Mental (ou Contrologia)
foi criado por Joseph Pilates há mais de 100 anos para mudar o corpo e a vida
dos praticantes por meio de um sistema complexo de movimentos seguros e
eficazes que ajudam as pessoas a cuidar do próprio corpo e conquistar uma vida
saudável e feliz em todas as idades. Por meio da prática que trabalha de forma
global e integrada o corpo físico, mental e emocional, alunos a partir dos 10
anos conseguem melhorar postura, concentração, capacidade vascular e
cardiorrespiratória, força, flexibilidade, resistência e controle motor,
reduzir tensão muscular, estresse, fadiga e dores crônicas, eliminar as
consequências do sedentarismo, reabilitar lesões e desacelerar processos
degenerativos e de envelhecimento.
E no
que o pilates pode beneficiar especificamente seus praticantes da terceira
idade? O envelhecimento leva as pessoas, com o passar dos anos, a uma perda
acentuada da corporalidade saudável e o método criado por Joseph Pilates
retarda todo esse processo. Ele melhora os aspectos físico, psicológico e a
memória, deixando o envelhecimento mais lento, com pensamentos positivos,
alegria e esperança.”.
Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e
oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança
de nossa história – que é de ética, de
moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e
sustentavelmente desenvolvidas...
Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras
cruciais como:
a) a excelência educacional – pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde
a educação infantil (0 a 3 anos de
idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo
da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira
série do ensino fundamental, independentemente
do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas
públicas, gerando o pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional
(enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja
verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira
incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria;
a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da
democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b) o combate implacável, sem eufemismos e
sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:
I – a inflação, a exigir permanente,
competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares
civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa
de juros do cartão de crédito atingiu em setembro/2017 a ainda estratosférica
marca de 332,38% nos últimos doze meses,
e a taxa de juros do cheque especial registrou históricos 321,29%; e já o IPCA,
também no acumulado dos últimos doze meses, em outubro, chegou a 2,70%); II – a
corrupção, há séculos, na mais
perversa promiscuidade – “dinheiro público versus interesses privados”
–, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando
incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária
ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da
Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor,
de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é
cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional; eis, portanto, que todos os valores que vão
sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 516
anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios,
malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a
corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar
inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo,
segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a
“... Desconfiança das empresas e das famílias é
grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase
nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses
recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à
ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de
infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de
planejamento...”;
c) a dívida pública brasileira - (interna e
externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para
2017, apenas segundo o Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável
desembolso de cerca de R$ 1,722 trilhão,
a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com
esta rubrica, previsão de R$ 946,4
bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar,
sim, até o último centavo;
-
rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
-
realizar uma IMEDIATA, abrangente,
qualificada, independente e eficaz auditoria...
(ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda
a propósito, no artigo Melancolia,
Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente
degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das
contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).
Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta
de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já
combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de
poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições,
negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à
pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas
e sempre crescentes necessidades de ampliação
e modernização de setores como: a gestão
pública; a infraestrutura (rodovias,
ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada,
esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística
reversa); meio ambiente; habitação;
mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda;
agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência
social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança
pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e
desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer;
turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e
operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade
– “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade);
entre outros...
São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira
alguma, abatem o nosso ânimo e nem
arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta
grande cruzada nacional pela excelência
educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada,
civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e
desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas
riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos
os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos
bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de
infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à
luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização
das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas
tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a
nossa esperança... e perseverança!
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
55 anos
de testemunho de um servidor público (1961 – 2016)
-
Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
-
ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por
uma Nova Política Brasileira ...
- Pela
excelência na Gestão Pública ...
Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou
asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...
E
P Í L O G O
CLAMOR
E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO
“Oh! Deus, Criador e Legislador, fonte de infinita
misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra
sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios,
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da
dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim!”.
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