“Mais
do que a propaganda
A
mística da propaganda ainda continua em muitas empresas. Mas ter um produto bom
e anunciá-lo na mídia certa, com o número certo de inserções, não basta para se
obter o sucesso empresarial. Estão tendo maior sucesso as organizações que
buscam trabalhar de maneira equilibrada, utilizando o composto de marketing. A
propaganda é um dos itens importantes para o sucesso de um produto ou serviço,
mas ela é parte de um conjunto maior de esforços que precisam ser
desenvolvidos. Cada vez se torna mais evidente que os resultados positivos
dependem de um conjunto de atividades que precisam ser realizadas em função do
cliente. Muitas empresas têm feito propagandas e publicidade de maneira
efetiva, mas nem sempre têm correspondido à promessa feita quando chega a hora
da verdade, ou seja, o momento em que o cliente está no ponto de venda sendo
atendido.
É
fundamental que todas as atividades, ligadas direta ou indiretamente aos
clientes, sejam harmônicas e se complementem. Ter os produtos ou serviços
disponíveis, oferecer facilidades de acesso, ter pontos de vendas com o visual
e o clima emocional adequados ao público-alvo, equipes de vendas capacitadas e
motivadas para prestar o melhor atendimento possível às necessidades e desejos
dos clientes são, entre outros fatores, a chave do sucesso.
Muitas
empresas têm feito o lançamento de seus produtos apenas disponibilizando-os nos
pontos de vendas através de um trabalho eficiente e eficaz de distribuição,
colocando-os aos olhos dos clientes e facilitando-lhes o acesso à compra. É
preciso reconhecer que a chamada mídia boca a boca tem um grande poder dentro
do marketing empresarial. Se um produto ou serviço tem qualidade, está
disponível aos clientes nos pontos de vendas, e ali recebe o adequado
tratamento de merchandising, promoção de vendas e venda pessoal, ele será
experimentado, aprovado e sugerido pelos usuários a outros possíveis clientes.
A propaganda é muito importante, mas ela não funciona sozinha. Tenho
recomendado constantemente às empresas que busquem avaliar de maneira contínua
qual estratégia ou conjunto de estratégias poderá ser mais eficaz para o
oferecimento do seu produto e procurem trabalhar com o máximo de ferramentas de
marketing possível, reduzindo assim o seu grau de incerteza.
Tornar
um produto conhecido, desejado e não tê-lo disponível no ponto de venda é um
dos maiores erros que se pode cometer em marketing. Isso cria normalmente uma forte
irritação nos clientes, que, muitas vezes, acabam optando por produtos da
concorrência, eliminando aquele da sua mente. A recuperação desse cliente
torna-se uma ação cara e demorada.
A
venda deve ser vista não somente como um objetivo da empresa, mas como um
consequência natural dos esforços efetivos de marketing. Sendo assim, treinar e
capacitar a equipe de vendas, preparando-a para agir de forma sempre mais
profissional, utilizando um trabalho eficiente de envolvimento emocional do
cliente no ponto de venda, através de esforços inteligentes de merchandising,
implementar promoções de vendas criativas capazes de atrair os clientes para a
compra, inclusive a compra por impulso, são iniciativas fundamentais para se
atingirem resultados positivos.
A prática
do marketing exige a utilização de um conjunto de ações. Exige administrar a
demanda, ter o conhecimento do ambiente e do público que se quer atender, exige
pesquisar formal e informalmente os mercados, identificando suas possibilidades
e tendências de curto, médio e longo prazos. Além disso, é questão sine qua non
trabalhar ininterruptamente para a construção de uma marca forte, para se obter
uma vantagem estratégica essencial.
Vale
lembrar que promessa efetuada em propaganda deve estar coberta também por um
atendimento capaz de superar as expectativas das pessoas. Se invertermos o
raciocínio, o trabalho de campo deve contribuir para tornar a propaganda mais
crível. A junção da promessa da propaganda com uma linha de frente excepcional
sob o ponto de vista do cliente cria um posicionamento muito positivo para a
imagem das organizações.
Dependendo
da situação, a propaganda pode se tornar uma armadilha para a empresa, pois ela
dá entrada direto na mente do cliente, e deve ser positiva para ali ficar por
muito tempo e levá-lo a comprar os produtos ou serviços com naturalidade.
O
marketing tem uma arma poderosa que é a propaganda, mas tem vários fatores que
vão muito além dela.”.
(ROGÉRIO
TOBIAS. Mestre e especialista em marketing; administrador. Professor dos
cursos de MBA e pós-graduação em marketing na Fundação Getúlio Vargas (FGV),
Newton Paiva e UMA. CEO da RT Consultoria e Treinamento. Palestrante e coach.
Autor do livro 121 artigos de marketing,
em artigo publicado no jornal ESTADO DE
MINAS, edição de 29 de outubro de 2017, caderno NEGÓCIOS & OPORTUNIDADES CLASSIFICADOS, coluna MARKETING, página 4).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a
Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de
3 de novembro de 2017, caderno OPINIÃO,
página 7, de autoria de DOM WALMOR
OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que
merece igualmente integral transcrição:
“Fragilidade
no poder
As reflexões sobre o
poder são permeadas de argumentos e contestações, em um amplo percurso
histórico-filosófico. Muitas disciplinas tratam desse tema, que reúne
abrangente campo semântico. E os diferentes estudos sobre poder partilham a
convicção de seu caráter determinante na dimensão existencial do ser humano –
da configuração da cultura à forma como a sociedade lida com seus problemas.
Por isso mesmo, a partir das importantes contribuições dos diferentes campos do
saber, é preciso compreender melhor o poder, com seus desdobramentos políticos
na história, e os interesses envolvidos no seu exercício. Perceber o modo como
o poder é exercido pelo indivíduo e no âmbito institucional permite enxergar
soluções para os desafios. Além das pertinentes análises teóricas, torna-se
fundamental reconhecer uma inegável situação: a configuração do poder revela
fragilidade em seu exercício.
O
campo político restringiu toda essa realidade a um pífio desempenho na dinâmica
partidária, o que compromete resultados e não gera a força necessária para as
conquistas. Com frequência, pessoas “caem de paraquedas nas cadeiras do poder”.
Os que se tornam “autoridade” não se dedicam a exercer adequadamente o papel de
representantes do povo. Ao se definirem nomes para as instâncias de decisão,
invariavelmente os requisitos de caráter pessoal são desconsiderados. Na
ocupação de cadeiras, lugares, distribuição de títulos, têm mais influência os
interesses cartoriais. Consequentemente, torna-se difícil transformar sistemas
organizacionais – de instituições, segmentos civis ou religiosos – e romper
dinâmicas interesseiras que não almejam o bem coletivo.
Há,
pois, um vácuo entre o poder e a real situação das autoridades, que se revela
nos desempenhos medíocres. Essa mediocridade incide no exercício dos poderes
constituídos e também no cotidiano de cidadãos comuns. Percebe-se que o poder
aparece incontestavelmente fragilizado. Tudo em decorrência da falta de preparo
profissional e humanístico, espiritual e cultural para o exercício da
autoridade.
Prova
dessa triste realidade é a corrupção que se mostra de diferentes modos no
contexto social. Há uma dificuldade para tratar, de forma adequada, o bem
comum. Falta envergadura para evitar assaltos aos cofres públicos e, ao mesmo
tempo, convive-se com a incapacidade para inovar. Todos sofrem com as mais
diversas consequências – déficits estruturais, equívocos na definição de
prioridades e ausência de respostas capazes de alargar horizontes. Perdem as
pessoas e as instituições, que, deliberadamente, ou pela força dos medos e
preconceitos, permanecem na rigidez, temendo o que é novo e diferente.
O
exercício da autoridade deve incluir sobretudo o compromisso com a verdade, a
competência e a disposição para promover os avanços culturais e as conquistas.
Fundamental é vencer a incompetência, o autoritarismo, a rigidez, as
obscuridades e tudo o que reveste o poder de fragilidades.”.
Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e
oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança
de nossa história – que é de ética, de
moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e
sustentavelmente desenvolvidas...
Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras
cruciais como:
a) a excelência educacional – pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde
a educação infantil (0 a 3 anos de
idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo
da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira
série do ensino fundamental, independentemente
do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas
públicas, gerando o pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional
(enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja
verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira
incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria;
a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da
democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b) o combate implacável, sem eufemismos e
sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:
I – a inflação, a exigir permanente,
competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares
civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa
de juros do cartão de crédito atingiu em setembro/2017 a ainda estratosférica
marca de 332,38% nos últimos doze meses,
e a taxa de juros do cheque especial registrou históricos 321,29%; e já o IPCA,
também no acumulado dos últimos doze meses chegou a 2,54%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa
promiscuidade – “dinheiro público versus interesses privados”
–, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando
incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária
ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da
Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor,
de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é
cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional; eis, portanto, que todos os valores que vão
sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 516
anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios,
malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a
corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar
inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo,
segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a
“... Desconfiança das empresas e das famílias é
grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase
nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses
recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à
ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de
infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de
planejamento...”;
c) a dívida pública brasileira - (interna e
externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2017,
apenas segundo o Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável
desembolso de cerca de R$ 1,722 trilhão,
a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com
esta rubrica, previsão de R$ 946,4
bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar,
sim, até o último centavo;
-
rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
-
realizar uma IMEDIATA, abrangente,
qualificada, independente e eficaz auditoria...
(ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda
a propósito, no artigo Melancolia,
Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente
degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das
contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).
Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta
de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já
combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de
poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições,
negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à
pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas
e sempre crescentes necessidades de ampliação
e modernização de setores como: a gestão
pública; a infraestrutura (rodovias,
ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada,
esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística
reversa); meio ambiente; habitação;
mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda;
agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência
social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança
pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e
desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer;
turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e
operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade
– “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade,
competitividade); entre outros...
São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira
alguma, abatem o nosso ânimo e nem
arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta
grande cruzada nacional pela excelência
educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada,
civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e
desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas,
oportunidades e potencialidades com todas
as brasileiras e com todos os
brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários
previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além
de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do
século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da
informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da
sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da
paz, da solidariedade, da igualdade
– e com equidade –, e da fraternidade
universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a
nossa esperança... e perseverança!
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
- 55
anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016) ...
-
Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
-
ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por
uma Nova Política Brasileira ...
- Pela
excelência na Gestão Pública ...
Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou
asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...
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