segunda-feira, 8 de janeiro de 2018

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A UNIVERSALIDADE DAS NOVAS TECNOLOGIAS E A DIVERSIDADE DOS TALENTOS NA SUSTENTABILIDADE

“O ecossistema de TI em Israel
        Recentemente, passei uma semana em Israel para conhecer um pouco sobre a veia empreendedora da região, que se tornou o terceiro maior ecossistema de tecnologia do mundo. A gênese deste fenômeno de empreendedorismo ocorreu no início dos anos 90, quando o governo resolveu fomentar a indústria de venture capital por meio dos fundos Yozma (Iniciativa em hebraico).
         Por meio desse programa, o Estado passou a oferecer incentivos fiscais para investidores interessados na nascente indústria de tecnologia do país. Em alguns casos, o governo chegou a oferecer retorno mínimo para os interessados ou o direito de recompra de sua participação a uma taxa prefixada. De lá pra cá, os resultados foram formidáveis.
         Hoje, existem mais de 6.000 empresas de tecnologia ativas em Israel. Existem mais startups em Israel, um país com 8 milhões de habitantes, do que no Brasil. O sucesso foi construído com ingredientes fundamentais: a tolerância ao erro e a contestação do status quo. Os israelenses fazem isso melhor do que ninguém.
         Eles criaram a expressão chutpah (é a qualidade da audácia, para o bem ou para o mal), parte da cultura local. Dos funcionários das empresas aos recrutas da IDF 8200, unidade de elite do Exército responsável por desenvolver tecnologia de ponta e maior celeiro de empreendedores do país, todos podem contestar os líderes e desafiar autoridades. Ou seja, os líderes precisam aprender a conviver em um ambiente em que a contestação faz parte da busca pelo sucesso e pelos melhores resultados, característica ainda difícil de encontrar nas startups brasileiras.
         Outro ponto que atraiu bastante a minha atenção na viagem foi o aguçado senso de comunidade que os israelenses têm. Eles sentem um profundo orgulho do ecossistema que criaram e sempre procuram promovê-lo. Não é incomum ver fundadores citando outras empresas e outras pessoas, exaltando as características únicas que fazem o país se destacar.
         Durante a semana em que estive por lá, visitamos diversas empresas e conversamos com muitos fundadores. É impressionante como o discurso é alinhado. Quase todos repetem os mesmos princípios que guiam a indústria: “conteste tudo”; pense como uma empresa global”; trabalhe duro”; “encontre as melhores pessoas” e “não tenha medo de errar e falhar”. Mais do que frases, esses pensamentos estão cristalizados e refletem o senso comum do que é preciso para fazer uma empresa dar certo. São passados de geração a geração de empreendedores e aplicados diariamente.
         Então, o que precisamos fazer para mudar a mentalidade no Brasil? Por que nós buscamos tanto a utopia da “estabilidade”? Creio que as respostas para essas perguntas estão na própria comunidade empreendedora do Brasil. Precisamos nos engajar mais, desenvolver um senso de coletivo e nossa própria maneira de construir empresas de sucesso. Essa receita precisa ser comprovada com casos reais de empresas brasileiras e divulgada amplamente com o intuito de influenciar novas gerações de empreendedores.
         Essa mudança já está ocorrendo, porém, ainda não atingimos o tipping point. Ainda precisamos coordenar melhor os diferentes stakeholders: empreendedores, investidores, incubadores e aceleradoras, governo, universidade e grandes empresas. Só a combinação das capacidades de cada um desses grupos permitirá que o Brasil atinja um novo patamar de desenvolvimento da indústria de tecnologia.”.

(FRANCISCO FERREIRA. Sócio-fundador da BizCapital, fintech que tem como principal objetivo desburocratizar e tornar mais eficiente o processo de concessão de crédito para o micro e pequeno empreendedor, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 20 de dezembro de 2017, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição, caderno e página, de autoria de RENATA AMBROSINI, psicóloga com mais de nove anos de experiência na área de seleção de profissionais em TI e consultora de recrutamento e seleção na Yoctoo, e que merece igualmente integral transcrição:

“Mulheres e tecnologia
        O mercado de trabalho, pouco a pouco, está se transformando para alcançar a igualdade de gênero. Há quem acredite que essa igualdade já ocorre na maioria das áreas. Mas a verdade é que ainda precisamos trilhar um longo caminho em busca da diversidade dentro das empresas, em especial na área de tecnologia e digital, onde o número de mulheres é ainda menor do que vemos em outros setores.
         A reduzida presença feminina nas áreas de tecnologia é difícil de ser explicada, uma vez que a diferença técnica e de capacidade não explica a falta de mulheres nesse mercado. Até porque, a aptidão para a tecnologia também é uma característica feminina. Prova disso é que o primeiro algoritmo da história foi desenvolvido por uma mulher chamada Ada Lovelace. O protocolo STP, procedimento que auxilia na melhor performance da rede, é invenção de Radia Perlman. E a tecnologia usada nos telefones celulares e nas redes wi-fi tem como base o trabalho da inventora e atriz Hedy Lamarr, feito na época da Segunda Guerra Mundial.
         O fato é que a diferenciação de gênero é uma questão social. Apesar de homens e mulheres serem diferentes, a capacidade técnica e as competências intelectuais não são. Infelizmente, ainda vivemos em uma sociedade que diferencia tratamentos na criação de meninos e meninas, impondo condutas diferentes para cada gênero. Portanto, essa disparidade no segmento da tecnologia é um problema cultural que começa muito cedo em nossas vidas, ainda na primeira infância.
         Quando o assunto é tecnologia, logo no início da vida muitas vezes não estimulamos o interesse das meninas pelo tema e limitamos o contato das meninas com esse universo tecnológico. Elas acabam sendo muito mais incentivadas a brincar de boneca e a fazer comidinha, enquanto os meninos recebem as multitelas dos celulares, tablets e jogos de videogame. Dessa maneira, não só deixamos de incentivá-las e de introduzi-las a todos os benefícios que a tecnologia oferece em termos de aprendizado, como simplesmente nem ofertamos essa possibilidade a elas.
         Para as meninas que vencem essa barreira e conseguem conhecer e se interessar por TI, a sociedade impõe outros obstáculos que seguem pela adolescência e culminam por se acentuar na faculdade. É no banco das universidades que o preconceito de gênero e isolamento social se encarregam de deixar claro que “esse lugar não é para mulheres”. De acordo com o Inep/MEC, as mulheres representam apenas 15% do corpo discente nos cursos relacionados à computação. Constantemente atacadas por colegas, e até mesmo por professores, as mulheres sofrem assédio moral e poucas alunas chegam a concluir o ensino superior na área. Outra pesquisa indica, ainda, que 79% das alunas dos cursos relacionados à TI desistem já no primeiro ano.
         As que bravamente sobrevivem aos preconceitos precisam correr para conquistar uma oportunidade no mercado de trabalho. Construir uma carreira, ou mesmo abrir uma empresa, é o grande desafio feminino dentro do mercado de tecnologia. Nas principais empresas de tecnologia, em média, apenas 30% do quadro de funcionários é comporto por mulheres. E, ainda, estudo feito pela Harvard Business School aponta que apenas 10% dos aportes financeiros são feitos em startups comandadas por mulheres.
         Outro dado que acho extremamente relevante é que o último levantamento do IBGE indicou que no Brasil existem 6,3 milhões de mulheres a mais que homens. Não sei você, mas isso me faz pensar o quanto as empresas ainda desperdiçam talentos. O que quero dizer é que tenho certeza de que boa parte dessas mulheres estão mais do que aptas a exercer uma série de funções e cargos, não só na área de tecnologia, mas em muitas outras áreas. No entanto, por existir barreiras culturais e sociais, elas ainda são duramente negligenciadas e excluídas do mercado de trabalho.
         Para mim, não se trata de uma exclusão de gênero, mas um desperdício de talentos, independentemente do gênero.
         Se essa realidade social lhe parece cruel e parte de uma construção social desigual, será que podemos mudar esse cenário? A resposta é sim! E o primeiro passo deve ocorrer dentro de casa. É papel da família apresentar a tecnologia para as meninas, e incentivar o interesse delas nas carreiras de exatas. O empoderamento de lutarem por aquilo que desejam será o segundo passo – e o mais importante, visto que precisarão percorrer um longo caminho de resistência contra uma maré inteira puxando-as para longe da área de TI e aproximando-as culturalmente das áreas de humanas.
         O terceiro passo, felizmente, já começa a ser dado pelo mercado de tecnologia. Aqui na Yoctoo, consultoria boutique de recrutamento e seleção especializada em TI e digital, já notamos o interesse das empresas em equilibrar as equipes e trazer diversidade para o time. Se aumentarmos a oferta de mulheres participando dos processos seletivos, consequentemente, aumentaremos também o número dessas profissionais nesses cargos.
         Não é possível afirmar quando e se seremos capazes de chegar ao tão sonhado e falado 50/50 dentro das empresas. Mas, certamente, enquanto sociedade, devemos lutar para criar ambiente menos agressivo para com as mulheres. Enquanto recrutadora para o mercado de TI, espero ver esse quadro mudando em um futuro próximo e desejo concluir muitos processos seletivos em que as mulheres sejam as escolhidas para muitas das vagas que passam por mim, não por serem mulheres, mas por serem, antes de tudo, excelentes profissionais.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em novembro/2017 a ainda estratosférica marca de 333,8% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial se manteve em históricos 323,73%; e já o IPCA, também no acumulado dos últimos doze meses, em novembro, chegou a 2,80%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 516 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2018, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,847 trilhão (52,4%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,106 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
55 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...      

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador e Legislador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios,
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim!”.




   

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