segunda-feira, 10 de dezembro de 2018

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A FORÇA E OS DESAFIOS DA INDÚSTRIA 4.0 E A TRANSCENDÊNCIA DA GESTÃO DA ÁGUA NA SUSTENTABILIDADE


“A produção industrial inteligente
        As diversas tecnologias da Indústria 4.0, como robótica, internet das coisas, manufatura aditiva, sistemas ciber-físicos, impressoras 3D, entre outras, estarão cada vez mais presentes no cotidiano industrial. A Alemanha, que está à frente dessa revolução, tem investido 20 bilhões de euros/ano, nesta área. No Brasil, para estimular a chamada indústria 4.0, o governo disponibilizou um pacote de incentivos que prevê mais de R$ 10 bilhões em crédito, financiados pelo BNDES, Finep e Banco da Amazônia.
         A partir dessa nova realidade, as formas de trabalho serão alteradas, então empresas e pessoas precisarão pensar à frente da curva tecnológica, além de fazer o uso intensivo das novas plataformas, e só assim se manterão competitivas. De acordo com a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), em 20 anos, espera-se que 18% das indústrias instaladas no Brasil se adequem ao conceito.
         Por meio da digitalização de dados e da internet das coisas, máquinas são conectadas a uma rede de computadores por sensores e dispositivos, possibilitando a centralização e a automação da produção. Mais do que isso, a nova revolução interliga máquinas e pessoas em um sistema de produção inteligente, que reduz horas paradas, melhora o desempenho produtivo, otimiza as operações, diminui o desperdício e promove o controle total do negócio.
         Falando em gestão e controle, o big data analytics, por exemplo, é uma das tecnologias fundamentais para identificar falhas nos processos da empresa. O banco de dados em nuvem auxilia na interpretação das informações em diferentes áreas, melhora a qualidade da produção e torna mais eficiente a utilização dos recursos produtivos. O mais interessante de tudo isso é que o gerenciamento de tarefas e o processamento de dados passam a ser feitos em tempo real, atendendo a todas as questões estratégicas da empresa.
         Os benefícios se estendem para além da indústria, graças ao uso inteligente dos recursos materiais e humanos. A quarta Revolução Industrial traz ganhos sustentáveis. Contudo, é importante frisar que, junto com eles, virão os desafios, a começar pela mudança de cultura organizacional e atualização tecnológica. A Indústria 4.0 necessita, ainda, de modernização na cadeia de suprimentos, de conexões ágeis e seguras, redes interligadas e infraestrutura adequada para suportar a tecnologia.”.

(LUCIANO MORAIS. Director of business da Unit FH, empresa de tecnologia especializada em processos de negócios e software, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 29 de novembro de 2018, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição, caderno e página, de autoria de VIRGINIA SODRÉ, diretora de desenvolvimento de negócios da Acciona Água no Brasil, e que merece igualmente integral transcrição:

“Gestão da água no país
        O Brasil é reconhecido como uma das maiores reservas de água doce do mundo, inclusive transformando recursos hídricos em motor energético por meio das usinas hidrelétricas. Contudo, apesar da grande disponibilidade de água, algumas regiões enfrentam escassez, principalmente pela distribuição demográfica da população brasileira. A maior parte da água potável do Brasil, 68,5%, está concentrada na Região Norte, onde vive somente 6,9% da população, enquanto no Sudeste, 42,5% da população vive com apenas 6% da água doce, sendo esta também a região com maior concentração industrial, setor que depende também dos recursos hídricos para se desenvolver.
         O país está longe de seguir um planejamento efetivo que resulte na gestão eficiente dos seus recursos hídricos e há um déficit enorme no saneamento, com 35 milhões de pessoas sem acesso a água potável e 100 milhões sem acesso a redes de esgoto. Além disso, tratamos menos de 50% do esgoto gerado, resultando na poluição dos corpos d’água e na consequente redução da disponibilidade hídrica. Há, também, o desperdício oriundo das perdas no sistema de distribuição: perderam-se 38% da água potável em 2016, segundo dados divulgados pelo Instituto Trata Brasil. Isso representa uma perda de receita de aproximadamente R$ 10,5 bilhões, o equivalente a 92% do valor de R$ 11,5 bilhões investido por todo o setor de saneamento básico no mesmo período. A água perdida é a maior registrada desde 2012 pelo instituto, e seria suficiente para encher quase sete mil piscinas olímpicas diariamente.
         Mesmo diante desses dados tão preocupantes, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aponta que um quarto dos municípios brasileiros não tem e nem está desenvolvendo uma política pública ou plano estruturado para gestão dos sistemas de saneamento básico. No geral, a infraestrutura de saneamento básico brasileira tem contado apenas com a utilização com a utilização das fontes naturais de água potável, que, infelizmente, não serão capazes de comportar a crescente demanda das regiões mais adensadas e desenvolvidas do Brasil.
         A boa notícia é que o BNDES anunciou, recentemente, que ampliará de 80% para 95% o limite de financiamento disponibilizado a projetos de saneamento, medida que busca dobrar o volume de investimentos privados na área. Basta saber, entretanto, se também haverá uma redução no prazo de liberação desses recursos, que hoje gira em torno de dois anos, espera que muitas vezes inviabiliza a sua tomada.
         Voltando ao déficit de saneamento no Brasil, a solução passa pela adoção de medidas integradas que permitam o planejamento da gestão da água das cidades a nível macro, com a gestão e preservação das bacias hidrográficas, a nível meso, por meio da implantação da infraestrutura adequada que reduz a poluição e o desperdício, e micro, que engloba, por exemplo, mudanças culturais que resultem em menor consumo de água e edificações projetadas para promover maior eficiência hídrica.
         Fala-se muito na gestão da água no nível urbano, porém, esse é um setor que consome, segundo dados Agência Nacional de Águas (ANA), divulgados no Fórum Mundial da Água no Brasil, menos que 23% dos recursos hídricos. Dois outros setores altamente intensivos no uso de recursos hídricos, a irrigação agrícola e a pecuária, respondem por quase 70% de todo o consumo de água do país e praticamente não pagam por isso. Esses setores poderiam ser atendidos por água de reuso, que, por meio de tecnologias avançadas e subsídios financeiros tem se mostrado uma alternativa viável e técnica e economicamente em diversos países. Isso transformaria um então passivo ambientem em um interessante produto que atenderia à irrigação e à indústria, setor que também apresenta grande demanda por recursos hídricos, os quais nem sempre precisam ser água potável.
         A dessalinização da água do mar também pode ser uma alternativa interessante para a diversificação da matriz e para a segurança hídrica no Brasil, principalmente em algumas regiões litorâneas onde já há um grande adensamento e uma baixa disponibilidade de água. Com mais de oito mil quilômetros de costa banhada pelo Oceano Atlântico, o Brasil tem tudo para se beneficiar da tecnologia de osmose reversa, que faz com que as usinas de dessalinização retirem a salinidade e impurezas da água do mar e salobra e a transformem em apta para o consumo.
         Essa solução já está sendo utilizada em larga escala em países como a Austrália e a Espanha com bastante sucesso e, devido a fatores como o custo da energia e inovações tecnológicas, está se tornando cada vez mais competitiva financeiramente, viabilizando sua adoção, por exemplo, por indústrias e complexos portuários que enxergam na dessalinização uma oportunidade de autonomia hídrica e desenvolvimento sustentável.
         Um movimento que promete grandes benefícios ao setor é a MP 844/18, que trará uma maior regulação e centralização da gestão dos recursos hídricos no Brasil, ampliando a atuação da ANA. O resultado esperado é a adoção de uma regulação em nível federal, com diretrizes a serem seguidas pelas agências reguladoras municipais ou estaduais, trazendo mais segurança para os investimentos no setor de saneamento e benefícios como um todo para a gestão da água no Brasil.
         A implantação de solução que supram a falta de infraestrutura no setor de saneamento é urgente. Precisamos reduzir as perdas de água e investir no tratamento e no eventual reuso planejado dos esgotos sanitários, além de adotar alternativas como a dessalinização. Tais medidas, desde que bem planejadas e integradas, podem trazer, além da segurança hídrica para as cidades, inúmeros benefícios a outros setores, como o agrícola e o industrial, que concorrem com o consumo urbano da água e não podem se dar ao luxo de enfrentar a falta deste recurso, principalmente em tempo de promessa de retomada da curva do crescimento do PIB.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 129 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em setembro a ainda estratosférica marca de 278,69% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial se manteve em históricos 301,36%; e já o IPCA, em outubro, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 4,56%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2018, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,847 trilhão (52,4%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,106 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
57 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2018)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...      

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador e Legislador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.




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