quarta-feira, 19 de dezembro de 2018

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A LUZ DA SENSIBILIDADE NA BOA GESTÃO E OS GRAVES E NOVOS HORIZONTES NA SUSTENTABILIDADE


“Gestão e sensibilidade andam juntas
        A tendência atual da gestão destaca o gestor como um facilitador do trabalho em equipe, um orientador, um líder, no melhor sentido que essa palavra traduz, uma autoridade – e não “um ser” autoritário. A boa gestão requer competência (conhecimentos, habilidades e atitudes), o que tem a sua complexidade. Acrescentamos, além da competência, mais uma característica: a sensibilidade. Ao usarmos a palavra sensibilidade, queremos destacar a capacidade de perceber/enxergar, para além da empresa/serviço, o ser humano com seus direitos, deveres e sua dignidade. Na perspectiva que aqui apresentamos, a sensibilidade tem a ver com a coragem de romper com a indiferença e o olhar ensimesmado (voltado para o próprio interesse ou para o de uma pequena minoria). Sensibilidade remete à busca de valores construídos e conquistados a duras penas no decorrer dos anos.
         Não obstante tantos estudos e discursos sobre a gestão, o que nos assusta, ainda, é a forma com que determinados serviços/empresa tratam os seus funcionários e clientes/usuários. Com o olhar, na grande maioria das vezes, voltado para o setor financeiro, sucesso empresarial e/ou a produtividade, ignoram características fundamentais nas relações humanas e de trabalho. Investem pouco na qualificação profissional, na comunicação, no cuidado e na ética. No contato com os usuários e/ou clientes, infelizmente ainda são observadas em algumas instituições a morosidade injustificada, a burocracia que cansa e desanima, as estratégias de distanciamento em desinteresse em encaminhar o que é de direito do cidadão. Temos inúmeros exemplos do que afirmamos em diversas empresas do nosso país.
         Ao acompanharmos as atividades de alguns gestores, chamou-nos a atenção o que vimos em uma escola pública da rede municipal de educação de Belo Horizonte: o carinho com que a equipe gerencial lembrava e falava dos seus funcionários. De forma cuidadosa, destacava as qualidades e as contribuições de cada um. Sabemos que, com certeza, a gestão desse serviço também convive com interesses e dificuldades de diferentes ordens, inclusive com carências de recursos financeiros, mas ficamos tocados com a capacidade de enxergar, reconhecer e explicitar de forma simples e significativa a importância de cada um dos trabalhadores. A propósito, a equipe gerencial foi muito proativa e criativa nessa tarefa. E mais: a avaliação da população em relação aos serviços prestados é muito positiva. Esse jeito de ser (para alguns também chamado de espiritualidade na gestão) desperta e fortalece a corresponsabilização de todos no trabalho gerencial e consegue ofertar melhores serviços às pessoas e à sociedade.
         Felizmente, muitos gestores abandonaram os modelos conservadores e rígidos e inovaram a gestão. É bom dizer isso. Quando olhamos as cidades e percorremos os seus serviços e diferentes iniciativas (setores público e privado, organizações religiosas e não governamentais), percebemos que muita coisa boa está acontecendo por aí. Há gestores que conseguem, com a sua sensibilidade, transformar relacionamentos pesados e tensos (entre funcionários e com a população), em espaços de convivência e relacionamentos leve e agradável. Isso sinaliza, para os serviços e empresas cujas relações são muito conflituosas, que é possível e necessário realizar mudanças e redirecionar suas práticas. Com certeza, ganharão com essas transformações.
         Para além do sucesso financeiro da empresa, da visibilidade do serviço (público ou privado), dos avanços técnicos e das planilhas de resultados, é fundamental humanizar os pequenos contatos que se estabelecem no cotidiano. Isso ainda falta em vários locais. Não temos receio em destacar que diante dos surpreendentes avanços tecnológicos, das inovações que presenciamos a cada dia, a redescoberta do humano é o grande desafio colocado ao gestor (e à equipe gerencial). Esse desafio será bem conduzido pelo competente e sensível gestor.”.

(ARISTIDES JOSÉ VIEIRA CARVALHO. Médico e professor, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 13 de maio de 2018, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 10 de dezembro de 2018, mesmo caderno e página, de autoria de SEBASTIÃO VENTURA PEREIRA DA PAIXÃO JR., advogado, conselheiro do Instituto Millenium e cofundador da Dynamic Mindset, e que merece igualmente integral transcrição:

“Talvez, o capitalismo
        A queda da monarquia forçou a institucionalização do Estado. A República, em vez do caráter unipessoal do rei, escolheu a partilha do poder (Executivo, Legislativo e Judiciário), dividindo para, ato contínuo, criar mecanismos de controle recíprocos. Após mais de um século de forte investimento na veia estatal, estamos vendo o fim de uma época. Objetivamente, as contas públicas brasileiras explodiram porque muita gente passou a viver, direta ou indiretamente, de fontes governamentais. A máquina pública ficou tão obesa que não consegue mais se movimentar, perdeu dinamismo e a própria vitalidade.
         Nesse perfil doentio, qualquer problema de última hora vira uma crise política latente, forçando arbitrarias construções orçamentárias. Todavia, lances de criatividade contábil não têm o condão de mudar a natureza dos fatos. Sabidamente, a ficção pode pouco diante da força dos acontecimentos. E assim, sem pedir licença, a realidade bate à porta, expondo as vísceras de um sistema falido, marcado pela opressão tributária e pelo endividamento oficial estratosférico.
         Sim, senhoras e senhores, o Estado do século 20 morreu.
         No momento da despedida, não podemos ser injustos. Em um país que, até a década de 50, era essencialmente agrário, só uma instituição macro como o Estado conseguiria catapultar os investimentos estruturais básicos para o surgir do mercado. Não havia condições para o impulsionamento privado. Sobre o ponto, importante lembrar que o sistema financeiro nacional foi criado em 1964 (Lei 4.595), enquanto o regramento das sociedades anônimas somente se materializou em 1976 (Lei 6.404). Ou seja, diante da aridez estrutural do setor produtivo, coube ao Estado assumir a responsabilidade de conduzir investimentos nacionais estratégicos.
         A questão é que o desenvolvimento do mercado deveria gerar uma correlata diminuição do tamanho do Estado. No entanto, a reabertura democrática, contraditoriamente, gerou um anômalo socialismo jurídico. Sem cortinas, a partir de numerosas sinuosidades da Constituição Federal de 1988, o orçamento público acabou sequestrado por interesses corporativos setoriais, impedindo a construção de uma pauta pró-mercado. O tempo correu e a conta chegou. Agora, adentramos na dinâmica e versátil era tecnológica com um custo público impagável. Aliás, além do custo, herdamos uma mentalidade atrasada que faz as pessoas privilegiarem a dependência estatal em vez da liberdade individual.
         Ora, o modelo Estado do século 21 é diametralmente oposto: ágil, informal, sem hierarquias verticais rígidas, livre de favores públicos direcionados e com radical transparência de procedimentos. Em rápida síntese, a tecnologia é a antítese da burocracia. Diante disso, o futuro está traçado: os algoritmos vão varrer os burocratas e autômatos das estruturas laborais, impondo novas lógicas e dinâmicas mais complexas num mercado de trabalho em profunda transformação. Isso significa que precisamos retreinar grande parte da população ativa brasileira, sob pena de um crescimento exponencial do desemprego, da redundância e da desigualdade social.
         O desafio político atual é fazer uma transição geracional possível, abrindo canais de navegação entre direitos excessivos, obrigações desmedidas e o grande desejo cívico de fazer o Brasil uma grande nação. As dificuldades serão gigantescas, mas grandes conquistas exigem trabalho sério, superação e vontade de vencer. Felizmente, há um novo jogo na praça, trazendo consigo ventos de desenvolvimento e expectativas de mudanças virtuosas. Muitas oportunidades vão surgir; antes de temor, a hora exige coragem para fazer. Por tudo, vale a pena viver este promissor capítulo da nossa história. Com sorte, no final, talvez ainda encontremos um desconhecido: o capitalismo.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 129 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em outubro a ainda estratosférica marca de 275,68% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial se manteve em históricos 300,37%; e já o IPCA, em novembro, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 4,05%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2018, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,847 trilhão (52,4%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,106 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
57 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2018)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...      

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador e Legislador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.








Nenhum comentário: