quarta-feira, 12 de dezembro de 2018

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, OS DESAFIANTES E FASCINANTES HORIZONTES DO NOVO MUNDO E A LUZ DO EVANGELHO NA SUSTENTABILIDADE


“Um novo mundo chamado VUCA
        Sempre que a civilização passa por revoluções disruptivas e dissonantes, o mundo inteiro muda de maneira profunda. Nos últimos tempos, essas mudanças têm sido mais rápidas e intensas, o que gera maior probabilidade de interrupção dos modelos já conhecidos.
         Isso tem impactado as experiências, principalmente as empresas, que se viram com novos desafios nas últimas décadas. As que não conseguiram navegar pelas rápidas novidades trazidas em seu mercado por esses tipos de forças agora enfrentam mudanças inevitáveis. Entretanto, a carência de liderança, flexibilidade e imaginação para se adaptar tem ocasionado resultados negativos, o que leva a um alerta para os negócios, instituições e estados.
         Esse movimento fez surgir o termo “mundo VUCA”, que se refere ao estado atual e imprevisível dos novos tempos. VUCA é um acrônimo que significa volatility (volatilidade), uncertainty (incerteza), complexity (complexidade) e ambiguity (ambiguidade). Criada na década de 90, a ideia foi introduzida para descrever as mudanças drásticas que acontecem no mundo, focando nas incertezas e multilateridade das ações. Posteriormente, foi adotada por líderes empresariais para descrever as alterações vividas no ambiente de negócios, que se tornou caótico, turbulento e extremamente volátil, resultando na incerteza e falta de previsibilidade de problemas e eventos.
         O modelo VUCA identifica as condições internas e externas que afetam as organizações. A maioria das regras antigas já não se aplicam mais, e os limites em torno das empresas estão mudando, formando redes globais de relações complexas entre as partes interessadas.
         Para superar essa nova onda, algumas habilidades podem ser desenvolvidas para ajudar a dar sentido às lideranças em um ambiente VUCA. Algumas delas são visão, entendimento, clareza e agilidade.
         Criar uma visão e “dar sentido ao mundo” talvez seja mais importante do que em qualquer momento da história moderna para muitas empresas, já que a economia global abrange todos os países. Para isso, é necessário entender os próprios valores, mas também as intenções dos outros, capacidade essencial de saber o que você quer ser e aonde quer ir, mas se tornando aberto a várias maneiras de atingir o objetivo final.
         A busca pela clareza em relação a si mesmos e por relacionamentos e soluções sustentáveis contribui para saber como liderar nos momentos de desordem, que exigem maior capacidade de utilizar todas as facetas da mente humana. A agilidade também acaba sendo essencial, sendo ela o equilíbrio para enfrentar as forças turbulentas que não podem ser evitadas – assim, se é capaz de se adaptar rapidamente para aproveitar as vantagens que se apresentam no novo cenário.
         Com esse novo cenário, há duas possibilidades: olhar para o mundo por meio de uma lente chamada VUCA e dizer “é um mundo difícil”, ou aprender e desenvolver habilidades corretas e dizer “é um mundo que está mudando rapidamente e pode-se navegar por ele com sucesso”.”.

(DÉBORA MORALES. Mestra em engenharia de produção (UFPR) na área de pesquisa operacional, especialista em engenharia de confiabilidade (UTFPR) e graduada em estatística e em economia, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 6 de dezembro de 2018, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 7 de dezembro de 2018, mesmo caderno e página, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral transcrição:

“Evangelho sem ideologias
        Os cristãos não podem se conformar com este mundo. Esta indicação do apóstolo Paulo é bem adequada para a atualidade, quando as pessoas se deparam com diferentes ideologias. Cada uma delas capaz de promover variadas configurações para os contextos social, político e cultural. Diante dessas ideologias, os cristãos não podem negociar os ensinamentos do evangelho do reino de Deus e, consequentemente, a cidadania civil, de modo a qualificá-la.
         Obviamente, ser fiel aos princípios cristãos, diante das mais diversas ideologias, não significa isolar-se ou distanciar-se do mundo. Os discípulos de Jesus têm o compromisso insubstituível de testemunhar, com a vida, a sua fé. Vale retomar o que ensina o sermão da montanha. Jesus, na sua maestria, define e convoca seus discípulos a serem “sal da terra e luz do mundo”. Conforme orienta o Mestre, a luz, referência a comportamentos e condutas, não pode ser colocada debaixo de um caixote, por ter a propriedade de iluminar todos os que estão na casa. No que se refere ao sal – referência à sabedoria – não pode perder o seu sabor, tornando-se insosso.
         Sal e luz, alusões diretas e instigantes ao comportamento cristão, no contexto de sombras e dissabores próprios do mundo. Por isso, a tarefa missionária de todos é cultivar um jeito de ser que esteja em sintonia com a condição humana de filhos de Deus. Dessa forma, cada pessoa torna-se instrumento para alcançar o que se antevê pela fé: a consumação do reino de Deus. Jesus, no capítulo 17 do evangelho de São João, ora pelos discípulos e pede a Deus que não os retire do mundo, mas, ao mesmo tempo, não os deixe “ser do mundo”. Permaneçam fiéis e íntimos do Pai, a exemplo de Jesus, para alcançar a audaciosa meta: que “todos sejam um”.
         O evangelho, no conjunto da revelação que a palavra de Deus apresenta, é um arcabouço espiritual e moral insubstituível, páginas que configuram a identidade do discipulado em Jesus Cristo. Dedicar-se às sagradas escrituras revela uma certeza: a palavra de Deus é maior que ideologias, sempre marcadas por limitações. Os cristãos não podem permitir que o evangelho de Jesus, límpido e cristalino ensinamento, seja confundido, misturado, substituído ou negociado, para se adequar a qualquer tipo de ideologia – seja política, de gênero, cultural ou qualquer outra. Ora, distorcer o que ensina o evangelho é, justamente, estar na contramão do que diz a palavra de Deus. Trata-se de um grande risco, pois todos podem ser arrastados pelos estereótipos de “esquerda” ou de “direita” que empunham bandeiras incontestavelmente opostas às lições de Cristo.
         A complexidade desse risco se agrava no momento em que certas ideologias disseminam características aparentemente similares às do evangelho, mas, na verdade, promovem a mistura “do joio com trigo”. Existem, ainda, os que dizem defender os ensinamentos cristãos, mas, na prática, agem na contramão do evangelho. Deve-se, pois, ter clareza sobre os valores e princípios que nascem da palavra de Deus, para não misturá-los com o emaranhado de ideologias que permeiam o caminho sociocultural e político da sociedade.
         Os panoramas históricos e tipológicos de ideologias comprovam as suas complexidades, demonstradas pelas relativizações ou defesa de certas situações compreendidas como “verdades absolutas”. Isso é bem diferente do evangelho, origem de uma antropologia e uma espiritualidade que não permitem adaptações. Sabe-se que é impossível para uma sociedade ser distante ou isenta em relação a ideologias. Por isso mesmo, é muito necessário reconhecê-las como uma circunscrita visão de mundo. Uma perspectiva, entre tantas, que se torna ponto de partida para ações de pessoas ou grupos. A partir dessa realidade, pede-se a cada cristão, diante da ideologia de gênero, de ideologias político-partidárias ou culturais, para resistir, na força do testemunho de fé. Uma postura necessária para fazer valer a ética e a moral do evangelho de Jesus, no conjunto de sua palavra, que é de Deus, desdobrada na doutrina da fé e nos seus ensinamentos.
         Oportuno e qualificado exercício é ler, meditar e orar o sermão da montanha, capítulos cinco a sete do evangelho de Mateus, para uma avaliação pessoal e de grupos sociais. Quem se dedicar a esse exercício, diariamente, viverá um processo contínuo de purificação, livre de ideologias, acima delas. Testemunhará com fidelidade o evangelho.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 129 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em outubro a ainda estratosférica marca de 275,68% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial se manteve em históricos 300,37%; e já o IPCA, em novembro, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 4,05%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2018, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,847 trilhão (52,4%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,106 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
57 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2018)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...      

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador e Legislador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.




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