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segunda-feira, 21 de outubro de 2019

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS LUZES E DESAFIOS DA BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR E O ETERNO CLAMOR PELA VIDA NA SUSTENTABILIDADE


“Educação igualitária
        A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) passa a ser aplicada nas escolas públicas e privadas de todo o Brasil a partir do próximo ano. O documento de referência para os conhecimentos indispensáveis aos estudantes brasileiros foi definido pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e desponta como ferramenta de superação de dificuldades históricas por diminuir as distâncias entre a educação nas regiões – Norte ou Sul, urbano ou rural –, tornando o ensino mais igualitário.
         A BNCC da educação básica foi desenvolvida com a colaboração de especialistas, gestores, docentes e comunidades para estabelecer competência como a mobilização de conhecimentos, habilidades, atitudes e valores, priorizando habilidades socioemocionais, como autoconsciência, autogerenciamento, consciência social, habilidades de relacionamento e tomada de decisão responsável. A inclusão dessas aptidões reforça a ideia de que a escola deve formar pessoas capacitadas para identificarem emoções, trabalharem em grupo, respeitarem o outro, terem empatia, autoconfiança e habilidades de relacionamento. Crianças e jovens poderão se transformar em profissionais com capacidade cognitiva e maior formação cidadã.
         A base define o trabalho em espiral: o aluno vai rever os eixos ao longo dos anos, aumentando o nível de complexidade a cada etapa para progredir conceitualmente, conforme desenvolve habilidades e maturidade. O aprendizado envolve noções básicas sobre certa matéria desde os primeiros anos de ensino, e, quando chegar o momento de aprofundar o assunto, o estudante já terá maior familiaridade com ele.
         Entre as dez competências que precisam desenvolver ao longo da trajetória escolar, duas são referentes a tecnologia e inovação, relacionadas aos processos de aprendizagem, considerando-se o avanço de uma sociedade cada vez mais digital.
         A competência número 4, por exemplo, prevê utilização de linguagens – verbal, corporal, visual, sonora e digital – para se expressar e partilhar informações e produzindo sentidos que levem ao entendimento mútuo. A competência evidencia a necessidade de uma comunicação mais efetiva. Já a número 5 é mais específica para tecnologia ao considerar que o aluno deve dominar o mundo digital com habilidades para utilizar, com qualidade e ética, as diversas ferramentas existentes, dimensionando seu impacto no cotidiano.
         O fato é que a adaptação à BNCC será um desafio para alunos e professores. As mudanças estimularão estudantes a serem capazes de desenvolver habilidades e se tornarem protagonistas, com voz e participação ativa na aprendizagem, diminuindo desigualdades.”.

(Christina Fabel. Diretora do Colégio Instituto Coração de Jesus – Sistema Bernoulli, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 29 de setembro de 2019, caderno O.PINIÃO, página 21).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, edição de 4 de outubro de 2019, em www.domtotal.com, e que merece igualmente integral transcrição:

“Pela vida
        A Igreja Católica, pela voz de sua Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), sob a coordenação da Comissão Episcopal Pastoral Família e Vida, promove entre os dias 1º e 8 de outubro, a Semana da Vida. De viva voz, por testemunhos e por meio de projetos e programas, em nível local, regional e nacional, contemplando a interface e diálogos com a sociedade, aponta o horizonte desafiador do que representa a inegociável tarefa de trabalhar e fazer tudo pela vida.
         Tudo pela vida é o intocável compromisso de fé e cidadania que deve ser a pauta única, a antífona do hino oficial da humanidade, o jogo a ser vencido, a torcida de todos. Por isso, muito além de um mero jargão, seja acolhido o princípio vinculante: a vida é um dom de Deus, inviolável. A vida deve ser cuidada e defendida, desde o momento primeiro, na concepção, até o último, na morte natural. Dessa moldura de horizonte infinito se desdobram os compromissos, os princípios intocáveis, a inspiração modeladora de programas, a definição dos parâmetros de condutas individuais, cidadãs, nas esferas religiosas, políticas, econômicas e sociais.
         “Pela vida” se torna um clamor perene a ecoar nos ouvidos da humanidade, exigindo as urgências de caminhos novos para se fazer frente, com velocidade, às antigas e novas ameaças à vida. A humanidade está sob o peso de uma roda giratória antropológico cultural requerendo acuidade na consideração e no tratamento da vida. As relativizações do mal, de princípios e valores, nesta viragem de profundas mutações, estão exigindo um movimento consistente em entendimentos e práticas que evitem os descompassos impostos por ideologias. Para isso, são necessárias iniciativas que combatam, de modo educativo, os exageros irracionais e suicidas no tratamento da Casa Comum.
         A submissão patológica à idolatria do dinheiro e a perda do sentido da vida como dom empurram a população rumo ao nefasto e irreversível autoextermínio, conforme mostram as estatísticas. Esses males também levam à depressão que enjaula a humanidade na indiferença e na incapacidade de viver a solidariedade fraterna. “Pela vida” deve ser clamor emoldurado pelo Evangelho – o centro da mensagem de Jesus Cristo, Aquele, o Único, que deu a sua vida para que todos tenham vida, e a tenham em abundância. A incomensurabilidade desse horizonte, suas complexidades por abrigar a preciosidade maior, a vida, apontam que é preciso investir, cotidianamente, em processos educativos que capacitem as pessoas a reconhecer: viver é dom de Deus. Esse reconhecimento deve motivar projetos legislativos governamentais e dos segmentos todos da sociedade para que a vida seja respeitada, efetivamente, em todas as suas etapas.
         Em questão está o valor incomparável do ser humano. A vida humana se estende para além das dimensões da sua existência terrena, porque consiste na participação da própria vida de Deus. A perda do sentido da sublimidade dessa vocação natural, obviamente, é responsável pela desconsideração da grandeza e do valor precioso da vida humana. A Semana da Vida celebrada, os conselhos pró-vida fortalecidos, a sociedade na defesa da vida, as responsabilidades de instâncias legislativas e judiciais assumidas precisam ecoar profundamente no coração de cada pessoa. É preciso trabalhar, sistemicamente, a convicção da sacralidade de cada indivíduo, desde a concepção. Consequentemente, é preciso abominar o aborto, lutar pela justiça e pela paz, mudando cenários de pobrezas e exclusões, atentados vergonhosos contra a vida.
         Para a Igreja Católica, o amor de Deus por seus filhos e filhas, a promoção da dignidade humana e da vida são um único e indivisível Evangelho. É por isso que cada pessoa constitui o primeiro e fundamental caminho da Igreja missionária que, incansavelmente, trabalha no sentido de levar o Evangelho para todos. Há, pois, que se enfrentar as situações dramáticas, crimes e irresponsabilidades, emoldurados pela mesquinhez e falta de humanismo, para superar o inquietante e assombroso panorama que acinzenta o horizonte da civilização contemporânea. O progresso científico e os avanços tecnológicos conduzem a um novo cenário cultural que precisa de redobrados cuidados, investimentos educativos para compor um tecido com propriedades humanísticas capazes de livrar o planeta do caos.
         Não se pode assistir passivamente o espezinhar perverso de direitos fundamentais de seres humanos débeis e indefesos, como as crianças não nascidas. Vozes em coro devem inspirar iniciativas, impulsionar novas atitudes e fecundar renovadas posturas. O momento requer sensatez e humildade para que sejam reconhecidos os ricos capítulos que compõem o tesouro da humanidade, de sua história e de seu destino – tudo pela vida.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 129 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em agosto a ainda estratosférica marca de 307,20% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou em históricos 306,86%; e já o IPCA, em setembro, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 2,89%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2019, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,422 trilhão (43,6%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 758,672 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
58 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2019)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...        

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.


        



segunda-feira, 14 de janeiro de 2019

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A FORÇA DA BASE CURRICULAR NO ENSINO E A CORAGEM PARA OS GRANDES CENÁRIOS NA SUSTENTABILIDADE


“Base curricular para educação igualitária
        A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) foi aprovada recentemente com um documento de referência para os conhecimentos indispensáveis aos estudantes brasileiros. O processo foi definido pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB nº 9394/1996) e deverá implantado em todas as escolas brasileiras a partir de 2019 com prazo máximo no início de 2020. A BNCC desponta como uma ferramenta de superação de dificuldades históricas ao diminuir as distâncias entre a educação nas regiões, Norte e Sul, urbano ou rural. A implementação de um currículo nacional obrigatório torna o ensino mais igualitário, respeitando as diferenças regionais.
         A versão da BNCC para a educação infantil e o ensino fundamental foi homologada pelo Ministério da Educação (MEC) em 20 de dezembro de 2017. Já a versão sobre o ensino médio teve sua aprovação em 14 de dezembro deste ano. Juntos, os documentos formam a BNCC da educação básica, desenvolvida com a colaboração de especialistas, gestores, docentes e das comunidades.
         A proposta define competência como a mobilização de conhecimentos (saberes), habilidades (capacidade para aplicar os saberes no cotidiano), atitudes (força interna para utilizar os conhecimentos e habilidades) e valores (capacidade para utilizar os conhecimentos e habilidades conforme valores universais, como direitos humanos, ética e justiça social para resolver situações complexas do cotidiano, em casa ou no trabalho, por exemplo.
         A base propõe competências priorizando habilidades socioemocionais, como autoconsciência, autogerenciamento, consciência social, habilidades de relacionamento e toma de decisão responsável. A inclusão dessas habilidades reforça a ideia que a escola deve ir além de apenas se debruçar sobre conteúdos, pois é necessário formar pessoas capacitadas para identificarem emoções, trabalharem em grupo, respeitarem o outro, terem empatia, autoconfiança e habilidades de relacionamento. As crianças e jovens poderão se transformar em profissionais com capacidade cognitiva, mas, também, com maior formação cidadã.
         A base ainda estabelece o trabalho em espiral, ou seja, o aluno vai rever os eixos ao longo dos anos, aumentando o nível de complexidade a cada etapa para progredir conceitualmente, conforme desenvolve habilidades e maturidade. A criança aprenderá as noções básicas sobre certa matéria, desde os primeiros anos de ensino e, quando chegar ao momento de aprofundar aquele assunto, já terá maior familiaridade.
         Entre as 10 competências que os estudantes precisam desenvolver ao longo da trajetória escolar, duas delas são referentes a tecnologia e inovação que devem ser relacionadas com os processos, com a aprendizagem, considerando o avanço de uma sociedade cada vez mais digital.
         A competência número 4 prevê a utilização de linguagens – verbal, corporal, visual, sonora e digital para se expressar e partilhar informações e produzir sentidos que levem ao entendimento mútuo. A competência evidencia a necessidade de uma comunicação mais efetiva, abrangendo diferentes formas de expressão e plataformas, até porque a leitura e a escrita são apenas algumas das maneiras de se comunicar atualmente.
         Já a número 5 é mais específica para tecnologia ao considerar que o aluno deve dominar o mundo digital com habilidades para utilizar, com qualidade e ética, as diversas ferramentas existentes, dimensionando o impacto dela no cotidiano das pessoas.
         O fato é que a adaptação à BNCC será um desafio para alunos e professores. As mudanças estimularão estudantes a serem capazes de desenvolver melhor suas habilidades e se tornarem protagonistas no âmbito escolar com voz e participação ativa na aprendizagem, diminuindo as desigualdades.”.

(CHRISTINA FABEL. Diretora do Colégio ICJ Sistema de Ensino Bernoulli, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 2 de janeiro de 2019, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 5 de janeiro de 2019, mesmo caderno e página, de autoria de MIRTES CIPRIANO, MBA em gerenciamento de projetos pela Fundação Getúlio Vargas e mestre em comunicação, administração e educação pela Universidade São Marcos, e que merece igualmente integral transcrição:

“Coragem. É o que temos para 2019
        O que a vida quer da gente é coragem, diria Guimarães Rosa. Mas aqui não é sobre autoajuda. 2019 começou a partir do nosso planejamento, iniciado no ano anterior, ou até antes. Mas, com a virada do ano, chegou a hora da colheita. Ou do plantio retardatário, se for o caso.
         De acordo com a lógica dos ciclos, quando a situação econômica do país a dar sinais de agravamento, especialistas previam que este seria o ano da retomada do crescimento. E nós vamos acreditar que todos os movimentos da política e da economia nacional e internacional não afetaram essa projeção, porque tanto antes o brasileiro arregaçar as mangas, mais cedo os resultados começam a aparecer.
         E em tempo: precisamos deixar de buscar as soluções em fórmulas mágicas e acreditar, cada vez mais, em nossa capacidade de entrega. Vejo esse como o melhor caminho, por uma razão bem simples: como teremos a confiança das organizações se nós mesmos duvidamos da nossa competência para gerar resultados?
         O ganho em competitividade é o desafio a ser vencido em 2019. É natural, dadas as mudanças políticas em curso, que resultam em cautela do mercado – apesar do atual estado de aparente euforia nas bolsas e no cenário de emprego. Minha pergunta é: será que nós, os trabalhadores brasileiros, estamos preparados para este novo momento? Que momento é esse?
         Acredito que estejamos vivendo a reta final da zona de conforto, dos regimes celetistas regados a benefícios e à longevidade dos vínculos. Mesmo porque esses vínculos estão sendo fragilizados pela falta de compromisso formal dos dois lados.
         E é bom que se registre: estudo realizado pela MSW Research para a Dale Trining entre 2012 e 2018 com 439 analisados mostra a remuneração em posição não prioritária no ranking de motivação e satisfação geral no emprego. Para um universo amplo de profissionais engajados – 64% –, o salário não é o principal motivador para sua permanência nas empresas.
         Ou seja, elas precisam ter algo mais a oferecer, embora as pessoas tenham na atividade profissional a sua fonte de subsistência. Mas o sentimento de valorização, as relações com a chefia imediata e a afinidade com os valores da marca são determinantes.
         Os recursos disponíveis não poderiam ser melhores, com a alta do desemprego nos últimos anos, que resultou em mão de obra altamente qualificada e sem emprego. Mas até o raciocínio é perverso, inspirado em práticas duvidosas de empresários e gestores que pretendem lucrar às custas do desespero alheio.
         O ano que se inicia pode ser marcado por um cenário novo, de empreendedorismo cooperativo, que leva em conta a nova realidade das relações de trabalho. Mais resultados, menos perfumaria em relatórios. A remuneração por resultados, o adeus forçado ao contrato celetista e a otimização do tempo de produção podem desenhar uma lógica de parceria.
         Neste novo contexto, colaboradores deixariam de reclamar da sobrecarga de trabalho, da falta de incentivos e de oportunidades de crescimento. Empregadores, por sua vez, deixariam de reclamar da crise – e uso equivocado desta justificativa para achatar salários, cortar benefícios e, por fim, dizimar e juniorizar suas equipes.
         Sabe aquela lógica de que negócio bom é para todos os lados? Então, é isso. Mas não se trata aqui de defender ou criticar um modelo ou outro, apenas de opinar sobre uma situação que parece irreversível.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 129 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em novembro a ainda estratosférica marca de 279,83% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial se manteve em históricos 305,71%; e já o IPCA, em dezembro, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 3,75%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2019, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,422 trilhão (43,6%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 758,672 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
57 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2018)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...      

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador e Legislador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.
 


quinta-feira, 25 de outubro de 2018

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A LUZ DO ENCANTAMENTO E INOVAÇÃO NAS ESCOLAS E O PODER DOS VALORES E PRINCÍPIOS NA SUSTENTABILIDADE


“Escola pública: encantamento e inovação
        Um movimento de renovação tem permeado as mudanças propostas pelo governo e pela sociedade em direção ao que a escola deve ensinar para reparar os alunos, de forma mais humana, para um mundo em constante transformação. Para enfrentar tantos desafios, as novas gerações terão de desenvolver logo cedo, na primeira infância, características como resolução colaborativa de problemas, empatia, tolerância, resiliência e pensamento analítico. Isso se aplica também ao ensino público, que historicamente enfrenta obstáculos estruturais para garantir que os alunos realmente aprendam.
         Sabemos que o Brasil gasta 6% do Produto Interno Bruto (PIB) na educação pública por ano, índice superior à média da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), que é o de 5,5%. Ainda assim, vemos todos os dias na mídia notícias sobre o desempenho ruim de alunos da rede pública em diferentes avaliações. Os últimos dados divulgados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), referentes ao ano de 2017, apontam que os anos iniciais do ensino fundamental da rede pública atingiram a meta do país, crescendo 37% em 10 anos e no ensino médio, o desempenho de estudantes da rede pública segue abaixo da média nacional.
         Isso comprova que há muito a ser feito para transformar a escola pública em espaço de encantamento. Porém, quando analisamos os dados com a intenção de cobrar a esfera pública a respeito de suas responsabilidades diante de um direito previsto na Constituição, que é a educação, esquecemos de olhar para aquilo que vem sendo feito de positivo. Escolas de diferentes regiões do país têm se mobilizado, por meio de gestores e professor inspirados, em aplicar de forma criativa soluções pedagógicas que contribuem para desenvolver as competências exigidas na educação do século 21.
         As competências socioemocionais, um dos conjuntos de habilidades que a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) prevê nos currículos das escolas até 2021, têm sido exploradas de diferentes formas em escolas da rede pública há anos. Uma das ferramentas para isso são jogos de raciocínio, que permitem aos alunos experimentar em um contexto controlado situações da vida real.
         Muitas vezes, a visão de ensino se restringe às disciplinas tradicionais e nos esquecemos de que brincar, colaborar, construir e reconstruir são atos inerentes ao ser humano e que podem ser aplicados, de formas relativamente simples, para conferir significado ao que é aprendido na escola. Quando conectamos o conteúdo à realidade cotidiana, o que fica na mente dos alunos é muito mais duradouros. E nas escolas públicas não é diferente. A capacidade de engajar e surpreender não depende apenas de recursos bem aplicados, mas, acima de tudo, da vontade coletiva de fazer diferente.”.

(SIDNEY ORTEGA. Head comercial do setor público da Mind Lab, empresa líder mundial em pesquisa e desenvolvimento de soluções educacionais inovadoras, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 26 de setembro de 2018, caderno OPINIÃO, página 9).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 19 de outubro de 2018, mesmo caderno, página 7, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral transcrição:

“Voltar aos princípios
        O crescimento de extremismos e polarizações é um fenômeno que impacta ambientes diversos, inclusive os contextos religioso e político. A situação é grave e indica urgente necessidade: que a sociedade brasileira recupere princípios perdidos. E existe uma nascente cristalina que deve ser revisitada: o evangelho de Jesus Cristo. É nessa fonte inesgotável dos valores que promovem a vida que as pessoas devem se banhar.
         O mundo necessita de princípios que favoreçam o diálogo, com força terapêutica capaz de corrigir atitudes que ameaçam a vida cotidiana. E neste momento eleitoral, particularmente, a sociedade brasileira carece dos valores cristãos, pois está desafiada a reconstruir a democracia. A retomada de princípios do evangelho é essencial para promover ajustes nos funcionamentos governamentais, pois faz com que a promoção do bem comum torne-se, efetivamente, o objetivo a ser buscado. Quem age à luz dos valores cristãos busca superar situações de exclusão e de discriminação, trabalha para construir uma sociedade solidária, com mais igualdade.
         Por tudo isso, é preocupante perceber que a sociedade distancia-se de princípios essenciais e cultiva polarizações. A história da humanidade ensina que as diferentes formas de extremismo nunca foram solução, pois acentuam os conflitos entre os que têm convicções e visões de mundo diferentes. As consequências são graves, prejudiciais à vida em sociedade. Seja, pois, substituído o cultivo do extremismo pela abertura ao diálogo. Um caminho que se faz observando os princípios do evangelho, obedecendo-os amorosamente. Assim, é possível recompor a sociedade e combater as fontes de violência.
         De modo particular, vale rever a indicação do sermão da montanha: “Bem-aventurados os que promovem a paz” (Mt 5,9). Uma lição de Jesus que é o ponto de partida determinante. Se cada indivíduo se empenhar na busca da paz, seria possível superar a rigidez excessiva, que motiva julgamentos, discriminações, exclusão, e a danosa permissividade – que leva à negociação de tudo, inclusive da vida. Se cada pessoa não assumir o compromisso de se tornar coração da paz, os acirramentos demolidores vão se multiplicar, impossibilitando o diálogo. As pessoas vão permanecer reclusas na própria mentalidade e visão de mundo, sem conseguir enxergar soluções para promover o bem comum.
         Gravitar entre a rigidez excessiva e a permissividade é processo desgastante, sem eficácia na construção de novos rumos que levem à fraternidade e à solidariedade. Por isso mesmo é urgente voltar aos valores do evangelho, com força para recompor o tecido sociopolítico do Brasil. Essa urgência é ainda mais evidente quando se considera o desgaste da política partidária, que sofre um processo histórico de degradação. Uma consequência dessa corrosão é a carência de líderes com competência humanística para conduzir processos de gestão que permitam construir um futuro melhor.
         Outra situação grave, que também é fruto do desgaste da política partidária, é o contexto eleitoral tristemente marcado pela raiva, com impactos, inclusive, nos relacionamentos familiares. Esse cenário alimenta preconceitos e outras formas de violência. Não há dúvida sobre a necessidade de uma reforma política, mas, para isso, os brasileiros devem se mobilizar para a promoção da democracia. Assim se conquista o desenvolvimento integral e sustentável, promovendo inclusão e bem-estar, principalmente, dos mais pobres.
         O ponto de partida para nós, bispos da Arquidiocese de Belo Horizonte, é indicado na mensagem dedicada ao contexto eleitoral que apresentamos nesta semana: sejam retomados os princípios do evangelho, garantia para a abertura de novos e promissores ciclos para a população brasileira. A Igreja Católica não recomenda candidatos, pois os cidadãos são livres para definir seus votos, mas orienta que sejam observados critérios capazes de promover a justiça, a fraternidade e a solidariedade. O convite é para que todos possam conhecer e partilhar a nossa mensagem, retomando os princípios do evangelho. Que a palavra de Deus ilumine a inteligência de cada cidadão, para que todos sejam capazes de identificar qual candidato reúne as melhores condições para construir um futuro melhor.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 128 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em agosto a ainda estratosférica marca de 274,0% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial se manteve em históricos 303,19%; e já o IPCA, em setembro, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 4,53%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2018, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,847 trilhão (52,4%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,106 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
57 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2018)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...      

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador e Legislador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios,
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.