“Professor
do futuro
Ainda que o pensamento
de Papert tenha sido por diversas vezes analisado no campo teórico-científico
da educação, é possível afirmar que as reflexões sobre o papel do professor na
contemporaneidade estão a largo de se esgotarem.
Se
considerarmos as evoluções e revoluções ocorridas na medicina no último século,
a começar pelo aprimoramento de práticas e de uma infinidade de processos sob o
guarda-chuva da revolução técnico-científica, é notório que o processo
ensino-aprendizagem na educação formal brasileira parece ter encaminhado por
outra direção. Ou, talvez, tenha permanecido em um longo período de hibernação.
O
advento da revolução da informática e da internet, por exemplo, impôs à
sociedade uma série de transformações, sobretudo no que tange à construção de
amplas redes de comunicação e informação, as quais atribuem novos significados
às relações humanas e propiciam o surgimento de uma pluralidade de identidades
em âmbitos local e global.
Tais
mudanças revelam a necessidade de adequar processos em estruturas já
consolidadas, mas que, decerto, revelam certa obsolescência, como é o caso da
educação formal.
Há
tempos, estudiosos revelam a necessidade de se (re)pensar a educação e seus
entrelaçamentos. Nesse caso, em específico, cabe ponderar sobre a função do
professor, que precisa se descolar do quadro-negro e do giz se, de fato,
almejar um processo educativo que dê protagonismo ao estudante do século 21.
Não se
trata de abandonar, definitivamente, o método da aula expositiva, mesmo porque
tal aplicação fez com que muitos de nós chegássemos até aqui no momento
presente.
O
professor do futuro deve abandonar a simples reprodução de práticas apreendidas
junto aos seus docentes formadores. Talvez a melhor expressão para resumir esse
antepassado seja “clonagem pedagógica”, proferida pelo professor-pesquisador
Simão Pedro Marinho.
Melhor
explicitando, a “clonagem pedagógica” seria a repetição fiel de aulas
ministradas em outros contextos espaço-temporais. Em muitos casos, professores
se autotrapaceiam, clonando aulas de si próprios. O professor do futuro deve,
então, pensar em aula, para além do conteúdo, com foco no desenvolvimento de
habilidades e competências necessárias aos cidadãos que estão em formação.
Pensar a aula significa identificar as melhores estratégias e os recursos mais
pertinentes que contribuirão com a efetivação dos objetivos de aprendizagem
propostos. Ao seu alcance, o professor deve ter um sem número de recursos,
sejam eles tradicionais ou inovadores, analógicos ou digitais.
Considerando-se
que a docência é uma função inacabada, inesgotável e em constante
ressignificação, cabe ao professor do futuro o papel de mediar, de direcionar a
aprendizagem dos estudantes, deixando-os seguros para que possam realizar
escolhas assertivas, dentro dos projetos de vida que são inerentes a cada
indivíduo.
Talvez,
o pensamento do cientista Saymour Papert fique situado em um passado cada vez
mais distante. Porque, agora, o que se vislumbra é o professor do futuro. E o
futuro já é o instante que se aproxima.”.
(BELISA
RABELO DE ANDRADE. Professora do Colégio Franciscano Sagrada Família, em
artigo publicado no jornal ESTADO DE
MINAS, edição de 13 de março de 2019, caderno OPINIÃO, página 7).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a
Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição,
caderno e página, de autoria de KRISTIAN
RODRIGO PSCHEIDT, que atua no escritório Costa Marfori Advogados, professor
de cursos de graduação e pós-graduação em direito e doutor em direito político
e econômico pela Universidade Prebisteriana Mackenzie, e que merece igualmente
integral transcrição:
“Combate
à sonegação
O sistema tributário
brasileiro é capaz de arrecadar R$ 2 trilhões por ano, o que significa quase
35% do Produto Interno Bruto (PIB). Isso porque a Constituição de 1988 é a que
mais contém dispositivos em matéria tributária no mundo. E, desde então, já
foram criadas 363.779 novas normas. Nosso complexo sistema é composto por mais
de 70 tipos de tributos, entre impostos, taxas e contribuições.
Desde
2007, o país vem utilizando o Sistema Público de Escrituração Digital (SPED),
criado pelo governo federal para recebimento de informações fiscais e contábeis
via internet.
Esse
sistema fiscal virtual trouxe uma consequência importante para o contribuinte:
o cruzamento de dados tributários. Aqueles que sonegam tributos estão sendo
identificados com muito mais rapidez. E não são poucos! Estima-se que 13% do
PIB é sonegado (R$ 280 bilhões/ano).
Foram
recebidas declarações fiscais de mais de cinco milhões de empresas e mais de 29
milhões de declarações de Imposto de Renda pessoa física, só em 2018.
Além
disso, os dados tributários hoje são comparados com dados do Ministério
Público, Polícia Federal, Banco Central do Brasil e Coaf (Conselho de Controle
de Atividades Financeiras).
Certamente, os detalhes
de como é efetivado o combate à sonegação são sigilosos. Porém, não há dúvida
de que são realizados por inteligência artificial e processados por meio de
supercomputador
Um deles é o T-REX, que
processa as informações fiscais da Receita Federal do Brasil. Um
supercomputador fabricado pela IBM que pesa cerca de uma tonelada e tem
capacidade de processar e cruzar dados de uma quantidade de contribuintes
correspondente ao Brasil, Estados Unidos e Alemanha, juntos. São sete centros
de armazenamento e processamento de dados no Brasil.
Nele, toda declaração fiscal é comparada com a base de
dados. Trata-se de um conjunto de malhas: a malha cadastro, malha fiscal, malha
débito. O termo “malha fina” é uma abstração ao processo de verificação de inconsistências
da declaração do imposto IRPF e IRPJ, e age como uma espécie de peneira para os
processos de declarações que estão com alguma pendência, impossibilitando sua
restituição.
O software Harpia,
batizado com o nome da ave de rapina mais poderosa do país, foi desenvolvido
por engenheiros dos dois centros de tecnologia de São Paulo, o ITA (Instituto
Tecnológico de Aeronáutica) e o centro tecnológico da Unicamp. O objetivo foi
integrar e sistematizar as bases de dados da Receita Federal, captando
informações de outras fontes, tais como das secretarias estaduais e municipais
de Fazenda.
Por meio da combinação
e análise de informações dos contribuintes, o software consegue identificar se
existem indícios de operações fraudulentas, quer sejam consideradas de alta ou
baixa gravidade pelo Fisco.
A Receita Federal
também trabalha em conjunto com o Banco Central do Brasil (BC), que tem uma
ferramenta específica chamada de Hal, mas com nome oficial de Cadastro de Clientes
do Sistema Financeiro Nacional (CCS). Só há dois sistemas parecidos no planeta.
Um na Alemanha e outro na França, mas ambos são inferiores ao brasileiro.
Esse supercomputador,
além da capacidade bruta de processamento, está equipado com um software elaborado
sob as regras da inteligência artificial e consumiu a maior parte dos R$ 20
milhões utilizados para sua construção.
Ele rastreia as
transações bancárias de todas as 182 instituições financeiras do país, criando
uma pasta de arquivos para cada correntista do Brasil (em apenas quatro dias de
operação, o sistema criou cerca de 150 milhões de pastas), atribuindo aos
titulares as operações realizadas em cada conta.
Juntos, os três
sistemas de supercomputadores são alimentados, diariamente, pelas inúmeras
declarações oriundas do SPED e do sistema financeiro e cumprem o objetivo de
integrar e sistematizar as bases de dados da Receita Federal. Isso dá ao
governo o poder de cruzar milhares de informações, ajudando as entidades
fazendárias nas tarefas de fiscalização e controle.
E tudo isso é
absolutamente lícito, especialmente após o Supremo Tribunal Federal (STF)
julgar constitucional a Lei Complementar 105/2001, que permite à Receita
Federal receber dados bancários de contribuintes fornecidos diretamente pelos
bancos, sem prévia autorização.”.
Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e
oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança
de nossa história – que é de ética, de
moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e
sustentavelmente desenvolvidas...
Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras
cruciais como:
a) a excelência educacional – pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde
a educação infantil (0 a 3 anos de
idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo
da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira
série do ensino fundamental, independentemente
do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas
públicas, gerando o pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim,
129 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o
início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas
as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da
educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da
participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b) o combate implacável, sem eufemismos e
sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:
I – a inflação, a exigir permanente,
competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares
civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa
de juros do cartão de crédito atingiu em janeiro a ainda estratosférica marca
de 286,93% nos últimos doze meses, e a
taxa de juros do cheque especial chegou em históricos 315,58%; e já o IPCA, em
fevereiro, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 3,89%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa
promiscuidade – “dinheiro público versus interesses privados”
–, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando
incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária
ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da
Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor,
de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é
cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional; eis, portanto, que todos os valores que vão
sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518
anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios,
malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a
corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar
inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo,
segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a
“... Desconfiança das empresas e das famílias é
grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase
nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses
recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à
ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de
infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de
planejamento...”;
c) a dívida pública brasileira - (interna e
externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para
2019, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos
Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e
insuportável desembolso de cerca de R$
1,422 trilhão (43,6%), a título de juros, encargos, amortização e
refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 758,672 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria
grega, do direito e da justiça:
- pagar,
sim, até o último centavo;
-
rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
-
realizar uma IMEDIATA, abrangente,
qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda
a propósito, no artigo Melancolia,
Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente
degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das
contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).
Destarte,
torna-se absolutamente inútil lamentarmos
a falta de recursos diante de tão
descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a
nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a
credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e
regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores
como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias,
hidrovias, portos, aeroportos); a educação;
a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos
sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana
(trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às
commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência
social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas;
polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência,
tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações;
qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –,
transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e
melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre
outros...
São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira
alguma, abatem o nosso ânimo e nem
arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta
grande cruzada nacional pela excelência
educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada,
civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e
desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas
riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos
os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos
bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de
infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à
luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização
das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas
tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a
nossa esperança... e perseverança!
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
57 anos
de testemunho de um servidor público (1961 – 2018)
-
Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
-
ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por
uma Nova Política Brasileira ...
- Pela
excelência na Gestão Pública ...
- Pelo
fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares
do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e,
ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A
alegria da vocação ...
Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou
asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...
E
P Í L O G O
CLAMOR
E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO
“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte
de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra
sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios,
ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da
dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.
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