“Data
lake é a bola da vez
Assim como o big data é
um termo já inserido no dia a dia das grandes empresas, outros conceitos surgem
a partir da transformação digital e vão ganhando cada vez mais visibilidade por
meio de novos estudos, projetos e eventos com a participação de especialistas e
profissionais da área. Um desses conceitos é o data lake que, em essência,
significa estratégia de armazenamento de dados. Para quem trabalha com
tecnologia da informação, ter uma gestão eficiente e uma estratégia bem
desenhada para armazenar informações refletem o nível de maturidade do projeto.
Isso
porque, independentemente do tamanho da companhia, só é possível pensar em data
lake depois de ter passado por algumas etapas importantes da cultura digital.
Em uma fase mais avançada, empresas que rodam na nuvem já utilizam diversas
fontes de dados – que podem ser estruturados ou não – para aprender com a jornada
dos usuários na web e sugerir produtos e serviços de maneira mais assertiva. A
aplicação de ferramentas de análises, como o business intelligence (BI),
aumentam as chances de resultados positivos a partir de uma ação direcionada.
Dados
não estruturados são todos aqueles que não são apresentados em planilhas, por
exemplo, mas estão disponíveis na web para quem souber extraí-los. Podem ser
gerados a partir de postagens nas redes sociais, comentários em determinadas
publicações etc. Posso garantir que as possibilidades são quase infinitas e,
por conta do grande volume de informações possíveis de serem coletadas, é
preciso um repositório que comporte esses dados em seu estado cru, antes que
sejam filtrados e classificados.
A utilização desse tipo de dado para
tomada de decisões ainda é uma novidade dentro do data lake e abre diversas
possibilidades, entre elas a análise dessas informações em tempo real. Vamos
supor que você atua em uma empresa que vende passagens aéreas utilizando dados
não estruturados, você pode monitorar as redes sociais e saber, por exemplo,
que está acontecendo um desastre na Flórida e que não será uma boa ideia
sugerir passagens para essa região aos seus clientes.
Por
isso, é importante pensar no data lake como uma estrutura complexa que pode
viabilizar a implementação de diversas ferramentas eficazes, como o machine learning, que é o aprendizado de
máquinas a partir de dados comportamentais. Entretanto, há muito mais em jogo
no mundo da tecnologia do que podemos aplicar no nosso dia a dia. E é por esse
dinamismo que acredito que os profissionais de engenharia de dados e os
cientistas serão, cada vez mais, requisitados nas companhias. Eles terão o
papel fundamental de apoiar as organizações nessa realidade em que os dados
valem ouro, desde que sejam armazenados e manipulados corretamente e com
segurança.”.
(MARCO
AURÉLIO DE OLIVEIRA. Executivo de contas da Mandic Cloud Solutions, em
artigo publicado no jornal ESTADO DE
MINAS, edição de 7 de março de 2019, caderno OPINIÃO, página 7).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a
Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição,
caderno e página, de autoria de GAUDÊNCIO
TORQUATO, jornalista, professor titular da USP, consultor político e de
comunicação, e que merece igualmente integral transcrição:
“A
degradação da política
A política desceu ao
fundo do poço. Nos últimos tempos, parcela ponderável da representação popular
caiu nas malhas da Operação Lava-Jato. Sua imagem está em baixa. É verdade que
temos um novo quadro parlamentar no Senado e na Câmara dos Deputados.
Tradicionais nomes foram despejados das cúpulas côncava e convexa do
Parlamento. Persiste, porém, a dúvida: os novos nomes representam compromissos
com uma nova política?
Os
sinais não são animadores. A base do governo, em processo de formação, mostra
que, sem participar da administração federal, não vai fincar pé em sua defesa.
O dilema se impõe: como pode o país exibir melhorias nos níveis gerais de vida
da população – taxas de escolaridade, distribuição de renda, índice de
desenvolvimento humano – quando a qualidade política deixa a desejar?
Norberto
Bobbio lembra que o valor central da democracia representativa é o papel do
“quem”: o parlamentar deve ser fiduciário e não o delegado; e, quanto ao “quê”
(fazer), o fiduciário deve representar demandas sociais e não interesses
particulares. O titular de um mandato vincula-se ao eleitor, ao qual deve
obedecer.
Entre
nós, os ajuntamentos que consideram o mandato seu feudo se multiplicam. São
esses que têm como foco cargos e espaços no governo, por entender o mandato
como domínio pessoal. Grande parte desses tipos integra o que se chama de
“baixo clero”, geralmente localizado nos fundões do plenário. Essa legião seria
mais sensível a barganhas. Não se pretende dizer que os cardeais do “alto
clero” são puros. Dinarte Mariz, estrela do Senado nos tempos de chumbo,
costumava dizer: “Todo homem tem seu preço e eu sei o preço de cada um”. O
velho senador potiguar se referia ao indefectível traço do caráter político: o
jogo de recompensas.
O
rebaixamento do nível parlamentar se reforça com a substituição do paradigma
clássico da democracia representativa – a promoção da cidadania – pelo
parâmetro de uma “democracia funcional”, formada para abrigar interesses de
grupos especializados da sociedade pós-industrial. Cientistas políticos, como o
francês Maurice Duverger, chegam a definir a democracia de nosso tempo como
“tecnodemocracia”, amparada em organizações complexas e nos conjuntos que
integram um novo triângulo do poder, formado pelo sistema político, pela alta
administração e pelos círculos de negócios. (A Operação Lava-Jato fisgou
representantes dessa tríade).
Em
democracias clássicas, os impactos desse modelo, apesar de fortes, não chegam a
eliminar a missão dos partidos políticos. Mas em democracias incipientes, como
a nossa, os efeitos se fazem sentir. A perda de força dos partidos abre espaço
para a formação de bancadas temáticas, como as de grupos econômicos (ruralistas,
por exemplo); profissionais liberais (médicos, advogados etc.); sindicalistas;
religiosas; em defesa do armamento; funcionários públicos etc. Seu traço de
união é o corporativismo. São os arquipélagos do oceano parlamentar. Tentam
substituir o todo pelas partes.
Sob
essa formação, o processamento das demandas sociais passa a enfrentar
barreiras. A fragmentação de interesses obscurece a visão de prioridades. Não
se consegue definir um norte. Basta ver a pluralidade de pontos de vista sobre
as reformas, a começar pela da Previdência.
O
parlamentar que chega ao Congresso vai privilegiar o conjunto ao qual pertence.
Delegado de um grupo, o congressista vê-se livre de compromissos mais amplos.
Desse modo, o voto da base da pirâmide acaba sendo canalizado para atores mais
sensíveis ao balcão da política.
Sem
doutrina, os atores personalizam o poder, transformando a política em
espetáculo. A degradação ganha volume, mais ainda ao se deparar com o poder
imperial do Executivo, useiro e vezeiro na arte de praticar um presidencialismo
de coalizão com a solda irresistível de cargos e posições na estrutura
administrativa. O cambalacho se expande. Não é de surpreender que perfis
canhestros, afeitos ao Estado espetáculo, passem a dominar os espaços do
Parlamento. Eis o preço de uma democracia claudicante.
A
esperança é que o Brasil pós Lava-Jato encontre o fio da racionalidade e a
representação política, estonteada pelos abalos que macularam a instituição
parlamentar, inicie nova jornada, usando sabão e esponja para limpar a lama que
inundou os dutos das casas congressuais.”.
Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e
oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança
de nossa história – que é de ética, de
moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e
sustentavelmente desenvolvidas...
Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras
cruciais como:
a) a excelência educacional – pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde
a educação infantil (0 a 3 anos de
idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo
da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira
série do ensino fundamental, independentemente
do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas
públicas, gerando o pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional
(enfim, 129 anos depois, a República proclama o que esperamos seja
verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira
incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria;
a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da
democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b) o combate implacável, sem eufemismos e
sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:
I – a inflação, a exigir permanente,
competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares
civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa
de juros do cartão de crédito atingiu em janeiro a ainda estratosférica marca
de 286,93% nos últimos doze meses, e a
taxa de juros do cheque especial chegou em históricos 315,58%; e já o IPCA, em
fevereiro, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 3,89%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa
promiscuidade – “dinheiro público versus interesses privados”
–, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando
incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária
ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da
Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor,
de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é
cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional; eis, portanto, que todos os valores que vão
sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518
anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios,
malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a
corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar
inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo,
segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a
“... Desconfiança das empresas e das famílias é
grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase
nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos
e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à
ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de
infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de
planejamento...”;
c) a dívida pública brasileira - (interna e
externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para
2019, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos
Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e
insuportável desembolso de cerca de R$
1,422 trilhão (43,6%), a título de juros, encargos, amortização e
refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 758,672 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria
grega, do direito e da justiça:
- pagar,
sim, até o último centavo;
-
rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
-
realizar uma IMEDIATA, abrangente,
qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda
a propósito, no artigo Melancolia,
Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente
degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das
contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).
Destarte,
torna-se absolutamente inútil lamentarmos
a falta de recursos diante de tão
descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a
nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a
credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e
regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores
como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias,
hidrovias, portos, aeroportos); a educação;
a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos
sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana
(trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às
commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência
social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas;
polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência,
tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações;
qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência,
eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com
menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...
São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira
alguma, abatem o nosso ânimo e nem
arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta
grande cruzada nacional pela excelência
educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada,
civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e
desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas
riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos
os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos
bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de
infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à
luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização
das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas
tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a
nossa esperança... e perseverança!
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
57 anos
de testemunho de um servidor público (1961 – 2018)
-
Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
-
ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por
uma Nova Política Brasileira ...
- Pela
excelência na Gestão Pública ...
- Pelo
fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares
do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e,
ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A
alegria da vocação ...
Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou
asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...
E
P Í L O G O
CLAMOR
E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO
“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte
de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra
sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios,
ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da
dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.
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