“Por
um mundo com horizontes mais amplos
Em uma escola
internacional, o som das conversas e das brincadeiras de crianças e
adolescentes é ritmado pela diversidade: “learning”, “aprendizaje” e “apprentissage”
enriquecem os significados de “aprendizagem”, em um ambiente no qual, de forma
natural e espontânea, a interação em duas ou mais línguas é incentivada. Nesse
espaço escolar, desenvolve-se um cidadão do mundo, que utiliza idiomas diversos
de forma simultânea e que, segundo pesquisas, por meio da educação
internacional, apresenta grande sociabilidade, maior facilidade de aquisição de
conhecimento, percepção e compreensão interculturais aprimoradas e respeito à
diversidade. A educação bilíngue – se não multilíngue – está tornando-se,
rapidamente, a melhor maneira de educar no século 21.
A importância
dessa nova forma de ensinar e de aprender já é amplamente conhecida. Com as fronteiras
geográficas e culturais aproximadas – ou derrubadas – pelo avanço tecnológico e
pela globalização, falar, ler e escrever de forma múltipla, comunicando-se
flexivelmente por meio das diferentes mídias e em mais de uma língua, são
habilidades essenciais para o desenvolvimento social das crianças e
adolescentes. Mudar de uma língua para outra, traduzir, misturar e,
efetivamente, comunicar é o que garante a participação em interações globais e
locais. Além disso, o ensino internacional traz a compreensão e o respeito
multicultural, contribuindo para uma sociedade e um mundo em que as pessoas
coloquem-se no lugar do outro e sejam capazes de compreendê-lo.
Mas
como construir a educação bilíngue ou multilíngue? Diferentemente dos programas
de educação tradicional (nos quais outro idioma é ensinado como disciplina
isolada), na escola internacional, a segunda língua é o meio pelo qual os
alunos aprendem culinária, praticam esportes, fazem atividades artísticas,
desenvolvem projetos transdisciplinares e criam experiências em laboratórios,
entre outras ações. O idioma é utilizado dentro e fora da escola da sala de
aula e, dessa forma, o aluno é, naturalmente, exposto aos idiomas em contextos
diversos, facilitando a aquisição. A língua estrangeira é o meio, a forma de
instrução: aprende-se fazendo e experimentando com atividades envolventes,
estimulantes e desafiadoras.
O ensino
fundamental deve ser desenvolvido de maneira contextualizada, de forma que o
aprendizado de uma segunda ou terceira língua seja baseado nos conhecimentos
prévios do estudante, suas necessidades e interesses. Deve proporcionar ao
estudante estabelecer conexões entre a vida na escola, a vida em casa e a vida
em um contexto global, desenvolvendo as relações e estabelecendo parâmetros para
aprendizados futuros. Ao posicionar-se como responsável pela formação global de
seus alunos, com foco não apenas no desenvolvimento do conhecimento técnico, a
escola internacional, por meio da educação integral e multicultural, desenvolve
tolerância, integridade e grande apreciação pela diversidade humana. A educação
multilíngue é igualitária e, indiscutivelmente, torna a escola mais
significativa e seus alunos mais abertos à compreensão e à cooperação, em nível
global.”.
(MARIANGELA
HOOG CUNHA STUDART. Especialista no ensino bilíngue, mestre em educação e
diretora de novos produtos do Colégio Positivo, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 22 de março
de 2019, caderno OPINIÃO, página 7).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a
Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição,
caderno e página, de autoria de DOM
WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e
que merece igualmente integral transcrição:
“Sereis
medidos
Com a medida com
medirdes, sereis medidos – adverte Jesus na sua maestria. O propósito do Mestre
era, e continua sendo, qualificar seus discípulos na condução da vida, de modo
a prosseguirem na direção da verdade e da justiça até o patamar mais alto, o
amor. Essa advertência inscreve rica possibilidade de acertos e consertos,
frente aos sinais alarmantes da vida humana, descompassada, particularmente na
contemporaneidade.
Definitivamente,
não há possibilidade de acertar os rumos enquanto os descompassos nos
relacionamentos entre pessoas avançarem desmedidamente, fragilizando os
vínculos que deveriam sustentar e manter os indivíduos e a coletividade na
direção do bem, que se quer e não se consegue alcançar.
É
perigoso e irracional a conduta de indivíduos que se colocam na condição de
juízes dos outros em relações interpessoais, sociais e políticas. Pessoas que
definem os parâmetros de seus juízos, contaminados por polarizações,
sentimentos adversos e interesses espúrios, produzindo resultados que
desvirtuam a condição humana e impedem atuações construtivas e altruístas.
Há uma
variedade de configurações no modo de se emitirem juízos e do quanto se
alimentam perversidades que acabam por também comprometer o próprio “juiz”, na
sua qualidade de vida e na sua condição. Assim, a medida com que se mede os
outros pode ser equivocada. Nem sempre condiz com a realidade.
Há
evidente falta de competência para medir e avaliar. Fácil é julgar o outro e
emitir juízos com requintes de crueldade, quando, na verdade, aquele que julga
busca se defender, encobrir as próprias fragilidades, atribuindo ao outro os próprios
defeitos.
Daí
nasce um grau considerável de perversidade que alimenta sentimentos, posturas e
escolhas com sérios comprometimentos, e não se consegue fazer valer a verdade,
a justiça e a liberdade. Instala-se, assim, verdadeiro caos: mentiras tomam o
lugar da verdade, liberdades são comprometidas e faltam as condições necessárias
para o exercício da justiça.
A
admirável maestria de Jesus indica aos discípulos uma qualificação que há de
sustentar seus posicionamentos e escolhas – a indispensável autocrítica, tão
pouco usada, em razão das conveniências e dos vícios que adoecem sentimentos e
comprometem as escolhas. Sem essa autoavaliação, as portas se escancaram para
juízos temerários, estabelecendo o princípio de um jogo sórdido que visa,
exclusivamente, vencer desonestamente as disputas.
Por
tudo isso, Jesus condena o juízo temerário, com a indicação da autocrítica do
remédio eficaz, indispensável para corrigir opiniões infundadas e caluniosas a
respeito das outras pessoas. Do contrário, a insistência no uso desse recurso
perverso, que tem tornado sempre mais frequente, continuará distanciando a
cidadania de um princípio inegociável: o bem, que só se constrói sobre os
alicerces da verdade, e a justiça só pode ser alcançada quando se coloca no
horizonte a meta do amor.
É
fundamental reconhecer a necessidade de se recuperar a seriedade e o
discernimento a respeito da gravidade que representa avaliar a moral do outro,
para que não se lesem dignidades. Jesus, neste ensinamento, “com a medida com
que medirdes sereis medidos”, alerta para que a armadilha destinada aos outros
não seja caminho do próprio fracasso e, também, do fracasso nas relações humanas,
políticas e sociais. Quem julga severa e injustamente o outro escancara as
portas para ser assim tratado pela justiça, particularmente pela justiça
divina.
O juízo
de condenação do outro não é exclusivamente conduta abusiva, mas extremamente
perigosa. Por isso mesmo, a sabedoria do uso adequado da medida se desdobra em
um princípio desafiador: não fazer aos outros aquilo que não gostaria que lhe
fizessem.
À luz
desse ensinamento, no horizonte quaresmal que convida ao inadiável diálogo, a
contemporaneidade exige nova aprendizagem e práticas, quando se trata do ato de
julgar.
Lamentavelmente,
juízos se fundam mais nos interesses e nas conveniências, em vista de metas a
serem alcançadas a todo custo, comprometendo, gravemente, a essencialidade das
relações sociais. Faltando lucidez nas escolhas, os atores sociais se tornam medíocres,
construindo à sua imagem, os parâmetros do conjunto sociopolítico e cultural.
Exemplar é a indicação de querer tirar o cisco do olho alheio quando ainda não
se dá conta de tirar a trave do próprio olho. Sem esse processo corretivo, e da
sensibilidade recuperada por meio das dinâmicas de conversão, serão perpetuadas
as perversidades facilitadas pela rapidez e amplitude das redes sociais. O
resultado nefasto será sempre o comprometimento da verdade, da justiça e das
liberdades.
Em
tempos de gravíssimo déficit de espiritualidade, torna-se ainda mais forte o
convite à conversão, especialmente nessa quaresma, a partir do desafio contido
nas palavras do Mestre: “Sereis medidos com a medida com que medirdes”.”.
Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e
oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança
de nossa história – que é de ética, de
moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras
e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das
potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas,
soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente
desenvolvidas...
Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras
cruciais como:
a) a excelência educacional – pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde
a educação infantil (0 a 3 anos de
idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo
da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira
série do ensino fundamental, independentemente
do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas
públicas, gerando o pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional
(enfim, 129 anos depois, a República proclama o que esperamos seja
verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira
incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria;
a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da
democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b) o combate implacável, sem eufemismos e
sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:
I – a inflação, a exigir permanente,
competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares
civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa
de juros do cartão de crédito atingiu em fevereiro a ainda estratosférica marca
de 295,53% nos últimos doze meses, e a
taxa de juros do cheque especial chegou em históricos 317,93%; e já o IPCA,
também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 3,89%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa
promiscuidade – “dinheiro público versus interesses privados”
–, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando
incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária
ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da
Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor,
de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é
cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional; eis, portanto, que todos os valores que vão
sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518
anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios,
malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a
corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar
inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo,
segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a
“... Desconfiança das empresas e das famílias é
grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase
nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses
recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à
ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de
infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de
planejamento...”;
c) a dívida pública brasileira - (interna e
externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para
2019, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos
Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e
insuportável desembolso de cerca de R$
1,422 trilhão (43,6%), a título de juros, encargos, amortização e
refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 758,672 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria
grega, do direito e da justiça:
- pagar,
sim, até o último centavo;
-
rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
-
realizar uma IMEDIATA, abrangente,
qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda
a propósito, no artigo Melancolia,
Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente
degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das
contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).
Isto
posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos
a falta de recursos diante de tão
descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a
nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a
credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e
regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores
como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias,
hidrovias, portos, aeroportos); a educação;
a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos
sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana
(trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às
commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência
social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas;
polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência,
tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações;
qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –,
transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e
melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre
outros...
São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira
alguma, abatem o nosso ânimo e nem
arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta
grande cruzada nacional pela excelência
educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada,
civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e
desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas
riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos
os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos
bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de
infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à
luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização
das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas
tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a
nossa esperança... e perseverança!
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
57 anos
de testemunho de um servidor público (1961 – 2018)
-
Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
-
ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por
uma Nova Política Brasileira ...
- Pela
excelência na Gestão Pública ...
- Pelo
fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares
do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e,
ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A
alegria da vocação ...
Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou
asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...
E
P Í L O G O
CLAMOR
E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO
“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte
de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra
sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios,
ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da
dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário