“Água
para o desenvolvimento sustentável
Um recente relatório
publicado pela Organização das Nações Unidas (ONU), denominado ‘Perspectivas do
meio ambiente mundial’, apresenta um quadro sombrio sobre as consequências para
a sociedade, da degradação da qualidade ambiental planetária. Com relação à
água, o relatório mostra que uma em cada três pessoas no mundo, cerca de 2,3
bilhões de habitantes, não tem acesso ao saneamento. Além disso, aponta que,
desde o ano de 1990, está sendo observada uma significativa piora da qualidade
da água em todo o planeta.
Para
facilitar a compreensão da sociedade, geralmente os problemas ambientais têm
uma abordagem setorial. Contudo há uma relação indissociável entre eles. As
alterações na atmosfera, por exemplo, têm uma relação direta com os problemas
hídricos, pois ampliam os extremos climáticos. Chuvas mais intensas amplificam
os problemas de erosão e ao mesmo tempo geram inundações catastróficas. A
proteção de matas ciliares integra a preservação da biodiversidade com a
manutenção da qualidade de água.
A
qualidade da água depende de como os demais compartimentos ambientais de uma
bacia hidrográfica são manejados. Os problemas de segurança hídrica,
relacionados com a disponibilidade de água e das cheias, têm causas globais,
como as alterações climáticas e causa locais, como a urbanização em áreas
inundáveis e impermeabilização do solo. Consequentemente, o seu gerenciamento
necessita ser integrado considerando os diversos fatores para que os Objetivos
do Desenvolvimento Sustentável (ODSs) sejam efetivamente alcançados.
A
gestão de recursos hídricos exige uma nova governança que garanta a eficácia da
aplicação de políticas que orientem a sustentabilidade dos processos. A gestão
preventiva dos problemas ambientais é muito mais adequada, além de ser mais
barata. As medidas mais importantes são aquelas que incorporam a consideração
dos impactos ambientais nas decisões econômicas, em direção a uma economia
circular, que maximize a otimização dos usos dos recursos e a reciclagem,
equilibrando as dimensões ambientais, sociais e econômicas de novos projetos.
Esses mecanismos devem ser capazes de inserir nos processos de tomada de
decisão o conceito de que o meio ambiente saudável é a base principal da
prosperidade econômica e do bem-estar social.
Independentemente
de políticas globais, as empresas e as pessoas devem adotar medidas para
aumentar a eficiência do uso dos recursos hídricos, para a reciclagem da água
(aproveitamento do esgoto tratado, para a utilização de água pluviais e para a
adoção de tecnologias mais avançadas para a melhoria desse bem planetário tão
importante. Além disso, os grandes empresários não podem esquecer que o aumento
da eficiência no uso da água aumenta a competitividade das empresas e,
principalmente, traz muitos benefícios para a sociedade.”.
(CLEVERSON V.
ANDREOLI. Professor do mestrado profissional em governança e sustentabilidade
do Isae Escola de Negócios, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 1º de abril de 2019, caderno OPINIÃO, página 7).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a
Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de
12 de março de 2019, mesmo caderno e página, de autoria de MAURÍCIO ANTÔNIO LOPES, pesquisador da Embrapa, e que merece
igualmente integral transcrição:
“Tecnologia
e inovação na globalização
A conectividade, viabilizada
por tecnologias e infraestrutura de transporte e comunicações, e também por
relações de comércio, tem influência sobre praticamente todos os povos,
culturas e mercados. Uma de suas consequências é a globalização, ou a
integração gradual de regiões, países e pessoas. Um dos fenômenos mais
significativos do nosso tempo, a globalização está sustentada por uma imensa
rede de infraestrutura que interliga o mundo e que segue expandindo em grande
velocidade. São estruturas como redes de comunicação, rodovias, vias férreas,
pontes, túneis, dutos, além da intrincada rede de vias aéreas e marítimas que
cortam o planeta em todas as direções, impactando a produtividade da economia
global e melhorando as condições de vida da sociedade.
Apesar
do progresso que trouxe para a humanidade, a globalização tem sido vista, por
muitos, com apreensão e pessimismo. Algumas razões são a aceleração e a
imprevisibilidade das mudanças que ela provoca, a perda de valores e a erosão
de estruturas e costumes que sustentam a diversidade cultural e o nosso senso
de comunidade, entre outras. Essa oposição coloca o mundo numa encruzilhada, na
medida em que sinais e desejos de uma
contraglobalização afloram sob as mais diversas formas ao redor do mundo.
Sinais de perigo que não devem ser subestimados, pois o isolacionismo e o
protecionismo poderão colocar em risco processos que têm contribuído para
manter a paz e ganhos significativos de prosperidade ao longo das últimas
décadas.
A
empresa americana DHL publicou, em 2018, amplo estudo sobre a conectividade
global, cobrindo 169 países e tendo como base os fluxos de comércio, capital,
informações e pessoas. O estudo detectou que a maioria das pessoas considera o
mundo mais globalizado do que realmente é, e que tais percepções errôneas
exacerbam medos e apreensões em relação à globalização. Demonstra, também, que
a grande maioria dos fluxos que ocorrem no mundo é doméstica, e não
internacional. Por exemplo, apenas cerca de 20% da produção econômica é
exportada, os fluxos de investimentos estrangeiros diretos equivalem a apenas
7% dos minutos de chamadas por telefone e internet são internacionais e somente
3% das pessoas vivem fora dos países onde nasceram.
O
Instituto Global McKinsey (MG), nos Estados Unidos, acaba de publicar o estudo “A
globalização em transição: o futuro do comércio e das cadeias de valor”, em que
analisou 23 cadeias de valor abrangendo 43 países, para entender como o
comércio, a produção e a participação relativa dos países nos mercados mudaram
de 1995 a 2017. As conclusões, muito interessantes e dignas de atenção, mostram
que o aumento do consumo em países em desenvolvimento, como a China, leva a uma
mudança gradual do crescimento liderado pelas exportações para crescimento
liderado pelo consumo. Nos setores estudados pela McKinsey, a China exportou
17% do que produziu em 2007, mas apenas 9% em 2017. O aumento do consumo
interno significa menos exportações, fortalecimento das cadeias de fornecimento
doméstico e, consequentemente, menos importações. Além disso, as cadeias de
valor regionais, com fornecedores geograficamente mais próximos, tornam-se
proeminentes à medida que as economias emergentes amadurecem e se tornam
capazes de prover produtos intermediários antes fornecidos por economias
avançadas.
Outra
conclusão importante é que, conforme a intensidade do comércio global de
produtos declina, os fluxos de dados, serviços, bens e ativos intangíveis –
software, branding, design etc. – desempenham papel cada vez mais importante em
unir a economia global. Todas as cadeias de valor globais estão se tornando
mais intensivas em conhecimento, o que alimenta o comércio de serviços e de
ativos intangíveis, além de criar mais valor para empresas e países que
investem na geração de conhecimento e inovações.
E
novas ondas tecnológicas poderão reduzir o comércio global de bens e alimentar
ainda mais os fluxos de serviços. Plataformas digitais e melhorias nas
tecnologias de logística, via internet das coisas (IOT), inteligência
artificial (IA) e blockchain, poderão reduzir, significativamente, os custos de
fabricação de bens, enquanto seu desenvolvimento cria novas oportunidades para
exportações de serviços. Da mesma forma, o surgimento de inovações baseadas em
manufatura aditiva (impressão 3-D) irá permitir que mais itens sejam fabricados
localmente. A profundidade das mudanças pode ser ilustrada, por exemplo, pelo
impacto da substituição de automóveis convencionais por elétricos, que leva à
drástica redução da demanda por peças e componentes e à crescente demanda por
softwares, componentes eletrônicos e serviços sofisticados.
É
fácil concluir que o fim da globalização é altamente improvável. São enormes as
oportunidades ainda não aproveitadas para nos beneficiarmos da conectividade
global. Mas é também evidente que os países necessitarão de inteligência
estratégica e planejamento sofisticado para definição de configurações
setoriais, políticas públicas, capacitação e estímulos que os habilitem a lidar
com a complexidade da nova globalização. Pior para os que se renderem a dicotomias
e debates estéreis entre visões puramente locais versus visões globais do
futuro.”.
Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e
oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança
de nossa história – que é de ética, de
moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas,
civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e
sustentavelmente desenvolvidas...
Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras
cruciais como:
a) a excelência educacional – pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde
a educação infantil (0 a 3 anos de
idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo
da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira
série do ensino fundamental, independentemente
do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas
públicas, gerando o pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional
(enfim, 129 anos depois, a República proclama o que esperamos seja
verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira
incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria;
a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da
democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b) o combate implacável, sem eufemismos e
sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:
I – a inflação, a exigir permanente,
competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares
civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa
de juros do cartão de crédito atingiu em fevereiro a ainda estratosférica marca
de 295,53% nos últimos doze meses, e a
taxa de juros do cheque especial chegou em históricos 317,93%; e já o IPCA,
também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 3,89%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa
promiscuidade – “dinheiro público versus interesses privados”
–, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando
incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária
ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da
Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor,
de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é
cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional; eis, portanto, que todos os valores que vão
sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518
anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios,
malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção
mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício,
em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e
danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no
artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança
das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é
desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de
problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos,
quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas
de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à
corrupção e à falta de planejamento...”;
c) a dívida pública brasileira - (interna e
externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para
2019, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos
Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e
insuportável desembolso de cerca de R$
1,422 trilhão (43,6%), a título de juros, encargos, amortização e
refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 758,672 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria
grega, do direito e da justiça:
- pagar,
sim, até o último centavo;
-
rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
-
realizar uma IMEDIATA, abrangente,
qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda
a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius
Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação
econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do
governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).
Destarte,
torna-se absolutamente inútil lamentarmos
a falta de recursos diante de tão
descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a
nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a
credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e
regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores
como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias,
portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos
sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana
(trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às
commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência
social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas;
polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência,
tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações;
qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –,
transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e
melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre
outros...
São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira
alguma, abatem o nosso ânimo e nem
arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta
grande cruzada nacional pela excelência
educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada,
civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e
desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas,
oportunidades e potencialidades com todas
as brasileiras e com todos os
brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários
previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além
de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do
século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da
informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da
sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da
paz, da solidariedade, da igualdade
– e com equidade –, e da fraternidade
universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a
nossa esperança... e perseverança!
“VI, OUVI
E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
57 anos
de testemunho de um servidor público (1961 – 2018)
-
Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
-
ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por
uma Nova Política Brasileira ...
- Pela
excelência na Gestão Pública ...
- Pelo
fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares
do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e,
ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A
alegria da vocação ...
Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou
asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...
E
P Í L O G O
CLAMOR
E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO
“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte
de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra
sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios,
ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da
dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.
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