segunda-feira, 8 de abril de 2019

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, O PODER DA ÁGUA NA BOA GOVERNANÇA E A LUZ E OS DESAFIOS DAS NOVAS TECNOLOGIAS NA SUSTENTABILIDADE


“Água para o desenvolvimento sustentável
        Um recente relatório publicado pela Organização das Nações Unidas (ONU), denominado ‘Perspectivas do meio ambiente mundial’, apresenta um quadro sombrio sobre as consequências para a sociedade, da degradação da qualidade ambiental planetária. Com relação à água, o relatório mostra que uma em cada três pessoas no mundo, cerca de 2,3 bilhões de habitantes, não tem acesso ao saneamento. Além disso, aponta que, desde o ano de 1990, está sendo observada uma significativa piora da qualidade da água em todo o planeta.
         Para facilitar a compreensão da sociedade, geralmente os problemas ambientais têm uma abordagem setorial. Contudo há uma relação indissociável entre eles. As alterações na atmosfera, por exemplo, têm uma relação direta com os problemas hídricos, pois ampliam os extremos climáticos. Chuvas mais intensas amplificam os problemas de erosão e ao mesmo tempo geram inundações catastróficas. A proteção de matas ciliares integra a preservação da biodiversidade com a manutenção da qualidade de água.
         A qualidade da água depende de como os demais compartimentos ambientais de uma bacia hidrográfica são manejados. Os problemas de segurança hídrica, relacionados com a disponibilidade de água e das cheias, têm causas globais, como as alterações climáticas e causa locais, como a urbanização em áreas inundáveis e impermeabilização do solo. Consequentemente, o seu gerenciamento necessita ser integrado considerando os diversos fatores para que os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODSs) sejam efetivamente alcançados.
         A gestão de recursos hídricos exige uma nova governança que garanta a eficácia da aplicação de políticas que orientem a sustentabilidade dos processos. A gestão preventiva dos problemas ambientais é muito mais adequada, além de ser mais barata. As medidas mais importantes são aquelas que incorporam a consideração dos impactos ambientais nas decisões econômicas, em direção a uma economia circular, que maximize a otimização dos usos dos recursos e a reciclagem, equilibrando as dimensões ambientais, sociais e econômicas de novos projetos. Esses mecanismos devem ser capazes de inserir nos processos de tomada de decisão o conceito de que o meio ambiente saudável é a base principal da prosperidade econômica e do bem-estar social.
         Independentemente de políticas globais, as empresas e as pessoas devem adotar medidas para aumentar a eficiência do uso dos recursos hídricos, para a reciclagem da água (aproveitamento do esgoto tratado, para a utilização de água pluviais e para a adoção de tecnologias mais avançadas para a melhoria desse bem planetário tão importante. Além disso, os grandes empresários não podem esquecer que o aumento da eficiência no uso da água aumenta a competitividade das empresas e, principalmente, traz muitos benefícios para a sociedade.”.

(CLEVERSON V. ANDREOLI. Professor do mestrado profissional em governança e sustentabilidade do Isae Escola de Negócios, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 1º de abril de 2019, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 12 de março de 2019, mesmo caderno e página, de autoria de MAURÍCIO ANTÔNIO LOPES, pesquisador da Embrapa, e que merece igualmente integral transcrição:

“Tecnologia e inovação na globalização
        A conectividade, viabilizada por tecnologias e infraestrutura de transporte e comunicações, e também por relações de comércio, tem influência sobre praticamente todos os povos, culturas e mercados. Uma de suas consequências é a globalização, ou a integração gradual de regiões, países e pessoas. Um dos fenômenos mais significativos do nosso tempo, a globalização está sustentada por uma imensa rede de infraestrutura que interliga o mundo e que segue expandindo em grande velocidade. São estruturas como redes de comunicação, rodovias, vias férreas, pontes, túneis, dutos, além da intrincada rede de vias aéreas e marítimas que cortam o planeta em todas as direções, impactando a produtividade da economia global e melhorando as condições de vida da sociedade.
         Apesar do progresso que trouxe para a humanidade, a globalização tem sido vista, por muitos, com apreensão e pessimismo. Algumas razões são a aceleração e a imprevisibilidade das mudanças que ela provoca, a perda de valores e a erosão de estruturas e costumes que sustentam a diversidade cultural e o nosso senso de comunidade, entre outras. Essa oposição coloca o mundo numa encruzilhada, na medida em que sinais e  desejos de uma contraglobalização afloram sob as mais diversas formas ao redor do mundo. Sinais de perigo que não devem ser subestimados, pois o isolacionismo e o protecionismo poderão colocar em risco processos que têm contribuído para manter a paz e ganhos significativos de prosperidade ao longo das últimas décadas.
         A empresa americana DHL publicou, em 2018, amplo estudo sobre a conectividade global, cobrindo 169 países e tendo como base os fluxos de comércio, capital, informações e pessoas. O estudo detectou que a maioria das pessoas considera o mundo mais globalizado do que realmente é, e que tais percepções errôneas exacerbam medos e apreensões em relação à globalização. Demonstra, também, que a grande maioria dos fluxos que ocorrem no mundo é doméstica, e não internacional. Por exemplo, apenas cerca de 20% da produção econômica é exportada, os fluxos de investimentos estrangeiros diretos equivalem a apenas 7% dos minutos de chamadas por telefone e internet são internacionais e somente 3% das pessoas vivem fora dos países onde nasceram.
         O Instituto Global McKinsey (MG), nos Estados Unidos, acaba de publicar o estudo “A globalização em transição: o futuro do comércio e das cadeias de valor”, em que analisou 23 cadeias de valor abrangendo 43 países, para entender como o comércio, a produção e a participação relativa dos países nos mercados mudaram de 1995 a 2017. As conclusões, muito interessantes e dignas de atenção, mostram que o aumento do consumo em países em desenvolvimento, como a China, leva a uma mudança gradual do crescimento liderado pelas exportações para crescimento liderado pelo consumo. Nos setores estudados pela McKinsey, a China exportou 17% do que produziu em 2007, mas apenas 9% em 2017. O aumento do consumo interno significa menos exportações, fortalecimento das cadeias de fornecimento doméstico e, consequentemente, menos importações. Além disso, as cadeias de valor regionais, com fornecedores geograficamente mais próximos, tornam-se proeminentes à medida que as economias emergentes amadurecem e se tornam capazes de prover produtos intermediários antes fornecidos por economias avançadas.
         Outra conclusão importante é que, conforme a intensidade do comércio global de produtos declina, os fluxos de dados, serviços, bens e ativos intangíveis – software, branding, design etc. – desempenham papel cada vez mais importante em unir a economia global. Todas as cadeias de valor globais estão se tornando mais intensivas em conhecimento, o que alimenta o comércio de serviços e de ativos intangíveis, além de criar mais valor para empresas e países que investem na geração de conhecimento e inovações.
         E novas ondas tecnológicas poderão reduzir o comércio global de bens e alimentar ainda mais os fluxos de serviços. Plataformas digitais e melhorias nas tecnologias de logística, via internet das coisas (IOT), inteligência artificial (IA) e blockchain, poderão reduzir, significativamente, os custos de fabricação de bens, enquanto seu desenvolvimento cria novas oportunidades para exportações de serviços. Da mesma forma, o surgimento de inovações baseadas em manufatura aditiva (impressão 3-D) irá permitir que mais itens sejam fabricados localmente. A profundidade das mudanças pode ser ilustrada, por exemplo, pelo impacto da substituição de automóveis convencionais por elétricos, que leva à drástica redução da demanda por peças e componentes e à crescente demanda por softwares, componentes eletrônicos e serviços sofisticados.
         É fácil concluir que o fim da globalização é altamente improvável. São enormes as oportunidades ainda não aproveitadas para nos beneficiarmos da conectividade global. Mas é também evidente que os países necessitarão de inteligência estratégica e planejamento sofisticado para definição de configurações setoriais, políticas públicas, capacitação e estímulos que os habilitem a lidar com a complexidade da nova globalização. Pior para os que se renderem a dicotomias e debates estéreis entre visões puramente locais versus visões globais do futuro.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 129 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em fevereiro a ainda estratosférica marca de 295,53% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou em históricos 317,93%; e já o IPCA, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 3,89%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2019, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,422 trilhão (43,6%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 758,672 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
57 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2018)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...      

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.




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