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sexta-feira, 7 de junho de 2019

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, OS NOVOS E DESAFIANTES HORIZONTES DA TECNOLOGIA E A LUZ DAS HISTÓRICAS TRANSFORMAÇÕES DA ESCOLA NA SUSTENTABILIDADE


“Até onde irá a tecnologia?
        A velocidade da evolução tecnológica que vivemos hoje é espantosa. A impressão é que esse crescimento exponencial não terá fim, dada a diversidade de aplicações e as crescentes demandas que surgem a cada momento.
         Do uso militar à mobilidade, os softwares, sistemas e aplicativos vêm melhorando a performance do que podemos chamar de hardwares tradicionais, vide o caso de – hoje grandes – empresas como Uber, Airbnb, Trivago e Yellow. Hoje, os carros são compartilhados e utilizados de uma forma totalmente diferente de 10 anos atrás; apartamentos e casa concorrem com hotéis por hóspedes; a antiga loja de bicicletas não vende tantas bicicletas como antigamente porque em praticamente toda esquina você encontra uma compartilhável.
         Não enxergamos claramente o que vem primeiro. É a mudança dos hábitos que direciona as tecnologias ou são as novas tecnologias que mudam os nossos hábitos? Há cinco anos, por exemplo, eu não me imaginava viver sem carro. Há três anos, vivo muito feliz sem esse “estorvo” na minha vida. Essa mudança de hábito e cultura, já que fui doutrinado desde pequeno a ter um belo carro, só foi possível graças às evoluções tecnológicas.
         Estamos vivendo uma transformação da sociedade de consumo, no que tange à obtenção de bens, transformação que permeia todas as camadas da sociedade e todos os segmentos da economia. A relação “ter X usar” nunca foi tão pensada e aplicada. O uso e a qualidade da experiência do usuário hoje têm mais apelo do que o simples fato dele possuir algo.
         Essa transformação não é diferente no mercado imobiliário, um segmento até então ultraconservador e, diga-se de passagem, de baixíssima evolução tecnológica no Brasil. Hoje, um grande incorporador ou construtor é uma espécie de vendedor/fabricante de hardwares antiquados, robustos e quase sempre incapazes de se adequar às velozes evoluções que estamos vivendo.
         As mudanças de hábitos, norteados ou não pelas tecnologias, começam a transformar a forma de conceber os edifícios e a cidade. Como sou arquiteto e respondo pela concepção, viabilidade e projeto de vários empreendimentos pela cidade, vejo constantemente a necessidade de transformação do segmento que impacta totalmente a criação de um produto imobiliário.
         Em relação ao carro, à vaga e aos estacionamentos, por exemplo, além da mudança de comportamento, os custos da área construída e a menor pressão dos compradores e locatários por um número grande de vagas nos edifícios e locais públicos mudaram as relações dos construtores. Há também mais bicicletas e patinetes nas ruas, ciclovias e maior uso de transporte coletivo.
         Sobre a relação Compartilhar X Usar X Ter, destaco aspectos como lavanderia, academia e equipamentos como quadras, sauna e piscinas, já que os empreendimentos começaram a migrar para o modelo de espaços compartilhados ou mesmo para operações comerciais nos embasamentos dos empreendimentos. Ninguém mais quer arcar com a ociosidade e manutenção e as pessoas preferem pagar pelo uso, buscando custos fixos menores.
         Além disso, as pessoas têm preferido viver e trabalhar de forma compacta, com acesso à infraestrutura urbana, áreas menores e otimizadas com o intuito de baratear o custo das unidades. Os produtos comerciais também estão sofrendo profundas transformações com grandes torres corporativas perdendo espaço na preferencia para os escritórios compartilhados.
         Enfim, ainda assim, o modo de vida humano, ao longo de milênios, pouco evoluiu nos aspectos do abrigo, da morada. Há sempre o foco na questão de determinar ambientes, para determinados usos e seus produtos, com seus utensílios específicos e uma gama enorme de “coisas”. O que quis mostrar é que estamos entrando em uma era em que essas “coisas” já não têm tanto valor. O que terá grande significância daqui para frente será o uso e as experiências e os ambientes serão suportes transitórios para isso.”.

(ALEXANDRE NAGAZAWA. Arquiteto urbanista, sócio-diretor da Bloc Arquitetura, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 24 de maio de 2019, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 25 de maio de 2019, mesmo caderno e página, de autoria de EUDÁSIO CAVALCANTE MELO, professor, graduado em filosofia e pós-graduado em história, psicopedagogia, gestão educacional e médias na educação, e que merece igualmente integral transcrição:

“A educação pela história
        Para entendermos um pouco o sentido da educação, gostaria de iniciar este artigo levantando uma questão um tanto instigante: nascemos humanos ou nos tornamos humanos? Somos seres pré-determinados ou nos determinamos ao longo da vida? Existem defensores de ambas as teses. As respostas giram em torno da ideia de que ora fazemos parte de um projeto pensado por um ser superior definido previamente, ora somos resultado de um projeto pensado e construído na individualidade de cada pessoa, como teorizam os existencialistas. Quis aqui apenas fazer uma provocação, mas não é este o propósito inicial para a produção deste artigo, e sim o de entendermos o ser humano como resultado de um processo formativo que chamamos de educação, e esse processo ocorreu antes e ocorre hoje de forma intencional dentro das diferentes comunidades humanas de acordo com sua organização sociopolítica e econômica.
         Entre as civilizações antigas, nessa perspectiva, podemos destacar a civilização grega, que com a sua Paideia revolucionou a educação. Nasce a filosofia, que destaca a importância do conhecimento na condução da vida humana. Aqui encontramos as primeiras academias como forma embrionária do que hoje conhecemos como escola. E também os primeiros grupos humanos que se reuniam em defesa de uma ideia ou de uma causa, que tiveram como referências nada mais, nada menos educadores como Sócrates, Plantão, Aristóteles e tantos outros. A partir desses referenciais a construção de uma única ideia: preparar o ser humano para a vida como condição norteadora na condução do exercício da cidadania.
         Continuando com esta viagem educativa, uma breve parada na medievalidade da história. A educação então apresenta um formato diferente, novo ingrediente: o pensamento cristão. O homem recebe uma formação cujo princípio fundamental era a obediência àquilo que a Igreja, como representante do poder divino, pregava. Uma sociedade cuja preocupação maior era a salvação da alma. A classe intelectual, na sua maioria, bem como toda a produção do conhecimento, estava sob o controle da Igreja Católica. O pensar independente torna-se algo perigoso.
         Mas é dentro desse contexto que surgem as primeiras universidades, sob a coordenação e vigilância da Igreja. A questão continua: mais fé ou mais razão? Uma grande tempestade intelectual está prestes a acontecer. A Terra perde o seu trono e o Sol assume de forma soberana a centralidade universal. Uma nova visão de mundo emergente. A razão volta a ocupar lugar de destaque na produção do conhecimento. Nasce a ciência como resultado do domínio humano sobre a natureza.
         Um novo mundo, nova história. Academia, liceu, escola tradicional, profissionalizante, técnica, tecnológica. Essas são faces diferentes da educação em seu percurso histórico. A escola contemporânea está inserida numa grande explosão tecnológica/revolucionária que mudou o rumo da humanidade. Com os instrumentos da nova cultura tecnológica, o homem é mais máquina, menos homem.
         Na educação, mudanças significativas. A princípio, a impressão de mudança de foco; algumas escolas têm preocupação exacerbada em manter uma estatística elevada com relação ao índice de aprovação, em detrimento da formação humana mais consistente que prepare melhor o aluno para a vida. Uma nova relação entre professor/aluno dá um tom diferente no processo ensino/aprendizagem, instituindo-se uma horizontalidade, sobretudo no desenvolvimento e fortalecimento da ideia do protagonismo do aluno na aprendizagem, o que é muito positivo. Há uma maior aproximação entre gestores com os demais segmentos da comunidade escolar.
         Porém, dentro desse quadro desafiante, a escola não pode perder a sua autonomia, ainda que precise dar autonomia àqueles que colaboram para a sua sobrevivência dentro dessa nova realidade. A escola, porém, não pode permitir que vozes exteriores a ela ditem normas de como deve ser conduzido o processo educativo com verbos conjugados na primeira pessoa, mas, sim, criar possibilidades para que o nós prevaleça sempre.
         A escola moderna deve exercer o papel de condutora e não de controladora no processo ensino/aprendizagem, bem como deve provocar mudanças necessárias em vista da contribuição de novos paradigmas que lhe dê sustentabilidade na missão de educar. Com pessoas livres e conscientes de que a verdadeira educação acontece quando todos os segmentos convergem para um único ponto: o futuro do ser humano. Portanto, educar é gerar provocação que resultará num movimento de expansão intelectual. Se a nossa prática, através da nossa fala, não provocar esse movimento, a nossa fala será vazia e estéril.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 129 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em abril a ainda estratosférica marca de 298,57% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou em históricos 323,31%; e já o IPCA, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 4,94%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2019, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,422 trilhão (43,6%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 758,672 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
58 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2019)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...        

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.



   
   




quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A LUZ NA GESTÃO DA CARREIRA E A SABEDORIA DOS EDUCADORES NA SUSTENTABILIDADE

“Você é a solução para sua carreira
        Estudo recente da revista Science Advances constatou que, em média, nós brasileiros vamos para a cama por volta das 23h40. Levando-se em consideração que a maioria encerra o expediente às 18h, estamos falando de praticamente seis horas livres por dia. Em um ano, são mais de duas mil horas, ou melhor, 91 dias. Por isso, uma pergunta importante: o que você faz nessas horas vagas? Espero que a resposta não seja trânsito, seguida de jantar em frente à TV, novela/Netflix e cama. Pelo menos não todos os dias.
         Já que gastamos boa parte do dia com o trabalho, é importante estar contente e satisfeito com sua carreira. Se você não está contente, não está evoluindo tão rápido quanto gostaria, não está no emprego dos sonhos ou não está recebendo as oportunidades que acha que merece, talvez seja melhor começar a utilizar essas seis horas livres por dia para investir em você.
         Pensando nisso, a primeira coisa que me vem à mente é saúde. Saia do sofá! Para sua mente estar saudável, o resto do corpo também deve estar. Revigore corpo, mente e aumente a autoestima. Prefira, se possível, reservar a manhã para as atividades físicas, pois o horário pós-trabalho pode e deve ser utilizado para outras coisas. Porém, se você preferir inverta. A ordem dos fatores não altera o resultado, faça o que funcionar melhor para você.
         Estude, aliás, estude muito. Conhecimento é um processo contínuo. O processo de aperfeiçoamento não tem fim e fica ainda mais gostoso quando começamos a compartilhar nosso conhecimento com os outros, pois fica mais intenso quando ensinamos a alguém. É incrível! Com base nisso, vamos para outro ponto importante, a leitura.
         Leia mais, audiobook também vale. A leitura pode ser sobre qualquer coisa. Aliás, melhor ainda que seja diversificada. Os últimos livros que eu ouvi (sim, sou fã de audiobooks) foram sobre a China, a bomba atômica, romance, a crise de 1929, uma pequena história de todas as coisas, e assim vai...
         Coloque a mão na massa. O mundo está lotado de ideias boas, algumas ótimas. Dê o primeiro passo, por mais tolo e simples que seja. Tenha discernimento. Às vezes, é importante parar, pensar e decidir, mas em outras vezes é importante pensar menos, arregaçar as mangas e se arriscar. Também acho relevante promover o compartilhamento de ideias, projetos, grupos de discussão, escrever artigos e comentários inteligentes que agreguem valor nas redes sociais, além de participar de associações imp0ortantes do segmento atuante.
         Para finalizar e comprovar que o equilíbrio é a base de tudo, aprenda também a relaxar. É fundamental saber se desligar do mundo depois de um dia cansativo, talvez estressante de trabalho. Não sejamos radicais, você pode reservar uma parte daquelas seis horas diárias para não fazer nada. Mas cada hora que você não gastar no sofá vai se acumular ao longo do tempo, e fará você mais forte, mais preparado, e com uma rede de relacionamento melhor.
         O resultado será visível e pode mudar a sua vida. Você é a solução para a sua carreira. Use o tempo a seu favor.”.

(JOSÉ ROBERTO SECURATO JUNIOR. Professor da Saint Paul Escola de Negócios e vice-presidente do Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo e Mercado de Consumo (Ibevar), em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 5 de fevereiro de 2017, caderno ADMITE-SE MEGACLASSIFICADOS, coluna MERCADO DE TRABALHO, página 2).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 8 de fevereiro de 2017, caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de RONALDO MOTA, reitor da Universidade Estácio de Sá, e que merece igualmente integral transcrição:

“Sócrates digital
        Sócrates é considerado um dos maiores pensadores da Grécia Antiga, com fortes influências até os tempos atuais em todas as civilizações ocidentais. Ele nasceu e morreu em Atenas no século 5 A.C. e foi considerado um dos filósofos mais sábios, com papel muito relevante na disseminação do conhecimento e da prática da reflexão. Seu método, também conhecido como maiêutica, se caracterizava pelo estímulo ao diálogo e ao debate colaborativo e argumentativo sobre temas variados.
         Platão foi seu mais importante discípulo e responsável por preservar suas contribuições, dado que Sócrates não escrevia. Um dos motivos para não escrever estava na sua capacidade de oratória, o que atraía os jovens de Atenas, além de que o uso das mãos era considerado na época mais apropriado aos escravos, artesãos, militares e agricultores. Um motivo adicional para Sócrates evitar a escrita teria sido estimular a memória de seus discípulos, os quais, segundo ele, poderiam desenvolver a preguiça  sabendo que o conhecimento estaria disponível a qualquer tempo.
         Sócrates finda sendo condenado à morte acusado pela elite de Atenas de pretender subverter os valores tradicionais da aristocracia grega, especialmente ao afirmar que as tradições, crenças e costumes tradicionais prejudicam o desenvolvimento intelectual dos cidadãos. Platão, por sua vez, escreveu seus pensamentos e os pensamentos de Sócrates e fundou, após a morte de Sócrates, a Academia de Platão, que viria a ser a principal referência da escola moderna, ao menos no mundo ocidental.
O método socrático é baseado na dialética envolvendo a discussão, onde um participante defende um ponto de vista e sobre ele é questionado, tentando-se no processo evidenciar contradições e fragilidades. Ao final, pretende-se que todos os atores envolvidos ampliem sua compreensão sobre o tema em debate. Uma das premissas do método trata da construção e eliminação de hipóteses, tal que a melhor delas sobreviva ao final. A forma básica envolvia uma série de questões, formuladas enquanto testes de lógica, procurando evidenciar verdades ou falsidades sobre os tópicos em apreciação. Aristóteles, discípulo de Platão, que não conviveu diretamente com Sócrates, debitava a ele a inspiração para o método indutivo, uma das bases essenciais do método científico posteriormente.
Vivemos hoje um mundo de informações plenamente disponíveis, de forma instantânea e praticamente gratuita, em que as tecnologias digitais estão invadindo e reconfigurando todos os campos de atividades humanas. Curiosamente, o atributo da memória, tão relevante para Sócrates, precisa ser relido à luz da quase vulgaridade do acesso à informação. No entanto, seu método, contraditoriamente, parece se mostrar incrivelmente atual em um cenário onde muito mais importante do que o que foi aprendido é ter ampliado a capacidade de pensar, de refletir e ampliar a consciência do educando sobre os mecanismos segundo os quais ele aprende. Universidades tradicionais como Oxford, no Reino Unido, a qual visitei recentemente, se orgulham, e com razão, de ter no método socrático sua principal referência metodológica.
O método socrático, em sua versão digital, convivendo com plataformas de aprendizagem, abundância de conteúdo e forte interatividade, será mais eficiente e eficaz se os educadores envolvidos no processo fizerem uso dele para estimular habilidades e competências típicas da contemporaneidade. São desafios e complexidades diversas, de épocas anteriores, com destaque para a relevância sem precedentes de estímulos à inovação e criatividade, entendidas como imaginação colocada em prática. Da mesma forma, o método é apropriado para estimular a compaixão, a qual deve ser compreendida enquanto empatia aplicada, ou seja, a prática da capacidade de entender o outro por se colocar na situação dele. Igualmente, via educação, há que se ampliar horizontes de tolerância e da absoluta importância do trabalho colaborativo em equipe. Os docentes somente serão capazes de propagar tais características se eles as adotarem para si mesmos, dado que, segundo o espírito do método proposto, é no exercício prático de tais habilidades que as propagamos e assim formamos nossos educandos.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, em dezembro e no acumulado dos últimos doze meses, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu a estratosférica marca de 484,6%; a taxa de juros do cheque especial registrou históricos 328,6%; já o IPCA também acumulado nos últimos doze meses, em janeiro/2017chegou a 5,35%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 516 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2017, apenas segundo o Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,722 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 946,4 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

- 55 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016) ...

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por uma Nova Política Brasileira...  
        

         

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A SABEDORIA NA BUSCA DA VERDADE E A INTEGRAÇÃO DAS FRONTEIRAS NA SUSTENTABILIDADE

“Verdade verdadeira
        Continuo insistindo na era da pós-verdade, do boato acima dos fatos, porque é um assunto que causa confusão e equívocos, impedindo a formação de opinião consistente e julgamentos errôneos. E terminamos assim, como disse Sócrates com sua sabedoria: “Só sei que nada sei.” Só que neste caso sem a sabedoria.
         Na era da pós-verdade, circula nas redes sociais todo tipo de verdade e inverdades, e devemos partir para a certificação de tudo que repassamos a fim de diminuir o “achismo”. E também a onda de formação de ideias forjadas fazendo dos internautas massa de manobra manipulada por mal-intencionados.
         Agora mesmo, após a lamentável morte por acidente do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki, continuamos sem saber se ele foi um herói para o país, contribuindo com as investigações da Lava-Jato, como anunciou o juiz Moro em seu discurso, ou se o que mais fez foi atrasar os processos em andamento com burocracias e procrastinações, já que tinha posicionamento de esquerda.
         Sabemos que a demora nas apurações faz parte da profissão de jurista, que investigações devem seguir etapas sólidas e legais, cabendo ao Judiciário zelar para que os processos tramitem da maneira correta. Nas redes sociais, publicaram em nome do filho de Zavascki várias notícias falsas.
         E também sofremos, nós, mortais, pois sé muito difícil saber que são os envolvidos e vê-los se sustentar em cargos públicos ainda por muito tempo, às vezes anos, para ver a Justiça agir, o que é tremendamente frustrante. Como foi o caso do ex-presidente da Câmara dos Deputado Eduardo Cunha, atualmente preso, e de muitos outras ainda soltos. Esperamos que a justiça seja feita ainda que tardiamente.
         No que diz respeito aos boatos que ganham corpo de verdade, são tantas ondas que jamais saberemos a verdade cabal e absoluta. E para complicar mais um pouco, não teremos a verdade porque não existe verdade única. A verdade é plural e depende do ângulo do qual é interpretada.
         Assim é para tudo. Tanto que numa família, enquanto um filho tem o pai com ressentimento e muitas críticas, outro o tem como aquele que lhe deu tudo o que tem. O pai não é o mesmo para todos os filhos, mas quando a discrepância é demais podemos verificar que há desvios na interpretação.
         A interpretação de um fato assume a tonalidade do afeto. E o afeto afeta. Afeta o julgamento. Portanto, a interpretação de alguém da direita dos fatos será sempre diferente dos de esquerda. Cabe a cada um apurar sua própria opinião, buscando fontes confiáveis e interpretações isentas de favoritismos, se isto é possível: eis a questão.
         A questão é que para cada um a verdade depende do posicionamento pessoal. Não se pode opinar sem se posicionar. Não se pode ser cidadão de fato sem antes ser sujeito, e cabe a este saber seu desejo e que ética escolherá abraçar.
         Para decidir sobre a ética deverá se posicionar, pois existem éticas diferentes de acordo com a crença. Vejam que a ética protestante mudou o mundo. Na ética religiosa, na ética cristã, em qualquer que seja ela, cada um segue os princípios ditados. A ética filosófica nos permitiu conhecer linhas completamente diferentes umas das outras. Cada uma tem em seu cabedal uma visão diferente e interpretação igualmente particular.
         A ética da psicanálise é a ética do inconsciente e, portanto, vai quase sempre na contramão das demais, pois trata-se da subversão do sujeito. O que aqui tem importância é a vida psíquica, o funcionamento do desejo e do inconsciente e, por isso, busca retificações subjetivas para abrir o caminho para o conhecimento do sujeito, e para o que cada um de nós é e não sabia.
         Nem sempre sabemos tudo sobre nós porque o inconsciente é como um estranho que habita na subjetividade e precisa ser desvelado. Assim, vemos que há uma multiplicidade de fatores que colaboram para a alienação em que vive a maioria das pessoas, pois desconhece primeiro a si próprio e, provavelmente, fará escolhas equivocadas, votará mal. Se equivocará menos, caso possa pensar sobre o que vê ocorrer e se tiver informações de fontes confiáveis do que ficar à mercê das bobagens que todo dia chega até nós e que só depois vemos que fomos enganados.
         Viver é preciso, disse Guimarães Rosa. E como podemos verificar, assim é.”.

(REGINA TEIXEIRA DA COSTA. Em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 29 de janeiro de 2017, caderno CULTURA, coluna EM DIA COM A PSICANÁLISE, página 2).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 2 de fevereiro de 2017, caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de FERNANDO LUIZ LARA, PhD pela Universidade de Michigan, professor associado na Universidade do Texas e consultor do Lua Lab – Laboratório de Urbanismo Avançado, e que merece igualmente integral transcrição:

“Arquitetura para integrar fronteiras
        Desde o início de 2016, a campanha presidencial nos Estados Unidos teve a imigração como questão central. A proposta do presidente eleito Donald Trump de construir um muro entre o México e os Estados Unidos, e sua declarada intenção de deportar todos os imigrantes indocumentados, atraiu a atenção do mundo inteiro para os complexos problemas daquela região de fronteira. Fronteiras podem ser entendidas como entidades geográficas, barreiras políticas, ou outros limites de espaço. Fronteiras podem ser exploradas através de várias lentes conceituais.
         A análise da atual fronteira México-EUA revela a existência de três grandes indústrias que direcionam o discurso sobre, e em maior medida, toda a paisagem da fronteira.
         A primeira é a indústria da globalização, que movimenta 500 bilhões de mercadorias entre os EUA e o México a cada ano, e cujo objetivo é facilitar esse intercâmbio.
         A segunda é a indústria do trabalho mal remunerado que emprega milhões de trabalhadores hispânicos em todo EUA (legalmente ou não), interessados que estão em uma fronteira não exatamente fechada, mas tampouco totalmente aberta, mantendo assim os trabalhadores fronteiriços preocupados com a deportação e, portanto, dispostos a péssimas condições de trabalho.
         O terceiro setor é a indústria militar, que vende medo e banca a violência na área de fronteira com sua ineficiente guerra às drogas, justificando o gasto de bilhões de dólares em equipamentos, pessoal e infraestrutura num círculo vicioso que alimenta a si mesmo e consome vidas e recursos de ambos os governos.
         Tais indústrias são responsáveis pela insegurança e pelo assédio diário de milhões de pessoas que precisam ou querem atravessar a fronteira, sem, no entanto, conseguir controlar o fluxo de drogas rumo ao Norte ou de armas rumo ao Sul.
         A arquitetura, com seu poder de articular uma visão de um futuro melhor, tem a responsabilidade de trabalhar tais conflitos e ser parte da solução. Fernando Lara, professor associado da Universidade do Texas em Austin, convocou seus alunos de mestrado a pensar sobre a questão da imigração. A ideia foi desenhar soluções para uma fronteira México-EUA que fosse segura, sustentável e igualitária.
         O ateliê de projeto teve uma premissa básica: imaginar um fronteira em que as pessoas podem se mover livremente, mas que todo tipo de cargas seja detalhadamente inspecionado. Para tanto, torna-se necessário desconstruir as bases das três grandes indústrias descritas acima, e propor uma fronteira mais humana e funcional.
         Os 12 estudantes no ateliê da UT Austin, EUA, trabalharam em paralelo com ateliês da Universidad Autonoma Nuevo Léon em Monterrey, México. Os estudantes de ambos os lados da fronteira tiveram a oportunidade de interagir e trabalhar em conjunto para encontrar soluções para promover a integração em diferentes cidades fronteiriças.
         Os estudantes sugeriram que essas fronteiras, em vez de terrenos abandonados e militarizados, poderiam ter parques, estações de tratamento de água, instalações esportivas e centros comerciais. A presença ativa de pessoas em atividades de lazer e negócios inibiria o trânsito de armas e drogas e ajudaria a integrar as populações dos dois países.
         Os problemas que cercam qualquer fronteira são complexos. Mas a arquitetura e o urbanismo podem contribuir enormemente se atuarmos politicamente da forma correta. Governos devem criar integração comunitária e oportunidades econômicas para cidades-irmãs e suas populações-irmãs. Isso significa costurá-las e não segregá-las.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, em dezembro e no acumulado dos últimos doze meses, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu a estratosférica marca de 484,6%; a taxa de juros do cheque especial registrou históricos 328,6%; e, finalmente, o IPCA chegou a 6,29%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 516 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2017, apenas segundo o Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,722 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 946,4 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

- 55 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016) ...

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por uma Nova Política Brasileira...  
        

         

sexta-feira, 8 de abril de 2016

A CIDADANIA, A DEMOCRACIA, A ÉTICA, O PODER E O SUPREMO CONHECIMENTO

“A Democracia, a Ética e o Poder
        Muitas democracias contemporâneas estão em crise, violentadas por formas sofisticadas e extremas de corrupção associadas ao exercício do poder. O poder realmente corrompe? O homem é naturalmente bom e na sociedade se humaniza ou se corrompe? O homem é ruim em sua natureza e na vida em sociedade se humaniza?
         Para Hobbes, o homem é ruim em estado de natureza e fica pior na vida em sociedade. Afirma Locke que ao nascer o homem é um tábula rasa, em si mesmo não sabe o que é o bem ou o mal, mas tende para o bem e se humaniza na vida social. Em oposição, Rousseau diz que o homem nasce livre, mas por toda a parte está acorrentado, em sua natureza o homem é bom, mas a sociedade o corrompe.
         A política é ciência e arte e a ação política que não é capaz de realizar o bem comum serve aos senhores das trevas, que submetem as razões de Estado às perniciosas razões de governo, os legítimos interesses dos governados sufocados por interesses escusos dos governantes e de seus protegidos. Quando a ética não impera sobre a consciência da ação política, a crise pode se transformar em caos.
         A questão é clássica, merece um olhar para o passado com suas lições. De um lado, Sócrates, defendendo a ética de princípios, a justiça como valor supremo, os homens justos e sábios. Temendo a omissão do homem bom e a corrupção, Sócrates insistia há 2.450 anos ser indecoroso pleitear o poder. Para o mestre, os bons não querem governar por dinheiro ou por honras, não são ambiciosos.
         Em oposição, os sofistas propunham a ética de resultados, a justiça como uma mera circunstância, o ser justo apenas quando a ação trouxer vantagem pessoal.
         Falar de poder e de ética impõe lembrar Maquiavel que, em 1513, escreveu De Principatibus, à época a Itália espoliada, dividida por três grandes forças: os príncipes, a Igreja e os exércitos mercenários. O príncipe perfeito teria a força do leão e a astúcia da raposa e governaria um Estado aético comprometido com a eficiência.
         Thomas Hobbes, em O Leviatã, 1651, defendeu que há no homem um desejo perpétuo pelo poder que somente cessa com a morte, e o que  distingue o homem dos demais animais é a razão, que a maioria dos homens não sabe usar. Ultrapassar de qualquer forma quem estiver à frente é vencer.
         O poder e a corrupção voltaram como questões fundamentais em Montesquieu, em 1748. “O poder corrompe... É preciso que o poder limite o poder”. Ao lado de Locke e de Rousseau, em O espírito das leis, Montesquieu estruturou teorias sobre tripartição do poder e sobre freios e contrapesos, pilares do estado democrático de direito.
         No século 21, em algumas democracias o pode não limita o poder, governar é remediar os males alheios e a ética não é essência do poder. A corrupção está em toda parte, nos poderes públicos, praticada por gente que deveria ser exemplo de dignidade e de honra e pautar sua vida na realização do bem comum.
         Ao longo da história do Brasil, a Constituição e outros instrumentos de defesa da sociedade e do Estado têm permitido períodos de trevas entre o arbítrio e a impunidade, subordinando os elevados ideais do bem comum aos interesses de detentores do poder e dos que vivem à sua sombra.
         Sócrates identificou virtudes humanas de que os sofistas conheciam apenas sombras. Quando os homens bons e justos se confortam em suas virtudes, disso se aproveitam leões e raposas humanas. Qualquer forma de corrupção é absolutamente inaceitável. Praticada por autoridades públicas, é crime hediondo. Ou não?”.

(RUY CHAVES. Diretor da Estácio, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 28 de março de 2016, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 18 de maio de 2007, mesmo caderno, página 11, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral transcrição:

“Quem conhece Deus?
        Quem conhece Deus? Esta é a pergunta que explicita o cerne da questão central do discurso inaugural pronunciado pelo papa Bento XVI, dia 13 último, na abertura da 5ª Conferência Geral dos Bispos da América Latina e do Caribe. A interrogação pode parecer uma escolha de entendimento do que dá prioridade a uma fuga em direção ao intimismo, ao individualismo religioso, ou um abandono da realidade urgente dos grandes problemas econômicos, sociais e políticos. Foi o próprio para quem assim argumentou, interrogando, enquanto retomava o tema da Conferência Geral, “Discípulos e missionários de Jesus Cristo, para que n’Ele nossos povos tenham vida”. Sua argumentação teológica e pastoral focaliza no horizonte a tarefa primordial que a Igreja tem de alimentar a fé do povo de Deus. É bem do consenso de hoje que contemporâneo, atualizado e comprometido é quem tem adequada compreensão, envolvimento e inserção atuante na realidade. Ele põe, então, uma pergunta óbvia e necessária na busca de alinhamento dos necessários entendimentos: “O que  é a realidade? O que é real? São realidade só os bens materiais, os problemas sociais econômicos e políticos?” Aqui, diz o papa, precisamente, se localiza o grande erro das tendências dominantes do último século. Ele considera esse erro como nefasto porque destrutivo.
         Essa destrutividade ele a aponta, corajosamente, para agrado ou desagrado de muitos, nos sistemas marxistas, assim como nos sistemas capitalistas. Esses sistemas, ao considerar a realidade, elegem outros valores, obviamente, muitos em si são gritantes contravalores, prescindindo na sua compreensão e entendimento da realidade fundante, Deus. Incontestavelmente, aqui está uma grave mutilação do conceito de realidade enquanto a priva de sua relação, dependência e referência a Deus. Nisso, pois, se comprova o fracasso dos próprios sistemas citados, por colocarem Deus entre parêntese, com seus muitos caminhos equivocados e com suas receitas destrutivas. Aqui se pergunta sobre uma saída. Ela não vai nascer simplesmente de uma definição conceitual estratégica, senão de uma experiência diferente que só a experiência com Deus pode proporcionar. É a experiência do amor revelado por Cristo Jesus, na oferta suprema de sua própria vida, garantindo a todos a fonte perene de graça que cura e dá a salvação. Essa compreensão é uma experiência que não permite o isolamento, recorda o papa na sua reflexão. Antes, leva à comunhão, tendo o outro sempre como o mais importante. Assim, que, o encontro com Deus é, em si mesmo e como tal, sublinha o papa Bento XVI, encontro com os irmãos enquanto ato de convocação, de unificação e de responsabilidade em relação ao outro e aos demais. Nesse ponto de sua argumentação, o sumo pontífice introduz a justificação incontestável e a marca definitória da identidade do discípulo ao afirmar que nesse contexto a opção preferencial pelos pobres está implícita na fé cristológica, isto é, naquele Deus que se fez pobre por nós para nos enriquecer com a sua pobreza, como diz o apóstolo Paulo, na 2ª Carta aos Coríntios 8, 9. A abordagem e compreensão comprovam que o serviço da fé tem uma importância insubstituível na vida dos povos da América Latina e do Caribe, como de todo homem e mulher em qualquer parte do mundo.
         Na América Latina e no Caribe, tenha-se presente o serviço da fé prestado pela Igreja Católica, reconhecidas as sombras e contradições inegáveis, até mesmo essa de ser o maior contingente cristão entre as diferentes partes do mundo, tendo, no entanto, um cenário vergonhoso e asqueroso de desigualdades e exclusões, é um serviço que anima a vida e a cultura destes povos. É um serviço para proporcionar o encontro com a verdade, o único que garante caminho e dinâmica para se alcançar a felicidade que anela todo coração humano. Uma verdade que não é um conceito ou uma simples teoria. Uma verdade que é amor e tem um nome; é uma pessoa. É Cristo Jesus. O conhecimento de sua pessoa e missão e a adesão amorosa e apaixonada a Ele, assumindo, as aventuras e alegrias de sua oferta, é o segredo do novo que, em meio a uma cultura em profunda mudança, por isso tão difusa e confusa, compõem a busca e nela se tem certeza de uma resposta definitiva. O serviço evangelizador da Igreja, nas suas diferentes frentes de trabalho, particularmente na centralidade da experiência da fé, como encontro pessoal com o Cristo vivo e ressuscitado, é imprescindível no turbilhão de mudança de época vivida neste momento. Perdê-lo ou enfraquecê-lo é correr o riso de perder-se. Essa consciência desafia seus pastores a encontrarem novos métodos, caminhos e dinâmicas para fortalecer nos corações e nas culturas a genuinidade do crer em Cristo e do ser discípulo dele, como resposta corajosa, ética e comprometida, agora e para a vida vindoura. É sábia e incontestável a indicação do papa Bento XVI para esta 5ª Conferência, quando a Igreja busca qualificar o seu serviço à humanidade.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a educação – universal e de qualidade –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em março a ainda estratosférica marca de 432,24% para um período de doze meses; e mais, em fevereiro, o IPCA acumulado nos doze meses chegou a 10,36%...); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 515 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com projeção para 2016, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,348 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,044 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a   Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do Pré-Sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

- Estamos nos descobrindo através da Cidadania e Qualidade...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
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