(Outubro
= mês 36; faltam 134 meses para a Primavera Brasileira)
“O
capital e o meio ambiente
De todos os modos de
produção conhecidos e vivenciados pela sociedade ocidental, o capitalismo, do
ponto de vista ambiental, foi o mais cruel e prejudicial para o planeta. A
balança desigual entre os homens e a natureza no nosso país, facilmente ao
descobrimento. No século 16, o mesmo da chegada dos colonizadores, a costa
brasileira foi ferozmente desmatada em valioso pau-brasil, uma vez que sua
excelente madeira e seiva eram bem empregadas em Portugal. No século 18, foi a
vez de o solo mineiro enfrentar as profundas perfurações dos mineradores
lusitanos à procura de ouro e outros metais preciosos. Vistos do tempo
presente, os desastres de Mariana (2015) e Brumadinho (2019) são apenas um
resultado de um longo e doloroso processo que vem acometendo nosso estado há
séculos.
Todavia,
um outro desastre ambiental nos é mais próximo. A queima da maior floresta do
planeta, a Amazônia. Essa notícia, evidentemente, foi acolhida por todos com
imensa tristeza e desalento. A destruição de uma floresta, ou reserva natural,
não se restringe apenas à destruição de árvores. Sua queima afeta, diretamente,
todo o ecossistema, sem pensar nas populações próximas às chamas. Entretanto,
com a chegada da nuvem de fumaça na capital paulista, há alguns dias, as
pessoas começaram a tomar consciência dos desdobramentos advindos das queimadas
nas florestas brasileiras, uma vez que aparentavam não compreender a real
gravidade dessa sequência de eventos. Em plena tarde, o dia tornou-se noite.
Esse
tipo de consequência, resultante de um processo muito mais profundo, não é
inédito na história ocidental. Em 26 de outubro de 1890, o jornal A Folha Sabarense publicava o artigo “O
nevoeiro em Londres”. Nesse texto, os redatores comentavam sobre um
acontecimento muito próximo ao vivenciado em São Paulo e chamavam a atenção dos
leitores para os resultados do avanço capitalista na capital inglesa do mesmo
período: “Pouca gente imagina qual é o valor real e o peso do célebre nevoeiro
em Londres. Tão explorado pelos poetas e romancistas e que outra coisa não é
senão uma enorme nuvem de fumaça produzida pelas inúmeras chaminés das
fábricas, usinas e casas da moderna Babylonia”.
Apesar
de ambos fatos narrados se distanciarem em mais de um século, o mesmo problema
nos acomete, o descaso com o meio ambiente. Segundo dados divulgados pelo
Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), de agosto de 2018 a julho
deste ano, cerca de 6,8 mil quilômetros quadrados vêm sendo desmatados na
região da floresta amazônica, o que preocupa diversos segmentos sociais. Nesta
perspectiva, o apelo é feito em prol da conscientização e responsabilização das
pessoas em detrimento do futuro que plantamos hoje.”.
(MATEUS ROQUE
DA SILVA. Professor de história, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 1º de
setembro de 2019, caderno OPINIÃO,
página 7).
Mais uma importante e
oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado
no mesmo veículo, edição de 23 de janeiro de 2019, mesmo caderno e página, de
autoria de MICHELE SHAYO, diretora
de relações governamentais da Owens Illinois, e que merece igualmente integral
transcrição:
“Logística
reversa e reciclagem
Muito tem se falado sobre
consumo consciente e descarte adequado do lixo. Iniciativas sustentáveis são
observadas em diferentes cidades no mundo e sinalizam uma forte tendência a
novos hábitos de vida, novas formas de comprar, morar e adquirir serviços. Aos
poucos, o homem tem percebido que o consumo desenfreado esgotará, em algum
momento, os recursos naturais e se tornará insustentável.
A
reciclagem de resíduos sólidos é a solução mais inteligente e financeiramente
viável para controlar o volume de lixo acumulado em aterros sanitários e o
descarte inadequado no meio ambiente. Além das vantagens ecológicas, a
reciclagem gera, também, economia nos custos de produção, pois exige menos
insumos e energia no processo. Outro fator positivo é a geração de renda a
catadores e cooperativas de reciclagem.
O caco
também permite à indústria de vidro ter mais eficiência energética e menos
emissão de gases de efeito estufa: a cada 10% de cacos colocados nos fornos,
são reduzidos em média 2,9% do consumo de energia elétrica e 5% das emissões de
gás carbônico na atmosfera.
O
Brasil, no entanto, ainda tem entraves para o bom funcionamento da logística
reversa dos materiais, isto é, o caminho que o lixo percorre até ser
transformado em algo novo de novo. O vidro, por exemplo, é o único material
infinitamente reciclável, o que significa que pode ser usado para refazer o
mesmo produto diversas vezes, sendo que um quilo de cacos vira um quilo de
vidro novo. Nossos índices de reciclagem, porém, ainda são baixíssimos em
comparação a países da Europa.
A grande
dificuldade está no retorno desses cacos à indústria, que se deve por um
conjunto de fatores motivadores, como falta de conscientização da população
para o descarte adequado do vidro, pouco efetividade das políticas públicas de
coleta seletiva e educação ambiental e, por último, problemas na estruturação
das cooperativas, tanto no que diz respeito à infraestrutura quanto à
formalização.
Diante
do cenário problemático da logística reversa do vidro, algumas empresas e
organizações sem fins lucrativos têm encontrado, juntas, alternativas para
solucionar o impasse e promover a destinação adequada do material de ponta a
ponta. Projetos como o realizado pelo Instituto Ecozinha, no Distrito Federal,
mostram que é possível mudar a situação ecológica de uma região reduzindo a
quantidade de lixo no meio ambiente. A iniciativa propõe uma solução simples e
financeiramente viável, que é disponibilizar para estabelecimentos de
alimentação (bares, restaurantes, lanchonetes) depositarem as embalagens de
vidro usadas no dia a dia. Essas embalagens são, posteriormente, recolhidas e
enviadas para reciclagem.
Cada
depósito tem capacidade para receber até 800 quilos de vidro. Eles são
estrategicamente instalados próximos aos estabelecimentos parceiros, de modo a
facilitar o descarte adequado das embalagens.
O
objetivo do projeto é incentivar o gerenciamento de resíduos e permitir que
esses locais possam se adequar à Lei dos Grandes Geradores de Lixo, que prevê
responsabilidade aos estabelecimentos que produzem mais de 120 litros de lixo
por dia. Bares, restaurantes e lanchonetes que estejam enquadrados na regra
devem ficar responsáveis pelo próprio descarte. A iniciativa é inteiramente
apoiada por instituições privadas. Os estabelecimentos interessados podem se
credenciar junto ao Instituto Ecozinha e contribuir com uma taxa de manutenção
mensal. Também participam obrigatoriamente de um programa de compostagem de
resíduos orgânicos.
Temos
muito ainda a percorrer no caminho para a sustentabilidade, mas estimular o
pensamento consciente da população é o primeiro grande passa a ser dado.
Podemos, sim, melhorar os índices de reciclagem nmo país. Temos de agir de
forma consciente e fazer a melhor escolha para o meio ambiente e para a
sociedade.
Ações
como essa, mesmo que incipientes, atuam em seus microcosmos e não representam
solução completa. Ainda é necessária a ação em cadeia de todos os agentes por
meio de mais projetos e campanhas que estimulem a logística reversa. O ciclo
positivo se inicia com a oferta maior de cacos e mais cooperativas de catadores
envolvidas. Quanto maior o volume de reciclagem, melhor para o meio ambiente.”.
Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e
oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança
de nossa história – que é de ética, de
moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas,
civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e
sustentavelmente desenvolvidas...
Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras
cruciais como:
a) a excelência educacional – pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde
a educação infantil (0 a 3 anos de
idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo
da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira
série do ensino fundamental, independentemente
do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas
públicas, gerando o pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional
(enfim, 129 anos depois, a República proclama o que esperamos seja
verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira
incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria;
a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da
democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b) o combate implacável, sem eufemismos e
sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:
I – a inflação, a exigir permanente,
competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares
civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa
de juros do cartão de crédito atingiu em agosto a ainda estratosférica marca de
307,20% nos últimos doze meses, e a taxa
de juros do cheque especial chegou em históricos 306,86%; e já o IPCA, também
no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 3,43%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa
promiscuidade – “dinheiro público versus interesses privados”
–, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando
incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária
ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da
Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor,
de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é
cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional; eis, portanto, que todos os valores que vão
sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518
anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios,
malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a
corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar
inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo,
segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a
“... Desconfiança das empresas e das famílias é
grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase
nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses
recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à
ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de
infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de
planejamento...”;
c) a dívida pública brasileira - (interna e
externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para
2019, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos
Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e
insuportável desembolso de cerca de R$
1,422 trilhão (43,6%), a título de juros, encargos, amortização e
refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 758,672 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria
grega, do direito e da justiça:
- pagar,
sim, até o último centavo;
-
rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
-
realizar uma IMEDIATA, abrangente,
qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda
a propósito, no artigo Melancolia,
Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente
degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das
contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).
Destarte,
torna-se absolutamente inútil lamentarmos
a falta de recursos diante de tão
descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a
nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a
credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e
regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores
como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias,
hidrovias, portos, aeroportos); a educação;
a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos
sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana
(trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às
commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência
social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas;
polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência,
tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações;
qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –,
transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e
melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre
outros...
São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira
alguma, abatem o nosso ânimo e nem
arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta
grande cruzada nacional pela excelência
educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada,
civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e
desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas
riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos
os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos
bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de
infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à
luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização
das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas
tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a
nossa esperança... e perseverança!
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
58 anos
de testemunho de um servidor público (1961 – 2019)
-
Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
-
ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por
uma Nova Política Brasileira ...
- Pela
excelência na Gestão Pública ...
- Pelo
fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares
do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e,
ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A
alegria da vocação ...
Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou
asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...
E
P Í L O G O
CLAMOR
E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO
“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de
infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre
pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios,
ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da
dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.
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