quarta-feira, 2 de outubro de 2019

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS LIÇÕES E EXIGENTES CUIDADOS COM A AMAZÔNIA E AS LUZES DA LOGÍSTICA REVERSA NA SUSTENTABILIDADE (36/134)


(Outubro = mês 36; faltam 134 meses para a Primavera Brasileira)


“O capital e o meio ambiente
        De todos os modos de produção conhecidos e vivenciados pela sociedade ocidental, o capitalismo, do ponto de vista ambiental, foi o mais cruel e prejudicial para o planeta. A balança desigual entre os homens e a natureza no nosso país, facilmente ao descobrimento. No século 16, o mesmo da chegada dos colonizadores, a costa brasileira foi ferozmente desmatada em valioso pau-brasil, uma vez que sua excelente madeira e seiva eram bem empregadas em Portugal. No século 18, foi a vez de o solo mineiro enfrentar as profundas perfurações dos mineradores lusitanos à procura de ouro e outros metais preciosos. Vistos do tempo presente, os desastres de Mariana (2015) e Brumadinho (2019) são apenas um resultado de um longo e doloroso processo que vem acometendo nosso estado há séculos.
         Todavia, um outro desastre ambiental nos é mais próximo. A queima da maior floresta do planeta, a Amazônia. Essa notícia, evidentemente, foi acolhida por todos com imensa tristeza e desalento. A destruição de uma floresta, ou reserva natural, não se restringe apenas à destruição de árvores. Sua queima afeta, diretamente, todo o ecossistema, sem pensar nas populações próximas às chamas. Entretanto, com a chegada da nuvem de fumaça na capital paulista, há alguns dias, as pessoas começaram a tomar consciência dos desdobramentos advindos das queimadas nas florestas brasileiras, uma vez que aparentavam não compreender a real gravidade dessa sequência de eventos. Em plena tarde, o dia tornou-se noite.
         Esse tipo de consequência, resultante de um processo muito mais profundo, não é inédito na história ocidental. Em 26 de outubro de 1890, o jornal A Folha Sabarense publicava o artigo “O nevoeiro em Londres”. Nesse texto, os redatores comentavam sobre um acontecimento muito próximo ao vivenciado em São Paulo e chamavam a atenção dos leitores para os resultados do avanço capitalista na capital inglesa do mesmo período: “Pouca gente imagina qual é o valor real e o peso do célebre nevoeiro em Londres. Tão explorado pelos poetas e romancistas e que outra coisa não é senão uma enorme nuvem de fumaça produzida pelas inúmeras chaminés das fábricas, usinas e casas da moderna Babylonia”.
         Apesar de ambos fatos narrados se distanciarem em mais de um século, o mesmo problema nos acomete, o descaso com o meio ambiente. Segundo dados divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), de agosto de 2018 a julho deste ano, cerca de 6,8 mil quilômetros quadrados vêm sendo desmatados na região da floresta amazônica, o que preocupa diversos segmentos sociais. Nesta perspectiva, o apelo é feito em prol da conscientização e responsabilização das pessoas em detrimento do futuro que plantamos hoje.”.

(MATEUS ROQUE DA SILVA. Professor de história, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 1º de setembro de 2019, caderno OPINIÃO, página 7).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 23 de janeiro de 2019, mesmo caderno e página, de autoria de MICHELE SHAYO, diretora de relações governamentais da Owens Illinois, e que merece igualmente integral transcrição:

“Logística reversa e reciclagem
        Muito tem se falado sobre consumo consciente e descarte adequado do lixo. Iniciativas sustentáveis são observadas em diferentes cidades no mundo e sinalizam uma forte tendência a novos hábitos de vida, novas formas de comprar, morar e adquirir serviços. Aos poucos, o homem tem percebido que o consumo desenfreado esgotará, em algum momento, os recursos naturais e se tornará insustentável.
         A reciclagem de resíduos sólidos é a solução mais inteligente e financeiramente viável para controlar o volume de lixo acumulado em aterros sanitários e o descarte inadequado no meio ambiente. Além das vantagens ecológicas, a reciclagem gera, também, economia nos custos de produção, pois exige menos insumos e energia no processo. Outro fator positivo é a geração de renda a catadores e cooperativas de reciclagem.
         O caco também permite à indústria de vidro ter mais eficiência energética e menos emissão de gases de efeito estufa: a cada 10% de cacos colocados nos fornos, são reduzidos em média 2,9% do consumo de energia elétrica e 5% das emissões de gás carbônico na atmosfera.
         O Brasil, no entanto, ainda tem entraves para o bom funcionamento da logística reversa dos materiais, isto é, o caminho que o lixo percorre até ser transformado em algo novo de novo. O vidro, por exemplo, é o único material infinitamente reciclável, o que significa que pode ser usado para refazer o mesmo produto diversas vezes, sendo que um quilo de cacos vira um quilo de vidro novo. Nossos índices de reciclagem, porém, ainda são baixíssimos em comparação a países da Europa.
         A grande dificuldade está no retorno desses cacos à indústria, que se deve por um conjunto de fatores motivadores, como falta de conscientização da população para o descarte adequado do vidro, pouco efetividade das políticas públicas de coleta seletiva e educação ambiental e, por último, problemas na estruturação das cooperativas, tanto no que diz respeito à infraestrutura quanto à formalização.
         Diante do cenário problemático da logística reversa do vidro, algumas empresas e organizações sem fins lucrativos têm encontrado, juntas, alternativas para solucionar o impasse e promover a destinação adequada do material de ponta a ponta. Projetos como o realizado pelo Instituto Ecozinha, no Distrito Federal, mostram que é possível mudar a situação ecológica de uma região reduzindo a quantidade de lixo no meio ambiente. A iniciativa propõe uma solução simples e financeiramente viável, que é disponibilizar para estabelecimentos de alimentação (bares, restaurantes, lanchonetes) depositarem as embalagens de vidro usadas no dia a dia. Essas embalagens são, posteriormente, recolhidas e enviadas para reciclagem.
         Cada depósito tem capacidade para receber até 800 quilos de vidro. Eles são estrategicamente instalados próximos aos estabelecimentos parceiros, de modo a facilitar o descarte adequado das embalagens.
         O objetivo do projeto é incentivar o gerenciamento de resíduos e permitir que esses locais possam se adequar à Lei dos Grandes Geradores de Lixo, que prevê responsabilidade aos estabelecimentos que produzem mais de 120 litros de lixo por dia. Bares, restaurantes e lanchonetes que estejam enquadrados na regra devem ficar responsáveis pelo próprio descarte. A iniciativa é inteiramente apoiada por instituições privadas. Os estabelecimentos interessados podem se credenciar junto ao Instituto Ecozinha e contribuir com uma taxa de manutenção mensal. Também participam obrigatoriamente de um programa de compostagem de resíduos orgânicos.
         Temos muito ainda a percorrer no caminho para a sustentabilidade, mas estimular o pensamento consciente da população é o primeiro grande passa a ser dado. Podemos, sim, melhorar os índices de reciclagem nmo país. Temos de agir de forma consciente e fazer a melhor escolha para o meio ambiente e para a sociedade.
         Ações como essa, mesmo que incipientes, atuam em seus microcosmos e não representam solução completa. Ainda é necessária a ação em cadeia de todos os agentes por meio de mais projetos e campanhas que estimulem a logística reversa. O ciclo positivo se inicia com a oferta maior de cacos e mais cooperativas de catadores envolvidas. Quanto maior o volume de reciclagem, melhor para o meio ambiente.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 129 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em agosto a ainda estratosférica marca de 307,20% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou em históricos 306,86%; e já o IPCA, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 3,43%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2019, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,422 trilhão (43,6%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 758,672 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
58 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2019)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...        

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.




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