segunda-feira, 21 de outubro de 2019

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS LUZES E DESAFIOS DA BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR E O ETERNO CLAMOR PELA VIDA NA SUSTENTABILIDADE


“Educação igualitária
        A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) passa a ser aplicada nas escolas públicas e privadas de todo o Brasil a partir do próximo ano. O documento de referência para os conhecimentos indispensáveis aos estudantes brasileiros foi definido pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e desponta como ferramenta de superação de dificuldades históricas por diminuir as distâncias entre a educação nas regiões – Norte ou Sul, urbano ou rural –, tornando o ensino mais igualitário.
         A BNCC da educação básica foi desenvolvida com a colaboração de especialistas, gestores, docentes e comunidades para estabelecer competência como a mobilização de conhecimentos, habilidades, atitudes e valores, priorizando habilidades socioemocionais, como autoconsciência, autogerenciamento, consciência social, habilidades de relacionamento e tomada de decisão responsável. A inclusão dessas aptidões reforça a ideia de que a escola deve formar pessoas capacitadas para identificarem emoções, trabalharem em grupo, respeitarem o outro, terem empatia, autoconfiança e habilidades de relacionamento. Crianças e jovens poderão se transformar em profissionais com capacidade cognitiva e maior formação cidadã.
         A base define o trabalho em espiral: o aluno vai rever os eixos ao longo dos anos, aumentando o nível de complexidade a cada etapa para progredir conceitualmente, conforme desenvolve habilidades e maturidade. O aprendizado envolve noções básicas sobre certa matéria desde os primeiros anos de ensino, e, quando chegar o momento de aprofundar o assunto, o estudante já terá maior familiaridade com ele.
         Entre as dez competências que precisam desenvolver ao longo da trajetória escolar, duas são referentes a tecnologia e inovação, relacionadas aos processos de aprendizagem, considerando-se o avanço de uma sociedade cada vez mais digital.
         A competência número 4, por exemplo, prevê utilização de linguagens – verbal, corporal, visual, sonora e digital – para se expressar e partilhar informações e produzindo sentidos que levem ao entendimento mútuo. A competência evidencia a necessidade de uma comunicação mais efetiva. Já a número 5 é mais específica para tecnologia ao considerar que o aluno deve dominar o mundo digital com habilidades para utilizar, com qualidade e ética, as diversas ferramentas existentes, dimensionando seu impacto no cotidiano.
         O fato é que a adaptação à BNCC será um desafio para alunos e professores. As mudanças estimularão estudantes a serem capazes de desenvolver habilidades e se tornarem protagonistas, com voz e participação ativa na aprendizagem, diminuindo desigualdades.”.

(Christina Fabel. Diretora do Colégio Instituto Coração de Jesus – Sistema Bernoulli, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 29 de setembro de 2019, caderno O.PINIÃO, página 21).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, edição de 4 de outubro de 2019, em www.domtotal.com, e que merece igualmente integral transcrição:

“Pela vida
        A Igreja Católica, pela voz de sua Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), sob a coordenação da Comissão Episcopal Pastoral Família e Vida, promove entre os dias 1º e 8 de outubro, a Semana da Vida. De viva voz, por testemunhos e por meio de projetos e programas, em nível local, regional e nacional, contemplando a interface e diálogos com a sociedade, aponta o horizonte desafiador do que representa a inegociável tarefa de trabalhar e fazer tudo pela vida.
         Tudo pela vida é o intocável compromisso de fé e cidadania que deve ser a pauta única, a antífona do hino oficial da humanidade, o jogo a ser vencido, a torcida de todos. Por isso, muito além de um mero jargão, seja acolhido o princípio vinculante: a vida é um dom de Deus, inviolável. A vida deve ser cuidada e defendida, desde o momento primeiro, na concepção, até o último, na morte natural. Dessa moldura de horizonte infinito se desdobram os compromissos, os princípios intocáveis, a inspiração modeladora de programas, a definição dos parâmetros de condutas individuais, cidadãs, nas esferas religiosas, políticas, econômicas e sociais.
         “Pela vida” se torna um clamor perene a ecoar nos ouvidos da humanidade, exigindo as urgências de caminhos novos para se fazer frente, com velocidade, às antigas e novas ameaças à vida. A humanidade está sob o peso de uma roda giratória antropológico cultural requerendo acuidade na consideração e no tratamento da vida. As relativizações do mal, de princípios e valores, nesta viragem de profundas mutações, estão exigindo um movimento consistente em entendimentos e práticas que evitem os descompassos impostos por ideologias. Para isso, são necessárias iniciativas que combatam, de modo educativo, os exageros irracionais e suicidas no tratamento da Casa Comum.
         A submissão patológica à idolatria do dinheiro e a perda do sentido da vida como dom empurram a população rumo ao nefasto e irreversível autoextermínio, conforme mostram as estatísticas. Esses males também levam à depressão que enjaula a humanidade na indiferença e na incapacidade de viver a solidariedade fraterna. “Pela vida” deve ser clamor emoldurado pelo Evangelho – o centro da mensagem de Jesus Cristo, Aquele, o Único, que deu a sua vida para que todos tenham vida, e a tenham em abundância. A incomensurabilidade desse horizonte, suas complexidades por abrigar a preciosidade maior, a vida, apontam que é preciso investir, cotidianamente, em processos educativos que capacitem as pessoas a reconhecer: viver é dom de Deus. Esse reconhecimento deve motivar projetos legislativos governamentais e dos segmentos todos da sociedade para que a vida seja respeitada, efetivamente, em todas as suas etapas.
         Em questão está o valor incomparável do ser humano. A vida humana se estende para além das dimensões da sua existência terrena, porque consiste na participação da própria vida de Deus. A perda do sentido da sublimidade dessa vocação natural, obviamente, é responsável pela desconsideração da grandeza e do valor precioso da vida humana. A Semana da Vida celebrada, os conselhos pró-vida fortalecidos, a sociedade na defesa da vida, as responsabilidades de instâncias legislativas e judiciais assumidas precisam ecoar profundamente no coração de cada pessoa. É preciso trabalhar, sistemicamente, a convicção da sacralidade de cada indivíduo, desde a concepção. Consequentemente, é preciso abominar o aborto, lutar pela justiça e pela paz, mudando cenários de pobrezas e exclusões, atentados vergonhosos contra a vida.
         Para a Igreja Católica, o amor de Deus por seus filhos e filhas, a promoção da dignidade humana e da vida são um único e indivisível Evangelho. É por isso que cada pessoa constitui o primeiro e fundamental caminho da Igreja missionária que, incansavelmente, trabalha no sentido de levar o Evangelho para todos. Há, pois, que se enfrentar as situações dramáticas, crimes e irresponsabilidades, emoldurados pela mesquinhez e falta de humanismo, para superar o inquietante e assombroso panorama que acinzenta o horizonte da civilização contemporânea. O progresso científico e os avanços tecnológicos conduzem a um novo cenário cultural que precisa de redobrados cuidados, investimentos educativos para compor um tecido com propriedades humanísticas capazes de livrar o planeta do caos.
         Não se pode assistir passivamente o espezinhar perverso de direitos fundamentais de seres humanos débeis e indefesos, como as crianças não nascidas. Vozes em coro devem inspirar iniciativas, impulsionar novas atitudes e fecundar renovadas posturas. O momento requer sensatez e humildade para que sejam reconhecidos os ricos capítulos que compõem o tesouro da humanidade, de sua história e de seu destino – tudo pela vida.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 129 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em agosto a ainda estratosférica marca de 307,20% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou em históricos 306,86%; e já o IPCA, em setembro, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 2,89%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2019, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,422 trilhão (43,6%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 758,672 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
58 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2019)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...        

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.


        



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