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quinta-feira, 13 de agosto de 2009

A CIDADANIA FAZ O POVO VENCEDOR

“De tudo, ficaram três coisas:
A certeza de que estamos sempre começando,
A certeza de que é preciso continuar,
A certeza de que seremos sempre interrompidos antes de terminar.
Portanto, devemos
Fazer da interrupção um caminho novo,
DA QUEDA UM PASSO DE DANÇA,
Do medo uma escada,
Do sonho uma ponte,
Da procura um encontro.”
(FERNANDO SABINO, in O Encontro Marcado (Record).

Mais uma importante CONTRIBUIÇÃO vem de artigo publicado no Jornal ESTADO DE MINAS, edição de 21 de março de 2001, Caderno OPINIÃO, página 9, com a respeitável assinatura do Cônego e professor do Seminário de MARIANA – MG, JOSÉ GERALDO VIDIGAL DE CARVALHO, que merece também INTEGRAL transcrição:

“O povo será o vencedor

Seja qual for o desfecho do embate atual envolvendo o mundo político, o vencedor precisa ser o povo. Com efeito, nunca na História do Brasil tanto se falou em corrupção. Sempre haverá corrupção e corrompidos, mas um desfecho fulminante tem sido o resultado, acalmando logo a opinião pública. Na época de Carlos Lacerda com seu verbo inflamado, triste o fim de um dos presidentes da República. Nos idos de 1954 se falava em “mar de lama”. Hoje as acusações de desvio do dinheiro público, publicadas na imprensa, são gravíssimas e deveriam ser apuradas. O atual mandatário supremo do País que pela dignidade pessoal, quer pela tropa de choque que possui, tem saído ileso e nada respinga em sua honra. É, realmente, uma pessoa honesta e correta. Seu governo, porém, se dá num dos mais turbulentos momentos da história republicana e muitos analistas julgam que deveria haver uma maior repressão aos fraudadores dos cofres públicos. Tudo, porém, será decidido nas urnas no próximo ano. Caberá ao povo cantar o triunfo final, banindo, de uma vez por todas, aquelas forças que sustentam qualquer laivo de corrupção.

Todo cuidado é pouco, dado que, na prática, o grande público vive mais das manchetes dos jornais e dos noticiários da televisão e rádio. As análises dos cientistas sociais não o atingem. Daí o perigo da manipulação. Muitos apelam, em época de eleições, para uma atitude radical que é a da anulação do voto, desiludidos com a classe política. Quem, porém, acompanha o desenrolar dos acontecimentos percebe que há como consertar o Brasil. Cumpre uma renovação de homens e de idéias e não o continuísmo. Para que o povo seja de fato triunfante cumpre uma campanha nacional de esclarecimento sobre as mazelas que reinam em tantos setores envolvendo ministros, senadores e deputados. Para isso há líderes probos que ficam na obrigação de fazer um grande serviço a esta nação. Os partidos ficam com a obrigação da escolha de candidatos que possam dar um rumo certo à pátria bem-amada. Com efeito, assim que deslanchar o processo sucessório haverá possibilidade de autênticos líderes, homens probos, atingir as massas, evitando-se a mistificação. Dizia, com razão, Antoine Rivarol que “é preciso combater a opinião com as suas próprias armas; não se disparam tiros de fuzil contra as idéias”. Idéias, se combatem, realmente com idéias.

Os conchavos que, de repente, reúnem aqueles mesmos que antes se acusavam das piores façanhas para se enriquecer ilicitamente mostram que não há divisores de água quando se trata do interesse pessoal. A política não pode ser o jogo da intriga, da inveja e da incapacidade, pois isto, na linguagem de Rui Barbosa, seria uma mera politicagem. O povo que se cuide! Que todos se lembrem que Política é a arte de bem governar para o bem da população e não fazer o jogo dos interesses pessoais”.

Como vimos, a importância e a OPORTUNIDADE do presente artigo, publicado há quase uma DÉCADA, que reafirma a IMPERIOSA necessidade da MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE e, assim, construirmos uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, LIVRE, PRÓSPERA, DEMOCRÁTICA – na essência do Governo: DO POVO, PELO POVO E PARA o POVO – e SOLIDÁRIA, e esperamos, no horizonte do BRASIL 2014 possamos ter NOVAS PÁGINAS tratando da COPA DA CIDADANIA; eis, pois, a NOSSA FÉ, o NOSSO ENTUSIASMO e a NOSSA ESPERANÇA.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

COMBATE À CORRUPÇÃO: UMA QUESTÃO CÍVICA

“A corrupção vem dos tempos da colonização, quando o Estado foi constituído antes e acima da sociedade brasileira”
(Rodrigo Sá Motta)

Mais uma vez, buscamos em artigo da jornalista DÉA JANUZZI, publicado no Jornal ESTADO DE MINAS, Caderno GERAIS, em edição de 24 de junho de 2001, tratando de uma HERANÇA MALDITA – CORRUPÇÃO COMEÇA EM CASA, que bem mostra a absoluta necessidade da MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE no FORTALECIMENTO da DEMOCRACIA e transformação do BRASIL numa SOCIEDADE verdadeiramente JUSTA, LIVRE, PRÓSPERA e SOLIDÁRIA, e, mais ainda, com vistas ao BRASIL 2014, cujos INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS sejam EFETIVAMENTE partilhados com TODOS os BRASILEIROS e BRASILEIRAS. O conteúdo da matéria também faz por merecer sua INTEGRAL transcrição:

“Ninguém nasce corrupto. É o que garante a psicanalista Iziná Helena Traváglia: “O filho de um pai corrupto pode encontrar outros exemplos a seguir, através de um avô, de um irmão mais velho, de um grupo social, ou da escola. O Ser humano não é uma equação matemática, uma receita de bolo. A sua formação depende de influências genéricas, hereditárias, ambientais e da forma como foi desejado ao entrar no mundo”.

Mas no consultório, a psicanalista trata de pais e filhos que não aprenderam a reivindicar e a dialogar, mas a conquistar através de pequenas chantagens. “Eu te dou isso se você fizer o que eu mando”.

Alguns pais, inclusive, são tão permissivos que não sabem dizer não aos filhos ou amparam abertamente seus erros. E eles crescem sem limites, com dificuldade de aceitar ordens. Ela cita também pais que pregam a importância da obediência às leis de trânsito, mas dirigem alcoolizados. Ou falam para os filhos sobre o perigo das drogas, mas se dopam com antidepressivos ou doses de uísque. Em mães que vão tirar os filhos da delegacia, mesmo depois de cometerem imprudências.

Os pais repetem o velho ditado ‘faça o que eu digo e não o que eu faço’, sem saber que o exemplo não é teoria, mas “a prática verdadeira de valores e ideais que escapam ao controle da vontade”, explica.
Além do declínio da função paterna, pais e filhos se deparam, no mundo contemporâneo, com o surgimento de uma nova ética: “A do individualismo. Cada um escolhe suas próprias regras e estilo de vida, sem se sacrificar pelos princípios coletivos, tradições ou modelos que restringem a liberdade. Há um retorno do homem para si mesmo. Não existem mais heróis ou objetivos elevados, mas prazeres individuais, num total desencanto com os valores tradicionais, o que leva à fragmentação dos laços afetivos e sociais”.

A nova ética inclui os recursos tecnológicos como a solução para todos os problemas, pois exacerba o prazer, dribla os limites, a morte e até a ciência: “A ética de todos iguais anula as diferenças, dissolve particularidades e leva à intolerância. Marx e Jesus Cristo foram enterrados pelo mundo globalizado, onde o grande mestre é o mercado, sempre com novos e atraentes objetos de consumo. Também a proliferação de livros de auto-ajuda revela o desejo de um saber fechado”.

A psicanalista chama a atenção para a importância de um relacionamento honesto entre pais e filhos: “É através da postura dos pais que haverá uma mudança dos padrões sociais. É função paterna transmitir a singularidade de cada sujeito. Os filhos devem aprender que não existe completude nem prazer total, que haverá sempre desacordo entre o que se deseja e o que se pode alcançar”.

Resquício cultural do nepotismo

A Sociologia não vê a corrupção como herança familiar, mas cultural, com a manutenção de práticas patrimonialistas que determinam a vida pública nacional: “Existe uma incapacidade de separar a noção de público e privado. Uma típica maneira brasileira de lidar com o patrimônio público”, assegura Luís Flávio Sapori, sociólogo da Fundação João Pinheiro e professor da PUC Minas.

Na prática, “essa tradição cultural explica porque parte significativa da elite brasileira sempre se utilizou do patrimônio público como se fosse privado. A corrupção no Brasil não é apenas ausência de moralidade, mas de uma super valorização das relações pessoais, do parentesco, do nepotismo e dos privilégios”.



PERVERSIDADE

A sociedade brasileira é um exemplo concreto de corrupção institucionalizada, que atinge todas as classes sociais: “O mais perverso na corrupção brasileira é que, apesar das denúncias e das investigações há um retorno ao ponto de partida. É um fenômeno recorrente na história do Brasil, o que dificulta o entendimento de suas causas”.

Neste cenário, figuras como a de Antônio Carlos Magalhães sempre reaparecem na política brasileira. “E demonstram porque a sonegação de impostos é tão disseminada no País. Ou porque o brasileiro desobedece regras, burla as leis. E os empresários mantêm uma relação de promiscuidade com as elites políticas. Dá até para saber de onde veio o famoso jeitinho brasileiro.”

A prática mais antiga do mundo

A corrupção faz parte da história do Brasil. Poetas e escritores sempre revelaram o seu espanto com os corruptos. Como Machado de Assis, que num artigo para o “Jornal das Famílias”, de 1867, escreveu: “Murchou-se logo a primeira ilusão de que todos os homens se guiam unicamente pelos princípios dos sentimentos puros e das idéias generosas. Era a primeira vez que ele se achava diante do homem prático, do homem-coisa, do homem-dinheiro. Até então vivera nas regiões ideais das quimeras e dos sonhos”.

Também o poeta baiano Gregório de Mattos, conhecido como “Boca do Inferno”, já fazia referências à corrupção das elites brasileiras no século XVII. E, segundo o diretor do Departamento de História da UFMG, Rodrigo Sá Motta, “tudo indica que a corrupção está presente desde o início da colonização. É um comportamento enraizado nas práticas políticas do País”.

Mas o historiador avisa que “não somos o lixo do mundo. Quando se fala em funcionamento das organizações estatais, a corrupção é uma realidade universal. No caso do Brasil, entretanto, conta muito o fato de o Estado ter sido constituído antes e acima da sociedade brasileira. O poder se estabeleceu antes da Nação, pois os portugueses já chegaram com um projeto colonial. E a sociedade brasileira se sentiu subjugada à ação do Estado, pois não construiu a sua própria história”.

Se em algumas sociedades do mundo existe a tradição de controle do Estado por parte da população, no Brasil essa relação é passiva, distante. “Não é uma relação de cidadania, de cobrança, de vigilância e de participação.”

SEDUÇÃO

Para Rodrigo, o “poder geralmente exerce uma forte possibilidade exerce uma forte possibilidade de corrupção: “Quanto mais no Brasil, onde é comum a corrupção no aparelho do Estado. A tentação dos que assumem o poder se deixarem corromper é muito maior”.

Mas como um brasileiro que continua a ter esperanças, ele menciona que, hoje, “há um fortalecimento da cidadania, com uma cobrança maior da imprensa e da sociedade como um todo. Pelo menos as coisas não ficam mais abafadas, embaixo do pano. A situação democrática estimulou a investigação das práticas e das evidências de corrupção”.

A apuração das denúncias de corrupção é atualmente “uma questão cívica. Todos desejam rigor nas apurações, apesar de muitas provas desaparecerem, de a justiça brasileira ainda ser lenta, com muitas brechas na legislação. Mas a redemocratização do País, a partir de 1985, com certeza, mudou o rumo da História”.

Enfim, há um SÉCULO, ou há uma DÉCADA, como HOJE, o combate à
CORRUPÇÃO é uma QUESTÃO CÍVICA.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

O PATRONO DOS POLÍTICOS E DOS GOVERNANTES

(1/59) – Significa: JULHO/2009 é o mês 1 e faltam 59 meses para a COPA DO MUNDO de 2014.

“O homem não pode ser separado de DEUS, nem a política da MORAL”
(SÃO TOMÁS MORO)


Mais uma INESTIMÁVEL contribuição para com a PEDAGOGIA da MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADAN IA E QUALIDADE, que apresentamos também, sem corte, uma vez que constitui PRECIOSA fonte na qual devemos nos ABEBERAR, fortalecendo nosso ESPÍRITO CÍVICO rumo à construção de um BRASIL JUSTO, ÉTICO, ALEGRE, PRÓSPERO e SOLIDÁRIO.

Esperamos sobretudo que nossos POLÍTICOS e GOVERNANTES se MOTIVEM e se façam DIGNOS e HONREM as QUALIDADES e VIRTUDES do VENERÁVEL PATRONO:

CARTA APOSTÓLICA SOB FORMA DE MOTU PROPRIOPARA A PROCLAMAÇÃO DE S. TOMÁS MOROPATRONO DOS GOVERNANTES E DOS POLÍTICOS

JOÃO PAULO PP. II PARA PERPÉTUA MEMÓRIA.

1. Da vida e martírio de S. Tomás Moro emana uma mensagem que atravessa os séculos e fala aos homens de todos os tempos da dignidade inalienável da consciência, na qual, como recorda o Concílio Vaticano II, reside «o centro mais secreto e o santuário do homem, no qual se encontra a sós com Deus, cuja voz se faz ouvir na intimidade do seu ser» (Gaudium et spes, 16). Quando o homem e a mulher prestam ouvidos ao apelo da verdade, a consciência guia, com segurança, os seus actos para o bem. Precisamente por causa do testemunho que S. Tomás Moro deu, até ao derramamento do sangue, do primado da verdade sobre o poder, é que ele é venerado como exemplo imperecível de coerência moral. Mesmo fora da Igreja, sobretudo entre os que são chamados a guiar os destinos dos povos, a sua figura é vista como fonte de inspiração para uma política que visa como seu fim supremo o serviço da pessoa humana.
Recentemente, alguns Chefes de Estado e de Governo, numerosos dirigentes políticos, várias Conferências Episcopais e Bispos individualmente dirigiram-me petições a favor da proclamação de S. Tomás Moro como Patrono dos Governantes e dos Políticos. A instância goza da assinatura de personalidades de variada proveniência política, cultural e religiosa, facto esse que testemunha o vivo e generalizado interesse pelo pensamento e comportamento deste insigne Homem de governo.

2. Tomás Moro viveu uma carreira política extraordinária no seu País. Tendo nascido em Londres no ano 1478 de uma respeitável família, foi colocado, desde jovem, ao serviço do Arcebispo de Cantuária, João Morton, Chanceler do Reino. Continuou depois, em Oxford e Londres, os seus estudos de Direito, mas interessando-se também pelos vastos horizontes da cultura, da teologia e da literatura clássica. Dominava perfeitamente o grego e criou relações de intercâmbio e amizade com notáveis protagonistas da cultura do Renascimento, como Erasmo de Roterdão.
A sua sensibilidade religiosa levou-o a procurar a virtude através duma assídua prática ascética: cultivou relações de amizade com os franciscanos conventuais de Greenwich e demorou-se algum tempo na cartuxa de Londres, que são dois dos focos principais de fervor religioso do Reino. Sentindo a vocação para o matrimónio, a vida familiar e o empenho laical, casou-se em 1505 com Joana Colt, da qual teve quatro filhos. Tendo esta falecido em 1511, Tomás desposou em segundas núpcias Alice Middleton, já viúva com uma filha. Ao longo de toda a sua vida, foi um marido e pai afectuoso e fiel, cooperando intimamente na educação religiosa, moral e intelectual dos filhos. A sua casa acolhia genros, noras e netos, e permanecia aberta a muitos jovens amigos que andavam à procura da verdade ou da própria vocação. Além disso, na vida de família dava-se largo espaço à oração comum e à lectio divina, e também a sadias formas de recreação doméstica. Diariamente, Tomás participava na Missa na igreja paroquial, mas as austeras penitências que abraçava eram conhecidas apenas dos seus familiares mais íntimos.

3. Em 1504, no reinado de Henrique VIII, foi eleito pela primeira vez para o Parlamento. O rei renovou-lhe o mandato em 1510 e constituiu-o ainda como representante da Coroa na Capital, abrindo-lhe uma carreira brilhante na Administração Pública. No decénio sucessivo, Henrique VIII várias vezes o enviou em missões diplomáticas e comerciais à Flandres e territórios da França actual. Constituído membro do Conselho da Coroa, juiz presidente dum tribunal importante, vice-tesoureiro e cavaleiro, tornou-se em 1523 porta-voz, ou seja presidente, da Câmara dos Comuns.
Estimado por todos pela sua integridade moral indefectível, argúcia de pensamento, carácter aberto e divertido, erudição extraordinária, foi nomeado pelo rei em 1529, num momento de crise política e económica do País, Chanceler do Reino. Tomás Moro, o primeiro leigo a ocupar este cargo, enfrentou um período extremamente difícil, procurando servir o rei e o País. Fiel aos seus princípios, empenhou-se por promover a justiça e conter a danosa influência de quem buscava os próprios interesses à custa dos mais débeis. Em 1532, não querendo dar o próprio apoio ao plano de Henrique VIII que desejava assumir o controle da Igreja na Inglaterra, pediu a própria demissão. Retirou-se da vida pública, resignando-se a sofrer, com a sua família, a pobreza e o abandono de muitos que, na prova, se revelaram falsos amigos.
Constatando a firmeza irremovível com que ele recusava qualquer compromisso contra a própria consciência, o rei mandou prendê-lo, em 1534, na Torre de Londres, onde foi sujeito a várias formas de pressão psicológica. Mas Tomás Moro não se deixou vencer, recusando prestar o juramento que lhe fora pedido, porque comportaria a aceitação dum sistema político e eclesiástico que preparava o terreno para um despotismo incontrolável. Ao longo do processo que lhe moveram, pronunciou uma ardente apologia das suas convicções sobre a indissolubilidade do matrimônio, o respeito pelo patrimônio jurídico inspirado aos valores cristãos, a liberdade da Igreja face ao Estado. Condenado pelo Tribunal, foi decapitado.
Com o passar dos séculos, atenuou-se a discriminação contra a Igreja. Em 1850, foi reconstituída a hierarquia católica na Inglaterra. Deste modo, tornou-se possível abrir as causas de canonização de numerosos mártires. Juntamente com outros 53 mártires, entre os quais o Bispo João Fisher, Tomas Moro foi beatificado pelo Papa Leão XIII em 1886 e canonizado, com o citado Bispo, por Pio XI no ano 1935, quando se completava o quarto centenário do seu martírio.

4. Muitas são as razões em favor da proclamação de S. Tomás Moro como Patrono dos Governantes e dos Políticos. Entre elas, conta-se a necessidade que o mundo político e administrativo sente de modelos credíveis, que lhes mostrem o caminho da verdade num momento histórico em que se multiplicam árduos desafios e graves responsabilidades. Com efeito, existem, hoje, fenômenos econômicos intensamente inovadores que estão a modificar as estruturas sociais; além disso, as conquistas científicas no âmbito das biotecnologias tornam mais aguda a exigência de defender a vida humana em todas as suas expressões, enquanto as promessas duma nova sociedade, propostas com sucesso a uma opinião pública distraída, requerem com urgência decisões políticas claras a favor da família, dos jovens, dos anciãos e dos marginalizados.
Em tal contexto, muito pode ajudar o exemplo de S. Tomás Moro que se distinguiu pela sua constante fidelidade à Autoridade e às instituições legítimas, porque pretendia servir nelas, não o poder, mas o ideal supremo da justiça. A sua vida ensina-nos que o governo é, primariamente, um exercício de virtude. Forte e seguro nesta estrutura moral, o Estadista inglês pôs a sua actividade pública ao serviço da pessoa, sobretudo dos débeis ou pobres; regulou as controvérsias sociais com fino sentido de equidade; tutelou a família e defendeu-a com valoroso empenho; promoveu a educação integral da juventude. O seu profundo desdém pelas honras e riquezas, a humildade serena e jovial, o sensato conhecimento da natureza humana e da futilidade do sucesso, a segurança de juízo radicada na fé conferiram-lhe aquela confiança e fortaleza interior que o sustentou nas adversidades e frente à morte. A sua santidade refulgiu no martírio, mas foi preparada por uma vida inteira de trabalho, ao serviço de Deus e do próximo.
Aludindo a tais exemplos de perfeita harmonia entre fé e obras, escrevi, na Exortação apostólica pós-sinodal Christifideles laici, que «a unidade de vida dos fiéis leigos é de enorme importância, pois eles têm que se santificar na vida profissional e social normal. Assim, para que possam corresponder à sua vocação, os fiéis leigos devem olhar para as actividades da vida quotidiana como uma ocasião de união com Deus e de cumprimento da sua vontade, e também como serviço aos outros homens» (n.º 17).
Esta harmonia do natural com o sobrenatural é talvez o elemento que melhor define a personalidade do grande Estadista inglês: viveu a sua intensa vida pública com humildade simples, caracterizada pelo proverbial «bom humor» que sempre manteve, mesmo na iminência da morte.
Esta foi a meta a que o levou a sua paixão pela verdade. O homem não pode separar-se de Deus, nem a política da moral: eis a luz que iluminou a sua consciência. Como disse uma vez, «o homem é criatura de Deus, e por isso os direitos humanos têm a sua origem n'Ele, baseiam-se no desígnio da criação e entram no plano da Redenção. Poder-se-ia dizer, com uma expressão audaz, que os direitos do homem são também direitos de Deus» (Discurso, 07/04/1998).
É precisamente na defesa dos direitos da consciência que brilha com luz mais intensa o exemplo de Tomás Moro. Pode-se dizer que viveu de modo singular o valor de uma consciência moral que é «testemunho do próprio Deus, cuja voz e juízo penetram no íntimo do homem até às raízes da sua alma» (Carta enc. Veritatis splendor, 58), embora, no âmbito da acção contra os hereges, tenha sofrido dos limites da cultura de então.
O Concílio Ecuménico Vaticano II, na Constituição Gaudium et spes, observa que tem crescido, no mundo contemporâneo, «a consciência da eminente dignidade da pessoa humana, por ser superior a todas as coisas e os seus direitos e deveres serem universais e invioláveis» (n.º 26). A vida de S. Tomás Moro ilustra, com clareza, uma verdade fundamental da ética política. De facto, a defesa da liberdade da Igreja face a indevidas ingerências do Estado é simultaneamente uma defesa, em nome do primado da consciência, da liberdade da pessoa frente ao poder político. Está aqui o princípio basilar de qualquer ordem civil respeitadora da natureza do homem.

5. Espero, portanto, que a elevação da exímia figura de S. Tomás Moro a Patrono dos Governantes e dos Políticos possa contribuir para o bem da sociedade. Trata-se, aliás, de uma iniciativa em plena sintonia com o espírito do Grande Jubileu, que nos introduz no terceiro milênio cristão.
Assim, depois de maturada reflexão e acolhendo de bom grado os pedidos que me foram feitos, constituo e declaro S. Tomás Moro Patrono celeste dos Governantes e dos Políticos, concedendo que lhe sejam tributadas todas as honras e privilégios litúrgicos que competem, segundo o direito, aos Patronos de categorias de pessoas.

Bendito e glorificado seja Jesus Cristo, Redentor do homem, ontem, hoje e sempre.

Dado em Roma, junto de São Pedro, no dia 31 de Outubro de 2000, vigésimo terceiro ano de Pontificado.

IOANNES PAULUS PP. II

quarta-feira, 17 de junho de 2009

A CIDADANIA E OS OITO OBJETIVOS DO MILÊNIO

Mais uma inestimável contribuição para a MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem dos graves COMPROMISSOS assumidos pelos 191 ESTADOS-MEMBROS das NAÇÕES UNIDAS, entre eles o BRASIL, com METAS que devem ser alcançadas até 2015.

Assim, com vistas ao BRASIL 2014, merece uma especial atenção o rol dos OBJETIVOS:

1. Erradicar a Extrema Pobreza e a Fome;
2. Atingir o Ensino Básico Universal;
3. Promover a Igualdade Entre os Sexos e Autonomia das Mulheres;
4. Reduzir a Mortalidade Infantil;
5. Melhorar a Saúde Materna;
6. Combater o HIV/AIDS, a Malária e Outras Doenças;
7. Garantir a Sustentabilidade Ambiental;
8. Estabelecer uma Parceria Mundial para o Desenvolvimento.

A apresentação e o monitoramento das ações estão em apurado trabalho realizado pelo PNUD – PROGRAMA DAS NAÇÕES UNIDAS PARA O DESENVOLVIMENTO (http://www.pnud.org.br/).

Sem nenhuma pretensão, como sempre enfatizamos, queremos simplesmente ASSOCIAR as AÇÕES do País com vista à COPA DO MUNDO DE 2014 com os PROJETOS que estruturam os COMPROMISSOS com os ODM, procurando SENSIBILIZAR a SOCIEDADE CIVIL, os PODERES PÚBLICOS e os EMPREENDEDORES de modo geral para que a execução dos BILIONÁRIOS INVESTIMENTOS, aplicados com ABSOLUTA AUSTERIDADE, BENEFICIEM, de maneira efetiva, TODOS os BRASILEIROS e TODAS as BRASILEIRAS, contribuindo dessa maneira para a concretização do nosso mais precioso IDEAL: uma NAÇÃO, JUSTA, LIVRE, PRÓSPERA e SOLIDÁRIA.

Os parâmetros utilizados pelo PNUD nos convidam e nos motivam à SUPERAÇÃO de vergonhosos indicadores sociais que o BRASIL apresenta em comparação com outros países, não NECESSARIAMENTE com os Estados Unidos e Europa. Sabemos que são DíVIDAS acumuladas durante séculos, gerando um INTOLERÁVEL quadro de DESIGUALDADES SOCIAIS e REGIONAIS.
OS ODM ampliam, de maneira clara, os horizontes dos projetos para as POLÍTICAS PÚBLICAS essenciais ao DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL: devem orientar o CRESCIMENTO ECONÔMICO, contemplar a PROMOÇÃO HUMANA e SOCIAL e zelar pela PROTEÇÃO e PRESERVAÇÃO AMBIENTAL, numa perfeita HARMONIA com as exigências do SÉCULO XXI, com as mais sólidas ESPERANÇAS de um mundo mais HUMANO, onde TODOS possam VIVER e CONVIVER e realizar os SONHOS de FELICIDADE, PAZ e de PROSPERIDADE.