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segunda-feira, 7 de setembro de 2009

A CIDADANIA E A CORTESIA

...QUE A INDEPENDÊNCIA DO BRASIL SEJA VERDADEIRAMENTE A DE TODOS OS BRASILEIROS E A DE TODAS AS BRASILEIRAS...

“Ninguém pode dar a si, como deve, todos os direitos fundamentais. Por isso nos reunimos em sociedade, onde cada um dá um direito a si e aos outros, desse modo tendo todos eles, um graças a si e os demais graças aos outros. Note-se que em tal sociedade o cidadão cumpre o seu dever e detém seus direitos: é a cidadania. Veja-se como o amor a si mesmo e ao próximo como a si tece a sociedade democrática, justa e solidária.”
(JOÃO DE FREITAS, professor titular na PUC-Minas, autor do livro “Filosofia Neo-socrática”, 2000, em artigo publicado no Jornal ESTADO DE MINAS, edição de 21 de fevereiro de 2001, Caderno OPINIÃO, página 7, sob o título de A filosofia do social).

Buscamos, para enriquecer a PEDAGOGIA da nossa MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE, artigo publicado no Jornal ESTADO DE MINAS, edição de mais de DEZESSEIS ANOS – 30 de maio de 1993, Segunda Seção – Em dia com a Psicanálise, página 2, de autoria de NILZA ROCHA FÉRES, psicanalista, em espaço compartilhado com Ana Lúcia Lutterbach e Regina Teixeira da Costa, com transcrição INTEGRAL:

“Da cortesia

Diariamente duas posições são veiculadas pela mídia: de um lado, os anúncios do Brasil – catástrofe, miserável inviável e que perdeu o trem da história dos estados civilizados modernos. De outro, os que apresentam as soluções para essa posição desesperadora. Extraídos da religião, da política, da economia, dos trabalhadores, empresários, dos sem-terra, dos sem-teto, donas-de-casa, dos menores de rua... enfim das instituições científicas e dos vários segmentos da sociedade, os salvacionistas proliferam.

Ao adágio de médico e de louco, acrescentando-se o de salvador da Pátria, todos temos um pouco no Brasil de hoje. São planos e mais planos que têm um ponto em comum em seu diagnóstico: o País está doente com sintomas de miséria, fome, corrupção, inflação.

Há urgência em seu tratamento.

Apesar dessa convergência de opiniões, há uma constante postergação, adiando-se sempre o início do tratamento., levando-nos a questionar: Será que os brasileiros, os políticos estão verdadeiramente interessados em curar o Brasil? A quem interessaria um Brasil doente ou um Brasil saudável?

Planos de especialistas para a eliminação da fome, erradicação do analfabetismo e melhoria de vida da população carente podem surpreender-nos de certa forma, pois além de conterem as operações econômicas, matemáticas e outras necessárias à implementação os objetivos, apontam também para pontos de não saber. Pontos que se pode ver demonstrados na seguinte conclusão de um desses projetos: “Porém, o que a proposta mostra é que a questão da pobreza tem solução, desde que estejamos dispostos a distribuir uma parte da riqueza do país entre seus habitantes. Apesar de existir consenso quanto à necessidade de se distribuir melhor o estoque de capital humano entre a população brasileira, será que este consenso permanecerá quando os custos deste processo ficarem claros para os que não são pobres”?

Questão que se articula com a opinião do autor do “Programa Segurança Alimentar” apresentado ao governo, quando afirma: “Acho positivo a fome estar virando uma questão política. Anos atrás, tentavam suavizar o problema falando de desnutrição dentro de um aspecto puramente biológico”.

Parece que aí está a chave da questão, chave que não abre todas as portas, pois há um fosso intransponível, um não sabido entre o biológico, o natural e a cultura. Daí ser fundamental que a Política opere com o saber: recursos para alimentos e para solucionar problemas da população estão disponíveis, mas esbarram nas formas de distribuição. Distribuição dos bens, além da economia, da política, da sociologia, tocando a estrutura do sujeito e do coletivo, no coração do seu ser, exigindo um tratamento ético.

A Ética é a ciência do fazer bem o que se deve fazer, como se afirma: toda arte, toda investigação, toda escolha tendem para o bem. E a Política , ocupando-se da organização da polis – que se refere à vida e às leis da cidade – é o lugar da máxima realização ética, sendo aí também o lugar onde aparecerão todos os problemas de resistência da estrutura do sujeito humano em seguir completamente um ideal, mesmo que aponte para a bondade, a beleza e o bem.

A Ética, como ciência do agir humano, expressa a vida do ser de uma forma cultural, onde o costume, o hábito e o exercício também determinam as maneiras do fazer, dando razão a todos os atos. Até o que não é determinado pela natureza mas resultante do encontro do homem com a cultura, deixando-o sempre em mal-estar, pois nenhuma concepção de vida ou programa político fará do homem uma criatura completamente satisfeita ou feliz. Não por defeito do plano, mas por impossibilidade. Impossibilidade ética que exige de cada um o dever de descobrir por si próprio – desde que a Política, em sendo ética, o permita – de que modo específico poderá encontrar o caminho de seu bem, que é a lei do desejo que o causa e de como faz laço com as leis da cidade. E a política que se quer Ética deve saber desse limite e tratar as questões da polis pela via da impossibilidade – que é saber que há um não saber sobre a satisfação e seu objeto, impossibilitando satisfazer o desejo de todos – e não pela via do discurso da impotência, que coloca a culpa do fracasso sempre no outro, esperando que algum dia um Mestre-Partido chegará para solucionar todos os problemas.

Diante de tais questões, como cada um poderá ter uma implicação ética na polis? Independente do dólar ou qualquer moeda indexada?

No livro “Na Sala com Danuza” vamos encontrar o diagnóstico e a prescrição do remédio: “Terminei de escrever este livro pensando no quanto o Brasil anda mal-educado. Da vulgaridade à grosseria, os homens que dirigem nosso se tratam – e nos tratam – sem o menor respeito. É possível que a boa educação tenha desaparecido dos nossos costumes? Ninguém respeita ninguém, os códigos desapareceram. Não será esse o momento de conviver mais educadamente com nosso semelhante? Um sorriso, segurar a porta para o outro passar significam a mesma coisa, aqui ou em qualquer outro lugar do mundo. Se tratada com gentileza, a pessoa, por um instante que seja,se sente especial, e isso a faz não se sentir tão só”.

Recuperar a cortesia, quer se trate de um mendigo, menino de rua, doméstica, professor, empresário, político, homem ou mulher, letrados ou ignorantes. E mesmo sabendo da impossibilidade do mandamento “amar ao próximo com a si mesmo” e da incompatibilidade entre amor e cultura, continuar restabelecendo o laço da cortesia na polis é possível, mesmo porque cortesia não paga imposto. E talvez até a cura de vários sintomas poderá ocorrer, pois é falta de cortesia fartar-se à mesma enquanto o semelhante está olhando com fome para você, assim como trata-se da maior gafe querer ser e ter mais com outros, exibindo força, poder, saber e dinheiro diante de menos dotados. Da mesma forma, é falta de cortesia assaltar, roubar, matar, seqüestrar, jogar lixo nas ruas, demolir obras do patrimônio histórico, incomodar vizinhos, mentir... E é a maior falta de cortesia ter uma cidade onde uns moram em casas ultra-confortáveis enquanto outros cidadãos estão expostos nas ruas.
E se há tanta falta de cortesia que impossível seria enumerar, quem sabe de moeda não indexada, a cortesia poderá tornar-se moeda forte, fazendo laço social, instaurando uma nova ética?”.

Então, movidos pela INABALÁVEL FÉ nos PROMISSORES DESTINOS de uma PÁTRIA nascida sob o manto da SANTA CRUZ, vamos REUNINDO estas LIÇÕES que servem de ALICERCE para a grande MOBILIZAÇÃO de TODOS para a realização dos nossos SONHOS e IDEAIS: construção de uma SOCIEDADE verdadeiramente JUSTA, LIVRE, DEMOCRÁTICA, PRÓSPERA e SOLIDÁRIA, e ainda a CONSOLIDAÇÃO da nossa SOBERANIA e a INDEPENDÊNCIA seja de fato um grito vindo do fundo da ALMA de TODOS os BRASILEIROS e de TODAS as BRASILEIRAS, mais do que simples leitura de compêndios de HISTÓRIA.

O BRASIL TEM JEITO!...

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

NA ESCOLA, A CIDADANIA E A ESPERANÇA

“Um dos componentes mais importantes do processo educativo é a chamada função cultural da educação, que se realiza através do que chamamos de transmissão de valores”.
(Padre GERALDO MAGELA TEIXEIRA, in artigo publicado no Jornal ESTADO DE MINAS, edição de 30 de julho de 2005).

Mais uma OPORTUNA lição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo também publicado no Jornal ESTADO DE MINAS, edição de 25 de dezembro de 2008, Caderno OPINIÃO, pagina 7, de autoria do Mestre em educação pela UFMG, professor LAIR MATTAR, com merecida e integral TRANSCRIÇÃO:

“Escola e esperança

O aumento da violência nas escolas públicas e particulares brasileiras, em geral, tem sido atribuído à omissão das famílias na educação dos filhos, quando, na verdade, pode ser consequência da falta de adaptação das crianças e jovens ao mundo. Os valores de quase toda sociedade contemporânea vinculam-se à produção e ao lucro, mas, já que a criança e o jovem não os geram, passaram a ser vistos apenas ob a ótica de consumidores. Embora vivam melhor do ponto de vista do conforto material que a tecnologia oferece e de certa liberalidade que podem ter no comportamento, as pessoas de todas as faixas etárias sentem que sua participação social restringe-se a consumir o supérfluo. O que é particularmente doloroso para quem não tem dinheiro para exercer esse papel indigno destinado aos cidadãos. Além disso, frente ao discurso amoroso das religiões, a desigualdade social é uma contradição difícil de ser compreendida pelos mais jovens, que ainda não aprenderam a lidar com a hipocrisia.

A vida verticalizou-se; não há mais casas com quintais, na periferia pobre das grandes cidades do País. A maior parte da população vive em apartamentos pequenos e em ruas barulhentas, ou em condições piores, nas favelas. Os pais e as mães precisam sair para trabalhar fora, deixando as crianças sozinhas. Fechadas em pequenos espaços, em virtude da violência, elas acabam ficando muitas horas sob o domínio da televisão, que lhes estimula o consumo. O lazer é caro para as famílias que não dispõem de recursos financeiros sequer para se alimentar, por outro lado, as mais afortunadas têm poucas opções além da ida ao shopping, nos fins de semana.

A sociedade brasileira ainda não se deu conta de que está sonegando às crianças e aos jovens outra parte da vida, que foi tão importante para as pessoas de outras gerações. Trata-se do contato com a natureza, que não pode ser substituído por qualquer outra atividade, pois é por meio dele que as pessoas conseguem transcender à dimensão meramente material da existência. A globalização produziu cidadãos alienados para o consumo de toda espécie, e fez a todos reféns. Assim, na escola, a educação, que se mostra liberal na aparência, continua, em sua essência, autoritária, pois não consegue apresentar alternativas de vida para as novas gerações. Aquelas professoras e professores que eram amados porque levavam seus alunos a querer transformar o mundo, e que inspiraram homens e mulheres que deram e ainda estão dando uma contribuição valiosa para nossa história, quase não existem mais. Quando uma menina de 11 anos escreve de Ibirité, cidade da Região Metropolitana de Belo Horizonte, para o “Papai Noel dos Correios”, desejando que ele viva mais mil anos, vem-nos o temor provocado pelo aquecimento global. Quando, porém, pede cadernos de desenhos e conta, como entusiasmo, que costuma compartilhar seu material escolar com seus colegas de turma, vizinhos e primos, a chama da utopia volta a iluminar a noite do planeta.”

Eis, pois, a chama do AMOR nos FORTALECENDO na FÉ e NA ESPERANÇA de transformarmos este PAÍS numa GRANDE NAÇÃO, verdadeiramente JUSTA, LIVRE, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, onde as IMENSAS RIQUEZAS NATURAIS e CULTURAIS sejam EFETIVAMENTE compartilhadas com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, reduzindo as DESIGUALDADES SOCIAIS e REGIONAIS e pavimentando o ACESSO de TODOS a uma VIDA FELIZ.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

A CIDADANIA E A FORÇA DA ÉTICA

“... Agora, uma nova pulsão, mortal, reaviva a necessidade de publicar esse livro que, além de um texto antropológico explicativo, é, e quer ser, um gesto meu na nova luta por um Brasil decente.

Portanto, não se iluda comigo, leitor. Além de antropólogo, sou homem de fé e de partido. Faço política e faço ciência movido por razões éticas e por um fundo patriotismo. Não procure, aqui, análises isentas. Este é um livro que quer ser participante, que aspira influir sobre as pessoas, que aspira ajudar o Brasil a encontrar-se a si mesmo”.
(DARCY BIBEIRO, in POVO BRASILEIRO, Editora Companhia de Bolso, São Paulo, 2006)

Em nossa permanente luta por um BRASIL verdadeiramente JUSTO, LIVRE, PRÓSPERO e SOLIDÁRIO, buscamos OPORTUNO artigo publicado no Jornal ESTADO DE MINAS, edição de 21 de agosto de 2009, Caderno OPINIÃO, página 11, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, Arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, com transcrição na ÍNTEGRA:

“De novo pela ética

Princípios e estratégias exitosas de governança corporativa, ou o uso de modelos gerenciais novos com metas ousadas para garantir procedimentos administrativos e financeiros que possibilitem adequado tratamento do estatuto de prioridades e necessidades – ou ainda, a indispensável e exigente competência técnica nos diferentes campos do saber fazer – não tem sido suficientes para alavancar, com fecundidade, na direção e na medida certas, os fluxos dos processos que configuram o tecido social, político e econômico da sociedade contemporânea.

Um tecido que urge uma configuração de mais justiça, respeito às coisas públicas, probidade nas responsabilidades administrativas e empenho marcado pelo sentido do bem comum. As estruturas de produção e o capital, o novo poder contemporâneo, com origem nos primórdios da indústria moderna, não se mantêm na direção certa, sem perder rumo, como a colocação do poder nas mãos de poucos, ou a facilidade de manipulação gerando prejuízos, apenas com o que se compreende e com o que se faz no âmbito do que é gerenciamento moderno.
É sempre urgente o esforço cotidiano por balizamentos éticos que supervisionem funcionamentos e se constituam como o tecido da consciência. As tentativas e empenhos de movimentos pela ética não têm sido suficientes para mudar o cenário que se revela na panacéia de desmandos, manipulações, improbidades e tantos prejuízos que estão,diariamente, desfilando diante dos olhos de todos – fontes de comprometimento da cidadania e do sentido da dignidade humana. Na verdade, é preciso retomar, de novo, um grande empenho pela ética.

É preciso um verdadeiro choque porque as incursões feitas em busca da ética na política ou na economia não surtiram ainda os efeitos desejados e necessários. É triste assistir à corrosão de instituições que devem primar pela probidade, e o crescimento de procedimentos mentirosos, em pequena e grande escala, na corporação de grupos ou partidos, na manipulação de instituições ou no comportamento moral de indivíduos. É óbvio que são indispensáveis os ajustes nos funcionamentos normativos reguladores da vida em sociedade.

Assim é a campanha Ficha Limpa em quanto esforço de se conseguirem 1.309.508 assinaturas de eleitores (1% do eleitorado brasileiro) ainda que possa esbarrar em princípios constitucionais quanto à exata formulação do Projeto de Lei de Iniciativa Popular. É também sinal evidente de que está em curso na sociedade um empenho pela ética. Curioso é que não tem sido tão fácil conseguir 1% de assinaturas. Redobra-se agora, na reta final, o esforço. A lentidão para se alcançar a cifra revela alguma apatia a ser quebrada para devolver à consciência cidadã seu sentido exato e o alcance dos compromissos para vivê-la.

Importante é que por este meio, como necessário se faz por outros, se está pondo em discussão a desqualificação ética que grassa na sociedade brasileira, exigindo procedimentos e posturas arrojadas nessa direção. É incontestável a evidente demonstração de que o dever central da política está comprometido. A justa ordem da sociedade e do Estado está prejudicada por um exercício inadequado e incompetente da política – que é, pois, um exercício de alta responsabilidade para regular o funcionamento do Estado segundo a justiça, para não correr o risco de reduzir-se, lembra o papa Bento XVI, na sua carta encíclica Deus é amor (n° 28), citando Santo Agostinho em De civitate Dei, IV, 4, uma banda de ladrões. Neste mesmo número o papa frisa que “a justiça é o objetivo e, consequentemente, também a medida intrínseca de toda a política, que é mais do que uma simples técnica para a definição dos ordenamentos públicos: a sua origem e o seu objetivo estão precisamente na justiça, e essa é de natureza ética”.

A realização da justiça e o exercício ajustado da cidadania remetem a princípios e procedimentos de natureza ética. Não basta garantir princípios éticos nos mecanismos e nos funcionamentos normativos e legais reguladores da política e da vida em sociedade. Urge considerar que o indivíduo, na formação de sua consciência e na sua manutenção, precisa de processos educativos permanentes para introjeção, assimilação e vivência dessas regulagens como remédio para patologias que afloram pela conduta pessoal, trazendo prejuízos nefastos para a comunidade.

Põe-se o desafio em relação a esses atores e instituições que possam estar no cenário da sociedade como guardiães e promotores desses processos. A garantia dessa qualificação não está simplesmente na consideração dada de um lugar já ocupado, de uma instituição já consolidada, nem mesmo até de uma religiosidade vivida nessa ou naquela opção confessional. É urgente avançar mais na identificação das causas que estão comprometendo a conduta ético-moral dos indivíduos.”

São lições que abordam e reforçam a ABSOLUTA necessidade da MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE e nos MOSTRAM de CORPO INTEIRO o LASTIMÁVEL quadro nacional que, de forma alguma, é capaz de provocar qualquer abalo em nossa FÉ, em nosso ENTUSIASMO, em nosso PATRIOTISMO, porque compreendemos, e bem, a HERANÇA PERVERSA que insiste em atravessar séculos e queremos – e como queremos! – NÃO ADENTRE e NÃO CONTAMINE sequer a SEGUNDA DÉCADA do século XXI, quando PROCESSOS EDUCATIVOS serão USADOS “como remédio para patologias que afloram pela conduta pessoal, trazendo prejuízos nefastos para a comunidade”.

Então, pela FORÇA DA ÉTICA, O BRASIL TEM JEITO!...


terça-feira, 4 de agosto de 2009

A LIÇÃO QUE VEM DAS CAPITANIAS HEREDITÁRIAS (2/58)

(Agosto = mês 2; Faltam 58 meses para a COPA DO MUNDO DE 2014)



“O bom governo rege a coisa pública mediante a justiça e através da justiça assegura a concórdia entre os cidadãos e a paz geral. A idéia do bom governo entendido como o governo para o bem comum é e sempre será associada à idéia de que apenas o governo segundo a justiça impede a formação de desigualdades que, desde Aristóteles, eram a principal causa do surgimento das facções, e assegura aquela concórdia, ou unidade do todo, que é a condição necessária para a sobrevivência da comunidade política”.
(NORBERTO BOBBIO, in Teoria Geral da Política, Editora Campus, 3ª Tiragem, página 211)

Mais uma OPORTUNA lição para a nossa MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem também de artigo publicado no Jornal ESTADO DE MINAS, Caderno CULTURA, página 8, edição de 2 de agosto de 2009, de autoria de AFFONSO ROMANO DE SANT´ANNA, que merece INTEGRAL transcrição:

“Sarney e as capitanias hereditárias

Quem sabe os professores mais criativos podem aproveitar o que está ocorrendo no Senado (e no Maranhão e no Amapá) para desenvolver ilustrativas aulas sobre as capitanias hereditárias?

Lembram-se? A gente estudava isso antigamente e era muito chato. Mandavam decorar os enormes nomes dos donatários, cheios de Tourinho e Pero, Cunha. Depois, ficava tudo resumido ao se saber que apenas as capitanias de Pernambuco (com Duarte Coelho) e de São Vicente (Martin
Afonso) deram certo.

Era um tédio escolar, parecia inútil. Mas, de repente, nosso augusto e ínclito Senado nos faz rever e redescobrir a história. Continuo confiando nos professores criativos, que encontrarão um modo de vincular a fugacidade das notícias de hoje à estrutura ideológica de nossa formação para se tentar ver o que mudou (ou não) nesses 500 anos.

Antes de avançar, no entanto, vou inserir aqui uma estorinha recente e de grande eficácia pedagógica. Outro dia, estava eu na capitania de Pernambuco e lá me falaram de novo de Duarte Coelho. Vejam como o ontem & hoje continuam fundidos. O pintor Carlos Pragana me contou que quando Miguel Arraes, há uns 40 anos, assumiu pela primeira vez o governo da brava capitania de Pernambuco, começou a ter problemas com usineiros e trabalhadores dos canaviais. Era a época em que estava surgindo aquela agitação das Ligas Camponesas lideradas por Julião.

Diante dos impasses, Miguel Arraes resolveu fazer uma reunião com os usineiros lá no Palácio das Princesas – palácio, diga-se de passagem, criado em 1786 pelo governador José César de Menezes. E conversa vai, conversa vem, os usineiros todos em volta da mesa, Arraes ali, capitaneando as dissensões, os usineiros fazendo suas reivindicações, pedindo isso e mais aquilo, se explicando, se justificando... Até que, ao fim da reunião, meio desanimado, Arraes, com aquela cara enigmática de sertanejo, falou pausadamente aos usineiros:
- Meus amigos, ouvi tudo o que me disseram atentamente e apenas quero lhes dizer o seguinte: Realmente, nada mudou desde os tempos de Duarte Coelho!

Nada mudou desde os tempos de Duarte Coelho – poderia algum senador repetir em meio àqueles debates lá na Câmara Alta, ante a interminável lista de infrações éticas e apropriações econômicas comandadas pelo atual donatário da capitania do Maranhão, José Sarney.

Os livros de história repetem que, durante as capitanias hereditárias, os eleitos recebiam concessões em caráter perpétuo e hereditário. Havia a carta de doação, depois a carta foral, e o donatário, repetindo o modelo piramidal de apropriação e expropriação dos bens públicos, nomeava os donos das sesmarias. Ou seja, estabelecia-se logo a fusão entre a coisa pública e a privada.

É possível discutir o mérito das capitanias. Sarney e outros estão dizendo que isso é assim mesmo e assim deve ficar. Ora, a rigor, até se entende que o projeto das capitanias hereditárias era o que de mais avançado podia o monarca português naquela época. Metade do mundo estava nas mãos de Portugal e o contava com uma pequena elite para administrar metade da Terra e metade dos mares. Mas, convenhamos, manter o mesmo esquema hoje é ser não apenas historicamente retardatário, mas indecente predador dos bens públicos.

Há dias circula pela internet a lista surpreendente de edifícios, cidades, creches, pontes, ruas, avenidas, becos e praças maranhenses que levam o nome de Sarney e de seus subdonatários. É a marca indelével do crime. O sistema de apropriação onomástica é um gritante exemplo da espoliação semântica. Não basta ocupar os cargos, arranjar colocação para os apaniguados. É necessário deixar a marca, o sinete medieval do próprio nome inscrito na paisagem urbana e rural.

A antiga capitania do Maranhão – chefiada por João de Barros, Aires da Cunha e Fernão Álvares da cunha – ia até a Amazônia. Era muita terra, muito espaço, muito poder. Mas isso foi há 500 anos. Será que o Brasil do século 21 vai persistir nesse equívoco?”.

Isto posto, e nos restando 58 meses para o BRASIL 2014, é o tempo que temos para CONSOLIDAR definitivamente o ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO, caracterizando efetivamente uma SOCIEDADE que queremos JUSTA, LIVRE, DESENVOLVIDA, SOLIDÁRIA, uma pátria de TODOS os BRASILEIROS e de TODAS as BRASILEIRAS, e possamos COMEMORAR a COPA DA CIDADANIA e da QUALIDADE de VIDA, absolutamente INSERIDA no Século XXI.

O BRASIL TEM JEITO!...

quarta-feira, 29 de julho de 2009

A CIDADANIA, A POLÍTICA E OS SONHOS

“Sonhos, e não o desespero, movem as organizações para altos níveis de desempenho. Nosso sonho é que nossas instituições trabalhem por nossas necessidades e não contra elas”.
(Mário Lúcio)

Ainda que o presente artigo tenha sido dirigido aos PREFEITOS e VEREADORES que seriam empossados no dia 1° de janeiro de 1997, consideramos OPORTUNÍSSIMO em face dos DESCALABROS que perpassam ADMINISTRAÇÕES MUNICIPAIS. Com a assinatura do eminente Professor de Filosofia LUÍS CARLOS GAMBOGI, autor do livro “Artigos Escolares & Outros Escritos”, o artigo publicado no Jornal ESTADO DE MINAS, Caderno OPINIÃO, página 7, de 31 de dezembro de 1996, merece também TRANSCRIÇÃO INTEGRAL:

“Política e sonho

Não me harmonizo com o espírito do provérbio latino “ad majora natus” (nascemos para causas maiores), sempre invocado pelo intelectual que intenta justificar o seu afastamento da tarefa política. Penso como Aristóteles ao tratar dessa questão. A política – no sentido grego da palavra – representa a ação mais alta do homem. Para Aristóteles, quer no campo da conduta jurídica quer no campo da conduta moral, é pela vida política que o homem se constrói. A política, por conseguinte, não é comezinha ciência do Estado, é a mãe de todas as ciências. Tudo se liga a ela, numa íntima conexão, como as partes se submetem ao todo.

Segundo Aristóteles, é no Estado que o homem torna ato suas possibilidades naturais, psíquicas e espirituais. Daí porque afirma que “os e o bem do homem não podem ser reconhecidos, nem ser praticamente assegurados pela Retórica, pela Economia ou pela Ética, mas tão somente pela Política”. É ela, pois, a ciência que contêm em si todas as outras, que considera o bem geral, o supremo bem de todos, o sentido e o objetivo de todos os atos da vida. É o próprio Aristóteles quem escreve: “embora um indivíduo isolado se proponha o mesmo fim que todo o povo, e seja possível apreciar o que toca a um só homem, será mais nobre e elevado ocupar-nos com o bem de todo um povo ou de um Estado.

A Ética, assim, não se confunde com a Política, mas não pode ser fundada senão sobre ela”. Isto é, ética e política se completam. Como Aristóteles tantas vezes diz, “não é suficiente conhecer o bem para fazê-lo, porque a paixão pode se misturar entre o saber do bem e a sua realização”. Ou seja, ética não é discurso, é ato! É óbvio que Aristóteles poliniza a política com uma idéia de liberdade em sentido coletivo, porquanto jamais compreenderia a imagem neoliberal de liberdade, que contrasta com parte ou com o todo do Estado, que confunde, que não raro ofende o bem comum. Para o grego, um Estado está firmado numa ética que edifique o homem dentro do homem, que consolide a liberdade nos meandros da liberdade.

Max Weber, um pensador mais próximo de nós, escreve que “a política é como perfuração lenta de tábuas duras (...) O homem não teria alcançado o possível se repetidas vezes não tivesse tentado o impossível”.

Em “O Velho Testamento segundo a Poesia” (Del Rey), escrevo: “O bom político é uma mistura das emoções do poeta com as manhas da existência. A poesia diz-lhe o que fazer, a política, como fazê-lo. A poesia e a política são para os homens o que as asas são para os pássaros: mantêm sonhando os primeiros e sustêm voando os segundos. Que os prefeitos e vereadores que serão empossados dia 1° sejam capazes de sonhar. Que saibam que não voa aquele que insiste em por os pés no chão. Que é preciso abandonar as fórmulas do possível e reinventar o impossível a partir de fórmulas impossíveis à luz do possível, mas possíveis à luz do sonho. Sonhar – eis o lema. Somos um País por fazer. Sonhar de modo tal, sonhar com tal convicção, que hospede o sonho real, tamanha a fé na ação. Sonhar e agir – eis o caminho. Não nascemos para causas menores”.

Mais uma BELA contribuição, pois, ao nosso PROPÓSITO MAIOR de promovermos a MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE, em sintonia com os objetivos constitucionais de transformar este País numa Nação JUSTA, LIVRE, PRÓSPERA e SOLIDÁRIA, estendendo a TODOS os BRASILEIROS e BRASILEIRAS as riquezas e conquistas de um mundo FASCINANTE e BELO, e não perdendo de maneira alguma os HORIZONTES do BRASIL 2014, que seja verdadeiramente a COPA DA CIDADANIA.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

COMBATE À CORRUPÇÃO: UMA QUESTÃO CÍVICA

“A corrupção vem dos tempos da colonização, quando o Estado foi constituído antes e acima da sociedade brasileira”
(Rodrigo Sá Motta)

Mais uma vez, buscamos em artigo da jornalista DÉA JANUZZI, publicado no Jornal ESTADO DE MINAS, Caderno GERAIS, em edição de 24 de junho de 2001, tratando de uma HERANÇA MALDITA – CORRUPÇÃO COMEÇA EM CASA, que bem mostra a absoluta necessidade da MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE no FORTALECIMENTO da DEMOCRACIA e transformação do BRASIL numa SOCIEDADE verdadeiramente JUSTA, LIVRE, PRÓSPERA e SOLIDÁRIA, e, mais ainda, com vistas ao BRASIL 2014, cujos INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS sejam EFETIVAMENTE partilhados com TODOS os BRASILEIROS e BRASILEIRAS. O conteúdo da matéria também faz por merecer sua INTEGRAL transcrição:

“Ninguém nasce corrupto. É o que garante a psicanalista Iziná Helena Traváglia: “O filho de um pai corrupto pode encontrar outros exemplos a seguir, através de um avô, de um irmão mais velho, de um grupo social, ou da escola. O Ser humano não é uma equação matemática, uma receita de bolo. A sua formação depende de influências genéricas, hereditárias, ambientais e da forma como foi desejado ao entrar no mundo”.

Mas no consultório, a psicanalista trata de pais e filhos que não aprenderam a reivindicar e a dialogar, mas a conquistar através de pequenas chantagens. “Eu te dou isso se você fizer o que eu mando”.

Alguns pais, inclusive, são tão permissivos que não sabem dizer não aos filhos ou amparam abertamente seus erros. E eles crescem sem limites, com dificuldade de aceitar ordens. Ela cita também pais que pregam a importância da obediência às leis de trânsito, mas dirigem alcoolizados. Ou falam para os filhos sobre o perigo das drogas, mas se dopam com antidepressivos ou doses de uísque. Em mães que vão tirar os filhos da delegacia, mesmo depois de cometerem imprudências.

Os pais repetem o velho ditado ‘faça o que eu digo e não o que eu faço’, sem saber que o exemplo não é teoria, mas “a prática verdadeira de valores e ideais que escapam ao controle da vontade”, explica.
Além do declínio da função paterna, pais e filhos se deparam, no mundo contemporâneo, com o surgimento de uma nova ética: “A do individualismo. Cada um escolhe suas próprias regras e estilo de vida, sem se sacrificar pelos princípios coletivos, tradições ou modelos que restringem a liberdade. Há um retorno do homem para si mesmo. Não existem mais heróis ou objetivos elevados, mas prazeres individuais, num total desencanto com os valores tradicionais, o que leva à fragmentação dos laços afetivos e sociais”.

A nova ética inclui os recursos tecnológicos como a solução para todos os problemas, pois exacerba o prazer, dribla os limites, a morte e até a ciência: “A ética de todos iguais anula as diferenças, dissolve particularidades e leva à intolerância. Marx e Jesus Cristo foram enterrados pelo mundo globalizado, onde o grande mestre é o mercado, sempre com novos e atraentes objetos de consumo. Também a proliferação de livros de auto-ajuda revela o desejo de um saber fechado”.

A psicanalista chama a atenção para a importância de um relacionamento honesto entre pais e filhos: “É através da postura dos pais que haverá uma mudança dos padrões sociais. É função paterna transmitir a singularidade de cada sujeito. Os filhos devem aprender que não existe completude nem prazer total, que haverá sempre desacordo entre o que se deseja e o que se pode alcançar”.

Resquício cultural do nepotismo

A Sociologia não vê a corrupção como herança familiar, mas cultural, com a manutenção de práticas patrimonialistas que determinam a vida pública nacional: “Existe uma incapacidade de separar a noção de público e privado. Uma típica maneira brasileira de lidar com o patrimônio público”, assegura Luís Flávio Sapori, sociólogo da Fundação João Pinheiro e professor da PUC Minas.

Na prática, “essa tradição cultural explica porque parte significativa da elite brasileira sempre se utilizou do patrimônio público como se fosse privado. A corrupção no Brasil não é apenas ausência de moralidade, mas de uma super valorização das relações pessoais, do parentesco, do nepotismo e dos privilégios”.



PERVERSIDADE

A sociedade brasileira é um exemplo concreto de corrupção institucionalizada, que atinge todas as classes sociais: “O mais perverso na corrupção brasileira é que, apesar das denúncias e das investigações há um retorno ao ponto de partida. É um fenômeno recorrente na história do Brasil, o que dificulta o entendimento de suas causas”.

Neste cenário, figuras como a de Antônio Carlos Magalhães sempre reaparecem na política brasileira. “E demonstram porque a sonegação de impostos é tão disseminada no País. Ou porque o brasileiro desobedece regras, burla as leis. E os empresários mantêm uma relação de promiscuidade com as elites políticas. Dá até para saber de onde veio o famoso jeitinho brasileiro.”

A prática mais antiga do mundo

A corrupção faz parte da história do Brasil. Poetas e escritores sempre revelaram o seu espanto com os corruptos. Como Machado de Assis, que num artigo para o “Jornal das Famílias”, de 1867, escreveu: “Murchou-se logo a primeira ilusão de que todos os homens se guiam unicamente pelos princípios dos sentimentos puros e das idéias generosas. Era a primeira vez que ele se achava diante do homem prático, do homem-coisa, do homem-dinheiro. Até então vivera nas regiões ideais das quimeras e dos sonhos”.

Também o poeta baiano Gregório de Mattos, conhecido como “Boca do Inferno”, já fazia referências à corrupção das elites brasileiras no século XVII. E, segundo o diretor do Departamento de História da UFMG, Rodrigo Sá Motta, “tudo indica que a corrupção está presente desde o início da colonização. É um comportamento enraizado nas práticas políticas do País”.

Mas o historiador avisa que “não somos o lixo do mundo. Quando se fala em funcionamento das organizações estatais, a corrupção é uma realidade universal. No caso do Brasil, entretanto, conta muito o fato de o Estado ter sido constituído antes e acima da sociedade brasileira. O poder se estabeleceu antes da Nação, pois os portugueses já chegaram com um projeto colonial. E a sociedade brasileira se sentiu subjugada à ação do Estado, pois não construiu a sua própria história”.

Se em algumas sociedades do mundo existe a tradição de controle do Estado por parte da população, no Brasil essa relação é passiva, distante. “Não é uma relação de cidadania, de cobrança, de vigilância e de participação.”

SEDUÇÃO

Para Rodrigo, o “poder geralmente exerce uma forte possibilidade exerce uma forte possibilidade de corrupção: “Quanto mais no Brasil, onde é comum a corrupção no aparelho do Estado. A tentação dos que assumem o poder se deixarem corromper é muito maior”.

Mas como um brasileiro que continua a ter esperanças, ele menciona que, hoje, “há um fortalecimento da cidadania, com uma cobrança maior da imprensa e da sociedade como um todo. Pelo menos as coisas não ficam mais abafadas, embaixo do pano. A situação democrática estimulou a investigação das práticas e das evidências de corrupção”.

A apuração das denúncias de corrupção é atualmente “uma questão cívica. Todos desejam rigor nas apurações, apesar de muitas provas desaparecerem, de a justiça brasileira ainda ser lenta, com muitas brechas na legislação. Mas a redemocratização do País, a partir de 1985, com certeza, mudou o rumo da História”.

Enfim, há um SÉCULO, ou há uma DÉCADA, como HOJE, o combate à
CORRUPÇÃO é uma QUESTÃO CÍVICA.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

QUEM SÃO AS PESSOAS COMUNS?

“Escrevo com o dicionário.
Sem dicionário não posso escrever – como escritor”.
GILBERTO AMADO, ap. ANTÔNIO CARLOS VILAÇA, O Anel.

Mais uma grande oportunidade de aprofundarmos uma FECUNDA LIÇÃO de CIDADANIA que vem de BRASÍLIA, através de matéria publicada na Revista VEJA – edição 2118 – ano 42 – n° 25, páginas 58 a 68, invocando a CONSTITUIÇÃO FEDERAL:

Art. 5° - Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

I – homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição:

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Nunca será demais DISCERNIR e NÃO TOLERAR que práticas do BRASIL COLONIAL, INSISTAM em adentrar AINDA na segunda DÉCADA do século XXI; “Ao afirmar que Sarney merece um tratamento diferenciado, o presidente atropelou o preceito constitucional expresso no artigo 5°, que estabelece a igualdade de todos perante a lei. “Lula foi absolutamente infeliz. Reforçou a idéia de que um é melhor do que o outro. Restabeleceu a lógica do “você sabe com quem está falando?”. Bateu de frente na Constituição e no princípio basilar da democracia”, resume o historiador Marco Antônio Villa”. É a NEFASTA CULTURA atravessando séculos como abordado na reportagem que oferece VASTO CAMPO para a PEDAGOGIA da CIDADANIA.

Segue a reportagem:

“Dono de uma biografia comovente e de uma popularidade acachapante, Lula não parece preocupado com arranhões em sua imagem pessoal. Parece fiar-se nas cicatrizações promovidas pelo tempo. Espontâneo como nos tempos de sindicalista barbudão, ele não é, ainda, afeito a liturgias do cargo que ocupa. Nada disso representa um grande problema. A questão é que, no exercício da Presidência da República, Lula personifica muito mais do que o operário que chegou ao poder. Ele é ao mesmo tempo o mestre e o servo dos brasileiros ao se investir dos poderes de uma instituição, a Presidência da República. Entre seus inúmeros e vitais papéis está o de zelar pela Constituição. Ao declarar que Sarney é um personagem que paira sobre tudo e todos, o presidente da República foi além de cometer uma gafe pessoal. Ele feriu a Carta que jurou defender. E isso nem um presidente popular, simpático e bem-sucedido como Lula pode fazer impunemente.

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O QUE DIZEM AS PESSOAS COMUNS

A esmagadora maioria dos 100 cidadãos de dez estados ouvidos pela reportagem de VEJA mostrou-se indignada com as frases condescendentes do presidente Lula em relação à corrupção e à impunidade. Eles responderam a duas indagações: por que no Brasil as denúncias não dão em nada e se concordam com Lula em que políticos como Sarney devem ter tratamento diferente do que têm as pessoas comuns. Entre os entrevistados, há estudante, cientistas, artistas, comerciantes e profissionais liberais. Há brasileiros anônimos e famosos, ricos e pobres. Não importa. São todos iguais perante a lei e – o mais importante – querem que seja assim. A comparação entre o que eles e o presidente pensam sobre o assunto revela um fenômeno preocupante: o distanciamento entre a política e o mundo real. Passou da hora de os senhores de Brasília ouvirem a voz dos cidadãos conscientes.

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Na véspera da declaração de apoio de Lula, o senador “incomum” subiu à tribuna. Em um de pouco mais de meia hora, disse que a crise não é dele, mas de todo o Senado, e que não aceita ser julgado por questões menores, o que é uma “falta de respeito para quem tem mais de cinqüenta anos de vida pública”. VEJA ouviu uma centena de pessoas “comuns” em várias partes do país, para saber como receberam a defesa do tratamento diferenciado aos políticos proposto pelo presidente. As opiniões estão produzidas ao longo das páginas desta reportagem. Em 1890, Benjamim Constant, ardoroso republicano brasileiro, saiu de uma audiência com o marechal Deodoro da Fonseca, o primeiro presidente do Brasil, indignado com o tratamento que lhe fora dispensado. “Não era esta a República com que eu sonhava”, disse Constant. Mais de um século depois, é como se sua frase continuasse a ressoar entre os milhões de cidadãos que vivem sob o império da lei, sem privilégios e pagando a conta dos “incomuns” de Brasília.”

Consideramos também RELEVANTE para o nosso propósito de MOTIVAR toda a SOCIEDADE para a MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE, a contribuição qualificada de SACHA CALMON, advogado tributarista, coordenador do curso de especialização em direito tributário das Faculdades Milton Campos, presidente honorário da Associação Brasileiro de Direito Tributário, no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 28 de junho de 2009, Caderno OPINIÃO, página 9:

“Ao presidente da República cabe um certo recato, mormente no Brasil, onde o povo o vê não apenas como o supremo magistrado do país, a exemplo dos Estados Unidos (EUA), incumbido de tomar as decisões atinentes à nação, mas o enxerga também como o pai, protetor e guia moral. Se o presidente acha “isso” ou “aquilo”, quem sou eu para discordar, pensa o humílimo homem do povo; porque ainda temos baixos níveis de educação cívica e política, resultado de sermos um país de recente urbanização e industrialização. Aliás, fomos, numa série de 100 anos (1908 a 2008), o país no mundo que mais se industrializou, courbanizou-se e cresceu nesse período

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O presidente – voltando ao senado – desta vez errou feio. Sua declaração de que o senador Sarney não podia ser criticado ou julgado como qualquer um é inaceitável. A uma, porque reza a Constituição que todos são iguais perante a lei, independentemente de raça, cor, religião, filiação partidária, sexo, condição social etc. Sarney não está acima da lei, em que pese ser o mais antigo político em atividade no Senado. E daí? Tem até maiores responsabilidades. A duas, porque passou recados ao povo, nos seguintes termos: “Aos amigos tudo, aos inimigos a lei, venha a nós o Queiróz”, ou então “Amigos, se tiverem defeitos, eu tiro. Os inimigos se não tiverem defeitos, eu ponho”, ou “Vale mais a companheirada emporcalhada do que a ética na política”, ou: “Os fins justificam os meios”, ou: “Não adianta espernear, porque vai ficar tudo na mesma”. Com um presidente assim não há ética que agüente. A ética na política foi apenas um bordão do PT para nos enganar? Presidente, o senhor tem responsabilidades perante o povo. Um dia suas falas serão analisadas pelos historiadores. E os efeitos também. Preze, ao menos, o seu retrato na parede.”
Tudo isso, enfim, nos MOTIVA e nos FORTALECE em nossa PROFISSÃO DE FÉ: as grandes transformações virão com a implantação definitiva em nosso País da CULTURA da DISCIPLINA, da PARCIMÔNIA, do RESPEITO MÚTUO, e, sobretudo, da ÉTICA em TODAS as nossas AÇÕES, perseguindo com o mesmo ENTUSIASMO, a mesma ENERGIA, o mesmo ESPÍRITO CÍVICO, a mesma CORAGEM, a construção de uma sociedade verdadeiramente JUSTA, LIVRE e DEMOCRÁTICA, porque TODOS nós SOMOS IGUAIS. TODOS. TODOS. TODOS!...

segunda-feira, 22 de junho de 2009

UM CENÁRIO MELANCÓLICO DA REPÚBLICA

Há um pouco mais de quinze anos, em Editorial do Jornal ESTADO DE MINAS, Caderno Opinião, página 6, de 9 de novembro de 1993, encontramos mais uma contundente análise do cenário lastimável da República, ontem como hoje, e ENXOVALHADO pela ação nociva de parcela significativa de nossas lideranças.

Como contribuição pedagógica ao nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE, consideramos OPORTUNÍSSIMA a transcrição, sem corte, do mencionado editorial:

“Conceito de cidadania

A perplexidade que as sucessivas descobertas de esquema de corrupção vão causando, sobretudo quando envolvem nomes antes insuspeitos, faz despertar o conceito de cidadania. Somente a construção ampla do conceito de cidadania no Brasil poderá opor-se de maneira eficaz ao alcance da ação deletéria da moralidade que a corrupção provocou no Brasil. De repente, e não só mais envolvendo a questão dos orçamentos públicos, constata-se que a corrupção estendeu tentáculos longos e armou quadrilhas poderosas, dominando procedimentos e decisões, em dimensão tamanha que não serão as eleições gerais que se realizam ano que vem suficientes para remover da vida pública, no Legislativo ou no Executivo, os que já se encontram viciados na prática de todos estes atos ilegais ou imorais que a CPI vem revelando.

Pede-se algo mais. Basta ver o que falam as faixas da passeata pela moralidade no Rio. Ou o que estão revelando os pronunciamentos e manifestos que acontecem por todo o Brasil, em todos os setores e instituições, refletindo a indignação contra este estado de coisas. Será difícil à CPI, por mais isenta e firmemente conduzida que o seja, conseguir apurar toda a verdade. A cada dia aparecem indícios de novos envolvimentos. Conclui-se que a máquina corruptiva é complexa e longa, envolvendo condutas já enraizadas, diversos tipos de favorecimentos, despistados e até legalizados, sendo difícil, em muitos casos, o enquadramento dos envolvidos em qualquer artigo do Código Penal. A condenação, portanto, situa-se no campo moral e é nesse patamar que precisa ser enfrentada a crônica e enraizada corrupção brasileira.

É hora do desenvolvimento do conceito de cidadania no Brasil, no que significa de mais atual, moderno, civilizatório. O cidadão é o homem consciente do seu tempo, dos seus direitos e deveres como ser socializado, co-responsável pelo tipo de sociedade de que participa e ajudou a construir. É nesse compromisso político e social que se insere sua ética de conduta. E é nessa linha conceitual que o ato de roubar o dinheiro público é tão condenável quanto a ausência de participação política, dever essencial do cidadão. A construção de um Brasil como nação democrática passa por esse ethos, ampliado e atualizado pelo moderno conceito de cidadania, onde não há lugar para traços como o jeitinho, o levar vantagem de qualquer maneira, o político corrupto, populista ou desinteressado dos problemas nacionais, o tráfico de influência, o deixar para depois, a propina, etc.

Igualam-se, como escândalos sociais, as matanças do Carandiru e da Candelária e o impeachment de Collor e, agora, os roubos do Orçamento. Ou as obras com preços superfaturados já garantindo a propina. A miséria de 32 milhões de brasileiros é também fenômeno correlato. Na verdade, as ordens política e econômica inscrevem-se em um quadro cultural. O impasse brasileiro, a ingovernabilidade, o imobilismo, a incapacidade de gerar soluções, de remover os graves e perversos desequilíbrios de toda ordem, são vertentes de um mesmo estuário. A revolução moral só se completa dentro da evolução cultural, estribada no conceito de cidadania, ainda bastante incipiente no Brasil onde a exclusão não permite taxas mínimas de educação popular. A encruzilhada histórica em que o País se encontra pode ser o ponto de inflexão de que precisa. Ou se condena a resistir à própria História”.

Este é, pois, um EDITORIAL para ser lido e relido com a data de HOJE. Então na encruzilhada histórica proposta pela matéria, o ponto de INFLEXÃO, lamentavelmente, ainda não foi encontrado. Estamos morro abaixo, com a CORRUPÇÃO e o DESPERDÍCIO de RECURSOS PÚBLICOS causando PREJUÍZOS INCALCULÁVEIS à gerações e gerações de BRASILEIROS e de BRASILEIRAS, aumentando a cada dia o fosso entre RICOS e POBRES e a EXCLUSÃO mais ABOMINÁVEL: a da ÉTICA pelos POLÍTICOS, que provoca uma EROSÃO MORAL em TODA a SOCIEDADE.

E aí, sim, como o reforça o EDITORIAL: só mesmo uma CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA e QUALIDADE.

sexta-feira, 22 de maio de 2009

REMENDO OU REFORMA POLÍTICA: O QUE QUEREMOS?

Segundo ALVIN TOFFLER: “Os analfabetos do século XXI serão todos aqueles que não desenvolverem a capacidade de APRENDER, DESAPRENDER E REAPRENDER”. (o grifo é meu).

Numa coisa velha e boa, o remendo faz sentido e sempre e se reveste de importância, tornando o seu uso novamente adequado, podendo até ter vida longa e útil.

Mas, se tratamos da POLÍTICA ela não é de forma alguma coisa velha e é sempre boa, porque carrega consigo, de modo inexpugnável, a ÉTICA, comportamento moral a guiar os CIDADÃOS à prosperidade e à felicidade, fim primordial de nossa existência.

Ocorre, entretanto, que uma parcela jurássica de nossas lideranças, movidas quase sempre por inconfessáveis interesses e desmedida ganância, não percebem que este fascinante mundo novo conta o tempo, para as grandes e notáveis realizações, em unidades cada vez menores. Assim, a vida das pessoas pode sofrer impactos extraordinários até em fração de segundos.

Desse modo, falar em ano, década, século, ganha proporções muito especiais, que estão a exigir, cada vez, mais responsabilidade, qualificação e grandeza de espírito, enfim, mais humanidade.

Então, queremos trazer uma despojada visão a respeito da imperiosa necessidade de tratarmos, neste momento, da REFORMA POLÍTICA, de maneira rigorosamente patriótica, não nos deixando levar pelas esfarrapadas desculpas de calendário eleitoral e outras inaceitáveis imoralidades,

Entendemos que, ao lado dos temas que já estão fartamente colocados na mídia como LISTA PARTIDÁRIA, FINANCIAMENTO DE CAMPANHAS, FIDELIDADE PARTIDÁRIA, INELEGIBILIDADE, COLIGAÇÕES, CLÁUSULAS DE BARREIRA, todas sem dúvida alguma, importantes, deveríamos juntar, aprofundar e ampliar também o debate de questões como, por exemplo, ELEIÇÕES UNIFICADAS A CADA QUATRO ANOS , FIM DA ELEIÇÃO “CASADA” DO SUPLENTE DE SENADOR E VOTO DISTRITAL.

O BRASIL vive talvez a mais aguda CRISE DE ÉTICA de toda sua história, onde a CORRUPÇÃO e o DESPERDÍCIO atingem níveis INTOLERÁVEIS, manchando especialmente parcela expressiva de nossas lideranças, uma vez que as decisões políticas permeiam e norteiam toda a SOCIEDADE, causando prejuízos incalculáveis e absolutamente irrecuperáveis.

Os exemplos de malversação do dinheiro público chegam a todo momento, numa escalada cruel e devastadora. Neste momento, vem de um dos mais importantes e prósperos Estados brasileiros – RIO GRANDE DO SUL, como noticia à exaustão a Revista VEJA – edição 2113 – ano 42 – nº 20, páginas 62 e 63: CAIXA UM NO CAIXA DOIS? – “...que VEJA revelou a existência de gravações que apontam que sua campanha eleitoral foi abastecida com recursos provenientes de caixa dois.” As denúncias envolvem a ex-Ministra, ex-Senadora e atual governadora YEDA CRUSIUS, lançando suspeição sobre a face de liderança de tamanha influência, o que contagia seriamente gerações de brasileiros.

E que não se tente contabilizar valores das campanhas no modelo existente, pois não há tribunal no mundo que consiga trazer à luz as verdadeiras quantias despendidas em cada pleito. Apenas a título de ilustração: sabemos que cada eleição custa, aos cofres públicos, algo em torno de R$ 800 milhões. A questão não é de caixa um ou caixa dois, mas simplesmente de CAIXA, sob a luz da legalidade e da moralidade, eis que vamos eleger nossos representantes, que queremos ÍNTEGROS, HONESTOS, ÉTICOS e VOCACIONADOS para o sagrado INTERESSE PÚBLICO.

O que é mais grave ainda, a constatação de que o País, com o status vigente, vive em permanente e nocivo período eleitoral, vez que mal termina uma eleição e já os plantonistas agem diuturnamente nas articulações que conduzem ao poder.

A CRISE DE ÉTICA não tem fronteiras. A mídia noticia também fartamente o escândalo que levou à renúncia o presidente da Câmara dos Comuns, do quase milenar Parlamento britânico, “modelo da moderna democracia representativa copiado mundo afora”, conforme informa SÍLVIO QUEIROZ no Jornal ESTADO DE MINAS, Caderno INTERNACIONAL, página 16, de 20/05/2009 (internacional.em@uai.com.br).

Urge, pois, implantarmos definitivamente em nossa SOCIEDADE a cultura da DISCIPLINA, da PARCIMÔNIA, do RESPEITO MÚTUO e, sobretudo, da ÉTICA em todas as nossas relações.

terça-feira, 12 de maio de 2009

A OPINIÃO PÚBLICA E A VELHA E DECOMPOSTA ‘LIXA’

Através da MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE, é a mais profunda fé que nos move, estaremos qualificando o voto brasileiro e será apenas uma lembrança trágica a cena protagonizada por um deputado da Câmara Federal, que disse à imprensa: “ESTOU ME LIXANDO PARA A OPINIÃO PÚBLICA. ATÉ PORQUE PARTE DA OPINIÃO PÚBLICA NÃO ACREDITA NO QUE VOCÊS ESCREVEM. VOCÊS, BATEM, BATEM E A GENTE CONTINUA SE REELEGENDO.” (E.M, 09/05/09 - o grifo é meu).

Não será com ódio, nem rancor, nem nos sentindo atingidos, mas, pelo contrário, com altivez, com entusiasmo, alegria, discernimento e o mesmo sentimento de amor à pátria que inflamava o coração de brasileiros como FELIPE DOS SANTOS e TIRADENTES, que promoveremos, numa grande cruzada cívica,
a substituição desses que vêm usando, através de séculos, de uma velha e decomposta “lixa”.

O Parlamento é nobre, enquanto fiel guardião da DEMOCRACIA, em perfeita sintonia com a IMPRENSA LIVRE, AUTÊNTICA, RESPONSÁVEL e QUALIFICADA como a que temos, não será, da mesma forma, enlameado por eventuais e indignos ocupantes de cadeiras que pertencem ao POVO, que os ELEGE e os PAGA, e muito bem, e do qual emana todo o poder.

Não há tempo a perder, as eleições se aproximam e, com elas, os fantasmas rondam as cabines indevassáveis que devem abrigar, inexoravelmente, CIDADÃOS LIVRES, CONSCIENTES e QUALIFICADOS, para permitir assento nos parlamentos de HOMENS e MULHERES que sejam absolutamente, ÉTICOS, ÍNTEGROS, HONRADOS, DIGNOS e perfeitamente VOCACIONADOS para os legítimos e sagrados INTERESSES DO POVO.

Então, há que se destacar ainda uma das dívidas da ABOLIÇÃO DA ESCRAVATURA: a da opressão do VOTO. Eis a nossa fé, a nossa determinação, a nossa esperança, que a CADA CIDADÃO corresponda exata e soberanamente CADA VOTO.