Mostrando postagens com marcador CNT. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador CNT. Mostrar todas as postagens

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

A CIDADANIA, A EDUCAÇÃO E OS DESAFIOS PARA O DESENVOLVIMENTO

“Qualificação profissional

Tomara que o Congresso aprove a aplicação de 10% do PIB na educação. É pouco, mas bem melhor que os atuais 4,5%. Ainda não se descobriu outra via para desenvolver uma nação, aumentar o seu IDH e reduzir exclusão, miséria e violência, fora do investimento significativo em educação de qualidade.

O contingente de pessoas que trabalham em nosso país chega a 92,5 milhões, praticamente metade da população. Desses, 45,5% não têm carteira assinada ou trabalham por conta própria. E somente 771.409 têm mestrado ou doutorado. Os dados são do IBGE (Pnad 2011).

Apenas 12,5% dos que trabalham têm curso superior completo. Quase metade da mão de obra ocupada concluiu o ensino médio: 46,8%. O que significa que 53,2% de nossos trabalhadores não têm sequer nível médio. Nossas universidades abrigam hoje 6,6 milhões de estudantes (de um contingente de 27,3 milhões de jovens entre 18 e 25 anos!), dos quais 73,2 em faculdades particulares. E há apenas 1,2 milhão de estudantes em cursos técnicos.

Na Alemanha, quarta economia do mundo, a maioria dos alunos do ensino médio (60%) se encontra em cursos técnicos. A educação é profissionalizante, facilitada pela parceria entre escolas e empresas, onde os aprendizes fazem estágios. Isso se reflete na economia do país. Em agosto, o desemprego entre jovens alemães com menos de 25 anos atingia o índice de 8,1%. Nos demais países da Zona do Euro, 22,8%.

A renda familiar está associada ao nível de ensino. No Brasil, quem possui diploma universitário chega a ganhar 167% mais do que quem concluiu apenas o ensino médio. Quem possui mestrado ou doutorado ganha, em média, 426% mais, comparado a quem tem apenas o ensino médio. Não têm qualquer escolaridade ou frequentaram menos de 1 ano a escola 19,2 milhões de brasileiros. Em 2011, nossa média de escolaridade era de 7,3 anos. Para os que estão empregados, 8,4 de estudos.

Nos EUA, em 1960, haviam cursado o ensino médio 60% dos trabalhadores. Hoje, o índice chega a 90%. Porém, há um dado alentador: o grupo brasileiro com 11 anos de escolaridade cresceu em 22 milhões de pessoas de 2001 a 2011.

Não sabem ler nem escrever 12,9 milhões de brasileiros com mais de 7 anos de idade. E 20,4% da população acima de 15 anos são de analfabetos funcionais – assinam o nome, mas são incapazes de redigir uma carta ou interpretar um texto. Na população entre 15 e 64 anos, em cada três brasileiros apenas um consegue interpretar um texto e fazer operações aritméticas elementares.

Em 2011, 22,6% das crianças de 4 e 5 anos estavam fora da escola. E, abaixo dessas idades, 1,3 milhão não encontrava vagas em creches. É animador constatar que 98,2% dos brasileiros entre 6 e 4 anos estudam. Mas um dado é alarmante: dos 27,3 milhões de jovens brasileiros entre 18 e 25 anos, 5,3 milhões se encontram fora da escola e sem trabalho. Dos jovens entre 15 e 17 anos, 40% não frequentam a escola (FGV 2009). Na parcela mais pobre, com renda per capita até R$77,75/mês, quase a metade se encontra fora da escola e do trabalho. De que vive essa gente? Por que fora da escola?

É nesse contingente dos “nem nem” (nem estudo nem trabalho) que estão os maiores índices de criminalidade. Muitos abandonam a escola por desinteresse, devido à falta de pedagogia; por falta de recursos financeiros; por ingressarem no narcotráfico ou se tornarem dependentes químicos; e também por gravidez precoce. O número de moças (3,5 milhões) do grupo “nem nem” é quase o dobro do número de rapazes (1,8 milhão). E 50% dessas moças já são mães.

Morei cinco anos na Favela de Santa Maria, em Vitória. Constatei que as adolescentes deixam de ser molestadas a partir do momento em que engravidam. Moça solteira sem filho fica vulnerável ao assédio permanente, às vezes violento. Muitas engravidam por falta de educação sexual e orientação no uso de contraceptivos.

Na economia globalizada é imprescindível falar inglês. Apenas 0,5% da população domina o idioma de Shakespeare. A maioria, sem fluência. O Brasil enfrenta hoje – em plenas obras do PAC, da Copa e das Olimpíadas – o déficit de 150 mil engenheiros. Apenas 10% dos universitários cursam carreiras vinculadas às engenharias. Temos somente 6 engenheiros para cada l mil pessoas economicamente ativas. Nos EUA e no Japão a proporção é de 25/1 mil.

Falta no Brasil interação entre academia e empresa, teoria e prática. Nossos universitários não têm suficiente conhecimento técnico. Em nosso país, o professor é valorizado pelo número de pesquisas e publicações, e não pela experiência de trabalho. O mestre se apresenta como detentor de conhecimento e não como facilitador do aprendizado.

O preconceito a Paulo Freire fortalece o anacronismo de nossas universidades. E nossas empresas, que aspiram por mão de obra qualificada, ainda não despertaram para o seu papel de indutoras da educação.”

(FREI BETTO, Escritor, autor de Alfabeto – autobiografia escolar (Ática), entre outros livros, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 14 de novembro de 2012, Caderno OPINIÃO, página 11).

Mais uma IMPORTANTE e OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 17 de novembro de 2012, Caderno OPINIÃO, página 9, de autoria de GUILHERME RAMOS, Engenheiro civil, diretor do Brazil Road Expo, e que merece igualmente INTEGRAL transcrição:

“Mudar para crescer

Segundo pesquisa realizada pela Confederação Nacional dos Transportes (CNT), a qualidade das estradas brasileiras, por onde se escoam 75% da produção do país, caiu pela segunda vez consecutiva. Ou seja, fica evidente a necessidade de investimentos em melhorias. O momento é um dos mais oportunos para a geração de negócios nesse setor, que continua em posição de destaque no Brasil, já que nunca se evidenciou tanto a necessidade de uma reforma na infraestrutura brasileira. Segundo o levantamento da CNT, quase 30% dos 95.707 quilômetros de rodovias do país estão em ruim ou péssimo estado de conservação. A pesquisa analisou aspectos como a pavimentação, sinalização e geometria de estradas do Brasil, sendo 65.273 quilômetros de rodovias federais e 30.434 quilômetros de rodovias estaduais. O estudo mostrou ainda que são necessários R$ 190 bilhões em investimentos no setor para que essa situação seja melhorada. E não é só isso. Das rodovias avaliadas, 80.315 quilômetros estão sob gestão pública e 15.392 quilômetros sob gestão de concessionárias. Se comparadas com a pesquisa do ano passado, a qualidade das estradas concessionadas se manteve estável, com índice de “bom e ótimo” de 86,9% em 2011 e 86,7% em 2012. Por outro lado, as rodovias sob gestão pública puxaram o índice geral para baixo: em 2011 33,8% dessas estradas estavam em ótimas ou boas condições, enquanto a nova pesquisa mostrou que agora o índice é de 27,8%.

Existe muito a ser feito e não temos muito tempo para pensar em projetos mirabolantes e fórmulas de investimento que não funcionam. O governo federal já apontou as saídas para a melhoria dessa situação e temos que agora, mais do que nunca, focar nossos esforços a fim de mudar esse cenário repleto de falhas e desvios tortuosos. Com uma Copa do Mundo e uma Olimpíada a caminho, o Brasil já passou da hora de investir “pesado” em infraestrutura. Precisamos melhorar nossa condição de competitividade por meio de uma logística mais aprimorada. Afinal de contas, outra recente pesquisa, dessa vez da Confederação Nacional da Indústria (CNI), apontou que o transporte corresponde a 30% do valor dos produtos, logo, estradas ruins aumentam ainda mais o preço do produto, encarecendo tudo o que chega à mesa do trabalhador.

É fundamental que seja estabelecido um planejamento de médio e longo prazo que possibilite um investimento constante e em grande escala para reestruturar as condições de escoamento da produção, sem que isso onere ainda mais o valor dos produtos. Essa é a grande chance de o país mudar radicalmente sua trajetória e aproveitar para crescer tanto interna quanto externamente. Os projetos têm que sair do papel e do bolso daqueles que pretendem investir em infraestrutura no Brasil. O terreno é o mais propício para isso. Temos espaço e demanda por grandes obras, que precisam de muita mão de obra, ou seja, emprego para muitos e negócios a perder de vista. Além disso, fabricamos equipamentos e tecnologia de ponta para atender esse setor e temos todo o potencial para nos tornarmos um país exemplo no que diz respeito a nosso sistema modal de transporte.

É hora de arregaçar as mangas e mostrar que o Brasil é um país competitivo e ávido por alcançar um dos principais lugares da economia mundial. Afinal de contas, temos tudo a nosso favor para sermos líderes mundiais: recursos naturais, localização e trabalhadores. Resta-nos capacitar estruturalmente o nosso país para trilharmos a estrada de sucesso que vem por aí. Já faz algum tempo que o debate sobre o setor vem sendo realizado por meio de iniciativas como o Brazil Road Expo 2013 – evento internacional de tecnologia em pavimentação e infraestrutura viária e rodoviária, que reúne num só local todos os elos da cadeia de infraestrutura viária e rodoviária e que está em sua terceira edição. São ações desse tipo que farão com que as grandes oportunidades que o país apresenta sejam ponto de partida para melhorias que perdurem e que tragam desenvolvimento e competitividade ao Brasil.”

Eis, portanto, mais páginas contendo IMPORTANTES e OPORTUNAS abordagens e REFLEXÕES que acenam, em meio à MAIOR crise de LIDERANÇA de nossa HISTÓRIA – que é de ÉTICA, de MORAL, de PRINCÍPIOS, de VALORES –, para a IMPERIOSA e URGENTE necessidade de PROFUNDAS MUDANÇAS em nossas estruturas EDUCACIONAIS, GOVERNAMENTAIS, JURÍDICAS, POLÍTICAS, SOCIAIS, CULTURAIS, ECONÔMICAS, FINANCEIRAS e AMBIENTAIS, de modo a promovermos a inserção do PAÍS no concerto das POTÊNCIAS mundiais LIVRES, SOBERANAS, CIVILIZADAS, DEMOCRÁTICAS e SUSTENTAVELMENTE DESENVOLVIDAS...

Assim, URGE ainda a efetiva PROBLEMATIZAÇÃO de questões deveras CRUCIAIS como:

a) a EDUCAÇÃO – UNIVERSAL e de QUALIDADE, desde a EDUCAÇÃO INFANTIL (0 a 3 anos, em creches; 4 e 5 anos, em pré-escolas) – e mais o IMPERATIVO da modernidade de matricularmos nossas crianças de seis anos na 1ª série do ENSINO FUNDAMENTAL, independentemente do mês do NASCIMENTO, até a PÓS-GRADUAÇÃO (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como PRIORIDADE ABSOLUTA de nossas POLÍTICAS PÚBLICAS;

b) o COMBATE, implacável e sem TRÉGUA, aos três dos nossos MAIORES e mais AVASSALADORES inimigos que são: I – a INFLAÇÃO, a exigir PERMANENTE e DIUTURNA vigilância, de forma a manter-se em patamares CIVILIZADOS; II – a CORRUPÇÃO, como um CÂNCER a se espalhar por TODAS as esferas da vida NACIONAL, gerando INCALCULÁVEIS prejuízos e comprometimentos de variada ordem; III – o DESPERDÍCIO, em TODAS as suas modalidades, também a ocasionar INESTIMÁVEIS perdas e danos, indubitavelmente IRREPARÁVEIS;

c) a DÍVIDA PÚBLICA BRASILEIRA, com projeção para 2012, segundo o ORÇAMENTO GERAL DA UNIÃO, de ASTRONÔMICO e INTOLERÁVEL desembolso da ordem de R$ 1 TRILHÃO, a título de JUROS, ENCARGOS, AMORTIZAÇÃO e REFINANCIAMENTOS, a exigir igualmente uma IMEDIATA, ABRANGENTE, QUALIFICADA e eficaz AUDITORIA...

Isto posto, torna-se absolutamente INÚTIL lamentarmos a FALTA de RECURSOS diante de tanta SANGRIA, que DILAPIDA o nosso já combalido DINHEIRO PÚBLICO, MINA a nossa capacidade de INVESTIMENTO e de POUPANÇA e, mais GRAVE ainda, AFETA a confiança em nossas INSTITUIÇÕES, negligenciando a JUSTIÇA, a VERDADE, a HONESTIDADE e o AMOR à PÁTRIA, ao lado de extremas e sempre crescente necessidades de AMPLIAÇÃO e MODERNIZAÇÃO de setores como: a GESTÃO PÚBLICA; a INFRAESTRUTURA (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos e aeroportos); a MOBILIDADE URBANA (trânsito, transporte, acessibilidade); a EDUCAÇÃO; a SAÚDE; o SANEAMENTO AMBIENTAL (água TRATADA, esgoto TRATADO, resíduos sólidos TRATADOS, MACRODRENAGEM urbana, logística REVERSA); o MEIO AMIENTE; a ASSISTÊNCIA SOCIAL; a PREVIDÊNCIA SOCIAL; a MORADIA; a SEGURANÇA ALIMENTAR e NUTRICIONAL; o EMPREGO, TRABALHO e RENDA; a SEGURANÇA PÚBLICA; as FORÇAS ARMADAS; POLÍCIA FEDERAL; DEFESA CIVIL; AGREGAÇÃO DE VALOR ÀS COMMODITIES; a LOGÍSTICA; o TURISMO; PESQUISA e DESENVOLVIMENTO; CIÊNCIA, TECNOLOGIA e INOVAÇÃO; ESPORTE, CULTURA e LAZER; COMUNICAÇÃO SOCIAL; MINAS e ENERGIA; SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL; a QUALIDADE (planejamento, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade, criatividade, produtividade, competitividade), entre outros...

São, e bem o sabemos, GIGANTESCOS DESAFIOS mas que, de maneira alguma, ABATEM o nosso ÂNIMO nem ARREFECEM o nosso ENTUSIASMO e OTIMISMO nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA E QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, CIVILIZADA, QUALIFICADA, LIVRE, SOBERANA, DEMOCRÁTICA, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, que possa PARTILHAR suas EXTRAORDINÁRIAS e generosas RIQUEZAS, OPORTUNIDADES e POTENCIALIDADES com TODAS as BRASILEIRAS e com TODOS os BRASILEIROS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos e que contemplam EVENTOS como a 27ª JORNADA MUNDIAL DA JUVENTUDE no RIO DE JANEIRO em 2013; a COPA DAS CONFEDERAÇÕES de 2013; a COPA DO MUNDO de 2014; a OLIMPÍADA de 2016; as obras do PAC e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO 21, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INTERNACIONALIZAÇÃO das empresas, da INFORMAÇÃO, do CONHECIMENTO, da INOVAÇÃO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um POSSÍVEL e NOVO mundo da JUSTIÇA, da LIBERDADE, da PAZ, da IGUALDADE – e com EQUIDADE –, e da FRATERNIDADE UNIVERSAL...

Este é o nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa LUTA, a nossa FÉ, a nossa ESPERANÇA... E PERSEVERANÇA!...

O BRASIL TEM JEITO!...

quarta-feira, 6 de julho de 2011

A CIDADANIA, A EDUCAÇÃO E OS GARGALOS QUE TRAVAM O BRASIL

“ESCOLA SEM COMPUTADOR
Agora que o governo conseguiu um acordo envolvendo as empresas de telecomunicação no Programa Nacional de Banda Larga (PBBL), é hora de começar a recuperar o tempo perdido no processo de inclusão digital das escolas brasileiras. Essa é, aliás, mais uma falha que o país insiste em varrer para debaixo do tapete da precariedade da educação. Em troca do afrouxamento de outros exigências, as empresas vão oferecer acesso à internet em banda larga de pelo menos um megbit por segundo, cobrando não mais que R$ 35 por mês do consumidor. Com isso, o mínimo que se espera é que haja uma rápida expansão geográfica da oferta de acesso à rede mundial de computadores, abrindo caminho para programas de inclusão digital de camadas de menor renda da população. Acoplando essa novidade a programas de compra de computadores a preços acessíveis (por desoneração fiscal e crédito especial), será possível em prazo razoavelmente curto atacar uma das principais causas, segundo especialistas, da baixa inclusão digital da educação no Brasil.

A segunda tem a ver com a infraestrutura das escolas. Recente pesquisa da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) revelou que as escolas brasileiras ocupam o constrangedor último lugar, entre 38 países pesquisados quanto ao número de computadores por aluno. São 6,25 estudantes por computador, o que equivale a 0,16 aparelho por aluno. O estudo da OCDE revela que as escolas brasileiras estão muito abaixo  da média dos 34 países membros da entidade (o Brasil, e mais três pesquisados não são filiados), que é de 1,69 aluno por computador. A Austrália apresentou a melhor média, com 1,03 aluno por computador, ou seja, quase todo estudante australiano  tem acesso ao mundo digital da própria escola. A média da China, 1,75 aluno por computador, demonstra que esse país emergente tem avançado muito na inclusão digital de suas escolas, uma das características da moderna preparação para a competitividade internacional. Na América Latina, a Colômbia, segundo o estudo da OCDE, tomou a dianteira nesse processo de inclusão e já conseguiu baixar sua média para 2,85 alunos por computador.

Ter acesso ao computador e à internet em casa, segundo especialistas, é um estímulo poderoso ao interesse dos estudantes por essa disponibilidade na escola, além de permitir a continuidade do estudo e a ampliação do conhecimento. A pesquisa da OCDE constatou que 53,3% dos estudantes brasileiros não tem computador em casa. Portanto, quase metade desse universo está fora do mundo digital, a não ser por visitas esporádicas a lan houses. Para ter uma ideia da situação brasileira, essa média registrada nos países da OCDE é de apenas 5,7%. Mas é também necessário cuidar do atraso do país em relação a computadores e à internet nas escolas. Dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) revelam que 9,5 milhões de alunos, um quarto do total, estudam em escolas sem laboratório de informática. Além disso, segundo dados da OCDE, em 62,5% das escolas brasileiras faltam computadores ou os disponíveis são inadequados. Essa relação não passa de 8%  na Coreia do Sul, país que colhe os frutos da revolução na educação que vem fazendo há quatro décadas. Os coreanos compreenderam há anos que a educação é, cada vez mais, questão de sobrevivência no mundo competitivo.”

(EDITORIAL do jornal ESTADO DE MINAS, edição de 5 de julho de 2011, publicado no Caderno OPINIÃO, página 10).

Mais uma IMPORTANTE, ORIENTADORA e OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de reportagem publicada no mesmo veículo, edição de 27 de junho de 2011, Caderno ECONOMIA, página 12, de autoria de ANA D’ÂNGELO, que merece igualmente INTEGRAL transcrição:

“DESENVOLVIMENTO

Problemas como infraestrutura precária, falta de mão de obra qualificada e custo do capital ameaçam ciclo de alta

Gargalos que ainda “travam” o Brasil

Brasília – Os problemas não são novos, mas ficaram escancarados. O crescimento da economia, a redução das desigualdades e a melhora do padrão de vida da população trombaram com um Brasil cheio de gargalos. O país que deu um salto positivo em diversos indicadores econômicos e sociais contrasta com um outro que tem estradas, portos, ferrovias e aeroportos precários, falta de mão de obra qualificada, custo alto do capital, carga tributária complexa e baixos investimentos públicos. É esse Brasil do atraso que vai travar a continuidade do desenvolvimento econômico a percentuais acima de 4% ao ano.

“O país está estrangulado. Isso é termômetro da falta de uma agenda clara do governo, que está demonstrando falta de capacidade de formular e implementar políticas públicas para resolver esses gargalos”, critica o economista-chefe do Banco WestLB do Brasil, Roberto Padovani. Para ele, a decisão anunciada recentemente de privatizar parcialmente os aeroportos é um sintoma de falta de projeto de desenvolvimento consistente, pois a então candidata Dilma Rousseff  havia garantido antes que isso não aconteceria. Mas a deficiência do setor combinada com a escassez de recursos públicos, obrigaram a mudança de planos pelo governo.

O governo pretende também entregar à iniciativa privada a construção e operação de futuras instalações nos portos, que não têm espaço físico suficiente para carregar e descarregar contêineres. “Há também a falta de silos para armazenagem das mercadorias. Perde-se muito tempo no carregamento e na descarga por falta desses investimentos”, assinala o presidente da seção de Transporte de Cargas da Confederação Nacional de Transporte (CNT), Flávio Benatti.

“O estado de graça acabou no final do ano passado. Os problemas que estão aparecendo deverão persistir”, avisa o economista Fábio Giambiagi. Segundo ele, houve algum avanço com o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), mas nada expressivo que alterasse o diagnóstico da infraestrutura deficiente. “Esses avanços não têm sido suficientes para desimpedir a expansão futura”, avalia.

QUALIFICAÇÃO Giambiagi destaca um outro gargalo que começa a piscar intermitentemente nesse momento de crescimento econômico: o apagão da mão de obra, a falta de profissionais mais habilitados e capazes de executar  as funções exigidas pelas empresas pressionadas por maior produtividade. Na avaliação do economista, esse problema vai aparecer com mais nitidez provavelmente a partir de 2013, com a consolidação da situação de pleno emprego, configurada por uma taxa de desemprego considerada baixa, próxima de 5% (hoje está em torno de 6,5%). Nesse momento, a ausência de mão de obra será sentida pelo setor produtivo.

A previsão do mercado em geral é de que o país cresça a taxas de 4% em 2011 e 2012. “Para crescermos mais a partir de 2013, teríamos que dar um salto na produtividade. Como não vai haver mão de obra capacitada disponível, a alternativa seria as pessoas empregadas serem mais produtivas”, prevê Giambiagi.

O apagão da mão de obra deve causar, de imediato, um efeito cruel. A grande mobilidade social dos últimos anos, que alçou os mais pobres às classes C e D, terá dificuldade de alcançar quem continua na base da pirâmide social. Os grupos mais pobres e de baixa escolaridade terão cada vez menos chances de encontrar colocação no mercado formal por causa da maior sofisticação do processo produtivo e de maiores demandas educacionais por parte dos empregadores, avalia o demógrafo Haroldo Torres, da Consultoria Plano CDE. “Não se recupera a ausência de anos de escola da noite para o dia”, afirma a antropóloga Luciana Aguiar.

“A elevada desigualdade incorporou ao mercado de trabalho e ao mercado de trabalho as famílias que ganhavam menos. Mas, de agora em diante, ficará mais difícil atingir as pessoas do final da linha”, analisa Giambiagi. Segundo ele, a melhora de vida dessa parcela da população foi possível graças às políticas sociais de distribuição de renda, como o programa Bolsa-Família, mas cujo efeito já se esgotou. Continuar chegando a essas pessoas será um desafio cada Vaz maior para as políticas públicas”, diz o economista.

BAIXO INVESTIMENTO A partir de recursos que o Brasil destina à construção de estradas e outras obras de infraestrutura e a compras de maquinários é uma das mais baixas do mundo. A taxa de investimentos está 18,4% do Produto Interno Bruto (PIB), de acordo com os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) relativos a 2010. A maior parte é aplicada pelo setor privado. O poder público – União, estados  e municípios – contribui somente com 5,1%.

Como comparação, a China investe no total 45,6%, o Vietnã 34,5%, a Índia 30,8% e a Rússia 21,4%. Na América Latina, o Brasil aplica menos que Equador (24,1%),  México (21,8%), Chile (21,4%) e Argentina (20,9%). “O produto brasileiro, de forma geral, acaba perdendo competitividade em função da infraestrutura deficiente, principalmente o de menor valor agregado”, afirma Flávio Benatti, da CNT. Mais de 60% das mercadorias passam pelas rodovias, das quais em torno de 70% precisam de reparos. Apenas 20% das cargas circulam pelas ferrovias e 13% pelos rios. “O fato é que o governo deveria controlar os gastos correntes para sobrar dinheiro e aumentar o investimento público. Em vez de comprar clips, o governo deveria construir estradas”, resume Padovani.

PRINCIPAIS ENTRAVES

Desigualdade alta
- A desigualdade no país é uma das mais altas do mundo. O Índice Gini, usado para medir a desigualdade de distribuição de renda, varia entre 0 e 1. Quanto mais próximo de zero, menor é a desigualdade, com melhor distribuição de renda. O Brasil tem índice de 0,5304, um dos piores do mundo.

Rodovias
- Dos 89,5 mil quilômetros de rodovias pavimentadas, 69% apresentavam alguma deficiência no pavimento, na sinalização ou na geometria da via, conforme pesquisa da CNT, de 2009.

Ferrovias
- Praticamente apenas 10% da malha do país é utilizada, respondendo por 21% da matriz de transporte de carga, concentrado principalmente no Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Rio de Janeiro. É preciso maior aproveitamento da malha.

Portos
- Enfrentam problemas de acesso por causa das vias terrestres de má qualidade e da ociosidade da malha ferroviária, além da pressão urbanística, impossibilitando o aumento da área para recebimento ou carregamento de cargas. Há insuficiência de silos para armazenagem. As tarifas excessivas encarecem a movimentação de contêineres.

Aeroportos
- O setor enfrenta sucessivas crises relacionadas ao controle e à infraestrutura operacional, o que tem gerado atrasos de viagens, queda no nível do serviço prestado pelas empresas aéreas e falta de credibilidade.

Falta de mão de obra
- O país enfrenta falta de mão de obra qualificada, com capacitação técnica para a função que precisa desempenhar. Há necessidade de ensino médio profissionalizante.

Investimentos baixos
- A taxa de investimento no Brasil é uma das mais baixas do mundo, apenas 18,4 do PIB em 2010. Desse percentual, o poder público contribui somente com 5,1%. A China investe 45,6% do PIB.

Pesada carga tributária
- Além de ter uma das mais altas cargas tributárias do mundo, de 35% do PIB, o Brasil tem um sistema complexo, que demanda investimento e tempo das empresas para administrá-lo.

Juros elevados
- A taxa básica de juros, de 12,5% ao ano, se reflete em encargos elevadíssimos na ponta do crédito para as empresas e o consumidor, cuja média é de 46% ao ano. Eles diminuem a competitividade dos produtos brasileiros frente a outros países e reduzem o mercado consumidor.
Fonte: Confederação Nacional dos Transportes, Agência Nacional de Transportes Terrestres, Ministério da Fazenda e analistas de mercado.”    

Eis, pois, mais ADEQUADAS e CONTUNDENTES abordagens e REFLEXÕES que acenam para os GIGANTESCOS DESAFIOS que a modernidade e a natural ASCENSÃO do PAÍS nos impõem... e também estão a EXIGIR a EDUCAÇÃO como PRIORIDADE ABSOLUTA para os nossos mais CAROS planos de ADENTRARMOS ao SELETO clube dos DESENVOLVIDOS...

Mas, NADA, NADA mesmo, ARREFECE e ABATE o nosso ÂNIMO e o nosso ENTUSIASMO com esta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA E QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, QUALIFICADA, LIVRE, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, que permita a PARTILHA de suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS, OPORTUNIDADES e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos para eventos como a CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL (RIO + 20) em 2012, a COPA DAS CONFEDERAÇÕES de 2013, a COPA DO MUNDO DE 2014, a OLIMPÍADA DE 2016, as OBRAS do PAC e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO 21, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INFORMAÇÃO, do CONHECIMENTO, das NOV AS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um NOVO mundo, da PAZ e FRATERNIDADE UNIVERSAL...

Este é o nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa LUTA, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA!...

O BRASIL TEM JEITO!...