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segunda-feira, 3 de junho de 2019

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS EXIGÊNCIAS DA INTEGRIDADE CORPORATIVA E A TRANSCENDÊNCIA DO EXERCÍCIO DO PODER NA SUSTENTABILIDADE (32/138)


(Junho = mês 32; faltam 138 meses para a Primavera Brasileira)

“Compliance contra a corrupção
        Jamais seremos um país menos desigual, com um sistema democrático pujante, com um Estado eficiente e adequada qualidade na prestação das políticas públicas sem a devida transparência e políticas de compliance anticorrupção (integridade corporativa) na administração pública e uma nova formatação objetiva nas relações do poder público com o setor privado.
         Apresento de forma breve neste artigo algumas reflexões acerca de normatizações que dispõem da temática, atendendo ao almejado pela população e em detrimento aos inúmeros casos de corrupção em um passado recente. Um relevante marco é a Lei 12.846 de 2013, conhecida como Lei Anticorrupção ou Lei da Empresa Limpa. Além de prever responsabilização objetiva, no âmbito civil e administrativo, com multa de até 20% do faturamento bruto das empresas que praticam atos lesivos contra a administração pública nacional ou estrangeira, prevê a lei o importante instrumento do acordo de leniência, possibilitando assim o ressarcimento de danos de forma mais eficiente e o aprofundamento das investigações.
         De grande relevância também a Lei 13.303, também de 2013, conhecida como Lei das Estatais. Destaca-se a determinação para as empresas estatais implantarem políticas internas de compliance, como código de conduta, gestão de risco, treinamento e due diligence, devendo a área responsável pela condução do processo, nos termos do § 2º do Art. 9º, ser vinculada ao diretor-presidente e liderada por diretor estatutário. Relevante ressaltar a importância do governo de Minas se adequar ao disposto acima.
         E, por fim, atento ao momento atual, a exemplo do RJ e do DF, tramita na ALMG interessante projeto de lei do deputado Antônio Carlos Arantes, vice-presidente da Casa, que dispõe sobre a exigência de compliance às empresas que contratarem com a Administração Pública de Minas Gerais, em valores, na modalidade de licitação por concorrência, acima de R$ 1,5 milhão para obras e R$ 650 mil para compras e serviços. Não obstante sua relevância e nobreza nos propósitos, fundamental  amplo debate e aperfeiçoamento dos seus termos em sua tramitação, a fim de não se transformar em letra morta ou instrumento do chamado “não compliance”, em que empresas introduzem políticas de integridade apenas no papel, sem a menor perspectiva e vontade para sua real efetividade.
         O Brasil avança, não na velocidade que gostaríamos, mas cabe aos eleitos em 2018 e aos demais gestores públicos atuar de forma obstinada seguindo aos anseios da população. E a essa, entender que democracia real não se resume ao ato de votar, mas acompanhando, participando ativamente e cobrando dos mandatários do poder.”.

(FÁBIO CALDEIRA. Doutor em direito, exóuvidor-geral do Estado de Minas Gerais, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 24 de maio de 2019, caderno OPINIÃO, página7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição, caderno e página, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e que merece igualmente integral transcrição:

“Descompassos de poder
        É evidência dos descompassos do poder o anseio social por diferentes reformas. De um modo geral, a busca é por uma reconstrução democrática, participativa, igualitária, que reconheça a importância de todos na edificação de uma sociedade renovada. Exercer o poder, de modo qualificado, não é simplesmente cumprir protocolos ou atuar no domínio das aparências. Exige capacidade para escutar, dialogar, cultivando proximidade e integração. Para além de ideologias político-partidárias, fundamental é um arcabouço humanístico sustentado em princípios morais e éticos inegociáveis. Sem essa base, perpetua-se um cenário de “bate-cabeça”, revelador de um oceano de decisões equivocadas.
         Os descompassos de poder trazem consequências graves para a sociedade que, se fossem debelados agora, ainda trariam prejuízos para gerações futuras. Essa constatação pode parecer fruto de pessimismo, mas deveria ser compreendida como um alerta: é preciso eliminar dinâmicas que geram injustiças, exclusões, polarizações e disputas violentas. O exercício do poder na vida cotidiana, na ocupação de cargos em órgãos governamentais, legislativos, judiciários, no contexto religioso, familiar ou no trabalho, exige irrestrito respeito à dignidade humana. Assim são construídas relações solidárias e verdadeiramente civilizadas.
         Merece especial atenção o que ocorrendo nas redes sociais, que têm potencial para promover aproximações, ser força construtiva, mas também são utilizadas, insanamente, como ferramentas para destruição. Muitos de apropriam do poder das redes e se dedicam a espalhar mentiras, revestindo-se de uma autoridade e de uma convicção que os fazem parecer comprometidos com a verdade. Assim conseguem enganar as pessoas, revelando, ao mesmo tempo, a estreiteza de suas mentalidades e ideologias. Cometem crimes, contribuindo para estabelecer o caos. E, cedo ou tarde, essas pessoas que se apropriam de modo inadequado do poder das redes sociais serão vítimas da situação que ajudaram a criar.
         Não se pode cultivar tranquilidade diante das mais diferentes manifestações dos descompassos do poder, bomba-relógio que a sociedade contemporânea tem no próprio coração. Alguns acumulam poder demais, alimentando e sustentando ditaduras de variados tipos. Emperram processos, validam decisões tomadas às escuras ou motivadas por interesses pouco nobres. Agem na contramão da necessária participação cidadã. Também é muito lamentável e perigoso o exercício descompassado do poder emoldurado por validações religiosas. A religiosidade não pode ser submetida a interesses desalinhados com o bem de todos, em contextos de espetacularizações abomináveis e confusas, na direção oposta à do diálogo respeitoso e cooperativo, balizado pelos valores do Evangelho de Jesus.
         O atual momento histórico requer investimentos em uma renovada conceição a respeito do que é poder, circunscrevendo seu exercício à promoção da dignidade de cada pessoa. Nesse caminho, nenhuma indicação supera o ensinamento de Jesus: o entendimento de que o exercício do poder é serviço, e grande é aquele que serve. Cristo é Filho de Deus, mas seu poder não se relaciona à capacidade de destruir ou de vencer, estabelecendo a submissão dos outros. Ao contrário, é poder que salva e resgata. Jesus é o Rei que serve e ensina a servir.
         Oportuno é, pois, compreender que o verdadeiro exercício do poder não é simplesmente se revestir de autoridade para tomar decisões parciais que impactam a vida dos outros, nem se relaciona à capacidade de promover verdadeiros massacres a partir das redes sociais. O adequado exercício do poder remete à capacidade de promover relações autenticamente novas com outras pessoas, marcadas pela presença de Deus. Seja esse entendimento o ponto de partida para evitar que a humanidade naufrague, submersa nos desvarios e irracionalidades de exercícios descompassados, delinquentes e patológicos do poder.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 129 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em abril a ainda estratosférica marca de 298,57% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou em históricos 323,31%; e já o IPCA, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 4,94%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2019, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,422 trilhão (43,6%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 758,672 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
58 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2019)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...        

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.



   
         




segunda-feira, 28 de janeiro de 2019

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A LUZ DA ÉTICA NO COMPLIANCE E OS GRAVES DESAFIOS DOS CENÁRIOS COMPLEXOS NA SUSTENTABILIDADE


“Ética e compliance: os impactos na sua empresa
        Ética e compliance não constituem apenas um conjunto de regras a serem cumpridas, mas sim uma cultura em que as pessoas tenham em mente qual a melhor maneira de agir diante de todas as situações do cotidiano. A ideia é orientar o funcionário para discernir o que é certo ou errado ou implementar regras e procedimentos que o façam decidir de qual maneira agir.
         Uma vez que o programa seja bem implantado, fará parte do dia a dia da empresa falar sobre ética e compliance, e assim as orientações serão constantes, com comunicações que atinjam cada um. Além disso, é possível desenvolver os “agentes da ética/compliance”, que serão os multiplicadores e incentivadores da comunicação e orientação pela empresa.
         Para apresentar essas práticas de forma clara para os colaboradores, a comunicação deve ser constante e de diversas formas. Para isso, as empresas podem contar com os “agentes de ética”, que poderão opinar sobre as formas como a comunicação pode atingir cada área e disseminar a ética e compliance para todos. É importante ressaltar que todos são responsáveis pela ética e compliance na empresa, mas especialmente a presidência, o RH, o departamento jurídico e os “agentes da ética” serão as principais fontes de incentivo.
         Para evitar, detectar e tratar qualquer desvio ou inconformidade é importante que seja feita a denúncia pelos canais de reporte e verificação dos procedimentos de controle. Quando detectado o desvio de conduta, é necessário o tratamento de acordo com a natureza específica desse erro, com as devidas correções. A investigação pode ser feita internamente ou por uma empresa especializada, sempre prezando pelo sigilo e anonimato. O principal do programa é estimular atuações preventivas para evitar que ocorram os desvios ou a fim de que estes sejam mais rapidamente detectados. Para isso, é necessário o estímulo da cultura da ética e compliance, em que todos estejam alinhados e sentindo a mesma importância de evitar, detectar e tratar desvios.
         É importante, também, ressaltar o empoderamento de todos para serem os responsáveis por garantir o cumprimento das regras. Não é uma obrigação centralizada de uma unidade ou departamento, mas sim uma responsabilidade de todos. A empresa vai incentivar, por meio de ações, a educação de todos sobre as regras que devem ser seguidas e adotará procedimentos visando à melhor adequação das normas às práticas.
         Além disso, a companhia deve sempre falar sobre isso. A ética precisa ser sempre tratada em primeiro lugar, acima de qualquer interesse em resultados, e essa mensagem deve ser constante, principalmente pela alta direção. Assim, deve implementar ações de comunicação e incentivo para discutir e disseminar quais são os princípios éticos que a empresa deseja seguir, tendo um papel de comunicação e educação para práticas consideradas éticas, adotando procedimentos para direção e controle, quando necessário.
         Em suma, investir em ética e compliance é prezar pela boa convivência entre as pessoas, continuidade da empresa e valorização do que é certo. Conviver bem é nutrir a confiança entre aqueles que se relacionam e direcionar o foco para soluções, e não para atitudes defensivas. É muito melhor trabalhar em um lugar no qual podemos focar nas soluções e em inovações do que ficar preocupados em gastar energia produtiva para nos proteger contra alguma possível falha cometida. Trabalhar em um lugar ético e em que podemos confiar uns nos outros traz segurança e orgulho para aqueles que levam a imagem da empresa, pois todos sentimos que os demais também estão cumprindo seus papéis na melhor das capacidades e intenções.”.

(THIAGO NASCIMENTO. Coordenador jurídico da Hughes no Brasil, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 17 de janeiro de 2019, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição, caderno e página, de autoria de MAURÍCIO ANTÔNIO LOPES, pesquisador da Embrapa, e que merece igualmente integral transcrição:

“Era da complexidade
        Rupturas e mudanças profundas que marcam esse tempo não deixam dúvidas de que estamos imersos no que se pode chamar de a “Era da complexidade”, em que aspectos importantes da vida da sociedade se tornam cada vez mais interconectados e interdependentes. Já vemos temos essenciais – alimentação, recursos naturais, clima, saúde e bem-estar – se tornando cada vez mais entrelaçados, exigindo um modo sistêmico de pensar e agir e modelos de governança cada vez mais transversais e sofisticados.
         Não existem equações milagrosas que nos permitam lidar com a complexidade que emerge da realidade social e econômica, e, por isso, nossa tendência é desprezar a incerteza e a insegurança, acreditando que cenários estáveis emergirão, o que pode nos levar a perigosas zonas de conforto. É imperativo aceitar a complexidade e as incertezas como elementos irrefutáveis e ampliar a capacidade de modelagem e antecipação de futuros possíveis, para melhor visualização de respostas a desafios cada vez mais difíceis e multifacetados.
         Os cientistas César Hidalgo, do MIT, e Ricardo Hausmann, da Universidade de Harvard, nos oferecem possíveis formas de iluminar essa importante reflexão. Em seu Atlas da Complexidade Econômica eles demonstram que países desenvolvidos criam condições que permitem que a complexidade surja nas suas economias, e que isso pode gerar crescimento e prosperidade. Neste momento em que a crescente complexidade da realidade social e econômica causa receio e insegurança, os autores, ao contrário, a defendem como forma de promover o progresso das nações.
         Hidalgo e Hausmann pensam em economias como coleções de “capacidades” que podem ser combinadas de diferentes maneiras naquilo que países são capazes de gerar. Um país é considerado complexo se produz e exporta não apenas produtos altamente sofisticados, como aviões, mas também um grande número de diferentes produtos. E produtos exportados apenas por economias sofisticadas são usualmente mais complexos e têm maior valor agregado. Portanto, itens com peso significativo na atividade econômica de um país dizem muito sobre o seu nível de especialização e sobre a complexidade e a competitividade da sua economia.
         É impossível discutir aqui todas as dimensões dessa nova maneira de visualizar o desenvolvimento de um país, mas é importante destacar algumas das suas conclusões. A primeira é que os países tendem a convergir para o nível de renda determinado pela complexidade de suas estruturas produtivas, indicando que os esforços de desenvolvimento devem ser sistêmicos e concentrados na geração de condições que permitam que a complexidade surja na economia. O grande desafio é modelar uma configuração inteligente de atividades e setores adequados à realidade e à visão de futuro do país.
         Mas a outra conclusão importante é que os países raramente fazem mudanças estruturais radicais. Ao contrário, as economias mudam de estrutura ao longo do tempo, migrando de configurações e produtos mais simples para configurações mais sofisticadas e produtos mais valiosos. Novas capacidades são geradas gradualmente e novas indústrias, usualmente, emergem a partir das já existentes. Portanto, esforços de inteligência estratégica e planejamento são fundamentais para se definirem as configurações mais adequadas e os setores que demandarão políticas públicas e estímulos para se ajustarem e contribuírem para a elevação da produtividade na economia.
         Esta é uma discussão fundamental para o Brasil, país com reconhecido potencial para alcançar novos patamares de sofisticação produtiva e complexidade econômica. Por isso, é muito importante que se pense qual a melhor configuração e nível de complexidade a se buscar para a economia do país no futuro. Por exemplo, o potencial de inserção do Brasil na emergente bioeconomia é nada menos que extraordinário, com possibilidades de impacto em importantes setores, como agricultura, indústria e serviços.
         A economia de base biológica e renovável pode se converter no promissor caminho para se mobilizar o que há de melhor na capacidade inovadora brasileira para, a partir da nossa rica base de recursos naturais, alavancar segmentos vitais como a produção de alimentos, a saúde, e as indústrias química, de materiais e de energia. Para isso, é necessário mobilizar a nossa infraestrutura de pesquisa e inovação, o ambiente regulatório e os investimentos privados para busca de especialização e sofisticação produtiva em setores que possam impactar a produtividade e a competitividade da nossa economia.
         Esse pode ser o caminho para consolidar o Brasil como uma economia desenvolvida, capaz de oferecer soluções coerentes, eficazes e concretas para grandes desafios da humanidade, como as mudanças climáticas, a substituição de insumos de origem fóssil, a segurança alimentar, a saúde e o bem-estar da sociedade.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 129 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em novembro a ainda estratosférica marca de 279,83% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial se manteve em históricos 305,71%; e já o IPCA, em dezembro, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 3,75%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2019, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,422 trilhão (43,6%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 758,672 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
57 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2018)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...      

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador e Legislador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.
 


        

quarta-feira, 27 de junho de 2018

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A LUZ DO COMPLIANCE NA GESTÃO E A URGÊNCIA DA QUALIFICAÇÃO DAS LIDERANÇAS NA SUSTENTABILIDADE


“PREVENINDO ATIVOS PARA NÃO
REMEDIAR PASSIVOS
        Não é de hoje que a gestão empresarial é considerada uma desafio aos empresários. Isso porque diversos são os empecilhos rotineiramente enfrentados por profissionais da área para que o objetivo almejado pela companhia seja cumprido. Metas, planos de ação, estratégias e resultados são constantemente delegados aos funcionários de determinadas organizações, os quais devem envidar seus maiores esforços para atingi-las.
         Mas, o que necessariamente significa envidar seus maiores esforços quando lidamos com ativos e passivos de empresas?  Essa resposta é simples e ao mesmo tempo delicada. Simples, pois sob o contexto particular de cada colaborador há um limite, seja jurídico ou pessoal, de até onde se pode ir. Delicado, pois a saúde financeira da empresa depende do cumprimento de metas e da apresentação de resultados; logo, há uma cinzenta zona entre a prática do correto e do “quase correto” quando os trâmites operacionais refletem lucros ou prejuízos à empresa.
         Atualmente, o Brasil passa por uma significativa crise de credibilidade, a qual impactou, impacta e ainda impactará diversas empresas que depositaram em nosso país a confiança para aqui instalar os seus negócios. Os episódios recentemente vivenciados pelos brasileiros trouxeram à discussão um assunto antigo, mas, até então, pouco falado e aplicado no Brasil: o famigerado compliance.
         A palavra compliance é derivada do verbo inglês “to comply”. Que significa atuar em conformidade com as regras e procedimentos. Sua função está ligada ao fortalecimento dos controles internos definidos por uma instituição, com o objetivo de pulverizar as boas práticas da empresa e mitigar os riscos. Mas, afinal, qual é a importância da estruturação de um programa de compliance para as empresas?
         Em sua essência, o compliance empresarial pode ser considerado o reflexo dos princípios e valores de uma empresa. A sua estruturação deverá ter um papel educacional com o objetivo de fomentar as boas práticas da companhia, que deverão ser conhecidas, cultivadas e prezadas por todos os seus funcionários e colaboradores, incluindo a direção e presidência.
         As atribuições do programa de compliance buscam, portanto, implementar princípios éticos e normas de condutas na empresa; certificar e monitorar o seu conhecimento, cumprimento e aderência pelos respectivos colaboradores; promover a conscientização sobre a importância do cumprimento das políticas e controles internos da empresa; atualizar normas, procedimentos e regulamentos internos para futuros dissabores legais e/ou administrativos; evitar impactos no fluxo de caixa da empresa que sejam oriundos de atos fraudulentos e/ou ilegais.
         Tais medidas trazem maior segurança nas tomadas de decisão, reduzem os riscos de danos à imagem e à reputação da empresa e mitigam a ocorrência de fraudes, tudo com a intenção de preservar a receita e a atratividade da empresa perante seu mercado atuante.
         É relevante pontuarmos, por fim, que ao lidar com a estruturação de um programa de compliance não há um padrão predefinido nem um número mínimo de colaboradores para sua instituição, pois cada empresa tem suas próprias peculiaridades, que devem ser tratadas especificamente pelos agentes do compliance.”.

(LAURA ENGE DE WOLF. Advogada do escritório Novoa Prado Consultoria Jurídica, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 22 de junho de 2018, caderno DIREITO & JUSTIÇA, página 2).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição, caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral transcrição:

“Mediocridade e mérito
        Apenas um nome não basta. Uma lista diminuta de referências também é insuficiente. A sociedade precisa de líderes. É preciso evitar perspectivas centralizadoras que remetem ao antigo coronelismo ou à ilusão de que determinada pessoa é insubstituível. Em vez disso, o que se espera é que surjam muitos novos líderes capacitados para gerenciar projetos e tornar realidade os sonhos do povo, em seus diferentes âmbitos – religioso, cultural, econômico e político. Pessoas qualificadas para atuar não apenas na esfera global ou nacional, mas também gente que se dedique a trabalhos nos contextos mais locais – nas cidades, nos bairros e nas ruas.
         Sem novos líderes, as instituições permanecem sacrificadas, pois se tornam reféns de pessoas que exercem suas responsabilidades aprisionadas na mediocridade. Oportuno lembrar que uma instituição depende dos exercícios de liderança para se renovar e conseguir ajustar-se às necessidades contemporâneas. Mais uma vez, é importante ressaltar: isso não significa depositar toda a esperança em um nome. Ao contrário, espera-se a articulação de diferentes líderes que se dediquem, permanentemente, à qualificação de seus desempenhos e instituições.
         Essa realidade torna-se distante quando pessoas buscam organizações estatais, religiosas, privadas e tantas outras apenas para ocupar um lugar que garanta comodidades e benesses. Com frequência, muitos almejam ser pouco exigidos em suas atribuições. Realizam-se, assim, com os resultados pífios de suas próprias atuações. A sociedade, consequentemente, vai-se moldando a uma dinâmica cultural em que se aceitam as barganhas para conquistar apenas benefícios pessoais. Em segundo plano ficam a inventividade e a coragem audaciosa para agir de modo proativo, protagonizando processos de mudança.
         A carência de pessoas comprometidas com a promoção do bem comum é consequência da falta de uma consistente formação humanística, que capacite os indivíduos a orientar suas ações a partir de princípios éticos. Sem qualificada formação humana, corre-se sempre o risco de se deixar conduzir por princípios duvidosos e se envolver na corrupção. Assim, a ausência de uma formação humanística consistente leva as pessoas a uma estreita visão de mundo, contentando-se em alcançar certa comodidade, mesmo que isso signifique agir com mesquinhez ou indiferença.
         Desse modo, consolidam-se as mediocridades, tornando comum nas instituições a presença de pessoas incapazes de oferecer soluções para os mais diferentes problemas. Passam a se destacar aqueles que se contentam com a mediocridade, em vez de serem valorizados os méritos, prevalecendo a acomodação. As pessoas ocupam-se mais com a tarefa de esconder as próprias fragilidades, de conservar as vantagens, esquecendo-se dos trabalhos capazes de promover o bem. Uma situação que inviabiliza o surgimento de líderes, perpetua atrasos, alimenta mediocridades e se agrava com a ausência de autocrítica.
         É importante ressaltar: quem é medíocre não consegue, muitas vezes, perceber as próprias limitações. Candidata-se a cargos estratégicos, com grandes responsabilidade, sem a real condição de exercê-los. Atua de modo bem diferente se comparado aos que, de fato, têm capacidade. As pessoas verdadeiramente qualificadas são hábeis no exercício da autocrítica, qualidade imprescindível para conduzir os líderes à inovação e às intuições criativas. O desafio é, precisamente, identificar pessoas competentes, que reconhecem a necessidade de se buscar o bem comum e a paz social.
         Nesse caminho, há de se vencer apatias, pois ninguém pode se dar por satisfeito ao fazer o mínimo. As instituições precisam de novos líderes para se renovar. E os contextos institucionais, por sua vez, necessitam de novas dinâmicas, com a superação de práticas obsoletas, para favorecer o surgimento de pessoas capazes de exercer a liderança. Entre as dinâmicas institucionais a serem superadas estão as que acirram disputas internas e que contribuem para a propagação de maledicências, consolidando ambientes propícios à mediocridade.
         O desafio de desarticular o habitual jeito medíocre de agir, que contamina diferentes lugares, é grande. Superá-lo exige de cada pessoa que se reconheça como agente de transformação, capaz de impulsionar avanços. Mas esse processo requer que todos se dediquem à autocrítica, ao compromisso de se fazerem escolhas bem fundamentadas. Quem ajam com coragem e audaciosamente no exercício das próprias responsabilidades, especialmente em contextos organizacionais. Assim, não serão favorecidos aqueles que buscam ocultar a própria mediocridade para se tornar líderes de um grupo, ou mesmo de um povo. É urgente substituir a mediocridade pelo mérito, um movimento inteligente e inovador, dedicado à vida, à paz e à justiça.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 128 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em abril a ainda estratosférica marca de 331,57% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial em históricos 320,96%; e já o IPCA, em maio, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 2,86%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2018, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,847 trilhão (52,4%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,106 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
56 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2017)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...      

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador e Legislador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios,
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.