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sexta-feira, 20 de junho de 2014

A CIDADANIA, A FORÇA DA ESPIRITUALIDADE E A SINFONIA DE CORPOS


“No caminho da vida é preciso aprender a amar o laborioso
        
         Em nosso caminho ascendente é preciso aprender a amar o laborioso, amar o que exige adaptações e transformações. Não se trata apenas de aceitar o que destino traz, mas de verdadeiramente amar as provas da vida. Quando se chega a amar a dificuldade, recebe-se um toque do espírito. E isso é o que dá segurança para viver a vida tal qual é, sem jamais retroceder. O elevado toque do espírito cancela toda possibilidade de fuga e liberta a alma que decide não abandonar o labor.
         O prazer que se tem por coisas materiais obscurece o entendimento das coisas do espírito. Para que a personalidade possa colaborar com a alma, deve assumir um trabalho ativo de purificação dos sentidos materiais, da memória, da imaginação e da vontade.
         Para a purificação dos sentidos materiais precisamos:
1-Não se inclinar ao mais fácil nem fugir do trabalhoso. Não buscar o saboroso, mas reconhecer no insípido um campo de treinamento da adaptabilidade. 2-Não alimentar a inércia. Buscar o equilíbrio entre dar o necessário repouso ao corpo e não procurar sempre por descanso. 3-Não almejar consolo nem compensações, pois ajudas vêm por si, no momento certo, enviadas pelo espírito. 4-Nada acumular em quantidade, nem observar em tudo a qualidade – e nisso incluem-se as companhias.
Para a purificação da memória e da imaginação:
1-Saber em que momentos é necessário cuidar das coisas da vida externa e em que momentos se deve esquecer delas. Discernir que conhecimento deve ser absorvido pelo próprio ser, tendo em conta que assuntos alheios ocupam o lugar de coisas mais profundas.
Para a purificação da vontade:
1-Perder o interesse por tudo o que leva à desunião. Dirigir a vontade para o mundo espiritual. Se for dirigida erroneamente apenas para coisas externas, a pessoa pode tornar-se presunçosa e soberba, vulnerável a elogios e adulações o que é um descaminho. 2-Não se distrair com a mente nem permitir que criaturas a povoem, pois isso tira a atenção do essencial.
O espírito nos envia continuamente ajuda para essa purificação. Leva a nossa personalidade à incerteza pelo resultado dos trabalhos que realiza. Isso é saudável, pois a torna humilde e pronta a invocar a ajuda do mundo inteiro.
Todo verdadeiro instrutor espiritual indica a necessidade de não abandonarmos as provas da vida, de amá-las e de trabalharmos com empenho para permanecer neutros diante delas. Assim, essas ajudas chegam e transformam a nossa vida. Seguindo esse mesmo caminho ascendente, lembramos que, para conhecer a realidade interior, temos de nada pretender. Nesse caminho não podemos saltar etapas, pois cada uma tem sua nota característica e prova básica. Temos de atravessá-las uma a uma e ir adiante, com inabalável fé e perseverança.
É fundamental abrir mão de todas as expectativas. O caminho requer total despojamento interior. Devemos aprender a conviver unicamente com a Lei de Deus e segui-la em todos os passos. O valor da solidão será assim reconhecido, e o uso correto do tempo advirá do correto falar e do correto ouvir.
         O contato com a nossa realidade interior é um bálsamo supremo, eleva-nos às alturas. Cura nossas dores; traz-nos a certeza da impermanência; mostra-nos o verdadeiro valor de cada situação e, encontro após encontro, faz-nos descobrir a essência secreta de todas as coisas.”

(TRIGUEIRINHO. Escritor, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 15 de junho de 2014, caderno O.PINIÃO, página 18).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 18 de junho de 2014, caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de FREI BETTO, escritor, autor, em parceria com Leonardo Boff, de Mística e espiritualidade (Vozes), entre outros livros, e que merece igualmente integral transcrição:

“Sinfonia de corpos
        
         Na festa do Corpo de Cristo, deixarei o meu flutuar em alturas abissais. Acariciarei uma por uma minhas rugas, desvelarei histórias em meus cabelos brancos, apreenderei, na ponta dos dedos, meu perfil interior. Não recorrerei ao bisturi das falsas impressões. Nem ao espectro da magreza anoréxica. O tempo prosseguirá massageando meus músculos até torná-los flácidos como as delicadezas do espírito.
         Suspenderei todas as flexões, exceto as que aprendo na academia dos místicos. Beberei do próprio poço e abrirei o coração para o anjo da faxina atirar, pela janela da compaixão, iras, invejas e amarguras. Pisarei sem sapatos o calor da terra viva. Bailarino ambiental, dançarei abraçado à Gaia ao som ardente de canções primevas. Dela receberei o pão; a ela darei a paz.
Acesas as estrelas, contemplarei na penumbra do mistério esse corpo glorioso que nos funde, eu e Gaia, em um único sacramento divino. Seu trigo brotará como alimento para todas as bocas, e suas uvas farão correr rios inebriantes de saciedade. Na mesa cósmica, ofertarei as primícias de meus sonhos. De mãos vazias, acolherei o corpo do Senhor no cálice de minhas carências.
Dobrarei os joelhos ao mistério da vida e contemplarei o rosto divino na face daqueles que nunca souberam que cosmo e cosmético são gregas palavras, e deitam raízes na mesma beleza. Despirei os meus olhos de todos os preconceitos e rogarei pela fé acima de todos os preceitos. Como Ezequiel, contemplarei o campo dos mortos até ver a poeira consolidar-se em ossos, os ossos se juntarem em esqueletos, os esqueletos se recobrirem de carne, e a carne inflar-se de vida no Espírito de Deus.
Proclamarei o silêncio como ato de profunda subversão. Desconectado do mundo, banirei da alma todos os ruídos que me inquietam e, vazio de mim mesmo, serei plenificado por Aquele que me envolve por dentro e por fora, por cima e por baixo. Suspenderei da mente a profusão de imagens e represarei no olvido o turbilhão de ideias. Privarei de sentido as palavras. Absorvido pelo silêncio, apurarei os ouvidos para escutar a brisa de Elias e, os olhos, para admirar o que tanto extasiou Simeão.
Não mais farei de meu corpo mero adereço estranho ao espírito. Serei uma só unidade, onda e partícula, verso e reverso, anima e animus. Recolherei pelas esquinas todos os corpos indesejados para lavá-los no sangue de Cristo, antes que se soltem de seus casulos para alçar o vôo salvífico das borboletas. Curarei da cegueira os que se miram no olhar alheio e besuntarei de cremes bíblicos o rosto de todos que se julgam feios, até que neles transpareça o esplendor da semelhança divina.
Arrancarei do chão de ferro os pés congelados da dessolidariedade e farei vir vento forte aos que temem o peso das próprias asas. Ao alçar o topo do mundo, verão que todos somos um só corpo e um só espírito. Farei do meu corpo hóstia viva; do sangue, vinho de alegria. Ébrio de efusões e graças, enlaçarei num amplexo cósmico todos os corpos e, no salão dourado da Via Láctea, valsaremos até que a música sideral tenha esgotado a sinfonia escatológica.
Na concretude da fé cristã, anunciarei aos quatro ventos a certeza de ressurreição da carne e de todo o universo redimido pelo corpo místico de Cristo. Então, quando a morte transvivenciar-me, o que é terno tornar-se-á eterno.”

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, adequadas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

     a)     a educação – universal e de qualidade –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas;

     b)    o combate, implacável e sem trégua, aos três dos nossos maiores e mais avassaladores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero; II – a corrupção, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de variada ordem; III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, inexoravelmente irreparáveis;

     c)     a dívida pública brasileira, com projeção para 2014, segundo o Orçamento Geral da União, de exorbitante e intolerável desembolso de cerca de R$ 1 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (apenas com esta rubrica, previsão de R$ 654 bilhões), a exigir permanente, abrangente, qualificada e eficaz auditoria...
Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais contundente ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, desenvolvida e solidária, que permita a partilha de suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a Copa do Mundo; a Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do pré-sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!...

O BRASIL TEM JEITO!...

segunda-feira, 3 de junho de 2013

A CIDADANIA, A PRODUÇÃO CIENTÍFICA, A FACE EUCARÍSTICA E O AMOR

(Junho = mês 48; Faltam 12 meses para a Copa do Mundo)

“Gargalos da produção científica
        
          O número de mestres e de doutores aumentou consideravelmente no Brasil nos últimos 10 anos. De acordo com a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), em 2001 eram 26 mil pesquisadores e, em 2010, chegamos a 53 mil. Esse incremento se deve, em grande parte, ao crescimento da oferta de cursos por instituições de ensino particulares. Entretanto, o número de vagas disponíveis para essas pós-graduações ainda é tímido; para pós-doutorado pode ser ainda mais difícil.
         Mestres, doutores e pós-doutores são extremamente importantes para o progresso de uma nação por que ampliam a capacidade de contribuir para a prosperidade nacional e internacional em diversos segmentos, à medida que geram mais inovações e produções científicas e que garantem o aumento  da base tecnológica do país e a competitividade internacional da pesquisa. Apesar do aumento do índice de profissionais com esses títulos no Brasil, a quantidade ainda é considerada baixa se comparada à China, aos Estados Unidos, ao Japão e à União Europeia. Segundo relatório da Unesco sobre ciência, enquanto o Brasil tinha mais de 500 pesquisadores por milhão de habitantes em 2007, a média mundial era de 1.000.
         Quem descobre a pesquisa como vocação e decide se dedicar a tantos anos de estudo enfrenta muitos desafios, entre eles a falta de vagas em universidades brasileiras. A situação do pós-doutor ainda é desconhecida para a maioria da população. Não temos poucos “pós-doc” por falta de interesse, mas por falta de oportunidade. Algumas instituições abrem apenas cinco vagas de doutorado por ano, que é um pré-requisito para o pós-doutorado. Diversos profissionais passam anos aguardando uma vaga. Fica difícil persistir tanto, por isso alguns para por aí. Mesmo com ações de incentivo como o Programa Nacional de Pós-Doutorado, as oportunidades ainda são escassas.
         O pós-doutorado tem objetivo de aprimorar o nível de excelência na área escolhida. Com duração média de três anos, o pesquisador pode, em alguns casos, receber uma bolsa mensal de R$ 4,1 mil, segundo o último reajuste da Capes. Durante esse período, o profissional desenvolverá artigos e outras publicações, participará de conferências e terá contato com outros pesquisadores que podem enriquecer a formação e o desenvolvimento do trabalho.
         A falta de opções nas instituições brasileiras de ensino tem levado brasileiros a procurar oportunidades de realização desse projeto de vida no exterior. Países como a Argentina são bons anfitriões, fazem um investimento profundo em educação e têm universidades renomadas que abrem processo seletivo para um número maior de vagas para mestrados, doutorados e pós-doutorados. Algumas instituições de ensino oferecem, inclusive, uma formato exclusivo para brasileiros que não podem se afastar de suas atividades no Brasil por um período prolongado. O pós-doutorado é realizado intensivamente em uma semana. Após esse módulo acadêmico, o pesquisador participa de seminários e de conferências, que são atividades mais flexíveis e agendadas, e pode desenvolver seu artigo científico no Brasil com o apoio dos docentes argentinos a distância, sempre que necessário.
         O título de pós-doutor agrega para o currículo e também para o salário. Mas esse investimento em pesquisa é muito mais do que um número atrativo no contracheque. Os benefícios não alcançam apenas os profissionais que buscam o aprofundamento técnico, mas toda uma nação, que ganha em inovação e em pesquisa. Os nossos guerreiros do universo acadêmico conhecem a realidade brasileira e podem pesquisar, analisar e propor soluções para as nossas necessidades, além de contribuir para o progresso do país.”
(JASUBE GOUVEA. Diretor do Instituto de Educação Superior Latino-Americano (Iesla), em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 31 de maio de 2013, caderno OPINIÃO, página 9).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição, caderno e página, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral transcrição:

“Eucaristia e caridade
        
         A Igreja Católica, em todo o mundo, celebrou a solenidade  de Corpus Christi ontem. Nesse dia, a eucaristia, centro e ápice da fé cristã, é testemunhada publicamente, com procissões pelas ruas, programações especiais nas paróquias e nos bairros. A celebração de Corpus Christi é a oportunidade para que todos os fiéis fortaleçam a compreensão deste sacramento como experiência e compromisso social. Assim, não se trata simplesmente de um culto. A celebração eucarística é a vivência do mistério pascal, a origem da Igreja.
         A Igreja nasce e vive da eucaristia. Nela, a escuta da palavra de Deus é essencial, abrindo mentes e corações para a vivência do memorial do sacrifício de Jesus Cristo, que se oferece na cruz, morre e ressuscita, para a salvação da humanidade. Ao celebrar a eucaristia, os olhos da alma se fixam no Tríduo Pascal, ápice da vivência da semana santa, a partir de tudo que se realizou na quinta-feira santa e nas horas sucessivas. Quando Jesus institui a eucaristia, na Ceia Pascal derradeira, antecipa sacramentalmente os acontecimentos vividos logo em seguida, a começar pela agonia de nosso Salvador do Getsêmani. Jesus sai do Cenáculo, vai o Horto das Oliveiras, vive a sua agonia em oração e começa a entrega a Deus seu Pai, sofrendo a dolorosa paixão. Crucificado, morto e sepultado, ressuscita no terceiro dia. É a vitória definitiva da vida sobre a morte.
         A celebração de Corpus Christi é, pois, a Igreja – o povo de Deus – publicamente aclamando e dizendo “anunciamos, Senhor, a vossa morte e proclamamos a vossa ressurreição. Vinde, Senhor Jesus”. Com essas palavras, nossa Igreja testemunha e sublinha o traço marcante de sua identidade: ser uma Igreja eucarística. E cada cristão católico é convocado permanentemente, pela eucaristia, como compromisso de fé, a assumir prioritariamente a prática da caridade. Algo além de um gesto pontual qualquer, ou rápida ação de misericórdia. Ao testemunhar publicamente sua fé eucarística, a Igreja se compromete a praticar uma caridade com força de transformação e com incidência profética sobre a vida da sociedade.
         Isso significa que a eucaristia celebrada e professada exige um empenho em prol da justiça. Em questão se coloca a justa ordem da sociedade e do Estado. Desse modo, o culto eucarístico, sua celebração e adoração, se desdobra em compromisso social cidadão, iluminado pela fé. Ao celebrar o Corpus Christi no interior das igrejas e, especialmente, nas praças e ruas onde está o povo, assume-se também o compromisso de acompanhar o Estado para que ele se conduza segundo a justiça. Ignorar seus funcionamentos ou não interferir pela força da cidadania, permitindo que ele se torne lugar da corrupção ou da indiferença para com os mais pobres, é conivência. Aborrece Deus, que se oferece pelo bem da humanidade. Segue-se na contramão da vida plena para todos.
         A Igreja é lugar para a expressão social da fé cristã, na sua dinâmica comunitária, com força de diálogo e de recíproca relação com as instâncias da sociedade civil. Os cristãos devem contribuir para que se alcance sempre a justiça, medida intrínseca da política, que não pode ser entendida como mera questão técnica nos ordenamentos públicos. A justiça é um compromisso de natureza ética na vivência da fé e da cidadania. A razão trata propriamente da questão da justiça. A fé tem, nesse âmbito, uma determinante contribuição. Ela purifica a razão, que não raramente se resume em poder, dominação e desvios na contramão de uma almejada sociedade justa e solidária. Política e fé, nesse âmbito, devem se tocar. A celebração de CorpusChristi é importante oportunidade para cada cristão assumir com vigor o compromisso no seguimento da palavra de Deus e para a Igreja renovar o sem empenho na promoção da justiça, abrindo mentes e vontades às exigências do bem.”

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, adequadas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas transformações em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
     
     a)     a educação – universal e de qualidade, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente no mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas;
     
     b)    o combate, severo e sem trégua, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, isto é, próximos de zero; II – a corrupção, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem; III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, inexoravelmente irreparáveis;
     
     c)     a dívida pública brasileira, com projeção para 2013, segundo o Orçamento Geral da União, de exorbitante e intolerável desembolso de cerca de R$ 1 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (apenas com esta rubrica, previsão de R$ 610 bilhões), a exigir igualmente uma imediata, abrangente, qualificada e eficaz auditoria...

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tanta sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais contundente ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos);  a educação; a saúde; saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; comunicações; esporte, cultura e lazer; turismo; sistema financeiro nacional; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São gigantescos desafios, e bem o sabemos, mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, desenvolvida e solidária, que possa partilhar suas extraordinárias e abundantes riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros, especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a Copa das Confederações neste mês; a 27ª Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro em julho; a Copa do Mundo de 2014; a Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do pré-sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!...

O BRASIL TEM JEITO!...

         

sexta-feira, 31 de maio de 2013

A CIDADANIA, O CORPUS CHRISTI E A CONQUISTA DA PAZ

“Balé de corpos
        
         Na Festa do Corpo de Cristo, deixarei meu corpo flutuar em alturas abissais. Acariciarei uma por uma de minha rugas, cantarei hinos ao alvorecer da velhice, desvelarei histórias do futuro, apreenderei, na ponta dos dedos, meu perfil interior. Não recorrerei ao bisturi das falsas impressões. Nem ao aspecto da magreza anoréxica. O tempo prosseguirá massageando meus músculos até torná-los flácidos como as delicadezas do espírito.
         Suspenderei todas as flexões, exceto as que aprendo na academia dos místicos. Beberei do próprio poço e abrirei o coração para o anjo da faxina atirar pela janela da compaixão iras, invejas e amarguras. Pisarei sem sapatos o calor da terra viva. Bailarino ambiental, dançarei abraçado a Gaia ao som ardente de canções primevas. Dela receberei o pão, a ela darei a paz. E aguardarei suas manhãs como quem empina pipas ao som de cítaras.
         Acesas as estrelas, contemplarei na penumbra do mistério esse corpo glorioso que nos funde, eu e Gaia, num único sacramento divino. Seu trigo brotará como alimento para todas as bocas, sua uvas farão correr rios inebriantes de saciedade, seu Espírito haverá de se impregnar em todas as ranhuras do humano. Na mesa cósmica, ofertarei primícias de meus sonhos. De mãos vazias, acolherei o corpo do Senhor no cálice de minhas carências. Dobrarei os joelhos ao mistério da vida e contemplarei o rosto divino na face daqueles que nunca souberam que cosmo e cosmético são gregas palavras gêmeas, e deitam raízes na mesma beleza.
         Despirei os meus olhos de todos os preconceitos e rogarei pela fé acima de todos os preceitos. Como Ezequiel, contemplarei o campo dos mortos até ver a poeira consolidar-se em ossos, os ossos se juntarem em esqueletos, os esqueletos se recobrirem de carne e a carne inflar-se de vida no Espírito de Deus.
         Proclamarei o silêncio como ato de profunda subversão. Desconectado do mundo, banirei da alma todos os ruídos que me inquietam e, vazio de mim mesmo, serei plenificado por Aquele que me envolve por dentro e por fora, por cima e por baixo. Suspenderei da mente a profusão de imagens e represarei no olvido o turbilhão de ideias. Privarei de sentido as palavras. Absorvido pelo silêncio, apurarei os ouvidos para escutar a brisa de Elias e, os olhos, para admirar o que extasiou Simeão.
         Não mais farei de meu corpo mero adereço estranho ao espírito. Serei uma só unidade, onde e partícula, verso e reverso, anima e animus. O pão, e não mais a cruz, será o símbolo de minha fé, pois ele é grávido de vida, sacramento de ressurreição.
         Recolherei pelas esquinas todos os corpos indesejados para lavá-los no sangue de Cristo, antes que se soltem de seus casulos para alçar o voo das borboletas. Curarei da cegueira os que se miram no olhar alheio e besuntarei de cremes bíblicos o rosto de todos os que se julgam feios, até que neles transpareça o esplendor da semelhança divina.
         Arrancarei do chão de ferro os pés congelados da dessolidariedade e farei vir vento forte aos que temem o peso das próprias asas. Ao alçarem o topo do mundo, verão que todos somos um só corpo e um só espírito. Farei do meu corpo hóstia viva, do sangue, vinho de alegria. Ébrio de efusões e graças, enlaçarei num amplexo cósmico todos os corpos e, no salão dourado da Via Láctea, valsaremos até a música sideral tenha esgotado a sinfonia escatológica.
         Na concretude da fé cristã, anunciarei aos quatro ventos a certeza de ressurreição da carne e de todo o universo redimido pelo corpo místico de Cristo. Então, quando a morte transvivenciar-nos, o que é terno tornar-se-á, nos limites da vida, eterno.”
(FREI BETTO. Escritor, autor de Aldeia do silêncio (Rocco), entre outros livros, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 29 de maio de 2013, caderno OPINIÃO, página 9).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 6 de julho de 2007, caderno OPINIÃO, página11, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral transcrição:

“Viva em paz
        
          Viver em paz é um dom. O manancial deste dom é o coração de cada pessoa. Cada pessoa tem a nobre e insubstituível missão de ser coração da paz. Quando não se é coração da paz, se contribui decisivamente no comprometimento da paz. Nesse processo exigente de conquista da paz, atingindo com sua luz todos os recantos e dinâmicas da vida social, cultural e política, é indispensável aprender, saber e exercitar-se em viver em paz. Assim como aquela filigrana de uma nascente que cresce e se avoluma em rio caudaloso, tendo seu começo num veio d’água, é indispensável saber e conseguir viver em paz. É um dom e uma arte. Dom e arte que superam uma simples tranqüilidade localizável no território daquela ataraxia dos que inertes e insignificantes não incomodam, não propõem nada e inspiram muito pouco.
         Quem vive em paz é coluna indispensável na construção e na conquista da paz. É fácil calcular o alcance desta realidade. Basta olhar o seio de uma família, instituição ou grupo. Seus membros, com seu jeito simples de ser, têm força na sua manutenção e na fecundidade do seu crescimento à medida que sabem a arte de viver em paz. Quem não reconhece o dom de uma pessoa cuja presença é um dom da paz? É inspirador ter presente aquele ancião que se torna referência na família e na comunidade por sua capacidade e sabedoria de viver em paz. Sua influência não vem da posse de cofres abarrotados de dinheiro, nem do poder que conquistou, menos ainda do medo que podem impor aos corações exigindo dos outros uma reverência com pouco amor. Sua riqueza é viver em paz. Sua palavra penetra os corações, sua presença demove a soberba, sua escuta é viagem pela memória indispensável da história de vida que ilumina a vida; sua ternura é palpável sem precisar falar, ungindo os corações desgastados e confirmando a convicção de que existe o segredo de um manancial que está no coração de todo aquele que se esforça em ser coração da paz. É curioso como estes atraem. As crianças encontram espaço ao seu redor, os jovens lhes dão atenção e se deixam tocar por suas palavras, os adultos a eles acorrem para receber sustento em sabedoria. Todos se admiram e sabem que precisam dos que são doutores em viver em paz.
         Na verdade, o dom de viver em paz não é propriedade de alguns, nem mesmo de uma determinada faixa etária. O dom de viver em paz é missão de todos. Sua conquista está intrinsecamente ligada ao cotidiano diagnóstico do próprio coração para averiguar que hospedagens ali são oferecidas. Vive em paz quem aprende e tão-somente hospeda  no seu coração o que garante a conquista da paz. Nunca vive em paz quem é detrator, se sustenta em juízos temerários, os murmuradores e maldizentes, os suspeitosos do que não vêem, procurando acusar o que nem mesmo suspeitam, como diz Santo Agostinho num dos seus sermões. É fácil encontrar quem vive em paz. Quem vive em paz não é jamais poço de amarguras e lamentações. Esse tem recursos para enfrentar as dores, lutas e sofrimentos com uma sabedoria que não está narrada em livro algum. Quem vive em paz nunca ajunta roda de amigos e cúmplices para planejar e desejar o fracasso dos outros, corroendo-se de ambições e de entendimentos que os perpetuam donos de um poder que nunca será o centro e a razão verdadeira de se viver em paz. É curioso como atrapalha e cria obstáculos à vida quem vive em paz. Sua presença e sua palavra não força de edificação. Pelo contrário, quem não é coração da paz sempre atrapalha, e alimenta o que destrói. Por isso, certamente, é insubstituível o lugar dos sábios que elegem como sabor primeiro de suas vidas o viver em paz, irradiando uma força invencível pelas ondas invisíveis dos corações, criando e alimentando redes de solidariedade, inspirando anseios de partilha e compromisso, devolvendo a quem precisa aquela indispensável serenidade para conduzir a vida, e compartilhando lições que ensinam aos corações o insubstituível encantamento pelos outros, nunca se fixando em si mesmos ou nas suas próprias coisas como as mais importantes.
         Quem vive em paz, pois, considera o outro como mais importante, sabe ceder lugar, não briga por ele, vive a paz de quem conquistou o mais importante, que não está nas aparências, nem nos postos de importância, menos ainda nos títulos e nas posses. Quem vive em paz sabe que o mais importante está no coração e o comprova com a partilha serena e abundante que faz de si todos os dias, a todos, com a unção da palavra, com a força da ternura, com o encantamento da presença e com a generosidade da escuta e do reconhecimento do outro como mais importante. A conquista da paz, tarefa dada a cada pessoa, na força de sua responsabilidade individual, inclui como capítulo primeiro a capacidade de vive em paz para ser instrumento de paz para os outros, para que, como diz Santo Agostinho, “não aconteça que, comendo ervas boas e bebendo águas límpidas, espezinhemos  as pastagens de Deus e as ovelhas fracas comam a erva pisada e bebam água turva.”

Eis, pois, mais páginas contendo importantes, lúcidas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, política, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

     a)     a educação – universal e de qualidade, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas;

     b)    o combate, implacável e sem trégua, aos três dos nossos maiores e mais avassaladores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero; II – a corrupção, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem; III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis;
     
      c)     a dívida pública brasileira, com projeção para 2013, segundo o Orçamento Geral da União, de exorbitante e intolerável desembolso de cerca de R$ 1 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (apenas com esta rubrica, previsão de R$ 610 bilhões), a exigir igualmente uma imediata, abrangente, qualificada e eficaz auditoria...

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tamanha sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais contundente ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de extremas e sempre crescentes demandas, necessidades, carências e deficiências, o que aumenta o abismo das desigualdades sociais e regionais e nos afasta num crescendo do seleto grupo dos sustentavelmente desenvolvidos...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, desenvolvida e solidária, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros, especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a Copa das Confederações em junho; a 27ª Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro em julho; a Copa do Mundo de 2014; a Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do pré-sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento,  da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!...

O BRASIL TEM JEITO!...