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quarta-feira, 21 de março de 2018

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A URGÊNCIA DA SUPERAÇÃO DAS DESIGUALDADES E A QUALIFICAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO NA SUSTENTABILIDADE


“A crise e o temor da pobreza
        Para falar sobre este assunto é necessária uma breve análise da economia nos últimos três anos, porque uma crise econômica faz estragos em todas as atividades e não somente na chamada cadeia produtiva e segmentos financeiros. Essa crise brasileira atual, que começa a dissipar-se, ainda timidamente, é, certamente, a mais grave de toda a nossa história, não só pela velocidade espantosa como que ela nos atingiu, mas, sobretudo, pela sua magnitude. O PIB brasileiro, em 31;12/2014, era de US$ 2,456 trilhões. Fazendo a conversão para o real, como o dólar estava baixo, cotado a R$ 2,65, tínhamos um PIB de R$ 6,508 trilhões. Em 31/12/2017, o PIB acusou US$ 1,595 trilhão. Convertendo em reais, pois o dólar estava mais alto, cotado a R$ 3,33, tínhamos um PIB de R$ 5,311 trilhões. Acontece que a diferença é ainda maior porque o dólar sofre uma inflação de cerca de 2,5% ao ano, e o Brasil teve inflação, nesse período, de 10,67% em 2015, 6,29% em 2016, e 2,95% em 2017. Deixando de lado a inflação, o PIB brasileiro, em três anos, recuou R$ 1,197 trilhão (R$ 6,508 trilhões/R$ 5,311 trilhões).
         Essa pancada na economia gerou a pior consequência: 12 milhões de desempregados. Entretanto, há que se pensar no outro lado da moeda. Os chineses, que estudam há milênios os opostos, defendem que na vida não há ganho, como também não há só perda. O dinheiro quando é farto, a primeira impressão é que ele só traz ganhos, mas não, ele pode fazer sérios estragos na alma. Como disse Santo Agostinho: “O dinheiro, é a maior evidência de que o diabo existe”. Temos visto, como frequência, o mal que ele a endinheirados e famosos, sobretudo jogadores de futebol e artistas, que, sem preparo humano, não se sentem felizes e escorregam nas regras sociais mais elementares. Estudo inglês mostra que nas crises, como a nossa, aumentam os casos de alcoolismo, depressão, problemas psiquiátricos, desintegração familiar, e até suicídios. As vítimas que sofrem maior impacto são os ricos, executivos e empresários, porque o tombo é maior. Acostumados aos luxos entram em pânico ao primeiro sinal de perda de status e risco de uma vida modesta.
         Em uma empresa, começa pelos sócios e vai até o mais humilde empregado, que teme pelo emprego. Uma breve consequência dessa insegurança, portanto, é a síndrome da pobreza, que causa medos em todos aqueles que só veem segurança no dinheiro. Esses medos, grande parte, são irreais. Quanto mais se tem, mais se quer e mais sujeito ao temor de ser pobre. A sabedoria budista nos ensina que quem deseja mais do que pode sofre. Quem deseja aquilo que pode, vive. Quem deseja menos do que pode, vence. Em tese, essa crise não poupou quase ninguém, porque ela se espalhou, silenciosamente. A origem de tudo está na ganância de muitas pessoas que surrupiaram o país sem escrúpulos. Dessa forma, o primeiro a trilhar é ver o outro lado, sustentado em pensamentos sólidos e genuínos, para transformar as perdas de agora em ganhos futuros. Desejar menos, quem sabe, é a melhor saída. Para os pobres, entretanto, a vulnerabilidade é cruel, porque eles dependem totalmente do emprego e, é claro, dos governos que, hoje, estão sem rumo.”.

(GILSON E. FONSECA. Sócio diretor da Soluções em Engenharia Geotécnica (Soegeo), em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 1º de março de 2018, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição, caderno e página, de autoria de RONALDO MOTA, chanceler da Estácio, e que merece igualmente integral transcrição:

“Economia e educação
        Vivenciamos grandes transformações, rápidas, profundas e em todos os setores. O motor principal que impõe tal velocidade e que define o nível de radicalidade das mudanças está associado à migração, ainda em curso, em direção a uma sociedade em que a informação se torna totalmente acessível, instantânea e basicamente gratuita.
         Os hábitos e os costumes se moldam também a partir de novos pressupostos, despertando a necessidade de os interpretarmos sob diferentes ângulos. Em resumo, algo está acontecendo, é de grande monta e a todos afeta, permitindo ser visto sob qualquer ponto de vista.
         Como referência ilustrativa, adota-se aqui um aspecto específico, a capitalização de mercado, que é somente uma das medidas do tamanho de uma empresa. Trata-se do valor de mercado total das ações em circulação de uma empresa, também conhecido como limite de mercado.
         Durante o século passado, as maiores empresas do mercado acionário estiveram associadas à energia (basicamente petróleo), à indústria automobilística e ao setor bancário. Na virada do século, há apenas 17 anos, entre as cinco primeiras aparecia, de forma inédita, uma empresa do mundo da informática, a Microsoft. Neste caso, dividindo as primeiras colocações com duas de energia (Exxon e GE), um banco (Citi) e uma empresa de varejo (Walmart).
         O quadro atual, conforme descrito no Relatório 2017 da respeitável PricewaterhouseCoopers, lembra pouco aquele anterior. A empresa que atualmente é, pelo sexto ano seguido, a número um do ranking (Apple) nem seque constava entre as cinco maiores no começo deste século. Além disso, a única que ainda sobrevive nesse restrito clube é a Microsoft. Desnecessário chamar a atenção para o fato de que atual, todas, sem exceção, estão diretamente associadas ao mundo das tecnologias digitais. Por outro lado, empresas como a GE já não constam entre as 100 maiores.
         Atualmente, empresas baseadas em tecnologias digitais representam a maioria, acompanhadas, com certa distância, por aquelas do setor financeiro e, na sequência, companhias do setor de varejos. Os Estados Unidos, ao contrário do que possa parecer aos incautos, têm aumentado sua participação (hoje em 55%) entre as 100 maiores e é a sede das 10 principais empresas. É cada vez mais notável a presença crescente de empresas chinesas, como era de se esperar, e a Europa, que detinha 36% do mercado há 10 anos, agora detém somente 17%. A título de comparação, o Brasil, em 2009, tinha três companhias listadas entre as 100 maiores, hoje resta somente uma.
         As transformações na economia impactam, bem como são afetadas pelos cenários educacionais vigentes. As tecnologias digitais invadem as escolas e impregnam o seu entorno, em especial no que diz respeito aos cidadãos e profissionais que nelas se formam. Elas transcendem os espaços de aprendizagem e também ocupam e definem as oportunidades de novos empregos e de negócios inovadores.
         Assim, as consequências educacionais são complexas, múltiplas e ilimitadas. Uma delas, a mais simples e direta, é que os modelos educacionais e as estratégias de ensino e aprendizagem fortemente influenciados pelos referenciais Fordistas/Tayloristas, dominantes no século 20, já não são mais suficientes. Ou seja, a escola tradicional, que desempenhou, com competência e pertinência, papel central em tempos recentes, está distante de atender plenamente às demandas do mundo contemporâneo.
         Se no século passado a capacidade de memorizar conteúdo e a aprendizagem de técnicas e procedimentos eram centro, atualmente, o amadurecimento dos níveis de consciência do educando acerca de como ela aprende torna-se gradativamente mais relevante. Em termos mais simples, aprender a aprender passa a ser tão ou mais importante do que aquilo que foi aprendido.
         Explorar esta nova realidade, em que todos aprendem, aprendem o tempo todo e cada um aprende de forma personalizada e única, é o maior de todos os desafios do mundo da educação.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 128 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em janeiro/2018 a ainda estratosférica marca de 327,92% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial em históricos 324,70%; e já o IPCA, também no acumulado dos últimos doze meses, em fevereiro, chegou a 2,84%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 517 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2018, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,847 trilhão (52,4%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,106 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
55 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...      

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador e Legislador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios,
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.




          

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A FORÇA DO ESPÍRITO DO TEMPO E A EXPLOSÃO DO AMOR NA SUSTENTABILIDADE

“O espírito do tempo
        O melhor caminho para descobrir onde estamos e para onde vamos é dedicar um tempinho a analisar o espírito do tempo: situações que levam as pessoas a avaliar sua condição, movimentos que enchem as ruas, frustrações geradas por expectativas que ocorrem, circunstâncias que determinam a maneira de agir das pessoas, enfim, o motor que gira a roda da vida.
         “Zeitgeist” é a palavra alemã que define esse conceito, no qual se abriga todo o conhecimento humano acumulado ao longos dos tempos e que, de repente, se faz presente em determinado momento da história. Ou, em outras palavras, o espírito do tempo é o estado social, intelectual e cultural de uma época.
         Edgar Morin, o grande pensador francês, nos ajuda a interpretar o espírito do tempo em “Cultura de Massas no Século XX: O Espírito do Tempo” e em outros ensaios. Abrir uns minutinhos nestes dias de Carnaval para refletir sobre o espírito do tempo pode ser eficaz exercício para compreendermos a realidade que nos cerca.
         Comecemos com a questão: o Brasil tem jeito? Somos um território de dimensão continental, recheado de riquezas e recursos minerais, paisagens exuberantes, terras férteis que nos elegem como “celeiro do mundo”, a maior reserva de água doce do planeta (12%), só para citar superlativos que alimentam o civismo. Enfrentamos catástrofes, na esteira de janeiros chuvosos, mas não sofremos a destruição de terremotos, tempestades e tufões, que devastam nações-líderes como os Estados Unidos.
         Vamos aos contrapontos: abrigamos um dos maiores índices de corrupção do mundo, temos uma das maiores cargas tributárias do universo, a miséria assola 50 milhões de brasileiros. Somos um país rico que não descobriu a rota do progresso. Puxemos a onda da corrupção, alvo de escândalos. Pode ser diminuída? Sim. A conclusão: se cortássemos o Produto Nacional Bruto da Corrupção em 10%, nosso PIB (das riquezas) jogaria o Brasil na esfera das grandes nações.
         Há esperança de que isso possa ocorrer? Certamente. Basta pinçar a missão do Judiciário. Que resgata seu papel de protagonista central. Há críticas sobre seu desempenho? Procedem. Destacam-se as que mostram os membros das Cortes judiciais liderando os vãos dos privilégios. Há, ainda, a observação sobre a judicialização da política e a intervenção dos juízes no ambiente político, o que ocorre com a absorção de tarefas da competência do Legislativo e do Executivo pelo Judiciário.
         Se os quadros desses dois Poderes estivessem sob os aplausos sociais, não haveria tanta interferência. A crise de credibilidade que afeta a representação política e governamental desequilibra a tríade do Poder, obra do barão de Montesquieu. Infelizmente, o espírito de nosso tempo tem deixado a política em maus lençóis. Essa fresta abre horizontes sombrios. Mas o futuro do país não será melhor sob a exclusão da política.”.

(Gaudêncio Torquato. Jornalista, professor (USP) e consultor, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 11 de fevereiro de 2018, caderno O.PINIÃO, página 15).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição, caderno A.PARTE, página 2, de autoria de VITTORIO MEDIOLI, e que merece igualmente integral transcrição:

“Uma explosão
        Um leitor me pede um artigo político-esotérico. Tentarei atendê-lo.
         Havia uma vez alguém que se achava acima de Deus, ou, mais provavelmente, embaçado pelos brilhos da hora meridiana, considerou qualquer faísca ser ouro a sua frente para ser aproveitado. Enganou-se. Imaginava que com tanto ouro poderia comprar todos os prazeres e dispensar o próprio Deus, que lhe deu a vida.
         Esqueceu-se do celestial Salmo 23, 1-6 Singelo, claro, luz no caminho.
         “Deus é meu pastor./ Nada me falta./ Em verdes pastos me faz repousar,/ para águas tranquilas me conduz/ e restaura minhas forças./ Ele me guia para bons caminhos,/ por causa de seu nome./ Embora eu caminhe por um vale tenebroso,/ nenhum mal temerei,/ pois junto a mim estás./ Teu bastão e Teu cajado me deixam tranquilo./ Diante de mim preparas a mesa,/ à frente de meus opressores,/ unge minha cabeça com óleo/ e minha taça transborda./ Sim, felicidade e amor me acompanham/ todos os dias de minha vida./ Minha morada é casa de Deus, por dias sem fim”.
         Pois é, apesar de ser tão claro e explícito, o recado não é lembrado no meio político, acredita-se na mais sombria interpretação de Nicolau Maquiavel. Qualquer meio justifica o alcance do poder.
         Injustiçado foi o florentino, ele nunca aconselhou o mal, mas faz deste uma profunda análise para que o poderoso príncipe, ciente dos perigos, pudesse evitá-los.
         Maquiavel “me disse um dia desses” que ele se contorce na injusta fama de maquiavélico. Que uma correta e isenta interpretação mostraria sua obra como advertência, como contraindicação na bula de um remédio. Ele indicou os cuidados para o príncipe se esquivar do mal, nunca para adotá-lo.
         Ele era propenso ao bem, acreditava no que revelou o Mestre, “não resistais ao mal”. Pode esquecê-lo se quiser vencê-lo. Como Mahatma Gandhi venceu o império inglês pela adoção da não violência, sem se curvar.
         Hoje o que se encontra frente à visão das consciências entorpecidas por luxos e vaidades sem limites é uma luta num ambiente de maldades, mentiras, simulações, intrigas, ganâncias, que se sintetizem na deslealdade, um ácido que destrói qualquer virtude.
         No mundo político, mais do que nunca se adota o lado mal descrito pelo florentino. Não há preocupação com o bem comum, apenas com o poder e o ganho pessoal, ou grupal/partidário, em detrimento de avanço social.
         A ignorância e a miserabilidade se tornam massa de manobra, as disputas se dão não pelas virtudes, mas ampliando ou até inventando vícios e defeitos nos adversários.
         Quando inexistente, nesta fase de kali yuga (Era do Mal), alguém que lembre que, para não ser atingido, precisa se elevar a uma altura as pedras e as flechas não chegam. O mal se combate eficazmente deixando-o para trásm como pregou santo Agostinho: “O mal não se vence com outro mal, mas com o bem”.
         Embora as críticas pavorosas sejam o meio mais usado, na realidade são as propostas objetivas, os gestos, os exemplos que permitem um bom governo e encantam o eleitor. Não é o menos pior entre os piores, mas o melhor entre os melhores que permitirá o progresso.
         É preciso despertar as elites e a população, aquela que elege seus representantes, para ter um intenso repúdio ao cinismo no poder, e que o mesmo poder se transforme em meio de eliminar o sofrimento. É preciso insistir na maldição da crueldade e na bênção da compaixão. Lembre-se a cada dia: “Em vez de lutar na vida exclusivamente com suas mãos, coloque você e sua vida a serviço de Deus, para o bem de seus filhos”.
         Como disse o mestre Polidorus Isurenus, o que se necessita é de uma “Explosão de Amor”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em dezembro/2017 a ainda estratosférica marca de 334,55% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial se manteve em históricos 323,01%; e já o IPCA, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 2,95%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 516 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2018, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,847 trilhão (52,4%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,106 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
55 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...      

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador e Legislador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios,
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.






quarta-feira, 15 de julho de 2015

A CIDADANIA, A LIÇÃO DOS GREGOS, A POLÍTICA E A CORRUPÇÃO

“O ‘não’ do referendo na Grécia: 
   a dignidade venceu a cobiça
        Há momentos na vida de um povo em que ele deve dizer “não” para além das possíveis consequências. Trata-se de dignidade, soberania popular, democracia real e o tipo de vida que se quer para toda a população.
         Há cinco anos, a Grécia se debate numa terrível crise econômico-financeira, sujeita a todo tipo de exploração, chantagem e até terrorismo por parte do sistema financeiro, especialmente o de origem alemã e francesa. Ocorria uma verdadeira intervenção na soberania nacional, com a pura e simples imposição de medidas de extrema austeridade excogitadas, sem consultar ninguém, pela Troika (Banco Central Europeu, Comissão Europeia e FMI).
         Tais medidas implicaram uma tragédia social, face à qual o sistema financeiro não mostrava nenhum sentido de humanidade. Um de quatro adultos está desempregado, mais da metade dos jovens está sem ocupação remunerada, e o PIB caiu 27%. Não passa pela cabeça dos especuladores que atrás das estatísticas se esconde uma via-sacra de sofrimento de milhões de pessoas e a humilhação de todo um povo. Seu lema é “a cobiça é boa”. Nada mais conta.
         O novo governo grego de esquerda, que quis negociar as medidas de austeridade duríssimas, encontrou ouvidos moucos. A atitude era de total submissão: ou tomar, ou deixar. Nada de uma estratégia do ganha-ganha, mas pura e simplesmente do ganha-perde. A disposição era a de humilhar o governo de esquerda socialista de Tsipras, dar uma lição a todos os demais países com crises semelhantes (Itália, Espanha, Portugal).
         A única saída honrosa de Tsipras foi convocar um referendo. Qual a posição face à inflexibilidade férrea da austeridade, que aparece totalmente irracional por levar uma nação ao colapso, exigindo uma cobrança da dívida reconhecidamente impagável?
         A vitória de domingo foi espetacular para o “não”: 61%. Primeira lição: os poderosos não podem fazer o que bem entendem, e os fracos não estão mais dispostos a aceitar as humilhações. Segunda lição: a derrota do “sim” mostrou claramente o coração empedernido do capital bancário europeu. Terceiro, trouxe à luz a traição da unidade europeia a seus próprios ideais. Renderam-se à lógica perversa do capital financeiro.
         A vitória do “não” representa uma lição para toda a Europa: se ela quer continuar a ser súcuba das políticas imperiais norte-americanas ou se quer construir uma verdadeira unidade europeia sobre os valores da democracia e dos direitos.
         Uma lição para todos, também para nós: quando se trata de uma crise radical que implica os rumos futuros do país, deve-se voltar ao povo, portador da soberania política, e confiar nele. A partir de agora, os credores e as inflexíveis autoridades da zona do euro terão pela frente não um governo que eles podem aterrorizar e manipular, mas um povo unido que tem consciência de sua dignidade e que não se rende à avidez dos capitais.
         Na Grécia, nasceu a democracia de cunho elitista. Agora está nascendo uma democracia popular e direta. Ela será um complemento à democracia delegatícia. Isso vale também para nós.
         Um prognóstico, quiçá uma profecia: não estará nascendo, a partir da Grécia, a era dos povos? Face às crises globais, serão eles que irão às ruas, como entre nós e na Espanha, e tentarão formular os parâmetros políticos e éticos do tipo de mundo que queremos para todos. Já não confiam no que vem de cima. Seguramente, o eixo estruturador não será a economia capitalista desmoronando, mas a vida.”

(LEONARDO BOFF. Filósofo e teólogo, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 10 de julho de 2015, caderno O.PINIÃO, página 18).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 21 de junho de 2006, caderno OPINIÃO, página 11, de autoria de DÉLCIO VIEIRA SALOMON, professor universitário e escritor, e que merece igualmente integral transcrição:

“Política e corrupção
        Cortejadas pela decepção causada por Lula do poder e a derrocada do PT como partido da ética, política e corrupção desgraçadamente realizaram casamento indissolúvel em nossa sociedade. Diante dos fatos alarmantes detectados dentro e fora das CPIs é esta a sensação que perpassa todas as camadas da sociedade brasileira. A maioria de nossos homens públicos, notadamente os políticos, foi atingida pelo vírus da corrupção. Antigamente, os fatos eram isolados e podia-se dizer: “Não generalizemos, trata-se de uma minoria”. Hoje, comprova-se o contrário. A antiga exceção virou paradigma de comportamento.
         A partir da realidade observada, já não podemos afirmar, escorados em Aristóteles, que ética, política e justiça estão constituindo os três pilares da vida social brasileira. Já foi o tempo em que se podia pensar com Santo Tomás de Aquino que a sociedade política é construção moral e que à política, mais do que administrar os bens tangíveis da sociedade, caberia organizar e conduzir seu comportamento ético. Desprovido de justiça, que é essencialmente ética, o Estado não passa de um bando de assaltantes, conforme já nos advertia Santo Agostinho.
         Lamentavelmente, hoje é comum ouvir que a ética é algo utópico, pois a corrupção e não a ética é própria da natureza humana. Argumenta-se que sempre houve corruptos. Mas será que, diante de nossa atual realidade, os antigos não foram casos excepcionais? Hoje vemos a corrupção detectada em todas as instituições, desde as públicas às privadas. Daí ser frequente a triste constatação: a corrupção é inerente à condição humana.
         No meu entender, esta terrível afirmação leva-nos à passividade e ao conformismo, pois, aceitando-a em sua plenitude, somos vítimas do engano de que a condição humana é uma fatalidade impregnada em cada um de nós, quando na verdade se trata de uma construção constante, de todos os dias, feita pela inteligência e pela solidariedade.
         Esta tendência de atribuir a corrupção à condição humana me reporta a uma afirmação de Marx, quando combatia a ideia de fatalidade da vida humana. Dizia o grande mestre: “O homem é formado pelas circunstâncias (...) mas, é necessário formar as circunstância humanamente”. Também via a chamada condição humana como construção, pois, se assim não for, passa a ser uma válvula de escape, um mecanismo de fuga de nossas responsabilidades. Sua dialética, que sabia valorizar os conflitos humanos e sociais, não lhe permitia jamais contemporizar com as ideias de Rousseau, do homem bom por natureza, nem com as de Hobbes, do homem lobo do homem. Infelizmente, vivemos hoje numa sociedade em que o mundo é dos espertos e de quem tem dinheiro. Os destituídos da esperteza e da riqueza são tachados de babacas, ingênuos, otários, retrógrados e como tais merecem o desprezo.
         Numa sociedade como a nossa, com governantes, legisladores e juízes que aceitam passivamente a corrupção e frequentemente tornam-se praticantes do rompimento com a ética, pois manifesta ou latentemente professam que os fins justificam os meios, é de se esperar seus reflexos nas camadas mais influenciáveis da população, notadamente entre os destituídos de educação e do poder aquisitivo para a sobrevivência. Se procurarmos a fonte da violência em nossa sociedade, por certo, para surpresa de muitos, ela será encontrada no exemplo acima. Oxalá o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com sua gana de ser reeleito, reflita sobre isso!”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

     a)     a educação – universal e de qualidade –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da sustentabilidade...);

     b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do IBGE, a inflação de junho medida pelo IPCA – Índice de Preços ao Consumidor Amplo – e acumulada nos últimos doze meses atingiu 8,89%...); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a simples divulgação do balanço auditado da Petrobras, que, em síntese, apresenta no exercício de 2014 perdas pela corrupção de R$ 6,2 bilhões e prejuízos de R$ 21,6 bilhões, não pode de forma alguma significar página virada – eis que são valores simbólicos –, pois em nossos 515 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, e segundo o estudo “Transporte e Desenvolvimento – Entraves Logísticos ao Escoamento de Soja e Milho, divulgado pela Confederação Nacional do Transporte, se fossem eliminados os gastos adicionais devido a esse gargalo, haveria uma economia anual de R$ 3,8 bilhões...);

     c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com projeção para 2015, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,356 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (apenas com esta rubrica, previsão de R$ 868 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br);

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a   Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do Pré-Sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

O BRASIL TEM JEITO!    
     
        

    

segunda-feira, 13 de abril de 2015

A CIDADANIA, A BOA GOVERNANÇA GLOBAL E A FORÇA DA ALEGRIA

“As opções políticas e seus humores e interpretações
        Uma situação de crise generalizada no mundo e em nosso país permite muitos humores e não poucas interpretações. Toda crise é angustiante e dolorosa porque desaparecem as estrelas-guia e ela nos dá a impressão de um voo cego.
         Todo grupo, comunidade e sociedade precisa sempre criar um bode expiatório sobre o qual recaem todas as frustrações e queixas das pessoas. Ora são os comunistas, ora os subversivos, ora os homoafetivos, ora os fundamentalistas, geralmente os políticos e os governantes. Modernamente chamam a esse fenômeno social “complexo de bouling”. Com isso se aliviam as tensões sociais, e a sociedade encontra relativo equilíbrio, sempre frágil e instável. Mas criam-se também muitas vítimas, deixa-se de reforçar o valor da convivência pacífica, e abre-se lugar para o preconceito e para atitudes fundamentalistas. Tal situação está se verificando claramente no Brasil. Praticamente não há pessoa que não expresse algum tipo de desconforto.
         Quem conhece um pouco o discurso psicanalítico não se admira. Sabe que no ser humano agem, ao mesmo tempo, duas forças: a de sombra, sob a qual cabem decepções e descontentamentos, e a de luz, que representa tudo o que há de bom no ser humano. O desafio é sempre este: a que damos mais primazia? À sombra ou à luz?
         O desafio é buscar a justa medida, que representa o ótimo relativo, o equilíbrio entre o mais e o menos; ou a autolimitação, que significa o sacrifício necessário para que nossa ação não seja destrutiva das relações, mas boa para todos.
         Atualmente, constata-se que leque grande de expressões políticas (direita, centro, esquerda etc.), cada qual com suas nuances. Há os que são conservadores em política, mas economicamente são até progressistas.
         Há os que olham o cenário mundial, onde as grandes potências ditam os rumos da história, e pensam: não somos suficientemente desenvolvidos e fortes para termos um projeto próprio. É mais vantajoso caminhar com eles, mesmo como sócios menores e agregados. Assim não ficamos marginalizados.
         Há os que dizem que não devemos pisar nas pegadas deixadas por outros. Temos que fazer a nossa própria pisada com recursos de que dispomos. Esses são alternativos e se opõem diretamente à perspectiva imperial de alinhamento ao projeto da globalização.
         Há os que não esperam nada de cima, pois a história tem mostrado que todos os projetos elaborados pelos do andar de cima sempre deixaram as grandes maiorias do andar de baixo onde estavam ou simplesmente de fora. Visam a uma democracia participativa e a políticas públicas que beneficiem os milhões historicamente deixados para trás. Esses, no Brasil e em outros países da América Latina, com seus partidos, ocuparam o poder de Estado. Melhoraram a situação dos mais penalizados, e todos de alguma forma ganharam. Lutam para se garantir no poder e levar avante o projeto popular.
         Mas não basta essa vontade generosa. Ela precisa vir revestida de ética, transparência e figuras de políticos exemplares que dão corpo ao que pregam. Infelizmente, isso não ocorreu, ou aconteceu de forma fragmentada e insuficiente. Não poucos sucumbiram ao poder, porque este nos dá a ilusão de onipotência divina, de poder decidir o destino das pessoas, além de inúmeras vantagens pessoais.
         Max Weber, o mestre do estudo do poder, sentenciou: só exerce bem o poder quem toma distância dele e considera-o passageiro e a serviço desinteressado da comunidade.”

(LEONARDO BOFF. Filósofo e teólogo, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 10 de abril de 2015, caderno OPINIÃO, página 20).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, mesma edição, caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral transcrição:

“Em busca da alegria
        ‘Este é o dia que o Senhor fez para nós, exultemos e nele alegremo-nos!’ Essa é a antífona que emoldura os 50 dias do tempo da Páscoa, a vitória da vida sobre a morte, do amor sobre o ódio, da luz sobre as trevas, porque Cristo Jesus passa pela paixão, morte e ressuscita. Eis uma referência que, certamente, pode soar de modo estranho em ambientes que ultrapassam os limiares das igrejas cristãs. Porém, trata-se de uma compreensão que pode garantir ao coração humano o que se procura tão intensamente: a alegria. É importante não confundir alegria com satisfação, que remete a uma sensação passageira. A satisfação, muitas vezes, é transformada em necessidade pela dinâmica da cultura contemporânea e, assim, converte-se na extenuante busca de “coisas e circunstâncias” que produzem, momentaneamente, apenas o prazer da alegria.
         Essa busca alimentada e produzida como necessidade impede que o ser humano encontre a alegria que dura. A consequência é uma desarvorada procura, de maneira cega, que produz absurdos, perversidades e esvaziamentos. Na busca equivocada pela alegria, volta-se, repetidamente, ao ponto de partida. Isso gera permanente insatisfação, que produz loucuras e irracionalidades revestidas de arbitrariedades. É reforçado, por exemplo, o caráter dominador do dinheiro, patrocinador do impulso de se querer e tentar encontrar a alegria em coisas, em situações meramente prazerosas, em posses. É um erro entender que a alegria necessária está na superficialidade do que dá prazer. Nesse equívoco, a humanidade se afunda numa lógica perversa de disputas e de perda da essencialidade, do sentido da verdade e do bem. Ser alegre se torna uma louca aventura que custa alto preço, produz sérios prejuízos.
         O tempo da Páscoa é o anúncio e o convite para que se tome consciência e se torne experiência a busca pela fonte da verdadeira alegria. Essa fonte não é um “ajuntamento” de coisas produtoras de satisfações passageiras e superficiais. É a pessoa de Cristo ressuscitado. Não são coisas que garantem a conquista da alegria. O caminho que perpassa a humanidade é desenhado e percorrido pelo Filho de Deus, Salvador e Redentor, o homem perfeito que assume sobre si as dores, dissabores e esvaziamentos da condição humana e os transforma por sua paixão, morte e ressurreição vitoriosa. Ele, Cristo, portanto, é o ponto referencial de encontro, iluminando e dando sentido a todos os outros encontros. O Mestre redimensiona tudo e garante as condições para que se busque e se encontre a alegria verdadeira.
         O tempo pascal é oportunidade para que se compreenda, pela claridade da razão e pela singularidade do amor, o que concluiu Santo Agostinho, ao refletir sobre os equívocos que cometeu na busca desarvorada pela felicidade. Dirigindo-se a Deus, o Santo de Hipona diz, enfaticamente: “A vida feliz consiste em nos alegrarmos em Vós, de Vós e por Vós. Eis a vida feliz e não há outra. Os que julgam que existe outra apegam-se a uma alegria que não é verdadeira”. A alegria que nasce do encontro com Deus é terapêutica, pois a tristeza infinita que dizima o coração humano só se cura com um amor infinito. Põe-se o desafio de uma experiência pessoal de encontro com Cristo para saborear a sua amizade e a sua mensagem. Eis o caminho para configurar a busca da alegria verdadeira, que ultrapassa as satisfações momentâneas e contentamentos passageiros.
         A lógica da alegria que se sustenta no encontro com Cristo ressuscitado, sem medo de estar próximo de suas chagas e sofrimentos, que são também dores da humanidade, capacita o coração para não se acovardar diante do drama humano. Essa lógica permite avanços nas relações e uma compreensão alicerçada na alegria que dura. É antídoto para a ganância que envenena, para a indiferença que corrói e empurra a sociedade na direção de um lento suicídio, encoberto por tudo o que apenas contenta e dá prazer fugaz. A alegria verdadeira e que dura é encontrada quando se comprova que não se vive melhor ao fugir do outro, por negar-se a partilhar e por fechar-se em comodidades. O tempo pascal é para exercitar o coração e a inteligência em busca da alegria.”

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

     a)     a educação – universal e de qualidade –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da sustentabilidade...);

     b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero; II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, vai ganhando novos contornos que transcendem ao campo quantitativo, mensurável, econômico,  e que podem afetar até mesmo gerações futuras...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (haja vista as muitas faces mostrando a gravidade da dupla crise de falta – de água e de energia elétrica...);

     c)     a dívida pública brasileira, com projeção para 2015, segundo a proposta do Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,356 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (apenas com esta rubrica, previsão de R$ 868 bilhões), a exigir imediata, abrangente, qualificada e eficaz auditoria...

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do Pré-Sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

O BRASIL TEM JEITO!...