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sexta-feira, 9 de setembro de 2011

A CIDADANIA, A CIÊNCIA SEM FRONTEIRAS E O APAGÃO DE CÉREBROS

“Estudar no exterior

O governo apresentou recentemente as diretrizes do programa Ciência Sem Fronteiras, que pretende conceder 100 mil bolsas de intercâmbio para brasileiros, em modalidades que vão desde o nível médio até o pós-doutorado. O projeto visa promover ma consolidação, a expansão e a internacionalização da ciência e tecnologia, da inovação e da competitividade brasileira através do intercâmbio e da mobilidade internacional. A intenção é que o programa ajude a suprir a deficiência de profissionais capacitados em áreas como engenharia e tecnologia da informação, uma vez que os estudantes poderão frequentar as melhores universidades do mundo.

Os alunos selecionados para estudar fora do país ganharão passagem aérea, seguro-saúde, auxílio-instalação e uma bolsa mensal de US$ 870. O programa Ciência Sem Fronteiras também arcará com as taxas escolares. De acordo com a presidente Dilma Rousseff, os bolsistas serão escolhidos por mérito, sendo contemplados aqueles que atenderem critérios como produção científica diferenciada, nota acima de 600 no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e premiação em olimpíadas científicas, em especial a de matemática. A distribuição das bolsas levará em conta, ainda, a representação étnica, social e regional. Porém, é necessário se atentar que tão fundamental quanto o desempenho acadêmico, como a nota no Enem e a premiação em olimpíadas, é o domínio de uma segunda língua, em especial o inglês. Para conseguir a bolsa e, principalmente, aproveitar todas as oportunidades que esse intercâmbio pode oferecer para seu crescimento pessoal e profissional, o aluno deve ser capaz de se comunicar nesse outro país, se relacionar com os estrangeiros e realmente imergir nessa nova cultura. Um bom nível de oralidade na língua inglesa ajuda o estudante não só a absorver mais rapidamente o conhecimento mas também amenizar o choque cultural do novo ambiente.

Essa preparação deve ser feita porque o aluno brasileiro participa integralmente da vida no local escolhido, podendo, portanto, crescer junto com a comunidade e vivenciar toda sua cultura. Outra vantagem é a oportunidade de praticar o idioma na sua forma mais natural e verídica, com gírias e coloquismos. Quem quiser aproveitar essa e outras oportunidades precisa investir no aprendizado de outros idiomas, pois o mercado de trabalho está cada vez mais exigente em relação a essa capacitação. Com apenas dois anos o estudante consegue se comunicar bem em inglês, seja para conversar com amigos, viajar ou para trabalhar. Ele pode, ainda aprofundar seus conhecimentos para conseguir certificados de proficiência, como o Test of English as a Foreign Language (TOEFL) e o Test of English for International Communication (TOEIC), exigidos de quem vai estudar e trabalhar no exterior. O Ciência Sem Fronteiras é, sem dúvida, uma excelente oportunidade para o aluno, oferecendo a ele qualificação diferenciada e experiência internacional, tão almejadas por todos e valorizadas pelas empresas empregadoras. O programa pode, ainda, ser um estímulo para que mais jovens se interessem pelo aprendizado do inglês e se planejem para aprendê-lo, ampliando, dessa forma, suas próprias fronteiras.”
(MÁRCIO MASCARENHAS, Presidente da rede Number One, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 9 de agosto de 2011, Caderno OPINIÃO, página 9).

Mais uma IMPORTANTE, PEDAGÓGICA e OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 24 de maio de 2011, Caderno ECONOMIA, Coluna BRASIL S/A, página 13, de autoria de ANTÔNIO MACHADO, que merece igualmente INTEGRAL transcrição:

“Apagão de cérebros

O Brasil está diante de um problemão – e não tem nada a ver com as mazelas triviais da economia, como a inflação. O problema até parece prosaico, mas é sério: as intenções de investimento no país estão se avolumando e não há economia preparada para recebê-los.

Sabe-se da carência da infraestrutura, com estradas deficientes, portos operando no limite, energia abastecida com termoelétricas caras e poluentes, cidades engarrafadas, estrutura de saneamento limitada. Pouco se fala de outra carência dramática e sem solução em curto prazo: o apagão de cérebros e mão de obra especializada.

Estudo da consultoria McKinsey estima um déficit de cerca de 130 mil engenheiros em 2013. Números recentes da Unesco, a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura, relativos a 2008, situam a taxa de formação no ensino universitário em níveis muito aquém do necessário, com a economia crescendo à base de 4% ao ano sob o impulso de novos investimentos. É de 0,48 ao ano por habitante, contra 0,91 nos EUA, 1,00 na França, 1,40 na Rússia.

O número de graduados/ano per capita na faixa de 20 a 30 anos de idade é de 2,43 no Brasil. Na Rússia, França e Inglaterra, é mais que o triplo. Nos EUA chega a 6,36, patamar semelhante ao da taxa de graduados na Índia e China. Sem gente preparada, muito projeto só sairá do papel se tiver ampla assessoria externa.

Números da Secretaria de Tecnologia de Pernambuco, estado com uma das mais altas taxas de negócios emergentes no país, estimam que o déficit na disciplina física passe de 70 mil. E o Ministério de Minas e Energia considera a construção de quatro usinas nucleares, além das duas existentes em Angra dos Reis e outra em construção.

A própria Petrobras se serve de pessoal especializado do exterior em suas plataformas, contornando as restrições ao emprego de mão de obra estrangeira com contratos temporários ou com cláusulas que preveem a operação dos equipamentos pelos prestadores de serviços.

Sair dessa situação leva tempo. A presidente Dilma Rousseff está com o programa de enviar 70 mil bolsistas às universidades dos EUA até 2014 para especialização em áreas técnicas, conforme o tratado assinado durante a recente visita de Barack Obama a Brasília.

É o que o Japão, Índia, China e Coreia do Sul, todos com políticas de longo prazo de especialização de jovens nos EUA, fazem há mais de 30 e 40 anos. Mas em tais países a formação escolar demandada pela inovação tecnológica que os distingue foi concomitante e até antecedente à industrialização de ponta. Aqui ainda mal começou.

Competição do pré-sal

O resultado do despreparo profissional está em toda parte. Pegue-se a instalação dos centros de pesquisa e desenvolvimento no país por grandes empresas estrangeiras. É fruto do trabalho de atração da Petrobras e do BNDES, em grande parte motivada pelo pré-sal.

A IBM, o BG Group e a GE, entre as maiores, estão instalando seus laboratórios no Rio. Só o da GE está orçado em US$ 550 milhões. De onde vêm os pesquisadores? Boa pergunta. Para acelerar a inovação tecnológica, está se descobrindo o pouco que há em outras áreas.

Desfalque de talentos

À falta de oferta de quadros técnicos em nível superior, agravada pela restrição à entrada de profissionais estrangeiros, mesmo como professores ou pesquisadores convidados, tais centros foram à caça em universidades e incubadoras de projetos nascentes, desfalcando os talentos dos escassos laboratórios de desenvolvimento nacional.

Além da baixa taxa de graduação superior, a maioria dos graduados não atende às novas demandas. As áreas de engenharia, manufatura e construção formam apenas 5% dos graduados, pelos dados da Unesco, contra, por exemplo, 16% na França e 22% na Rússia. Graduados em ciências equivalem a 7% no país. Inglaterra e Alemanha formam 13%.

Sem o olhar atrevido

O déficit de pessoa qualificado seria maior, se muitas empresas não cuidassem elas mesmas de formar o seu pessoal. Mas em algumas atividades a formação técnica requer habilidades não compensadas por programas internos de treinamento, como as áreas de tecnologia de informação, ou, simplesmente, TI. O déficit nessa área, segundo compilação da McKinsey, foi de 71 mil profissionais no ano passado e deverá chegar a 200 mil em 2013. A demanda por engenheiros seria já o dobro da oferta atual de 32 mil formados por ano.

O governo está ciente dessas dificuldades. O senso de urgência é que deixa a desejar, além de também faltar o “olhar” atrevido para o que está mais para oportunidade que para problema. Já ajudaria o governo constatar que se mais não faz é pela sua falta de ousadia.”

Eis, portanto, mais páginas contendo GRAVES, OPORTUNAS, ADEQUADAS e até CONTUNDENTES abordagens e REFLEXÕES que acenam para a IMPERIOSA, INADIÁVEL e URGENTE necessidade de PROBLEMATIZARMOS as CRUCIAIS QUESTÕES que estão INDICANDO, com fortes CORES, que o PAÍS vem gerando problemas que não podem ser resolvidos com o mesmo tipo de PENSAMENTO que vinha sendo SENDO transmitido, até agora, de GERAÇÃO em GERAÇÃO, tais como:

a) a EDUCAÇÃO – e de QUALIDADE, como PRIORIDADE ABSOLUTA de nossas POLÍTICAS PÚBLICAS;
b) a INFLAÇÃO, como um INDOMÁVEL DRAGÃO, a exigir PERMANENTE e DIUTURNA vigilância;
c) a CORRUPÇÃO, atravessando SÉCULOS e entranhando em TODOS os níveis da vida brasileira;
d) o DESPERDÍCIO, em TODAS suas MODALIDADES:
e) a DÍVIDA PÚBLICA BRASILEIRA, ultrapassando o patamar de

R$ 2 TRILHÕES, a custo de ENCARGOS deveras INSUPORTÁVEIS...

E, como sabemos, e bem, são GIGANTESCOS DESAFIOS, pois a FALTA de PRIORIZAÇÃO da EDUCAÇÃO afeta diretamente, como vimos, a QUALIFICAÇÃO, a CONSCIÊNCIA CRÍTICA, a CULTURA, a CIÊNCIA, a TECNOLOGIA, a PESQUISA e DESENVOLVIMENTO, a EXTENSÃO, a QUALIDADE, a PRODUTIVIDADE, a COMPETITIVIDADE, enfim, nos AFASTA dos DOMÍNIOS da economia GLOBALIZADA; e as outras QUESTÕES são responsáveis pela SANGRIA de nossa ECONOMIA, MINAM a nossa capacidade de INVESTIMENTO e POUPANÇA e AFETAM a CONFIANÇA e o APOIO da SOCIEDADE CIVIL ORGANIZADA e dos PARCEIROS internos e externos...

Mas, NADA, absolutamente NADA, ABATE o nosso ÂNIMO e nem ARREFECE o nosso ENTUSIASMO e OTIMISMO nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA E QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, QUALIFICADA, LIVRE, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, que possa PARTILHAR suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS, OPORTUNIDADES e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos para EVENTOS como a CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E MUDANÇAS CLIMÁTICAS em 2012 (RIO + 20), a 27ª JORNADA MUNDIAL DA JUVENTUDE no RIO DE JANEIRO em 2013, a COPA DAS CONFEDERAÇÕES em 2013, a COPA DO MUNDO DE 2014, a OLIMPÍADA DE 2016, as OBRAS do PAC e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO 21, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INFORMAÇÃO, do CONHECIMENTO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um NOVO mundo, da PAZ, da IGUALDADE e FRATERNIDADE UNIVERSAL...

Este é o nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa LUTA, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA!...

O BRASIL TEM JEITO!....

sexta-feira, 18 de março de 2011

A CIDADANIA, A EDUCAÇÃO INFANTIL E A TECNOLOGIA

“Tecnologia e educação

Acessar publicações da biblioteca da Oxford University no computador de casa, fazer exercícios e ser avaliado pelo professor através de gráficos de desempenho na internet e, ainda, manter relacionamento com colegas de escola por meio de redes sociais próprias das instituições. Todos esses avanços tecnológicos hoje aliados à educação cooperam para modificar a forma como as pessoas buscam conhecimento. Quanto mais inovadora e flexível a maneira de aprender, mais o estudante irá se interessar e, com isso, intensificar seu aprendizado. Para se ter ideia, recentemente foram lançadas ferramentas que aumentam em até 80% a exposição do aluno ao idioma inglês devido à leitura, à escuta e à prática da língua em programas on-line.

A cada ano cresce o número de pessoas com acesso ao computador e à internet no Brasil. São mais de 80 milhões de internautas conectados para se divertir e relacionar, mas também para estudar, trabalhar e adquirir cultura. Os educadores e gestores precisam entender que os estudantes não se contentam mais somente com os livros e as salas de aula, eles querem explorar a infinidade de recursos que a internet oferece para aprender de formas inéditas e interativas. Hoje, o aluno pode sair da aula e, enquanto volta para casa, treinar o que aprendeu ou buscar mais informações, quem sabe até ler um livro, usando o celular. Se ele ficou com alguma dúvida, pode mais tarde interagir com o professor através da rede social da escola, por exemplo.

As instituições de ensino, que no início enxergaram esses avanços como ameaças e dispersores da atenção do aluno, já começam a explorar mais as diversas ferramentas que a tecnologia oferece a favor da educação. Além de democratizar o acesso à informação, elas trazem resultados visíveis para a otimização do aprendizado. Isso porque exigem mais autonomia do aluno, ampliam suas possibilidades, permitem relembrar e colocar em prática o que foi apresentado pelo professor em sala de aula e flexibilizam o horário. Os investimentos são altos, mas o aluno está mais exigente e valoriza as escolas que conseguem proporcionar essa integração on-line e off-line em seu dia a dia.

No ensino de inglês, a importância das novas tecnologias para o aprendizado é ainda mais evidente. A assimilação do idioma se dá, principalmente, através da visão e da audição, por isso, os recursos audiovisuais são indispensáveis para que o aluno se familiarize cada vez mais com a língua. Ouvir músicas, assistir filmes, fazer pesquisas na internet, participar de bate-papos orais ou escritos em inglês, tudo isso de maneira a melhorar a fluência. A prática também é muito importante. Sendo assim, a realização de exercícios e a leitura de publicações devem fazer parte da rotina para complementar o conteúdo e ampliar o vocabulário. Estudar tem que ser prazeroso e estimulante. Para isso, nada melhor do que investir na praticidade e na interatividade do ambiente virtual, ao qual os alunos já estão acostumados e se sentem à vontade.”
(MARCIO MASCARENHAS, Sócio-diretor do Number One, em artigo publicado no Jornal ESTADO DE MINAS, edição de 14 de março de 2011, Caderno OPINIÃO, página 9).

Mais uma IMPORTANTE e OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado na Revista VEJA, edição 2208 – ano 44 – nº 11, de 16 de março de 2011, páginas 106 e 107, de autoria de GUSTAVO IOSCHPE, que é economista, e que merece igualmente INTEGRAL transcrição:

“Universalização da educação infantil: solução ou armadilha?

Os últimos anos têm visto o florescimento de uma vasta literatura científica, multidisciplinar, que demonstra o incrível poder que os primeiros anos de vida de uma pessoa têm na determinação de uma série de fatores – da saúde à riqueza – de sua idade adulta. À medida que a pesquisa avança, nota-se que a idade para o surgimento de características importantes vai retrocedendo: sabe-se hoje que eventos da vida intrauterina têm impactos que perduram até a morte.

Esse avanço do conhecimento vem embasando uma mudança de políticas públicas, especialmente nos países desenvolvidos, no sentido de intervir cada vez mais cedo, com especial atenção às crianças de famílias mais vulneráveis. O primeiro esforço em muitos países sido começar o processo educacional já na pré-escola, atendendo crianças de 4 e 5 anos. O impacto positivo da pré-escola é amparado por literatura científica extensa. Estudos feitos no Brasil demonstram que alunos que cursaram a pré-escola têm desempenho acadêmico melhor do que aqueles que não a cursaram. Essa diferença persiste por todas as séries, e aparece também em exames padronizados como o Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb). Alunos que têm melhor desempenho tendem a gostar mais da escola e, portanto, são menos propensos a abandoná-la. Alunos que cursaram a pré-escola têm maior probabilidade de completar o ensino superior. O impacto positivo vai além da vida escolar e se estende à vida adulta. Um estudo feito no Brasil mostra que aqueles que passaram pela pré-escola têm salário 16% mais alto do que alunos que não a cursaram. Estudos americanos demonstram que a frequência à pré-escola aparece associada à diminuição das taxas de criminalidade.

Por todos esses benefícios, vários países, entre eles o Brasil, vêm cursando o caminho da universalização da educação infantil, especialmente na idade da pré-escola – antes dela vem a creche, cujos efeitos educacionais aparentam ser nulos. O Brasil avançou bastante nesse terreno. Aproximadamente 78% das crianças brasileiras estavam na pré-escola em 2009. Usando o critério da Unesco, que permite fazer comparações internacionais, tínhamos 65% de taxa de matrícula, número elevado, comparável ao de vários países líderes em educação.

Há, porém, uma diferença fundamental entre o esforço de universalização da educação infantil no Brasil e nos países desenvolvidos, onde esse movimento se deu depois de satisfeitas todas as necessidades basilares de sua educação escolar. No Brasil ele está sendo usado (e vendido à opinião pública) como a bala mágica para todas as deficiências do sistema educacional, em especial as relacionadas à alfabetização.

A experiência internacional demonstra claramente a falácia desse argumento. Nenhum dos países que deram saltos educacionais importantes nas últimas décadas teve a universalização da pré-escola como conquista anterior a êxitos na alfabetização e no ensino de modo geral. Em 1975, por exemplo, a taxa de matrícula na pré-escola na Finlândia era de 32%, na Noruega, de 13%, na Coreia do Sul, de 3%, e na Inglaterra, de 21%. Mesmo em 1980, quando muitos desses países já começavam a dar importantes sinais de melhoria de sua educação, nenhum deles punha nem metade da população na pré-escola. Na Finlândia, até há pouco o país com o melhor sistema educacional do mundo, a taxa de matrícula na pré-escola ainda em 1990 era de 33%. Vem da China o exemplo mais claro de que a pré-escola é útil, mas não chega a ser condição indispensável de sucesso para o funcionamento do sistema educacional como um todo. Em 2008, a taxa de matrícula de crianças chinesas na pré-escola era de 44%. Um ano depois, a China já liderava mundialmente o exame Pisa, que mede o conhecimento dos jovens aos 15 anos, sem tempo hábil, portanto, para que se verificasse algum benefício da pré-escola nesse fenomenal desempenho.

A expansão da pré-escola vem ganhando força no Brasil também porque os políticos gostam de inaugurar e anunciar a criação de vagas. “Mas, se os efeitos da pré-escola são positivos, que mal nisso?” O argumento é bom, mas pode ser ruinoso se expandir a pré-escola significar deixar de lado as lutas pela melhoria do ensino fundamental. A realidade mostra que existe esse risco. Em qualquer organização da iniciativa privada, por exemplo, há sempre dezenas de projetos com retorno positivo que podem ser perseguidos, mas as organizações exitosas implementam um número pequeno dessas oportunidades. As escolhas precisam ser feitas, por uma questão de estratégia e foco. Nem sempre há tempo e/ou recursos humanos suficientes para fazer tudo – e tudo benfeito. É preciso, então, priorizar aquilo que é mais importante e dá maior retorno. As organizações públicas e educacionais têm as mesmas limitações que qualquer organização humana, mas, no Brasil, acham que podem (e devem) fazer tudo ao mesmo tempo, e que conseguirão fazer tudo bem. É um engano.

Precisamos fugir da armadilha da expansão do ensino para o nível infantil por duas razões. A primeira é conceitual: há mais de dez anos, com a universalização do acesso ao ensino fundamental, nosso problema maior deixou de ser a quantidade (matrículas, vagas ou falta de verbas) para se tornar a qualidade da educação, que se traduz em melhoria da aprendizagem. Mas as reformas que produzem qualidade requerem esforços, brigas com corporações do ensino, interferência nas universidades, fim do loteamento político de cargos. Enfim, uma série de medidas que são tão importantes para o povo brasileiro quanto desagradáveis para nossos políticos e muitos professores e funcionários escolares incompetentes. Por isso, não conseguimos ainda, como país, fazer essa migração e focar na qualidade. Assim, continuamos aparecendo nas últimas posições de vários indicadores globais de educação. Já há relativamente pouco que se possa fazer, quantitativamente, pelo ensino fundamental. Se, como sociedade, conseguimos fazer com que nossos líderes se atenham a esse nível e não escapem das batalhas que importam, teremos verdadeiros e importantes avanços. Se, porém, perdermos o foco e deixarmos que as atenções se voltem para a tenra infância (hoje os de 5 anos, daqui a pouco os de 3...), perderemos mais dez ou quinze anos até finalmente descobrirmos que, ops!, apesar de todos os progressos na pré-escola, nossos alunos continuam chegando à 4ª série sem saber ler nem escrever.

A segunda razão é objetiva. Temos uma enorme e urgente batalha a travar, quase vergonhosa: precisamos alfabetizar 100% de nossas crianças até a 2ª série. Essa precisa ser uma obsessão, pois sem essas fundações sólidas não há como erguer o edifício do conhecimento. O que a experiência internacional mostra é ser perfeitamente viável – aliás, é o normal – alfabetizar crianças que não passaram pela pré-escola, já na 1ª série. Os ganhos para o país com a eliminação do analfabetismo serão muito maiores do que aqueles oriundos da universalização da pré-escola. Essa é a batalha que temos à nossa frente. Admitir distrações é quase cometer crime de guerra.

P.S. – Faltou citar, no artigo do mês passado, uma área importante na qual os pais podem ajudar o desempenho escolar de seu filho, que é o aleitamento materno. Um estudo com alunos de 10 anos de idade que acaba de ser divulgado na Austrália mostra que aqueles que tiveram aleitamento materno por seus ou mais meses apresentavam desempenho acadêmico superior. Esse e os outros estudos mencionados neste artigo estão disponíveis em twitter.com/gioschpe.”

Eis, pois, mais páginas contendo PONDERAÇÕES e REFLEXÕES que acenam para a PRIORIDADE ABSOLUTA do PAÍS: a EDUCAÇÃO – que já não se TOLERA e nem se ADMITE mais DESPIDA da QUALIDADE... Mas são esses mesmos DESAFIOS que nos MOTIVAM e nos FORTALECEM nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA E QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, QUALIFICADA, LIVRE, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, que possa PARTILHAR suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos para eventos como a COPA DO MUNDO DE 2014, a OLIMPÍADA DE 2016, os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO XXI, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INFORMAÇÃO, do CONHECIMENTO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um NOVO mundo, da PAZ e FRATERNIDADE UNIVERSAL...

Este é o nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa LUTA, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA!...

O BRASIL TEM JEITO!...