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quinta-feira, 19 de julho de 2018

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A URGÊNCIA DA QUALIFICAÇÃO DAS ESCOLAS E A SELEÇÃO DOS GRAVES DESAFIOS NOS CAMINHOS DA SUSTENTABILIDADE


“Educação é a base        
O baixo nível da educação no Brasil impacta, negativamente, em vários aspectos da vida social. Tal fato contribui para a proliferação da violência urbana, gera desrespeito às normas mínimas de civilidade e compromete a competitividade da produção nacional.
         A educação está intrinsecamente ligada ao desenvolvimento econômico. Os países com os melhores indicadores de bem-estar social são que os registram os maiores níveis educacionais. Na Nova Zelândia, Estados Unidos e Alemanha, por exemplo, a média de escolaridade da população supera12 anos. No Brasil, esse indicador é ligeiramente superior a sete anos, inferior ao observado em nações como o Chile, Argentina, Jamaica e Peru, todos com mais de nove anos de escolaridade.
         Em termos qualitativos, a situação brasileira também é ruim. O Programme for International Student Assessment (Pisa), programa de avaliação coordenado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), mostra que, em 2015, dos 70 países analisados, o Brasil se posicionou em 63º em ciências (Cingapura, Japão e Estônia foram os três primeiros), 59º em leitura (Cingapura, Hong Kong e Canadá ficaram nas três primeiras posições) e 66º em matemática (Cingapura, Hong Kong e Macau foram os primeiros).
         O Brasil é um dos países que menos gastam com alunos dos ensinos fundamental e médio, mas na área universitária o desembolso se aproxima do observado em nações de renda elevada. No primeiro ciclo do ensino fundamental (até a quinta série) o gasto brasileiro por ano chega a US$3,8 mil por aluno. A média dos países da OCDE é de US$ 8,7 mil. Nos anos finais do ensino fundamental e no ensino médio, a situação não é muito diferente. Para cada aluno brasileiro são gastos em média, por ano, US$ 3,8 mil, enquanto a média da OCDE é de US$ 10,5 mil. A situação brasileira se aproxima daquela dos países mais ricos no ensino universitário, em que a média nacional é de US$ 11,7 mil, ligeiramente superior aos US$ 11,5 mil da Itália, não fica muito distante da média de US$ 16,1 das economias que compõem a OCDE.
         De um modo geral, a situação educacional brasileira é vexatória. O país investe relativamente pouco no ensino básico e o pouco e o pouco que é investido se traduz em educação de má qualidade, como se apura no resultado do Pisa. Considerando a população totalmente analfabeta e o analfabetismo funcional, o Brasil conta com apenas um em cada quatro cidadãos plenamente alfabetizados. Esse quadro dramático é um dos sustentáculos da desigualdade social no país e um fator determinante para o baixo nível de renda de uma grande massa de assalariados e um entrave para a elevação da produtividade nacional.
         No âmbito universitário, cabe destacar que, apesar do valor que se investe por aluno, há fatores que impedem maior retorno social dos recursos aplicados. Por exemplo, há limitações no tocante à celebração de acordos entre universidades e o setor privado e isso se traduz em ineficiência para a produção doméstica.
         Há muito a ser feito na esfera educacional do país, principalmente no âmbito público. Grande parte dos governantes brasileiros não aprendeu com o sucesso de países como, por exemplo, o Japão e a Coreia do Sul, que investiram muito em educação e hoje colhem os bons frutos dessa iniciativa. No Brasil, continuamos negligenciando seu papel como fator de transformação social.”.

(MARCOS CINTRA. Doutor em economia pela Universidade Havard (EUA) e professor titular da Fundação Getúlio Vargas (FGV), em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 13 de julho de 2018, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição, caderno e página, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente transcrição:

“E agora, qual é o hexa?
        A onda apaixonante do esporte, particularmente do futebol, permite metáforas interessantes para inspirar o país a trilhar novo caminho e a alcançar o almejado patamar de nação campeã. A luta pelo título mundial ocorreu em campo e os resultados obtidos pouco mudaram o cotidiano abastado de uma minoria, que inclui os atletas. Mas a frustração da derrota mexe com os brios e as emoções de uma avalanche de cidadãos. É preciso assimilar a perda na competição esportiva e valorizar mais o que realmente impacta vida de muitos. Obviamente, há lugar para a paixão esportiva, sempre. Mas o sentimento que o futebol desperta não deve ocupar o lugar de todas as razões e emoções que são necessárias para promover transformações profundas na realidade. Perdido o título, fica a pergunta: e agora, qual é o “hexa” a ser conquistado?
         Parece que, nesta Copa do Mundo, a paixão esportiva foi vivida de modo mais saudável. Reflexo disso é que a derrota da Seleção Brasileira não gerou um clima de “fim de mundo”. E a esperança é que a perda dentro de campo seja oportunidade para o aprendizado de lições que, se bem assimiladas, podem levar a vitórias importantes, inclusive no âmbito esportivo. Ao observar o que não deu certo, é possível construir novos projetos, a serem regidos por pessoas comprometidas com o qualificado exercício da cidadania. E o primeiro passo é ter consciência da realidade.
         Há sinais de que o povo começa a desenvolver essa consciência. Um dos exemplos: a forma reduzida com que as pessoas manifestaram seu entusiasmo com a Copa deste ano e a timidez da decoração nas ruas e praças. Afinal, diante das fragilidades do contexto social, não há espaço para euforia. A esperança é que cada vez mais pessoas cultivem uma certeza: o que mais conta agora é vencer os desafios e processos que estão correndo a nação brasileira, e avançar em direções que permitam reconstruir o país. Isso significa superar os cenários vergonhosos das misérias, corrupção, agressão irracional do meio ambiente e tantos outros males que refletem certo descompromisso com o exercício da cidadania.
         Ganhar a Copa do Mundo é um sonho, motivo de festa, mas esse objetivo está longe de ser o mais importante na vida de uma nação. Inclusive porque, equivocadamente, o futebol torna-se, gradativamente, apenas um negócio, fonte de lucro para pequenos grupos que acumulam muito dinheiro e privilégios. O esporte, em vez disso, deveria ser promovido a partir de sua força educativa, capaz de reconfigurar o tecido cultural da sociedade, qualificando as pessoas para construírem um futuro melhor. Assim, em vez de almejar o “hexa” na Copa, o povo poderia eleger novas prioridades a partir do respeito ao bem comum.
         As prioridades que precisam ser assumidas são muitas, incontáveis, percebidas a partir das diversas carências do país. Para reconhecer o “hexa” a ser conquistado é preciso se questionar a respeito do Brasil que se quer construir. No centro da resposta, certamente, não estará a celebração de uma festa passageira. Em vez disso, as prioridades são a recomposição indispensável dos parâmetros éticos que devem nortear a conduta de cada pessoa, a promoção da solidariedade e da honestidade, forças capazes de impulsionar um recomeço para o Brasil.
         Esse reinício é o verdadeiro caminho rumo às vitórias capazes de superar a violência, a exclusão social e a ganância sem limites que passa por cima de tudo, destruindo o planeta, a casa comum. Cada brasileiro é convocado a sonhar com um país melhor e, a partir disso, agir. Afinal, muitas situações precisam ser reconfiguradas. É urgente, por exemplo, construir um novo modo de se fazer política, livre de interesses egoístas, e zelar para que as ações no Poder Judiciário sejam, de fato, orientadas pelos parâmetros da verdade e da justiça.
         A lista de prioridades para que seja possível construir uma nação campeã é grande e demanda especial empenho de todos. Para efetivar o sonho de construir um país renovado, vale investir todas as emoções e razões, “correr” velozmente. Em vez de se apegar às paixões passageiras, que todos assumam a tarefa cidadã de responder ao seguinte questionamento: e agora, qual é o “hexa”?”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 128 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em maio a ainda estratosférica marca de 303,62% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial em históricos 311,89%; e já o IPCA, em junho, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 4,39%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2018, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,847 trilhão (52,4%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,106 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
56 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2017)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...      

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador e Legislador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios,
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.






sexta-feira, 27 de outubro de 2017

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A LUZ NA CONQUISTA DA VIDA ESPIRITUAL E OS CAMINHOS DA UNIVERSIDADE NA SUSTENTABILIDADE

“O serviço como libertador 
do fogo da verdadeira vida
        Durante muito tempo em nossa trajetória as ilusões impedem a vida espiritual do homem, chamando para o materialismo em seus aspectos de excesso de consumo, luxo ou apego a objetos, bens, situações ou pessoas – ilusões que levam a energia para os níveis inferiores do ser. Outras ilusões são de natureza puramente psíquica como, por exemplo, o medo, que acaba trazendo a inércia e a paralisia. Se refletirmos sobre nosso caminho de encontro à alma, provavelmente poderemos encontrar em nós mesmos pontos a serem transformados.
         Um deles é o medo. E o que é o medo? Concretamente, é um resíduo da vida pré-histórica. As condições difíceis que havia na órbita física e psíquica da Terra em seus primórdios deixaram no subconsciente do homem profundas marcas. Desastres geológicos, lutas com animais gigantescos que normalmente o venciam e o destruíam, condições difíceis de sobrevivência e climas inóspitos imprimiram no ser humano marcas que ele carrega até hoje.
         O medo somente será desalojado do planeta à medida que o homem for fazendo a ligação entre sua consciência pessoal (com seus recursos falíveis) e a sua supraconsciência (com suas possibilidades ilimitadas). A construir essa ponte entre a mente racional e a mente superior, o homem vai dando-se conta de sua imortalidade, porque começa a experimentar a vida em outros níveis de existência.
         A contínua aspiração, do ponto de vista da personalidade do homem, a conhecer as realidades dos níveis superiores do próprio ser, níveis estes que estão além do mental comum e analítico, vai construindo uma ponte. Por outro lado, havendo tal aspiração, a consciência mais elevada do indivíduo vai respondendo e construindo a mesma ponte a partir da extremidade superior, chegando o dia em que os esforços se encontram e a ligação é feita. Esse trabalho é inconsciente e não pode ser controlado pela mente analítica. No nível físico, ele se dá por meio de uma autodisciplina voluntária e oportuna; no nível emocional, é empreendido por meio do desejo de servir, de ser um elo positivo na corrente evolutiva e, principalmente, de dissolver a possessividade sobre os demais seres e sobre os objetos puramente materiais. No nível mental, o trabalho de construção da ponte é feito automaticamente quando se mantém a aspiração firme e inalterada, o que só é possível por meio da energia da fé existente na alma do homem como parte de sua íntima essência.
         Três grandes obstáculos precisam ser vencidos: a sensação, o desejo e as boas intenções. O desejo precisa ser o primeiro a ser superado, porque é o principal deles, o que motiva e dirige os outros. Todos sabemos que as boas intenções da criatura humana quase nunca correspondem à sua verdadeira necessidade ou à de outrem; elas têm origem no desejo e por isso permanecem em nível ilusório, como que lutando contra moinhos de vento. Quanto às sensações, sempre deixam a mente ocupada quando esta deveria estar livre.
         Apenas quando passamos pelo inferno pessoal e deixamos de sesr prisioneiros nos tornamos aptos para ajudar os demais e podemos ingressar no inferno coletivo para, aí, servir ao plano evolutivo. Tendo aprendido a lidar com o próprio subconsciente, temos condições agora de servir em âmbito maior. Essa ampliação de nossa capacidade de prestar serviço é uma verdadeira realização do ponto de vista da alma.”.

(TRIGUEIRINHO. Escritor, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 22 de outubro de 2017, caderno O.PINIÃO, página 16).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 24 de outubro de 2017, página 7, de autoria de ADEMAR FERREIRA, presidente da Federação Nacional das Escolas Particulares (Fenep), e que merece igualmente integral transcrição:

“A reforma do Fies
        Os últimos indicadores da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) mostram que o Brasil ainda está longe de ocupar uma posição satisfatória em relação ao desenvolvimento educacional do país. Em um ranking de 70 países, o Brasil ocupa os últimos lugares na avaliação do Pisa 2015 (Programa Internacional de Avaliação de Alunos), que pesquisou o desempenho em leitura, ciências e matemática, e no qual ficamos na 59ª, 63ª e 65ª posições, respectivamente, sendo o último da América Latina nessa lista. Os dados reforçam que o desempenho dos alunos no Brasil está abaixo da média de outros países da OCDE. Precisamos fazer com os que os investimentos em educação sejam convertidos em melhores resultados na aprendizagem dos estudantes! Sem melhorar o básico, continuamos dificultando a vida dos jovens que almejam entrar no ensino superior e sonham com um futuro melhor!
         E é nesse contexto que vemos o governo editar uma medida provisória que visa reformar o principal instrumento de política pública de acesso ao ensino superior, o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). Entretanto, o relatório da Medida Provisória 785/2017, que foi aprovada na Comissão Especial do Congresso, não amplia a democratização do acesso, pois conta com mudanças meramente focadas no ajuste fiscal e econômico do governo. O texto deve ser votado no plenário da Câmara nas próximas semanas, já que a MP expira no próximo mês. A situação preocupa, pois, ainda segundo a OCDE, no relatório “Educação: trampolim para o emprego”, o Brasil é apontado em última posição, em um ranking de 35 países, com o menor índice de população com nível superior completo, além de ser o terceiro pior na lista dos que completam o nível médio.
         É verdade que a matéria, que segue para aprovação em plenário, traz alguns avanços, como a possibilidade de quitar o financiamento com recursos do FGTS, de poder ser usado por alunos com bolsa parcial e ser resgatado para pagamento de cursos de pós-graduação e ensino técnico. Mas os critérios de adesão ainda deixam muito a desejar, e limitam o acesso.
         O Brasil tem uma história de ineficiência e desperdício de recursos na educação superior. Vale ressaltar que o custo médio de um aluno na universidade pública passa de R$ 40 mil por ano. Ou seja, mais de R$ 3,5 mil por mês por aluno, numa média de todos os cursos. Tais custos por aluno são parecidos com os da França, mas com resultados bem inferiores. Além de ser mais que o dobro da média dos preços das IES privadas, as universidades públicas e gratuitas são para quem pode pagar. Ou seja, perpetuamos uma realidade em que as universidades públicas são frequentadas, em geral, pelas elites e seus filhos. E mais uma vez, o governo deixa de fazer seu papel nas ações e políticas de combate à desigualdade social, transferência de renda e mobilidade social.
         Sabemos que para as classes menos abastadas, oriundas das escolas públicas da educação básica, resta buscar uma bolsa nas instituições privadas através dos programas sociais, como o Fies e o Prouni. Muitos se desdobram trabalhando durante o dia para pagar as faculdades que cursam à noite. E o que mais temos visto com a crise econômica são alunos tendo de trancar seus cursos porque perderam o emprego.
         A vida desses jovens poderia ser menos difícil se o governo tornasse o Fies um programa mais simples, acessível e economicamente sustentável. Precisamos pensar em critérios melhores e mais justos para que os estudantes possam obter o financiamento como a nota do Enem, capacidade de pagamento etc. Temos de pensar em mais incentivo para cursos de licenciatura, bolsas de financiamento para alunos exemplares e para aqueles que prestam serviços à sociedade. O financiamento poderia se dar em forma de uma carta de crédito, por exemplo. O estudante receberia para sacar em quatro ou cinco anos a partir do início do curso, na instituição de ensino de sua escolha, com liberação mensal conforme o serviço educacional fosse prestado. Caso o aluno resolvesse mudar de faculdade, levaria o restante do seu crédito para a escola ou curso escolhido. As IES teriam que trabalhar com e para os alunos e menos para o governo.
         Enfim, é preciso pensar em soluções que facilitem o acesso ao mesmo tempo em que mantenham a viabilidade do Fies. É preciso descomplicar o futuro dos nossos jovens!”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em agosto/2017 a ainda estratosférica marca de 397,44% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial registrou históricos 317,31%; e já o IPCA, também no acumulado dos últimos doze meses, em setembro, chegou a 2,54%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 516 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2017, apenas segundo o Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,722 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 946,4 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

- 55 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016) ...

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por uma Nova Política Brasileira...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...      



   

sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, OS DESAFIOS DA EDUCAÇÃO E AS EXIGÊNCIAS DA PAZ NA SUSTENTABILIDADE

“Realidade lamentável
        Há décadas se discute a necessidade de uma reformulação profunda no sistema educacional brasileiro, apontado pela maioria dos especialistas do setor como ineficiente para levar o país a ingressar no seleto clube das nações desenvolvidas. Inegavelmente, uma nação só alcança o estágio de pleno desenvolvimento econômico e social se tiver uma política educacional capaz de levar a sociedade a um estágio civilizatório sonhado por todos que acreditam na evolução humana. Esforços são feitos para a universalização do ensino, mas de nada adianta investimentos no setor se os mesmos não forem bem direcionados, como apontam educadores de todas as matizes políticas e ideológicas.
         O expressivo aumento na oferta de matrículas nas escolas públicas não se traduziu em melhoria na qualidade do ensino, o que pode ser comprovado pelas pesquisas comparativas com outros países. O Brasil continua amargando as últimas posições no ranking mundial da educação, como mostrou recentemente relatório do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa). Todos os governantes, ao assumir seus cargos, prometem envidar todos os esforços para a reformulação do sistema educacional, mas suas iniciativas não foram capazes de equacionar o grave problema.
         É inegável que a educação brasileira apresenta dois tipos de pobreza. Ela é pobre se comparada aos padrões internacionais, mas é ainda mais pobre quando é dada a estudantes filhos de pais pobres. A verdade é que os alunos mais desfavorecidos materialmente não têm as mesmas oportunidades dos mais favorecidos economicamente, depois de concluídos os estudos. O desempenho escolar dos mais pobres deixa a desejar, o que acaba refletindo quando os jovens buscam uma colocação no mercado de trabalho.
         Uma questão que preocupa os educadores é a forma como vêm sendo investidos os recursos financeiros disponíveis. Para eles, um ponto vulnerável do sistema educacional é o maciço investimento no ensino superior, em detrimento dos ensinos básico e médio. E recursos não faltam, já que em 12 anos o orçamento da educação triplicou, passando de           R$ 43 bilhões para R$ 130 bilhões. O que não pode ser negligenciado é a forma como esses recursos são aplicados, com o intuito de se evitarem desperdícios.
         Nesta semana, o governo federal anunciou o novo piso salarial dos professores, com reajuste de 7,64%, passando de R$ 2.135,64 para           R$ 2.298,80, tido como insuficiente para o desempenho profissional dos responsáveis pela formação intelectual da juventude. Pior: 14 estamos não cumprem nem o piso. Diante do quadro atual, pode-se dizer que a sociedade brasileira testemunha uma verdadeira tragédia no setor, mas com a mobilização de toda a sociedade é possível reverter esta lamentável realidade.”.

(EDITORIAL do jornal ESTADO DE MINAS, edição de 14 de janeiro de 2017, caderno OPINIÃO, página 6).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 23 de setembro de 2016, mesmo caderno, página 7, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral transcrição:

“Cidadão, operário da paz
        A importância da paz em nossas vidas e, sobretudo, a corresponsabilidade em se conquistá-la e promovê-la, é necessidade permanente, pois o comprometimento desse dom vem de deficiências em posturas individuais. Essas condutas geram terríveis focos de tensão: conflitos causados pelas desigualdades entre ricos e pobres, a mentalidade egoísta e individualista do capital financeiro desregrado, terrorismo e criminalidades, fanatismos e fundamentalismos religiosos. Esses e outros males ameaçam, continuamente, a paz.
         Na direção oposta das atitudes que geram colapsos há uma lista de “obras do bem” que enriquecem o mundo e indicam que a vocação natural de cada pessoa é ser operário da paz. Importa, nesse sentido, investir sempre, em todas as circunstâncias e de diversos modos, no cultivo pessoal da aspiração pela paz, compreender esse anseio como essencial. Assim, todos precisam reconhecer que cada ser humano nutre, na sua interioridade, o desejo de uma vida feliz, plena e bem-sucedida. Não se alcança essa meta sem que cada um, com a própria força, faça de si um coração de paz. Quem não se dedica a esse compromisso torna-se empecilho para a paz. Esse dom de Deus depende do comprometimento e convicção na busca por uma humanismo integral, fundamentado no irrestrito respeito à dignidade de cada pessoa.
         Por isso, é preocupante a desumanização em curso no cenário mundial, impeditivo para a consolidação dos alicerces fundamentais às sociedades solidárias e fraternas. Esse grave processo gera desgastes e perdas que podem se tornar irreversíveis. Na sua raiz estão pessoas perigosas, que desconhecem qualquer sentido humanístico e, portanto, ignoram o significado do dom de viver. Consequentemente, tornam-se peso sobre os ombros da humanidade e fazem da conquista da paz, uma tarefa ainda mais difícil. Percebe-se, assim, que é indispensável a cada pessoa recompor a gramática inscrita em seu coração pelo Divino Criador, com a ajuda indispensável de vivência familiares, dinâmicas educativas e culturais.
         Nesse horizonte, é inquestionável a importância de se reconhecer que há um direito natural e, ao mesmo tempo, diretriz, que não se estabelece a partir do que está no lado de foram da interioridade. Trata-se de uma convocação que se inscreve na natureza do ser humano, para realizar, fielmente, o projeto universal do divino. Desconhecer ou tratar com descaso e indiferença essa verdade corrói a possibilidade da conquista da paz, pois compromete a condição humana de ser coração da paz. Não basta a quietude ou se compreender como “inofensivo”. Quando um indivíduo adota princípios individualistas que se transformam em mesquinharia, contribui para enfraquecer a dimensão social e comunitária que é intrínseca ao sentido autêntico da paz.
         Assim, é imprescindível o irrestrito e incondicional respeito à dignidade de cada ser humano, que é imagem do Criador. Trilhar essa direção traz como consequência a superação de toda arbitrariedade. É conduta com força transformadora, que reconfigura os cenários da sociedade. Faz com que as pessoas detentoras de maior poder econômico e político não aproveitem dessa condição para atropelar direitos dos menos favorecidos. Quando se respeita a dignidade de cada pessoa, adotando essa conduta como princípio, realidades degradantes são reconfiguradas como velocidade meteórica.
         Por isso mesmo, as instituições todas têm o dever de se tornar protetoras dos direitos fundamentais. De modo muito especial, é preciso promover o respeito à vida e à liberdade religiosa, sob pena de nunca se poder alcançar a paz. O respeito à vida em todas as suas etapas há de se tornar um compromisso inegociável. A defesa da liberdade na vivência da fé exige diálogo e reciprocidade, a consideração fundamental de que o ser humano está em permanente relação com um princípio transcendente e fundamental para a existência.
         Com convicção, deve-se reconhecer que o direito à vida e à livre expressão da fé em Deus não está nas mãos do homem. São princípios que não podem ser desrespeitados por relativismos éticos e morais. Quando são desconsiderados esses direitos, há séria ameaça à cidadania, ao compromisso de cada pessoa em se empenhar para promover a paz. E os resultados serão sempre nefastos para a humanidade, que vagará, cada vez mais, sem rumo, como gente perdida justamente por não conseguir ser cidadão, operário da paz.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em novembro a ainda estratosférica marca de 482,05% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial registrou históricos 330,65%; e já em dezembro o IPCA acumulado nos últimos doze meses chegou a 6,29%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 516 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2017, apenas segundo o Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,722 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 946,4 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

- 55 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016) ...

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por uma Nova Política Brasileira...  
        
 


sexta-feira, 18 de março de 2016

A CIDADANIA, A LÍNGUA PÁTRIA, O ENSINO DE HISTÓRIA E A EDUCAÇÃO HUMANÍSTICA E EMPREENDEDORA

“Educação: da língua à história
        A educação é um assunto inesgotável em todo o contexto que aborda o desenvolvimento sociocultural de qualquer país. Em busca de soluções para melhorar a qualidade da educação escolar, o Brasil discute alternativas e caminhos que possam mudar as experiências fatídicas até hoje vividas.
Sabe-se que os índices atingidos nos testes e pesquisas realizados sempre se mostram desfavoráveis a serviços educacionais de qualidade. Fato comprovado com os resultados do Programme for International Student Assessment (Pisa), da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que avalia os conhecimentos e habilidades dos alunos em leitura, matemática e ciências e que reconheceu o Brasil em 2015 em 60º lugar de 76 países no ranking de educação.
         Assim, percebem-se as falhas consideráveis da educação no Brasil quando os alunos se submetem a testes e ratificam a fragilidade existente na aquisição dos conteúdos, no desenvolvimento de suas habilidades e competências básicas, tais como a compreensão de textos e o raciocínio lógico.
         Enquanto a preocupação na mudança da qualidade do ensino é um fator ostensivo e preponderante para a sociedade, convive-se com a enfatização de mudanças significativas no novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa e na abordagem dos conteúdos em história. Em 2008, o Brasil aderiu ao novo acordo ortográfico. Previsto para que entrasse em vigor em janeiro de 2013, o governo foi obrigado a adiar devido às polêmicas e críticas da sociedade, e só agora, em 2016, tornou-se obrigatório.
         A vigência obrigatória do novo acordo divide opiniões de especialistas; enquanto uns acham de extrema importância tal mudança, outros defendem a ideia de que pouca diferença fará na comunicação entre países, visto que as variações ortográficas não comprometem a compreensão e não interferem no sentido do texto.
         Enquanto os linguistas divergem em suas opiniões e a sociedade tenta assimilar as novas regras, outra discussão não menos importante ocorre na reestruturação do currículo de história. Desde setembro de 2015, há um diálogo polemizado sobre a mudança no conteúdo de história ensinado nas escolas. A proposta preliminar causou um grande desconforto para os idealizadores do programa, eles admitiram falhas e propuseram novas discussões. Entendeu-se que a história antiga seria abolida do conteúdo programático. Especialistas de todo Brasil se manifestaram e argumentaram contrários a tais mudanças.
         É evidente a necessidade do estudo da história antiga como compreensão do atual contexto sócio-político-cultural do país e do mundo. Propor um rompimento com uma perspectiva eurocêntrica é suprimir um passado indispensável para a compreensão dos questionamentos atuais. A importância do estudo da história antiga evidencia sua relação com a filosofia, a literatura, a sociologia, o direito e outras disciplinas afins, mostrando pelo diálogo a integração existente e a base fundamental para a construção de sentido.
         Assim como no universo linguístico, numa realidade discursiva, não há enunciação sem enunciado, ou seja, é da enunciação que vêm as orientações para o sentido do enunciado. Em uma realidade histórica, não há compreensão do presente sem o resgate do passado. A noção de temporalidade histórica depende da aquisição do sentido do tempo: passado, presente e futuro. Logo, para que o ensino de história crie condições de elaboração de novos sentidos e significados é inegável que o aluno tome conhecimento das origens. Dessa forma, haverá um comprometimento com a formação de um cidadão autônomo, capaz de construir relações do conhecimento histórico com a atualidade.
         No mesmo viés, é possível perceber a importância do conhecimento da história antiga para entender as formas de governo, a criação das leis e a preocupação com o direito humano. Dessa maneira, não como dissociar o direito contemporâneo dos seus primórdios. Foi em Atenas, símbolo da cultura grega, que se começou a criar a ideia de democracia, conceito estudado exaustivamente na sociedade contemporânea.
         O direito romano, por sua vez, é a base da ciência jurídica da maioria dos povos modernos. Como então não abordar na história a pré-história, a Antiguidade e a Idade Média, se são esses os conhecimentos prévios que o aluno irá adquirir para confrontar com a realidade do seu tempo? Esses são assuntos fundamentais que levam a uma visão sistêmica e complementar dos alunos.
         Se o mais importante é desenvolver práticas pedagógicas que ensinem noções de ética, política e cidadania, como não passar pelo ensino das primeiras cogitações filosóficas com Aristóteles, Sócrates e Platão? É necessário que o aluno saiba e reconheça as influências gregas e romanas no mundo atual e revalide a importância de conhecer o passado para tecer suas críticas em relação ao presente.”.

(ALESSANDRA APARECIDA SOUZA LIMA MARQUES. Advogada, professora, formada em letras, com habilitação em português e francês pela UFMG, pós-graduada em estudos linguísticos pelo UNI-BH, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 16 de março de 2016, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 15 de março de 2016, mesmo caderno, página 17, de autoria de MARIA FLÁVIA BASTOS, professora do Centro Universitário Una, e que merece igualmente integral transcrição:

“Humanística e empreendedora
        Desde muito tempo, é comum ver nos noticiários nacionais o cenário inóspito da educação brasileira. Nesses mesmos meios e, ainda, em eventos acadêmicos, veem-se, com constância, debates inerentes à necessidade e à urgência de se promoverem no Brasil mudanças e melhorias no processo ensino-aprendizagem. Essas temáticas tem estado latente, já que vivemos um novo mundo, uma nova realidade que tem, portanto, um novo aluno: conectado às novas tecnologias, atento às novas descobertas e aberto ao novo. Além disso, tem-se apresentada também uma urgência na formação dos gestores que chegam às organizações atuais.
         Entendendo que é preciso que as universidades troquem a formação de um tipo taylorista de empregado – passivo e obediente – para a formação de um gestor ativo e cooperativo, as escolas deverão repensar seus modelos e apostar em formatos mais livres e humanísticos, que coloquem o aluno no centro, extrapolando os espaços das salas de aula e dialogando com a comunidade.
         Também a educação universitária passa por questionamentos sobre o que é ensinar e aprender, como ouvir e responder, o que oferecer e propor, numa tentativa de construir uma nova dimensão da educação: propondo-se a romper as barreiras do conhecimento para ir em busca de um saber reflexivo. Aliado a esse desejo de mudança, temos um novo cenário na política e na economia do Brasil, que causa mudanças comportamentais em vários aspectos, inclusive na educação. Mais jovens e adultos, que antes não tinham acesso ao ensino superior, chegam às salas de aulas. Boa parte desses estudantes já tem ocupações no mercado e busca por melhorias salariais e sociais.
         Numa outra parcela desses estudantes apresenta-se um jovem ansioso, conectado e inquieto, ávido por informações e mudança. Por conta desse novo panorama é preciso repensar a educação. É preciso repensar, inclusive, o mercado, que, a cada dia, tem tido bastante dificuldade para encontrar profissionais adequados às suas necessidades. O que se apresenta, portanto, é um cenário controverso que nos leva a refletir se, a partir do que existe como modelo tradicional de educação, é possível fazer diferente. Os professores estão prontos para uma mudança? E os alunos? E as escolas? E o mercado? Qual é, enfim, o papel da universidade na formação dos novos empreendedores?
         O empreendedorismo é um tema que até bem pouco tempo não alcançava as barreiras acadêmicas, mas hoje percebemos (especialmente dos alunos) a vontade de saber empreender. Para se ter uma ideia dessa realidade, de acordo com uma pesquisa da Endeavor e do Sebrae de 2014, dos quase 5 mil universitários entrevistados, 48,7% já fizeram alguma disciplina relacionada ao empreendedorismo. Assim, um projeto pedagógico voltado para formar empreendedores deve prever que os alunos aprendam a definir os contextos e tomar decisões quanto à própria carreira.
         Infelizmente, ainda vivemos realidades escolares em todos os níveis (fundamental, médio e superior), onde o que prevalece é a aprendizagem cheia de regras, com o professor sendo o detentor de todo o conhecimento e, logo, do poder, e o aluno pressionado a ser (como únicas opções) “empregável” ou “empreendedor de sucesso” numa rotina que obedece à ordem de avaliar, recompensar e punir. E, assim, vamos fortalecendo o ciclo de uma sociedade cada mais presa a valores materiais e tecnológicos, onde referências sobre o que é o relacionamento, ou o ser humano, suas diferenças, sua cultura vão se perdendo cotidianamente.
         Ao mudar salas de aula, teremos uma possibilidade real (ao estimular novas práticas – menos mecanicistas e mais cooperativas) de renovar organizações, resgatando aquilo que elas têm de mais genuíno e de mais interessante: as pessoas, sua amorosidade, sua história, suas diferenças.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a educação – universal e de qualidade –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em fevereiro a ainda estratosférica marca de 419,60% para um período de doze meses; e mais, também em fevereiro, o IPCA acumulado nos doze meses chegou a 10,36%...); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 515 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com projeção para 2016, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,348 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,044 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a   Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do Pré-Sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

- Estamos nos descobrindo através da Cidadania e Qualidade...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por uma Nova Política Brasileira...