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segunda-feira, 10 de setembro de 2018

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, OS GRAVES DESAFIOS DA QUALIFICAÇÃO DO ENSINO E A TRANSCENDÊNCIA DA MORALIDADE NA SUSTENTABILIDADE


“Desastre do ensino
        Catastrófico. Assim pode ser classificado o desempenho dos estudantes que concluíram o ensino médio em escolas públicas do Brasil no ano passado. São cerca de 70% de alunos prontos para entrar nas universidades que apresentaram conhecimentos considerados  completamente insuficientes em matemática e português. Por incrível que possa parecer, não estão preparados para resolver utilizando as operações elementares de soma, subtração, multiplicação e divisão. Mais: também não aprenderam o considerado básico em português, o que significa que saem da escola incapacitados em reconhecer o tema de uma crônica ou identificar a informação principal de uma reportagem. Constatação que assusta pelo que representa para o crescimento do país.
         A verdade é que o ensino médio encontra-se praticamente estagnado, o que tem contribuído quase nada para o desenvolvimento cognitivo dos estudantes brasileiros. A baixa qualidade do ensino médio, ao prejudicar a formação dos discentes, acaba atrasando o desenvolvimento socioeconômico do Brasil – o tema é recorrente e desperta infindáveis discussões em toda a sociedade, particularmente nos meios educacionais, tendo sofrido, recentemente, polêmica reformulação.
         Os dados do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (Saeb), divulgados pelo Ministério da Educação (MEC), colocam o país no nível 2, numa escala de zero a 10, nas duas disciplinas. A situação desastrosa na formação educacional dos jovens é comprovada pela frieza dos números. Em português, os estudantes atingiram 268 pontos e em matemática 270 pontos, o que os posiciona no nível 2 da escala. Até o nível 3, o aprendizado é tido como insuficiente; a partir do nível 4 é considerado básico; e do nível 7 em diante, adequado.
         O levantamento do Saeb aponta, claramente, as desigualdades sociais no Brasil. Mostra que, na média, 43 pontos separam os estudantes que pertencem ao grupo dos 20% do nível mais baixo, em português, colocando os mais ricos no nível 3 (mais alto, mas ainda tido como insuficiente) e os mais pobres no nível 2 (insuficiente). Em matemática, a diferença entre os dois grupos aumenta, ficando em 52 pontos, com os mais ricos no nível 4 (básico) e os mais desfavorecidos no nível 2. O Distrito Federal registra, entre os entes da federação, a maior diferença entre os dois grupos.
         As desigualdades regionais, assunto sempre em alta na época de campanhas eleitorais, também ficam demonstradas no estudo. A maior parte dos estados do Norte e do Nordeste, além do Mato Grosso, teve desempenho inferior à média nacional. Pernambuco é o único estado das duas regiões que apresenta média superior à nacional, ficando ao lado dos estados do Sul, Sudeste e Centro-Oeste.
         A dramática situação de âmbito nacional pode ser medida pelas palavras do próprio ministro da Educação, Rossielli Soares, que considera “um desastre” o ensino médio brasileiro. O governo mostra disposição em reverter quadro tão preocupante na educação quando lança programas como o Novo Ensino Médio, Base Nacional Comum Curricular e Mais Alfabetização. Mas de nada adiantam iniciativas tidas por alguns como bastante avançadas se não houver apoio integral a essas ações para que os resultados positivos apareçam o mais rapidamente possível.”.

(Editorial do jornal ESTADO DE MINAS, edição de 31 de agosto de 2018, caderno OPINIÃO, página 6).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição, caderno, página 7, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral transcrição:

“Moralidade, peso de ouro
        A sociedade brasileira precisa estar convicta de que a moralidade é o “ouro primeiro” de todos os processos. Nem mesmo inteligências estratégicas, procedimentos bem-articulados e as soluções para os graves problemas são capazes de resistir à falta de tradição moral, fundamental para a construção do bem comum, que precisa ser respeitado e promovido.
         Isso porque o equilíbrio e a identidade de uma nação dependem, fundamentalmente, de um conjunto de normas, valores e costumes que constituem o tesouro de uma rica tradição moral. Assim, a sociedade deve se conduzir pelos princípios de sua carta maior, a Constituição Federal, que reúne referências normativas com o objetivo de garantir a justiça e fomentar a construção de uma cidadania solidária.
         A letra da norma, aquilo que está explícito na lei, resulta de processos interpelativos e de desdobramentos socioculturais e religiosos. Processos capazes de inspirar os seres humanos – congregados em povos e culturas – a leituras e entendimentos que possibilitem a configuração de uma tradição moral que ordene vivências, convivências, procedimentos e funcionamentos.
         Assim, uma sólida tradição moral não se configura a partir de simples recursos de subjetividades ou de ideologias. É fruto da interação dos seres humanos que se articulam na importante tarefa de edificá-la pela essencialidade do relacionamento entre pessoas e pela referência dos valores morais e princípios éticos, inegociáveis e intocáveis – cláusulas pétreas.
         Uma exemplar singularidade entre essas cláusulas é a inviolabilidade do dom e do direito à vida, que tem de ser respeitada em todas as suas etapas – da fecundação ao declínio, com a morte natural. Toda legislação em contrário fere e desestabiliza o tecido da tradição moral, com graves prejuízos para todos. Mas preservar o bem comum não é tarefa fácil, exige cuidado e atenção, uma verdadeira luta no interno da sociedade. Não se pode desconsiderar a tendência de se buscar, simplesmente, o interesse pessoal.
         O egoísmo tem força para fazer passar o interesse de um ou de determinado grupo e segmento em prejuízo do outro ou do bem comum. A perda da tradição moral representa grave comprometimento da autoridade. Nesse horizonte, a prioridade deve ser o investimento na formação de condutas pautadas no respeito a valores ético-morais – não se fala aqui, absolutamente, de moralismos e conservadorismos, mas de rever condutas e comportamentos.
         É preciso investir na recuperação da moralidade, em todos os setores, envolvendo o conjunto dos cidadãos, para alavancar projetos de desenvolvimento integral, de qualificação da cidadania. Esse percurso de formar, recompor e manter a tradição moral, indispensável a uma nação, não pode ser fruto de subjetivismo ou imposição ideológica. Os processos educativos, formais, familiares e nas diferentes circunstâncias e processos que compõem a vida cotidiana, têm séria responsabilidade por contribuir, significativamente, para que esse tecido erodido por muitas causas e razões se recomponha.
         O comprometimento do tecido moral, particularmente quando considerados os esquemas de corrupção e depredação do erário, o modo irresponsável com que é tratado o bem público requerem a ação de bons gestores, que representem o povo nas suas instituições, e cidadãos honestos nas relações do dia a dia, nas mais comuns circunstâncias.
         O atendimento a essa demanda urgente exige que se considere a importância do tesouro em que a moralidade está inscrita, especialmente neste ano eleitoral, quando a credibilidade dos candidatos está em questão. A tradição moral na política está sucateada e por isso o preço do descrédito é grande. O mesmo ocorre na esfera religiosa e não menos, de modo preocupante, no mundo do judiciário e em outros tantos segmentos da sociedade. Assusta muito ver decisões, frutos de interpretações de leis e normas, com favorecimentos por conivência, por poder ou até mesmo por mediocridade em razão da pouca competência, não só acadêmico-científica, mas, sobretudo, pelo distanciamento de sólidas tradições morais.
         É necessário assimilar a convicção de que a moralidade é a alavanca única que pode sustentar, dar consistência e empurrar na direção certa. A sociedade precisa, em todos os ambientes e segmentos, contar com cidadãos e cidadãs que, acima de tudo e prioritariamente, considerem, vivam e testemunhem a moralidade a peso de ouro.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 128 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em julho a ainda estratosférica marca de 271,43% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial em históricos 303,19%; e já o IPCA, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 4,48%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2018, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,847 trilhão (52,4%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,106 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
56 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2017)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...      

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador e Legislador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios,
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.



        


            

segunda-feira, 6 de julho de 2015

A CIDADANIA, A MEDIDA DA EDUCAÇÃO DE QUALIDADE E A ECOLOGIA INTEGRAL

“Avaliação educacional no Brasil
        O sucesso nos resultados de qualquer atividade depende da gestão de recursos materiais e humanos. A avaliação é uma aliada do gestor, capaz de oferecer-lhe diagnósticos da realidade e subsidiar suas decisões e investimentos. Essa análise exige o uso de instrumentos adequados de coleta de dados elaborados com o rigor metodológico necessário, pois uma distorção nesse processo inicial e na consequente qualificação da realidade poderá levar o gestor a tomar decisões inadequadas e insatisfatórias. No caso da educação, existem três objetos principais da prática avaliativa: a aprendizagem do educando, levando em conta as necessidades individuais de cada aluno; a instituição escolar onde o estudante está inserido e que lhe oferece as condições de aprender, por meio de todas as atividades de ensino; e, por último, o próprio sistema de ensino, que pode ter a abrangência de um município, de um estado ou do país.
         Até aproximadamente os anos 1980, acreditava-se que o único responsável pelo fracasso escolar fosse o aluno. Vagarosamente, estamos aprendendo a compreender que todo o sistema está comprometido com o sucesso ou com o fracasso das crianças e dos jovens nas escolas. Desde então, em vários lugares do mundo e também no Brasil, observamos investimentos não só na avaliação da aprendizagem dos alunos considerados individualmente nas salas de aula, mas também da instituição escolar e do sistema de ensino.
         Hoje, no Brasil, temos várias atividades avaliativas, denominadas de larga escala, que analisam o desempenho das instituições escolares e do sistema de ensino, tendo por base os resultados da aprendizagem dos estudantes. Nesse contexto, podemos citar o Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), o Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade), o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), a Prova Brasil e, mais recentemente, A Avaliação Nacional da Alfabetização (ANA), estabelecida em 2012.
         Permanece, então, a necessidade da avaliação da aprendizagem do educando individualmente, dentro da sala de aula, uma vez que essa avaliação subsidia, em primeiro lugar, o professor a tomar decisões que possam viabilizar o sucesso em suas atividades de ensino; além disso, é o resultado da aprendizagem dos estudantes que orienta todas as outras práticas avaliativas em educação, à medida que o aprendizado satisfatório dos alunos é a finalidade principal tanto das instituições escolares como do sistema de ensino.
         Dessa forma, nas atividades cotidianas em sala de aula, a avaliação precisa ser praticada com um pouco mais de rigor metodológico, com instrumentos de coleta de dados que não sejam aleatórios, e com critérios determinados para avaliar a satisfatoriedade ou não do desempenho dos estudantes da instituição. O sistema de ensino e as instituições escolares podem apresentar todos os requisitos institucionais necessários, tais como estrutura física, mobiliário, equipamentos, mas não terão cumprido sua finalidade caso os estudantes não aprendam efetivamente.
         Para se alcançarem os resultados desejados e expressos nos planejamentos, a avaliação é uma boa aliada do gestor, revelando-lhe constantemente se suas ações têm sidos satisfatórias ou não. Caberá a ele, subsidiado pela avaliação, investir construção de boas práticas. Se assim acontecer, nosso país será bem-sucedido em seus projetos educativos; caso contrário, não teremos o êxito que desejamos nos resultados da educação nacional.”

(CIPRIANO CARLOS LUCHESI. Doutor em educação, colaborador da Fundação Santillana, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 3 de junho de 2015, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 3 de julho de 2015, mesmo caderno e página, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral transcrição:

“Ecologia integral
        O papa Francisco, em sua carta encíclica Louvado Sejas – Sobre o cuidado da casa comum, faz uma grande convocação: é hora de uma reação mais revolucionária e contundente à cultura do descarte. Para além de análises técnicas e científicas, é urgente sensibilizar-se para compreender o que está acontecendo – sublinha o Santo Padre – com a nossa casa, a Terra. Infelizmente, a dinâmica hegemônica que preside as relações e, particularmente, o uso dos bens da criação é sustentada pela cultura do descarte. O Santo Padre adverte que a Terra – nossa casa – parece transformar-se cada vez mais num imenso depósito de lixo.
         Há uma aceleração descontrolada nos processos de mudança da humanidade e do planeta. A vida ganha ritmo cada vez mais frenético e, nesse contexto, o consumismo torna-se parâmetros que baliza fundamentos. Na contramão de uma vida saudável, o que se constata é um crescente processo de degradação, impulsionado pela perversidade das ações humanas em nome do “progresso” e do crescimento da economia. Impõe-se um ritmo que é avassalador frente à dinâmica da evolução biológica.
         Obviamente, não é o caso de se opor ao progresso. O que se defende é a reavaliação de perspectivas e processos que não levam em conta o bem comum. Deve-se buscar, sempre, o desenvolvimento sustentável e integral. São fundamentais as ações que permitam à humanidade perceber, cada vez mais, que a cultura do descarte ameaça a vida. Nesse sentido, a contribuição de cada pessoa é fundamental. O papa Francisco fala da necessidade de se tomar dolorosa consciência diante das muitas e complexas questões que nos preocupam. Os congressos, protocolos, fóruns e outras instâncias que objetivam a preservação do planeta precisam efetivar e operacionalizar com mais rapidez os seus propósitos e compromissos.
         A cultura do descarte tudo converte em lixo, na dinâmica do desarvorado consumismo, e só pode ser superada a partir de processos educativos que capacitam para a vivência de uma ecologia integral. A própria natureza muito nos ensina. O papa Francisco chama a atenção para o funcionamento de ecossistemas, que mostram a interdependência entre os seres vivos. Lembra o Santo Padre que as plantas sintetizam substâncias nutritivas que sustentam os herbívoros. Os carnívoros, por sua vez, se alimentam dos herbívoros e dão origem a uma nova geração de vegetais ao fornecerem significativos volumes de resíduos orgânicos.
         O ser humano não pode perder-se mas irracionalidades que incentivam, de modo generalizado, o descarte. É preciso engajar-se nos processos educativos que promovem a ecologia integral, especialmente as suas dimensões sociais e humanas. As condições de vida e a sobrevivência precisam ser mais adequadamente pensadas. Nessa direção, o meio ambiente exige que consideremos a natureza como algo que faz parte de nós, não uma simples moldura. Todos são convocados a pensar a íntima relação entre a crise ambiental e a crise social.
         Por isso mesmo, quando se reflete, por exemplo, sobre o estado de saúde de instituições da sociedade, imediatamente há que se considerar o impacto que causam no ambiente e na qualidade de vida. É central, pois, falar de uma ecologia econômica, que não pode distanciar-se do humanismo, não permite o divórcio entre a economia e as análises dos contextos humanos, familiares, urbanos, de trabalho, da relação do ser humano consigo mesmo e com os outros. Também é imprescindível promover uma ecologia social, quando se considera a responsabilidade das instituições que regulam as relações humanas.
         No processo de enfrentamento da cultura do descarte, não se pode desconsiderar o crescente problema da violência, o comprometimento da liberdade e prática perversa da injustiça. É muito grave a hegemonia da postura consumista do ser humano, impulsionada pelos mecanismos da economia globalizada. Lamentável também é a pobreza legislativa de países que não conseguem fortalecer as instituições responsáveis em promover o bem do povo. O que se vê é um sacrifício imposto, principalmente, aos mais pobres.
         É urgente trabalhar para uma recuperação da interioridade, ameaçada pelo consumismo, pelo descarte que produz lixo, de modo ilimitado, gerando descompassos que arruínam as condições necessárias para uma vida sustentável. A insanidade destes tempos precisa ser debelada a partir de investimentos e compromissos com a compreensão e a prática de uma ecologia integral.”

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

     a)     a educação – universal e de qualidade –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da sustentabilidade...);

     b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito subiu 1,7 ponto percentual em abril e atingiu 347,5%  ano ano...); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a simples divulgação do balanço auditado da Petrobras, que, em síntese, apresenta no exercício de 2014 perdas pela corrupção de R$ 6,2 bilhões e prejuízos de R$ 21,6 bilhões, não pode de forma alguma significar página virada – eis que são valores simbólicos –, pois em nossos 515 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, e segundo o estudo “Transporte e Desenvolvimento – Entraves Logísticos ao Escoamento de Soja e Milho, divulgado pela Confederação Nacional do Transporte, se fossem eliminados os gastos adicionais devido a esse gargalo, haveria uma economia anual de R$ 3,8 bilhões...);

     c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com projeção para 2015, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,356 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (apenas com esta rubrica, previsão de R$ 868 bilhões), a exigir IMEDIATA, abrangente, qualificada e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br).

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a   Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do Pré-Sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

O BRASIL TEM JEITO!...     
     
        


    

                

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

A CIDADANIA BUSCA A BOA APLICAÇÃO DE RECURSOS E A QUALIDADE DA EDUCAÇÃO

“Os bilhões do ensino público

Não se gasta pouco com educação no Brasil. O que existe é um orçamento de ensino distorcido, que privilegia alguns setores em prejuízo do mais importante, que é o ensino de primeiro grau. Esta opinião é partilhada por especialistas, há muitos anos, desde que se iniciou, ainda no governo do ex-presidente Eurico Gaspar Dutra (1945 a 1951), a discussão sobre a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB).

No âmbito da União, qual a maior crítica que se faz ao uso do dinheiro público no ensino? No fato de se gastar a maior parte das verbas com o pagamento de pessoal. Claro que os integrantes das universidades federais públicas contestam esses dados. Mas, com quem está a verdade?

O ministro Murílio Hingel, em entrevista concedida na semana passada, pôs as cartas na mesa com base em dados e números oficiais. Disse o titular da Educação que, no ano passado, as instituições de ensino superior (mais 30 escolas de primeiro e segundo graus do ME) consumiram US$ 6,5 bilhões do orçamento executado, que foi de US$ 10,4 bilhões. Verifica-se, portanto, que a maioria esmagadora das verbas federais foi destinada ao terceiro grau, já que a parte do ensino de primeiro e segundo graus fica exclusivamente a cargo dos Estados e municípios. Em síntese: em 1993 o governo federal gastou US$ 5,9 bilhões só com pagamento de pessoal (professores e funcionários) restando apenas US$ 600 milhões para outros custeios e capital. Quer dizer: a Nação inteira, com 150 milhões de habitantes – inclusive cerca de 25 milhões de crianças de 04 e 14 anos e adolescentes entre 15 e 20 anos que não podem se educar por falta de escolas e professores – paga a educação de alguns privilegiados, cerca de 500 mil, se tanto.

O grande mal é que há muitos anos se discute o problema sem que se adote medida para corrigir essa gritante disparidade. É por isto que é preciso que os parlamentares integrantes do Congresso revisor (senadores e deputados) enfrentem com determinação e coragem o problema do “ensino pago” na área do ensino federal de terceiro grau. Não se trata de acabar com o “ensino gratuito”, que é uma farsa, já que só conseguem entrar nas federais alunos oriundos de famílias abastadas, que podem cursar os melhores colégios particulares e cursinhos. Trata-se, na verdade, de exigir que o ensino deve ser pago por quem pode pagar, como facilmente se poderá comprovar através de rastreamento nas declarações de imposto de renda dos alunos matriculados nas federais. Por que não fazê-lo, já que agora se fala tanto que se está passando o Brasil a limpo?

A nação que serve de exemplo são os Estados Unidos. Lá os dispêndios educacionais são fiscalizados por cada comunidade envolvida em cada escola. E nada de edifícios suntuosos. Uma escola de primeiro grau, se contar com professores competentes, pode funcionar em uma casa simples, desde que ofereça conforto e segurança. E é hora de acabar com essa balela de disputa entre “ensino gratuito” e “ensino pago”. Todo ensino tem de ser pago por alguém. A maioria dos estudantes universitários (cerca de 1 milhão e 100 mil em 1 milhão e 500 mil) paga seus estudos com dinheiro do próprio bolso. E a maioria deles é formada por estudantes que trabalham durante o dia, conforme se tem comprovado através de pesquisas realizadas pelas próprias instituições federais de ensino superior. Vale dizer: o quadro da educação nacional é um escândalo que continua privilegiando os filhos das famílias de alta renda, com as exceções que só confirmam a regra.”
(EDITORIAL do jornal ESTADO DE MINAS, publicado na edição de 13 de janeiro de 1994, Caderno OPINIÃO, página 6).

Mais uma IMPORTANTE, PEDAGÓGICA e OPORTUNA contribuição vem de artigo publicado na Revista VEJA – edição 2238 – ano 44 – nº 41, de 12 de outubro de 2011, páginas 116 e 117, de autoria de GUSTAVO IOSCHPE, que é economista, e merece igualmente INTEGRAL transcrição:

“O rombo da educação é o cabide de empregos de 46 bilhões

Há uns dois meses, quis descobrir o total de funcionários do setor da educação no Brasil. O número de professores é bem conhecido dos pesquisadores, pois está na casa dos 2 milhões há alguns anos, mas não sabia quantos seriam os funcionários do setor que não são docentes.

Tenho um verdadeiro arsenal de dados estatísticos sobre a educação brasileira e internacional. Procurei em todos, inclusive em algumas sinopses estatísticas da educação básica, que são arquivos com mais de 200 planilhas, que informam até quantas turmas do ensino fundamental com menos de 4 horas/aula por dia há no Acre. Mas o número de funcionários não aparece em nem um único documento. Não está disponível para consulta em lugar algum. Fiz então uma consulta direta ao Inep, órgão do MEC responsável por avaliações e estatísticas. A resposta solícita veio no mesmo dia: incluindo professores, são mais de 5 milhões de funcionários na área da educação no Brasil, pouco mais de 4 milhões deles na rede pública.

Fiquei embasbacado com esse dado. Não apenas pelo gigantismo do número total – seus 5 milhões de membros fazem com que essa seja a quarta maior categoria profissional do Brasil, atrás apenas dos agricultores, vendedores e domésticas –, mas especialmente pelo fato de termos 3 milhões de funcionários longe da sala de aula, um número 50% maior do que o de professores.

Imaginei que essa relação entre funcionários e professores seria menor em países com sistemas de educação mais eficientes. Dito e feito, até em um nível maior do que eu imaginara. Segundo os dados mais recentes do Education at a Glance, levantamento feito pela OCDE (disponível em twitter.com/gioschpe), a relação entre funcionários e professores em seus países-membros é de 0,43. No Brasil, falando apenas do setor público, essa relação é de 1,48. Ou seja, enquanto lá há um funcionário para cada dois professores, aqui a relação é quase três vezes e meia maior. Isso significa que, se o Brasil tivesse a mesma relação professor/funcionário dos países desenvolvidos, haveria 706.000 funcionários públicos no setor, em vez dos 2,4 milhões que temos. Como é difícil imaginar que precisemos de mais funcionários que as bem-sucedidas escolas dos países desenvolvidos, isso faz com que tenhamos 1,7 milhão de pessoas excedentes no sistema educacional, recebendo todo mês salários do nosso bolso. Se presumirmos que os funcionários recebem o mesmo salário médio que os professores (infelizmente não há dados oficiais a respeito do país todo, mas a conversa com alguns secretários da Educação me sugere que essa é uma hipótese válida), isso significa um desperdício de inacreditáveis 46 bilhões de reais, ou 1,3% do PIB, todo ano, o que certamente é mais do todos os escândalos de corrupção da última década somados. É simples chegar a esse número: basta saber quanto o Brasil investe em educação por ano e que porcentagem disso é investida em folha salarial. Ambos os dados estão disponíveis no Education at a Glance, e o cálculo completo está disponível no meu Twitter.

A importância desse dado, porém, vai muito além da simples montanha de recursos que são desperdiçados. Ele ajuda a explicar algo ainda mais importante para o futuro do Brasil: a razão pela qual nossa educação vai tão mal.

O primeiro fator impactado por essa gastança é o salário do professor. Esse dado explica como o Brasil pode, ao mesmo tempo, investir tanto em educação e ter professores tão insatisfeitos com o seu rendimento. (A propósito, cruzando os dados da OCDE com o PIB brasileiro, o salário médio mensal do professor na rede pública é de 2 262 reais. Cuidado com os discursos do pessoal que fala do “salário de fome”). Se se demitissem os funcionários excedentes, a remuneração destes aumentaria 73%, para 3 906 mensais.

O segundo impacto é o poder político desse grupo. Se já seria difícil a algum político ir contra a vontade dos 2 milhões de professores, o que dizer então de um grupo que, na verdade, tem 5 milhões de membros, a grande maioria sindicalizada e politizada? Não é de espantar que os políticos dispostos a encarar a briga com a categoria tenham sido invariavelmente derrotados. Não é de espantar, também, que a categoria consiga fazer greves tão volumosas e barulhentas.

A terceira realidade claramente descortinada por esses dados é a utilização política do setor de educação. Não é possível chegar a esse nível sem que haja um esforço deliberado de contratações desnecessárias. Contratações que só ocorrem porque os profissionais da educação são frequentemente utilizados como instrumento político de seus padrinhos. Muitos viram simples massa de manobra e fonte de votos, outros – especialmente nos cargos de direção e supervisão regional – acabam se tornando verdadeiros cabos eleitorais de lideranças regionais.

A quarta conclusão é ainda mais séria. Ela diz respeito à relação entre gastos com educação e a qualidade do ensino ministrado. A maioria dos estudos feitos sobre o tema demonstra não haver relação significativa entre o volume de recursos gastos em educação e a qualidade do ensino. No Brasil, onde a maior parte do gasto é canalizada para aumentar o número de profissionais na rede e dar melhor remuneração àqueles que já estão nela, não é de surpreender que o constante aumento de gastos no setor nos últimos dez anos tenha sido acompanhado de estagnação. Os resultados do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) foram piores em 2007, último ano disponível, do que em 1997. Se já é difícil promover melhorias nos países em que o recurso é bem aplicado, imagine no Brasil, onde o dinheiro financia um gigantesco cabide de empregos. O mais desalentador é que, em meio a tão contundentes evidências de que o aumento dos investimentos não tem trazido resultados na melhoria do aprendizado dos alunos, testemunhamos a todo momento a patética pregação para aumentar o valor investido em educação dos atuais 5% do PIB para 7% (o que já seria um fenomenal aumento de 40%, ou 73 bilhões de reais por ano, em valores de 2010). Não ocorre a ninguém que custa pouco o que realmente melhora o ensino: reformular os cursos universitários de formação de professores, profissionalizar a gestão das escolas, adotar um currículo nacional, permitir a criação de novas modalidades no ensino médio, melhorar o material didático e cobrar a utilização de práticas de sala de aula comprovadamente eficazes. É preciso disposição para encarar as tarefas que exigem trabalho e coragem para enfrentar as resistências corporativas. Mas sobre isso os bravos gastadores de plantão não querem nem ouvir falar. Não dá voto. Não sei exatamente como se sentiram os passageiros do Titanic ouviam a orquestra a tocar enquanto o navio fazia água, mas suspeito que a minha estupefação e desalento sejam parecidos com o sentimento deles. Com a agravante de que, cada vez que compro algo ou pago impostos, estou financiando o iceberg.”

Eis, pois, mais páginas contendo ADEQUADAS, GRAVES, PEDAGÓGICAS e OPORTUNAS abordagens e REFLEXÕES que acenam a IMPERIOSA e URGENTE necessidade de profundas TRANSFORMAÇÕES em nossas estruturas – educacionais, sociais, políticas, econômicas...), de forma a uma EFICIENTE, EFICAZ e EFETIVA aplicação dos PARCOS recursos PÚBLICOS, que de simples CONTABILIZAÇÃO de GASTOS, passemos ao trabalho de PLANEJAR , EXECUTAR e CONTROLAR – com COMPETÊNCIA, HONESTIDADE, TRANSPARÊNCIA e legítimo ESPÍRITO PÚBLICO...

Assim, URGE, ademais, a PROBLEMATIZAÇÃO de questões CRUCIAIS que tanto nos AFLIGE e ATORMENTA, como:

a) a EDUCAÇÃO – e de QUALIDADE, como PRIORIDADE ABSOLUTA de nossas POLÍTICAS PÚBLICAS;
b) a INFLAÇÃO, a exigir PERMANENTE e DIUTURNA vigilância, depois de DURAS lições por mais de três DÉCADAS;
c) a CORRUPÇÃO, que campeia por TODOS os setores da SOCIEDADE, numa parceria ESPÚRIA entre DINHEIRO PÚBLICO x INTERESSE PRIVADO;
d) o DESPERDÍCIO, em TODAS as suas MODALIDADES (uma bem VISTA acima);
e) a DÍDIVA PÚBLICA BRASILEIRA, já ultrapassando a barreira dos INACEITÁVEIS R$ 2 TRILHÕES, a clamar por GESTÃO e RESPONSABILIDADE...

São, e bem sabemos, GIGANTESCOS DESAFIOS que, de maneira alguma, ABATEM o nosso ÂNIMO nem ARREFECEM o nosso ENTUSIASMO e OTIMISMO nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA E QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, QUALIFICADA, LIVRE, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, que permita a PARTILHA de suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS, OPORTUNIDADES, POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos para EVENTOS como a CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E MUDANÇAS CLIMÁTICAS (RIO + 20) em 2012; a 27ª JORNADA MUNDIAL DA JUVENTUDE no RIO DE JANEIRO em 2013; a COPA DAS CONFEDERAÇÕES em 2013; a COPA DO MUNDO DE 2014, a OLIMPÍADA DE 2016, as OBRAS do PAC e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO 21, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INFORMAÇÃO, do CONHECIMENTO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um NOVO mundo, da PAZ, da IGUALDADE – com EQUIDADE - e FRATERNIDADE UNIVERSAL...

Este é o nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa LUTA, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA!...

O BRASIL TEM JEITO!...

sexta-feira, 18 de março de 2011

A CIDADANIA, A EDUCAÇÃO INFANTIL E A TECNOLOGIA

“Tecnologia e educação

Acessar publicações da biblioteca da Oxford University no computador de casa, fazer exercícios e ser avaliado pelo professor através de gráficos de desempenho na internet e, ainda, manter relacionamento com colegas de escola por meio de redes sociais próprias das instituições. Todos esses avanços tecnológicos hoje aliados à educação cooperam para modificar a forma como as pessoas buscam conhecimento. Quanto mais inovadora e flexível a maneira de aprender, mais o estudante irá se interessar e, com isso, intensificar seu aprendizado. Para se ter ideia, recentemente foram lançadas ferramentas que aumentam em até 80% a exposição do aluno ao idioma inglês devido à leitura, à escuta e à prática da língua em programas on-line.

A cada ano cresce o número de pessoas com acesso ao computador e à internet no Brasil. São mais de 80 milhões de internautas conectados para se divertir e relacionar, mas também para estudar, trabalhar e adquirir cultura. Os educadores e gestores precisam entender que os estudantes não se contentam mais somente com os livros e as salas de aula, eles querem explorar a infinidade de recursos que a internet oferece para aprender de formas inéditas e interativas. Hoje, o aluno pode sair da aula e, enquanto volta para casa, treinar o que aprendeu ou buscar mais informações, quem sabe até ler um livro, usando o celular. Se ele ficou com alguma dúvida, pode mais tarde interagir com o professor através da rede social da escola, por exemplo.

As instituições de ensino, que no início enxergaram esses avanços como ameaças e dispersores da atenção do aluno, já começam a explorar mais as diversas ferramentas que a tecnologia oferece a favor da educação. Além de democratizar o acesso à informação, elas trazem resultados visíveis para a otimização do aprendizado. Isso porque exigem mais autonomia do aluno, ampliam suas possibilidades, permitem relembrar e colocar em prática o que foi apresentado pelo professor em sala de aula e flexibilizam o horário. Os investimentos são altos, mas o aluno está mais exigente e valoriza as escolas que conseguem proporcionar essa integração on-line e off-line em seu dia a dia.

No ensino de inglês, a importância das novas tecnologias para o aprendizado é ainda mais evidente. A assimilação do idioma se dá, principalmente, através da visão e da audição, por isso, os recursos audiovisuais são indispensáveis para que o aluno se familiarize cada vez mais com a língua. Ouvir músicas, assistir filmes, fazer pesquisas na internet, participar de bate-papos orais ou escritos em inglês, tudo isso de maneira a melhorar a fluência. A prática também é muito importante. Sendo assim, a realização de exercícios e a leitura de publicações devem fazer parte da rotina para complementar o conteúdo e ampliar o vocabulário. Estudar tem que ser prazeroso e estimulante. Para isso, nada melhor do que investir na praticidade e na interatividade do ambiente virtual, ao qual os alunos já estão acostumados e se sentem à vontade.”
(MARCIO MASCARENHAS, Sócio-diretor do Number One, em artigo publicado no Jornal ESTADO DE MINAS, edição de 14 de março de 2011, Caderno OPINIÃO, página 9).

Mais uma IMPORTANTE e OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado na Revista VEJA, edição 2208 – ano 44 – nº 11, de 16 de março de 2011, páginas 106 e 107, de autoria de GUSTAVO IOSCHPE, que é economista, e que merece igualmente INTEGRAL transcrição:

“Universalização da educação infantil: solução ou armadilha?

Os últimos anos têm visto o florescimento de uma vasta literatura científica, multidisciplinar, que demonstra o incrível poder que os primeiros anos de vida de uma pessoa têm na determinação de uma série de fatores – da saúde à riqueza – de sua idade adulta. À medida que a pesquisa avança, nota-se que a idade para o surgimento de características importantes vai retrocedendo: sabe-se hoje que eventos da vida intrauterina têm impactos que perduram até a morte.

Esse avanço do conhecimento vem embasando uma mudança de políticas públicas, especialmente nos países desenvolvidos, no sentido de intervir cada vez mais cedo, com especial atenção às crianças de famílias mais vulneráveis. O primeiro esforço em muitos países sido começar o processo educacional já na pré-escola, atendendo crianças de 4 e 5 anos. O impacto positivo da pré-escola é amparado por literatura científica extensa. Estudos feitos no Brasil demonstram que alunos que cursaram a pré-escola têm desempenho acadêmico melhor do que aqueles que não a cursaram. Essa diferença persiste por todas as séries, e aparece também em exames padronizados como o Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb). Alunos que têm melhor desempenho tendem a gostar mais da escola e, portanto, são menos propensos a abandoná-la. Alunos que cursaram a pré-escola têm maior probabilidade de completar o ensino superior. O impacto positivo vai além da vida escolar e se estende à vida adulta. Um estudo feito no Brasil mostra que aqueles que passaram pela pré-escola têm salário 16% mais alto do que alunos que não a cursaram. Estudos americanos demonstram que a frequência à pré-escola aparece associada à diminuição das taxas de criminalidade.

Por todos esses benefícios, vários países, entre eles o Brasil, vêm cursando o caminho da universalização da educação infantil, especialmente na idade da pré-escola – antes dela vem a creche, cujos efeitos educacionais aparentam ser nulos. O Brasil avançou bastante nesse terreno. Aproximadamente 78% das crianças brasileiras estavam na pré-escola em 2009. Usando o critério da Unesco, que permite fazer comparações internacionais, tínhamos 65% de taxa de matrícula, número elevado, comparável ao de vários países líderes em educação.

Há, porém, uma diferença fundamental entre o esforço de universalização da educação infantil no Brasil e nos países desenvolvidos, onde esse movimento se deu depois de satisfeitas todas as necessidades basilares de sua educação escolar. No Brasil ele está sendo usado (e vendido à opinião pública) como a bala mágica para todas as deficiências do sistema educacional, em especial as relacionadas à alfabetização.

A experiência internacional demonstra claramente a falácia desse argumento. Nenhum dos países que deram saltos educacionais importantes nas últimas décadas teve a universalização da pré-escola como conquista anterior a êxitos na alfabetização e no ensino de modo geral. Em 1975, por exemplo, a taxa de matrícula na pré-escola na Finlândia era de 32%, na Noruega, de 13%, na Coreia do Sul, de 3%, e na Inglaterra, de 21%. Mesmo em 1980, quando muitos desses países já começavam a dar importantes sinais de melhoria de sua educação, nenhum deles punha nem metade da população na pré-escola. Na Finlândia, até há pouco o país com o melhor sistema educacional do mundo, a taxa de matrícula na pré-escola ainda em 1990 era de 33%. Vem da China o exemplo mais claro de que a pré-escola é útil, mas não chega a ser condição indispensável de sucesso para o funcionamento do sistema educacional como um todo. Em 2008, a taxa de matrícula de crianças chinesas na pré-escola era de 44%. Um ano depois, a China já liderava mundialmente o exame Pisa, que mede o conhecimento dos jovens aos 15 anos, sem tempo hábil, portanto, para que se verificasse algum benefício da pré-escola nesse fenomenal desempenho.

A expansão da pré-escola vem ganhando força no Brasil também porque os políticos gostam de inaugurar e anunciar a criação de vagas. “Mas, se os efeitos da pré-escola são positivos, que mal nisso?” O argumento é bom, mas pode ser ruinoso se expandir a pré-escola significar deixar de lado as lutas pela melhoria do ensino fundamental. A realidade mostra que existe esse risco. Em qualquer organização da iniciativa privada, por exemplo, há sempre dezenas de projetos com retorno positivo que podem ser perseguidos, mas as organizações exitosas implementam um número pequeno dessas oportunidades. As escolhas precisam ser feitas, por uma questão de estratégia e foco. Nem sempre há tempo e/ou recursos humanos suficientes para fazer tudo – e tudo benfeito. É preciso, então, priorizar aquilo que é mais importante e dá maior retorno. As organizações públicas e educacionais têm as mesmas limitações que qualquer organização humana, mas, no Brasil, acham que podem (e devem) fazer tudo ao mesmo tempo, e que conseguirão fazer tudo bem. É um engano.

Precisamos fugir da armadilha da expansão do ensino para o nível infantil por duas razões. A primeira é conceitual: há mais de dez anos, com a universalização do acesso ao ensino fundamental, nosso problema maior deixou de ser a quantidade (matrículas, vagas ou falta de verbas) para se tornar a qualidade da educação, que se traduz em melhoria da aprendizagem. Mas as reformas que produzem qualidade requerem esforços, brigas com corporações do ensino, interferência nas universidades, fim do loteamento político de cargos. Enfim, uma série de medidas que são tão importantes para o povo brasileiro quanto desagradáveis para nossos políticos e muitos professores e funcionários escolares incompetentes. Por isso, não conseguimos ainda, como país, fazer essa migração e focar na qualidade. Assim, continuamos aparecendo nas últimas posições de vários indicadores globais de educação. Já há relativamente pouco que se possa fazer, quantitativamente, pelo ensino fundamental. Se, como sociedade, conseguimos fazer com que nossos líderes se atenham a esse nível e não escapem das batalhas que importam, teremos verdadeiros e importantes avanços. Se, porém, perdermos o foco e deixarmos que as atenções se voltem para a tenra infância (hoje os de 5 anos, daqui a pouco os de 3...), perderemos mais dez ou quinze anos até finalmente descobrirmos que, ops!, apesar de todos os progressos na pré-escola, nossos alunos continuam chegando à 4ª série sem saber ler nem escrever.

A segunda razão é objetiva. Temos uma enorme e urgente batalha a travar, quase vergonhosa: precisamos alfabetizar 100% de nossas crianças até a 2ª série. Essa precisa ser uma obsessão, pois sem essas fundações sólidas não há como erguer o edifício do conhecimento. O que a experiência internacional mostra é ser perfeitamente viável – aliás, é o normal – alfabetizar crianças que não passaram pela pré-escola, já na 1ª série. Os ganhos para o país com a eliminação do analfabetismo serão muito maiores do que aqueles oriundos da universalização da pré-escola. Essa é a batalha que temos à nossa frente. Admitir distrações é quase cometer crime de guerra.

P.S. – Faltou citar, no artigo do mês passado, uma área importante na qual os pais podem ajudar o desempenho escolar de seu filho, que é o aleitamento materno. Um estudo com alunos de 10 anos de idade que acaba de ser divulgado na Austrália mostra que aqueles que tiveram aleitamento materno por seus ou mais meses apresentavam desempenho acadêmico superior. Esse e os outros estudos mencionados neste artigo estão disponíveis em twitter.com/gioschpe.”

Eis, pois, mais páginas contendo PONDERAÇÕES e REFLEXÕES que acenam para a PRIORIDADE ABSOLUTA do PAÍS: a EDUCAÇÃO – que já não se TOLERA e nem se ADMITE mais DESPIDA da QUALIDADE... Mas são esses mesmos DESAFIOS que nos MOTIVAM e nos FORTALECEM nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA E QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, QUALIFICADA, LIVRE, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, que possa PARTILHAR suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos para eventos como a COPA DO MUNDO DE 2014, a OLIMPÍADA DE 2016, os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO XXI, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INFORMAÇÃO, do CONHECIMENTO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um NOVO mundo, da PAZ e FRATERNIDADE UNIVERSAL...

Este é o nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa LUTA, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA!...

O BRASIL TEM JEITO!...

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

A CIDADANIA BUSCA COMO MELHORAR A EDUCAÇÃO BRASILEIRA – PARTE 1

Mais uma IMPORTANTE, PEDAGÓGICA e OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado na Revista VEJA – Edição 2190 – ano 43 – nº 45, de 10 de novembro de 2010, páginas 94 e 96, de autoria de GUSTAVO IOSCHPE, que merece INTEGRAL transcrição:

Como melhorar a educação brasileira – Parte 1

Bismarck dizia que nunca se mente tanto como em véspera de eleição, durante a guerra e depois da caça. No que tange às eleições, espero que esteja certo, porque naquela que me parece a área nevrálgica para o desenvolvimento futuro do Brasil – a educação – é melhor que aquilo que foi prometido durante essa campanha presidencial seja apenas retórica eleitoreira. Pois todos os candidatos se aferraram a um discurso quantitativo já superado (mais escolas, mais vagas, mais dinheiro etc.) e evitaram a discussão que importa: como melhorar significativamente a qualidade da educação de nossas escolas.

O que fazer para que o Brasil evolua com a magnitude e a rapidez necessárias? Para este colunista, o caminho está na junção de três fatores: práticas de sala de aula, formação dos professores e administração escolar. Neste artigo falo da primeira ponta do tripé.

Mesmo com o baixo nível de formação de nossos professores e diretores escolares, há uma série de medidas que podem ser aplicadas hoje mesmo, em qualquer sala de aula, que tendem a melhorar significativamente o desempenho do alunado.

Antes, uma nota conceitual. Quando se fala aqui de melhorar o desempenho do aluno, o que está procurando é o aprendizado, medido por meio de testes como Saeb, Prova Brasil, Pisa, TIMSS e outros, do Brasil e do exterior. A base para as recomendações que vão a seguir é a literatura empírica sobre o tema, publicada em revista acadêmicas, em que os dados são tratados com rigor estatístico. Ou seja, não são teorias nem as opiniões e hipóteses deste colunista, mas sim fruto de medição.

Se tivesse de resumir toda essa literatura – centenas de estudos, de vários países e anos – em uma regra de ouro, diria: o tempo de contato entre o aluno e o professor é muito valioso e escasso, e deve ser usado apenas para atividades educacionais. Tudo aquilo que pode ser feito fora da sala de aula deve ser feito fora da sala de aula.

A primeira prática de um professor efetivo é, portanto, o uso eficiente do tempo de aula. Muitos professores chegam atrasados a suas salas. Perdem tempo fazendo chamada, dando recados e advertências. É um desperdício. O mais grave ocorre depois. Para muitos dos nossos professores, “aula” significa encher o quadro-negro de matéria e pedir aos alunos que a copiem, depois passar exercícios e pedir-lhes que resolvam, e finalmente, se sobrar tempo, tirar uma dúvida ou outra. É um erro. Copiar texto é algo que pode ser feito em casa, então deve ser feito em casa. Exercícios, se são feitos pelo aluno individualmente, também. O tempo de sala de aula deveria servir para que os professores e alunos conversassem sobre o texto que foi lido em casa e os exercícios feitos em casa.

A segunda prática virtuosa, portanto, é o dever de casa. As pesquisas mostram que alunos que têm de fazer dever de casa mais frequentemente aprendem mais, especialmente a partir da 4ª série. Um estudo feito em Minas Gerais mostrou que alunos de professores que prescrevem e corrigem o dever de casa aprendem mais do que aqueles cujos professores simplesmente o prescrevem. E alunos de professores que, ao corrigir o dever, comentam e explicam os erros e acertos aprendem mais do que aqueles cujos professores apenas marcam o “certo” ou “errado”.

Relacionado ao dever de casa também está o tema dos exercícios em sala de aula: são contraproducentes. Subtraem tempo de aula para algo que o aluno pode fazer em casa.

Também na mesma lógica está a questão das provas: alunos que são testados com maior frequência aprendem mais. Faz sentido: quanto mais provas, mais o aluno tem de estudar. Quanto mais estuda, mais aprende.

Outro dado importante da pesquisa: bom material didático ajuda. Um bom livro didático, por exemplo, organiza e estrutura a prática de sala de aula. Uma das demandas do professorado brasileiro é por autonomia. Cada professor se sente no direito de reinventar a roda e criar seu próprio currículo e método de ensino. Na maioria dos casos, e especialmente quando a qualificação do profissional é baixa, é receita para o insucesso.

Um aspecto importante para determinar aquilo que o professor faz em sala de aula é quanto ele sabe sobre o que está fazendo/falando. No Brasil, há uma ênfase muito forte na diplomação universitária dos professores de ensino básico. É uma percepção acertada, já que a pesquisa sugere que professores com ensino superior obtêm melhores resultados (o mesmo não se verifica, curiosamente, com os níveis pós-superiores, como mestrado e doutorado, que se mostram irrelevantes para o aprendizado no ensino básico). Porém, o diabo está nos detalhes: mais importante do que obter o canudo é ter se formado na área em que vai ensinar. A pesquisa mostra que o salto do aprendizado se dá quando o professor cursa a faculdade da disciplina que ele ensina. Um professor formado em matemática dará um aula de matemática do que outro formado em pedagogia ou história.

A maioria das pessoas acredita também que o tempo de atenção dado a cada aluno é fator importante para o aprendizado, por isso tende a querer salas de aula menores ou mais de um professor por sala. A pesquisa não sugere que estas medidas tragam resultados. É melhor ter um professor ótimo dando aula para 35 anos do que dois medianos ensinando em turmas de 18.

Outro erro comum que cometemos é acreditar que a tecnologia e a infraestrutura são fatores determinantes para o aprendizado. Costumo ouvir, depois de palestras, as reclamações dos nossos professores de que são forçados ainda a conviver com “cuspe e giz” na era da internet. Felizmente para eles, cuspe e giz não estão obsoletos, porque são apenas mecanismos de expressão de uma tecnologia ainda sem par: o cérebro humano. A pesquisa indica que dar a infraestrutura básica – quadro-negro, cadeira e carteira para todo aluno, prédio protegido das imtempéries do clima e com energia elétrica – melhora muito o desempenho do aluno. Mas, depois disso, as adições físicas não têm efeito. Inclusive a presença de computadores na escola, o que é deveras surpreendente. Depois do básico, o resto é por conta do professor.

Se você é daqueles que gostariam de melhorar a qualidade da nossa educação mas não sabe como, um bom começo é instar a seguir essas práticas simples e eficazes. Não nos transformarão, em um piscar de olhos, numa Finlândia ou Coreia do Sul. Mas são um bom começo”.

Eis, portanto, mais páginas que lançam mais LUZ sobre os caminhos INDESVIÁVEIS da EDUCAÇÃO que nos MOTIVAM e nos FORTALECEM nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA E QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, QUALIFICADA, LIVRE, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, que possa PARTILHAR suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos para eventos como a COPA DO MUNDO DE 2014, a OLIMPÍADA DE 2016 e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO XXI, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INFORMAÇÃO, do CONHECIMENTO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um mundo da PAZ e FRATERNIDADE UNIVERSAL...

Este é o nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa LUTA, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA!...

O BRASIL TEM JEITO!...