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segunda-feira, 20 de junho de 2011

A CIDADANIA, A VIRTUDE DA CIÊNCIA, O SONHAR E O REALIZAR

“Sonhar e realizar

Viver com os pés na terra é uma afirmação que muita gente faz, sinceramente convencida de que sua maneira de proceder, decidir e agir é a melhor possível, a mais correta e gratificante.

Entretanto, há gente que aprende a colocar os pés na terra, porém num exíguo território, numa faixa estreita de chão, ficando ali, morando ali com seus sonhos limitados, suas ambições tolhidas, seus desejos atrofiados. A lucidez e a iniciativa em muitas dessas pessoas incide num mesmo ponto, prevalece numa única direção, desenvolve-se em torno de um mísero punhado de coisas, sempre as mesmas, como se o indivíduo vivesse trancado numa propriedade sua, mas impedido de olhar por cima do muro, através da janela ou de caminhar em frente, alcançar o portão e encarar o mundo.

É que a luta pela vida, a imposição dos deveres, o sufoco dos compromissos, a entrega tenaz e cega à missão humana e profissional de cada um deixa pouco tempo, pouca disposição ou coragem ao indivíduo, de sacudir o sistema em que vive, refletir, analisar seu íntimo, investigar seus sonhos e ambições e questionar suas opções transformadas em hábito. Com o tempo, uma tal atitude de bloqueio empobrece a criatura, despoja-a de suas riquezas mais preciosas, de seu comportamento mais positivo e, dentro de uns poucos anos, eis mais uma pessoa irremediavelmente frustrada, ressentida, irrealizada.

Viver com os pés na terra é pisar firme e forte na superfície do mundo; é escancarar janelas; é atravessar divisas; é transpor fortalezas; é olhar do outro lado; olhar longe; é caminhar e conhecer; é saber assumir o desconforto e o receio; é balançar o coreto do comodismo e, acima de tudo, é definir o que o coração pede, o que a mente deseja, o que os sonhos sugerem. Ninguém pode gabar-se de viver com os pés na terra, ocupando apenas alguns centímetros do chão, um chão do tamanho da sola dos pés, chão pisado, obscuro, massacrado por um peso hirto, um peso imóvel, estático e escravizado à rotina imutável.

Viver com os pés na terra é percorrer distâncias, sejam elas geográficas ou práticas, porque viver em estado de vigília e lucidez é saber usar a vida que Deus concedeu a cada um de nós. Quem se deixa conduzir pela rotina, o marasmo – perde chances, oportunidades e esperança.

Quanta gente compromete seus sonhos, seus anseios, seus castelos, seus lirismos e se torna impregnada de amargura, de tristeza, revolta e ressentimento. Isso ocorre pelo fato de o indivíduo privar-se das coisas que sua estrutura reclama e aceitar outras que sua personalidade repele. Ninguém pode viver exclusivamente trabalhando, perenemente mergulhado num programa de atividades desgastantes, desdobrando-se entre tarefas exigentes – tudo sem lazer, sem pausa, sem um pingo de concessão a si mesmo, seja em que sentido for. O pior, talvez, nem seja a aceitação de disciplina férrea, de responsabilidades incessantes, mas a negação daquilo que o íntimo de cada um estabelece como desejo de seu coração.

Não existe nada tão maléfico ao ser humano, tão negativo, tão pernicioso, como o estado de frustração. Acontece mesmo que, em inúmeros casos, essa frustração não decorre de situação econômico-financeiro, falta de oportunidade de buscar alterações, mas justamente das viseiras que, sem querer, as criaturas criam para si mesmas. E, de tanto usá-las, não conseguem ver o mundo em torno, alcançar horizontes, enxergando tudo estreito, contínuo e imutável.

Os sonhos que se têm, devem ser analisados, dissecados, avaliados, respeitados, devem ser realizados. Esse empenho é o único gerador do estímulo que nada destrói: nem pessoas, nem incidentes, nem tristezas a que todos estamos sujeitos. Saber conceder a si próprio aquilo que representa um desejo real, imperioso e antigo, é o mesmo que renovar todas células do corpo e todas as faces da alma.”

(IVONE BORGES BOTELHO, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 7 de janeiro de 1981, na coluna Seu Lar e Você), página 2).

Mais uma IMPORTANTE e também OPORTUNA e PEDAGÓGICA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 2 de julho de 1978, Caderno OPINIÃO, de autoria de PEDRO MACIEL VIDIGAL, que merece igualmente INTEGRAL transcrição:

“A virtude da ciência

“Todos os homens desejam saber”, afirmava Aristóteles no Livro I de sua Metafísica.

Na verdade, se o maior dos males é a ignorância, o maior dos bens é a ciência, que para ser adquirida custa grande trabalho, visto que não dorme em colchão de mola. Quanto a este particular, um poeta escreveu: “Non jacet in moli veneranda scientia letho”.

Conhecendo o justo e o injusto, o falso e o verdadeiro, quem estuda é admirado pelo ignorante. Por isso, Aristóteles escreveu a seu discípulo Alexandre que muito mais domina a alma de um Príncipe com a ciência, do que com um corpo coberto de galas. Este ensinamento o filósofo aprendera de seu mestre Platão, que advertia ser feliz somente o reino governado por sábios.

A História registra que Alexandre tirou notável proveito da doutrina do seu mestre e muito se dedicou ao estudo das letras. Assim pôde atrever-se a conquistar o mundo, mais armado com o que havia aprendido de Aristóteles do que com as riquezas e povos herdados de seu pai Felipe.

Bem entendeu Salomão o quanto lhe era necessária a ciência para bem governar o seu reino, quando Deus lhe aparecera em Gabaon, permitindo-lhe pedir as graças e mercês que quisesse.

Diz a Sagrada Escritura que Salomão não pediu a Deus longa vida, nem felicidade na saúde, nem um vasto império, nem grande riqueza, mas ciência, só a ciência, a fim de poder distinguir o justo do injusto. Consta na Bíblia que Deus lhe concedera a graça de tal sabedoria, que não houve quem antes dele lhe pudesse ser comparado.

Em um de seus epigramas, Auduenus advertiu aos Príncipes que é muito danosa a ignorância para o governo de um reino. “Labitur indoeto populus sub Príncipe, sicut/Prae capitis titubant ebritate pedes”.

Ao estudo das letras devem César a glória, que teve na força de suas palavras, e Tibério, na ponderação; Claúdio, na suavidade, e Adriano, na brandura. Mais pela cultura, que possuíam, do que usando outros recursos, foi que Licurgo, Pisístrato e Agesilau subiram a Reis de Lecedemônia. Os persas só elegiam para Rei o mais sábio. Enquanto conservaram este processo de escolha, prosperaram, floresceram. E, logo que o abandonaram, entraram em um longo período de decadência.

Basílio, rei da Sicília, se entregava tanto ao estudo das ciências, que houve quem chegasse a adverti-lo que estava faltando às obrigações do seu ofício. A sua resposta foi esta: “Não posso ser Rei sem ser sábio. E a troco de ser sábio, deixarei de ser Rei”. Certamente havia aprendido, de Sócrates, que não eram Reis e Príncipes aqueles que empunhavam os cetros, mas os sábios que sabiam governar bem. Segundo Aristóteles, governa bem aquele que sabe e conhece o que importa para um bom governo. Foi ele mesmo que, certa vez, disse que será feliz e bem afortunada aquela Cidade ou aquela República que os sábios governarem.

Só é apto para a direção do governo, quem tem perfeito conhecimento dele.

Cícero declarou que, com a sabedoria, passam as cousas de boas a melhores, e as ruins se emendam e se tornam boas: “Quae bona sunt, fieri meliora possunt doctrina, et quae non optima, aliquo modo corrigi possunt”.

Não é de hoje que todo o compêndio da felicidade está na cultura das letras. Nelas o pobre acha riquezas; o rico, honra; e o velho, recreação: “Philosophia ad omnem fortunam parat, pauperibus divitias, divitibus ornamentum, senibus oblectamentum” (Lúcio Floro).

É a ciência guia da vida, pregoeira da verdade e destruidora dos vícios: (“Scientia est vitae ductrix, veritatis indagatrix, vitiorum expultrix” (Cícero).

Não há ciência que não traga consigo, anexa, a honra. “Nulli discipline sui honores desunt” (Erasmo). Não há ciência que não traga após si a riqueza: “Si fuieres sapiens. Craessi superaveris aurum;/Nam sapiens nullo tempore vivit inops”. (Erasmo).

São as ciências, riquezas que sempre duram com igual estimação.

São delícias que nunca encontram desgostos. São alegrias, que nunca finalizam em tristezas. São gostos que nunca se avizinham com os pezares.

Com a abundância, as riquezas perdem a estimação. Creso as arrojou ao mar. Nidas, farto do ouro, as aborreceu. E as ciências, quanto mais se acumulam, mais o desejo arrebatam. Os prazeres chegam a causar tédio. Mas as ciências sempre ao apetite provocam e ao entendimento dão gosto. Quanto mais sabemos, maior o nosso desejo de saber mais.

Nada há mais vizinho do prazer que o pesar. Nada há nas ciências, que não recreie. Nada se inculca nelas, que não agrade. As honras, quanto maiores, tanto mais pesadas. São as ciências, quanto mais excelentes, mais sublimes.

As ciências nunca enfadam, nunca aborrecem. Quanto mais se sabe, mais se deseja saber. Sêneca recomendava que se devia estudar, não para saber muito, mas para viver bem: “Stude non ut plus aliis scias, sede ut melius fias”

Da perseverança nas boas e interessantes leituras ou nos sérios estudos se tiram grandes e muitos proveitos. Em todas as cousas, a continuação produz efeitos.

Com certeza, o leitor conhece aqueles dois versos em que Ovídio fala: a gota cava a pedra, não pela violência, mas caindo muitas vezes, assim o homem se faz sábio, não à força, mas sempre lendo ou estudando “Gutta cavat lapidem, non vi, sed saepe cadendo; Sic homo fit sapiens, non vi, sed saepe legendo”

Quando não for possível a aquisição de livros por causa do seu alto preço, qualquer homem poderá conseguir bons e até profundos conhecimentos, perguntando o que não sabe a quem possui cultura humanística ou filosófica, cientifica ou teológica, em grau elevado.

Santo Agostinho se confessava preparado para aprender ainda que fosse de um menino. E o papa Pio II, quanto mais duvidava, mais perguntava e ficou sabendo muito.

Torpe e vergonhoso é ignorar o que a todos convém saber.

É claro que o estudo nunca deve ser feito para vanglória ou superestimação de quem quer que seja. Pois o muito estudo muito humilha a quem estuda. Quanto mais aprendemos com o estudo, mais se dilata o horizonte da nossa ignorância. Por mais que saibamos, sabemos poucas cousas. E ficamos na certeza de que a nossa ciência é como a gota d’água diante do mar da nossa ignorância.

Nas letras, o ignorante acha misteriosas luzes para a sua cegueira e o prudente novos reforços para a sua sabedoria.

Da famosa encantadora Circes se conta que, com suas mágicas bebidas, transformava homens em animais. A virtude da ciência opera o contrário, de maneira prodigiosa: “In porcos homines mutarunt pocula Circes; Ex porcis homines docata Sophia facit”.

“Vai tanta diferença entre um homem sábio e o ignorante, quanta vai da luz à sombra” (Ecclesiastes, cap. I).

Entre os mais homens, o sábio é o primeiro, como é o comandante no avião, o general no exército, a unha no corpo.

A maior excelência que o pode ter é saber. Pelo saber, se faz mais semelhante a Deus.”

Eis, pois, mais RICAS e PROFUNDAS abordagens e REFLEXÕES que acenam, entre outros, para o GIGANTESCO DESAFIO de se ter POLÍTICAS PÚBLICAS que primam e ANCORAM a EDUCAÇÃO como PRIORIDADE ABSOLUTA de GOVERNO e da SOCIEDADE...

Portanto, são RAZÕES como essas que nos MOTIVAM e nos FORTALECEM nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA E QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, CULTA, QUALIFICADA, LIVRE, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, que permita a PARTILHA de suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS, OPORTUNIDADES e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos para eventos como a CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E MUDANÇAS CLIMÁTICAS (RIO + 20) em 2012, a COPA DA CONFEDERAÇÕES DE 2013, a COPA DO MUNDO DE 2014, a OLIMPÍADA DE 2016, as OBRAS do PAC e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO 21, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INFORMAÇÃO, do CONHECIMENTO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um NOVO mundo, da PAZ e FRATERNIDADE UNIVERSAL...

Este é o nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA!...

O BRASIL TEM JEITO!...