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sexta-feira, 16 de setembro de 2011

A CIDADANIA, AS VIRTUDES REPUBLICANAS E O CAPITALISMO

“A solidez das virtudes republicanas
Houve um tempo, não muito distante, em que a palavra da moda, sobretudo na boca de alguns membros do governo, era “republicano”. Quando queriam defender o rigor na administração federal, diziam que a atitude ou a medida fora rigorosamente republicana.

A palavra república representa uma instituição romana e sua origem é latina: “res-publica” – coisa pública. Ao contrário, a cidade-Estado foi uma instituiçõ eminentemente grega, significando uma certa independência da cidade e uma fórmula de governo matriz da democracia direta, em que os cidadãos decidem os destinos da cidade, em votação nas praças públicas.

Em Roma, antes da instituição da República, havia o império, com imperadores recrutados entre os etruscos, cujo último foi Tarquínio. Os eleitos e eleitores eram exclusivamente os patrícios e os cidadãos romanos espalhados pelo império. A plebe e os escravos não votavam. Isso motivou uma guerra civil, que tem seu fim em 496 a.C., no monte Aventino, com a vitória da plebe, que introduziu no governo das cidades a figura do edil ou vereador.

Pelo próprio nome se vê que os edis, hoje vereadores, cuidavam dos edifícios, dos serviços públicos, das cidades. Os edis formavam as primeiras Câmaras Municipais, chamadas de “consilia plebis”, ou os “curatori urbis” na definição de Cícero. Essa assembleia hierarquicamente se submetia ao Senado.

É por isso que, até hoje, os serviços públicos de Roma são marcados com placa com as letras “S P Q R – O Senado e o Povo Romano”, “Senatus Populusque Romanus”. Isso leva à lembrança de todos que as obras públicas são feitas pelo povo, guiado pelo Senado.

Esse pequeno histórico nos dá uma dimensão da palavra “republicano”: significa compromisso com a coisa pública, austeridade.

Roma copiou também uma velha instituição grega, a “liturgia”; vale dizer, o serviço público não remunerado. O termo foi apropriado pela Igreja para designar os serviços de culto: a liturgia.

A defesa da moralidade como parte essencial da República foi feita por Cícero, em três memoráveis discursos no Senado, chamados “catilinárias”, pelas quais o velho tribuno condenava veementemente o cônsul Catilino, por sua conduta condenável e a ausência de ética pública: “Até quando, Catilino, abusará da nossa paciência?”.

O recurso ao tema “república” me veio à mente nesses tempos difíceis em que parece haver um verdadeiro assalto aos cofres públicos, à coisa pública por políticos que se apropriam do dinheiro coletivo, arrancado através de impostos do contribuinte.

Houve um tempo, neste país, em que os políticos morriam empobrecidos. Hoje, costumam fazer fortunas na vida pública, deixando ao morrer grandes patrimônios e pendurando os parentes e afilhados em polpudos empregos. Queira Deus a presidente Dilma Rousseff consiga sanear o país e diminuir ao mínimo o número de cargos de recrutamento amplo. Isso é inaugurar a República.”
(GERALDO MAGELA TEIXEIRA, Reitor do Centro Universitário Una, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 9 de setembro de 2011, Caderno DEBATE, página 21).

Mais uma IMPORTANTE e OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 13 de setembro de 2011, Caderno OPINIÃO, página 9, de autoria de SÉRGIO CAVALIERI, Presidente da Associação dos Dirigentes Cristãos de Empresa (ADCE-MG), que merece igualmente INTEGRAL transcrição:

“Capitalismo solidário

Vivemos tempos preocupantes. No cenário mundial, a crise econômica que vem desde 2008 devasta inclusive economias consideradas sólidas, quebra países, como vemos ocorrer na Zona do Euro, indica uma recessão sem precedentes e sinaliza que o modelo de capitalismo vigente está exaurido precisa ser revisto. No Brasil, os recorrentes episódios de corrupção que resultam do conluio entre os setores público e privado parecem indicar que o país chegou ao fundo do poço no que se refere à mais absoluta ausência de princípios e valores éticos e denunciam o esgotamento do sistema político. Felizmente, a reação da presidente Dilma, pouco tolerante às atitudes antiéticas, ao afastar ministros e servidores, mostra que ainda há um fiapo de luz no fim do túnel e abre espaço para que a sociedade brasileira se mobilize para mudar o que precisa ser mudado, inclusive cassando pelo voto, democraticamente, políticos indignos dos cargos para os quais foram eleitos.

A Associação dos Dirigentes Cristãos de Empresa (ADCE), fundada na Europa em 1931, com a denominação de Uniapac, e no Brasil, em 1961, portanto há exatos 50 anos, já fez a sua opção: atuar na formação dos dirigentes de empresas, mostrando a importância e as vantagens da adoção de valores e princípios cristãos, que também são valores humanos milenares, que tratam da ética e do respeito ao ser humano na prática diária dos negócios. É uma posição clara que prega, como contraponto ao capitalismo selvagem, o capitalismo solidário, no qual a rentabilidade visada pelas organizações empresariais deixa de ser apenas econômica e passa a também englobar a rentabilidade social.

A premissa é a de que a nova economia é principalmente humana – o conceito de sustentabilidade já não se restringe ao meio ambiente e assume uma dimensão mais ampla, incorporando as questões sociais e culturais. Desenvolvimento sustentável e responsabilidade social se transformam em questões estratégicas que devem ser conduzidas pelos líderes das organizações, incorporando valores fundados na dignidade, amor ao próximo, participação, transparência, ética, integridade e bem comum. É uma revolução na maneira de conduzir e fazer negócios, alinhada com as demandas do mundo atual e coerente com o que se antevê para o futuro.

O capitalismo selvagem mostra-se ineficaz para garantir o desenvolvimento justo e harmônico do planeta. É um modelo desumanizado, eivado de distorções que o homem do século 21 não aceita mais, uma vez que não abre mão da participação, da inclusão e da transformação social. É nesse contexto que vemos prosperar a proposta da ADCE, com ideias que representam uma evolução na direção de uma economia social de mercado, na qual o ser humano é colocado em primeiro lugar e deve ser considerado em todas as decisões e ações das entidades privadas e no governo.

Enfim, a gestão baseada em valores é a mais apropriada nos dias de hoje por alinhar visões de negócios dentro das organizações públicas e privadas, criar sentido e significado para o trabalho e estabelecer regras que se impõem como compromissos naturais – e não apenas em função de controle e fiscalização externos. Esse é o tipo de gestão que reduz os custos de transações, aumenta a transparência, cria vínculos com as equipes e com a sociedade, retém talentos e conquista o respeito da sociedade, fazendo com que a empresa seja mais sustentável, competitiva e socialmente responsável.

Todo cuidado ainda é pouco e toda vigilância é necessária. Não é mais possível viver indefinidamente em um país onde as empresas sejam bem-sucedidas enquanto a sociedade vai mal. A crise econômica e financeira, de escala mundial, e os escândalos recentes, no Brasil, comprovam, mais uma vez, que existem pessoas dispostas a usurpar o poder para se locupletar, acumpliciados com a iniciativa privada, esquecendo-se dos valores mais básicos – não roubar, por exemplo. Regras e leis são necessárias, mas só serão efetivamente cumpridas se os valores estiverem arraigados no DNA dos gestores, nas pessoas, nas organizações públicas e privadas. Esse é o principal desafio que a ADCE se propõe a enfrentar, semeando valores e princípios, regando-os diariamente para que cresçam, deem frutos, se alastrem e contagiem todos os ambientes de trabalho e de negócios. No mundo do século 21, mais que as empresas, as marcas das organizações, sua reputação pertencem também aos consumidores que as julgam conforme critérios que advém da percepção das atitudes corretas e coerentes e não mais em função de uma propaganda bonita e sedutora, mas descolada da boa prática empresarial. Para isso não há mais espaço, e quem quiser insistir pagará a conta.”

Eis, portanto, mais GRAVES, IMPORTANTES e OPORTUNAS abordagens e REFLEXÕES que acenam para a IMPERIOSA e URGENTE necessidade de SINCRONIA com os POSTULADOS colocados para superação das GRANDES e AVASSALADORAS e recorrentes CRISES que o mundo ATRAVESSA, exigindo em particular do nosso PAÍS, a PROBLEMATIZAÇÃO de QUESTÕES CRUCIAIS tais como:

a) a INDESVIÁVEL inserção da EDUCAÇÃO – e de QUALIDADE, como PRIORIDADE ABSOLUTA de nossas POLÍTICAS PÚBLICAS;
b) a INFLAÇÃO, a exigir PERMANENTE e ACURADA vigilância;
c) a CORRUPÇÃO, campeando por TODOS os setores da VIDA nacional;
d) o DESPERDÍCIO, em TODAS suas MODALIDADES;
e) a DÍVIDA PÚBLICA BRASILEIRA, ultrapassando a barreira dos R$ 2 TRILHÕES com os seus monstruosos e DECORRENTES encargos.

São, e bem sabemos, GIGANTESCOS DESAFIOS que ainda mais, longe de ABATER o nosso ÂNIMO e ARREFECER o nosso ENTUSIASMO e OTIMISMO, nos MOTIVAM e nos FORTALECEM nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA E QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, QUALIFICADA, LIVRE, DEMOCRÁTICA, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, que permita a PARTILHA de suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS, OPORTUNIDADES e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos para EVENTOS como a CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL e MUDANÇAS CLIMÁTICAS (RIO + 20) em 2012; a 27ª JORNADA MUNDIAL DA JUVENTUDE no RIO DE JANEIRO em 2013; a COPA DAS CONFEDERAÇÕES em 2013; a COPA DO MUNDO de 2104; a OLIMPÍADA DE 2016; as OBRAS do PAC e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO 21, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INFORMAÇÃO, do CONHECIMENTO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um NOVO mundo, da PAZ, da IGUALDADE e FRATERNIDADE UNIVERSAL...

Este é o nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa LUTA, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA!...

O BRASIL TEM JEITO!...

segunda-feira, 20 de junho de 2011

A CIDADANIA, A VIRTUDE DA CIÊNCIA, O SONHAR E O REALIZAR

“Sonhar e realizar

Viver com os pés na terra é uma afirmação que muita gente faz, sinceramente convencida de que sua maneira de proceder, decidir e agir é a melhor possível, a mais correta e gratificante.

Entretanto, há gente que aprende a colocar os pés na terra, porém num exíguo território, numa faixa estreita de chão, ficando ali, morando ali com seus sonhos limitados, suas ambições tolhidas, seus desejos atrofiados. A lucidez e a iniciativa em muitas dessas pessoas incide num mesmo ponto, prevalece numa única direção, desenvolve-se em torno de um mísero punhado de coisas, sempre as mesmas, como se o indivíduo vivesse trancado numa propriedade sua, mas impedido de olhar por cima do muro, através da janela ou de caminhar em frente, alcançar o portão e encarar o mundo.

É que a luta pela vida, a imposição dos deveres, o sufoco dos compromissos, a entrega tenaz e cega à missão humana e profissional de cada um deixa pouco tempo, pouca disposição ou coragem ao indivíduo, de sacudir o sistema em que vive, refletir, analisar seu íntimo, investigar seus sonhos e ambições e questionar suas opções transformadas em hábito. Com o tempo, uma tal atitude de bloqueio empobrece a criatura, despoja-a de suas riquezas mais preciosas, de seu comportamento mais positivo e, dentro de uns poucos anos, eis mais uma pessoa irremediavelmente frustrada, ressentida, irrealizada.

Viver com os pés na terra é pisar firme e forte na superfície do mundo; é escancarar janelas; é atravessar divisas; é transpor fortalezas; é olhar do outro lado; olhar longe; é caminhar e conhecer; é saber assumir o desconforto e o receio; é balançar o coreto do comodismo e, acima de tudo, é definir o que o coração pede, o que a mente deseja, o que os sonhos sugerem. Ninguém pode gabar-se de viver com os pés na terra, ocupando apenas alguns centímetros do chão, um chão do tamanho da sola dos pés, chão pisado, obscuro, massacrado por um peso hirto, um peso imóvel, estático e escravizado à rotina imutável.

Viver com os pés na terra é percorrer distâncias, sejam elas geográficas ou práticas, porque viver em estado de vigília e lucidez é saber usar a vida que Deus concedeu a cada um de nós. Quem se deixa conduzir pela rotina, o marasmo – perde chances, oportunidades e esperança.

Quanta gente compromete seus sonhos, seus anseios, seus castelos, seus lirismos e se torna impregnada de amargura, de tristeza, revolta e ressentimento. Isso ocorre pelo fato de o indivíduo privar-se das coisas que sua estrutura reclama e aceitar outras que sua personalidade repele. Ninguém pode viver exclusivamente trabalhando, perenemente mergulhado num programa de atividades desgastantes, desdobrando-se entre tarefas exigentes – tudo sem lazer, sem pausa, sem um pingo de concessão a si mesmo, seja em que sentido for. O pior, talvez, nem seja a aceitação de disciplina férrea, de responsabilidades incessantes, mas a negação daquilo que o íntimo de cada um estabelece como desejo de seu coração.

Não existe nada tão maléfico ao ser humano, tão negativo, tão pernicioso, como o estado de frustração. Acontece mesmo que, em inúmeros casos, essa frustração não decorre de situação econômico-financeiro, falta de oportunidade de buscar alterações, mas justamente das viseiras que, sem querer, as criaturas criam para si mesmas. E, de tanto usá-las, não conseguem ver o mundo em torno, alcançar horizontes, enxergando tudo estreito, contínuo e imutável.

Os sonhos que se têm, devem ser analisados, dissecados, avaliados, respeitados, devem ser realizados. Esse empenho é o único gerador do estímulo que nada destrói: nem pessoas, nem incidentes, nem tristezas a que todos estamos sujeitos. Saber conceder a si próprio aquilo que representa um desejo real, imperioso e antigo, é o mesmo que renovar todas células do corpo e todas as faces da alma.”

(IVONE BORGES BOTELHO, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 7 de janeiro de 1981, na coluna Seu Lar e Você), página 2).

Mais uma IMPORTANTE e também OPORTUNA e PEDAGÓGICA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 2 de julho de 1978, Caderno OPINIÃO, de autoria de PEDRO MACIEL VIDIGAL, que merece igualmente INTEGRAL transcrição:

“A virtude da ciência

“Todos os homens desejam saber”, afirmava Aristóteles no Livro I de sua Metafísica.

Na verdade, se o maior dos males é a ignorância, o maior dos bens é a ciência, que para ser adquirida custa grande trabalho, visto que não dorme em colchão de mola. Quanto a este particular, um poeta escreveu: “Non jacet in moli veneranda scientia letho”.

Conhecendo o justo e o injusto, o falso e o verdadeiro, quem estuda é admirado pelo ignorante. Por isso, Aristóteles escreveu a seu discípulo Alexandre que muito mais domina a alma de um Príncipe com a ciência, do que com um corpo coberto de galas. Este ensinamento o filósofo aprendera de seu mestre Platão, que advertia ser feliz somente o reino governado por sábios.

A História registra que Alexandre tirou notável proveito da doutrina do seu mestre e muito se dedicou ao estudo das letras. Assim pôde atrever-se a conquistar o mundo, mais armado com o que havia aprendido de Aristóteles do que com as riquezas e povos herdados de seu pai Felipe.

Bem entendeu Salomão o quanto lhe era necessária a ciência para bem governar o seu reino, quando Deus lhe aparecera em Gabaon, permitindo-lhe pedir as graças e mercês que quisesse.

Diz a Sagrada Escritura que Salomão não pediu a Deus longa vida, nem felicidade na saúde, nem um vasto império, nem grande riqueza, mas ciência, só a ciência, a fim de poder distinguir o justo do injusto. Consta na Bíblia que Deus lhe concedera a graça de tal sabedoria, que não houve quem antes dele lhe pudesse ser comparado.

Em um de seus epigramas, Auduenus advertiu aos Príncipes que é muito danosa a ignorância para o governo de um reino. “Labitur indoeto populus sub Príncipe, sicut/Prae capitis titubant ebritate pedes”.

Ao estudo das letras devem César a glória, que teve na força de suas palavras, e Tibério, na ponderação; Claúdio, na suavidade, e Adriano, na brandura. Mais pela cultura, que possuíam, do que usando outros recursos, foi que Licurgo, Pisístrato e Agesilau subiram a Reis de Lecedemônia. Os persas só elegiam para Rei o mais sábio. Enquanto conservaram este processo de escolha, prosperaram, floresceram. E, logo que o abandonaram, entraram em um longo período de decadência.

Basílio, rei da Sicília, se entregava tanto ao estudo das ciências, que houve quem chegasse a adverti-lo que estava faltando às obrigações do seu ofício. A sua resposta foi esta: “Não posso ser Rei sem ser sábio. E a troco de ser sábio, deixarei de ser Rei”. Certamente havia aprendido, de Sócrates, que não eram Reis e Príncipes aqueles que empunhavam os cetros, mas os sábios que sabiam governar bem. Segundo Aristóteles, governa bem aquele que sabe e conhece o que importa para um bom governo. Foi ele mesmo que, certa vez, disse que será feliz e bem afortunada aquela Cidade ou aquela República que os sábios governarem.

Só é apto para a direção do governo, quem tem perfeito conhecimento dele.

Cícero declarou que, com a sabedoria, passam as cousas de boas a melhores, e as ruins se emendam e se tornam boas: “Quae bona sunt, fieri meliora possunt doctrina, et quae non optima, aliquo modo corrigi possunt”.

Não é de hoje que todo o compêndio da felicidade está na cultura das letras. Nelas o pobre acha riquezas; o rico, honra; e o velho, recreação: “Philosophia ad omnem fortunam parat, pauperibus divitias, divitibus ornamentum, senibus oblectamentum” (Lúcio Floro).

É a ciência guia da vida, pregoeira da verdade e destruidora dos vícios: (“Scientia est vitae ductrix, veritatis indagatrix, vitiorum expultrix” (Cícero).

Não há ciência que não traga consigo, anexa, a honra. “Nulli discipline sui honores desunt” (Erasmo). Não há ciência que não traga após si a riqueza: “Si fuieres sapiens. Craessi superaveris aurum;/Nam sapiens nullo tempore vivit inops”. (Erasmo).

São as ciências, riquezas que sempre duram com igual estimação.

São delícias que nunca encontram desgostos. São alegrias, que nunca finalizam em tristezas. São gostos que nunca se avizinham com os pezares.

Com a abundância, as riquezas perdem a estimação. Creso as arrojou ao mar. Nidas, farto do ouro, as aborreceu. E as ciências, quanto mais se acumulam, mais o desejo arrebatam. Os prazeres chegam a causar tédio. Mas as ciências sempre ao apetite provocam e ao entendimento dão gosto. Quanto mais sabemos, maior o nosso desejo de saber mais.

Nada há mais vizinho do prazer que o pesar. Nada há nas ciências, que não recreie. Nada se inculca nelas, que não agrade. As honras, quanto maiores, tanto mais pesadas. São as ciências, quanto mais excelentes, mais sublimes.

As ciências nunca enfadam, nunca aborrecem. Quanto mais se sabe, mais se deseja saber. Sêneca recomendava que se devia estudar, não para saber muito, mas para viver bem: “Stude non ut plus aliis scias, sede ut melius fias”

Da perseverança nas boas e interessantes leituras ou nos sérios estudos se tiram grandes e muitos proveitos. Em todas as cousas, a continuação produz efeitos.

Com certeza, o leitor conhece aqueles dois versos em que Ovídio fala: a gota cava a pedra, não pela violência, mas caindo muitas vezes, assim o homem se faz sábio, não à força, mas sempre lendo ou estudando “Gutta cavat lapidem, non vi, sed saepe cadendo; Sic homo fit sapiens, non vi, sed saepe legendo”

Quando não for possível a aquisição de livros por causa do seu alto preço, qualquer homem poderá conseguir bons e até profundos conhecimentos, perguntando o que não sabe a quem possui cultura humanística ou filosófica, cientifica ou teológica, em grau elevado.

Santo Agostinho se confessava preparado para aprender ainda que fosse de um menino. E o papa Pio II, quanto mais duvidava, mais perguntava e ficou sabendo muito.

Torpe e vergonhoso é ignorar o que a todos convém saber.

É claro que o estudo nunca deve ser feito para vanglória ou superestimação de quem quer que seja. Pois o muito estudo muito humilha a quem estuda. Quanto mais aprendemos com o estudo, mais se dilata o horizonte da nossa ignorância. Por mais que saibamos, sabemos poucas cousas. E ficamos na certeza de que a nossa ciência é como a gota d’água diante do mar da nossa ignorância.

Nas letras, o ignorante acha misteriosas luzes para a sua cegueira e o prudente novos reforços para a sua sabedoria.

Da famosa encantadora Circes se conta que, com suas mágicas bebidas, transformava homens em animais. A virtude da ciência opera o contrário, de maneira prodigiosa: “In porcos homines mutarunt pocula Circes; Ex porcis homines docata Sophia facit”.

“Vai tanta diferença entre um homem sábio e o ignorante, quanta vai da luz à sombra” (Ecclesiastes, cap. I).

Entre os mais homens, o sábio é o primeiro, como é o comandante no avião, o general no exército, a unha no corpo.

A maior excelência que o pode ter é saber. Pelo saber, se faz mais semelhante a Deus.”

Eis, pois, mais RICAS e PROFUNDAS abordagens e REFLEXÕES que acenam, entre outros, para o GIGANTESCO DESAFIO de se ter POLÍTICAS PÚBLICAS que primam e ANCORAM a EDUCAÇÃO como PRIORIDADE ABSOLUTA de GOVERNO e da SOCIEDADE...

Portanto, são RAZÕES como essas que nos MOTIVAM e nos FORTALECEM nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA E QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, CULTA, QUALIFICADA, LIVRE, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, que permita a PARTILHA de suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS, OPORTUNIDADES e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos para eventos como a CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E MUDANÇAS CLIMÁTICAS (RIO + 20) em 2012, a COPA DA CONFEDERAÇÕES DE 2013, a COPA DO MUNDO DE 2014, a OLIMPÍADA DE 2016, as OBRAS do PAC e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO 21, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INFORMAÇÃO, do CONHECIMENTO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um NOVO mundo, da PAZ e FRATERNIDADE UNIVERSAL...

Este é o nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA!...

O BRASIL TEM JEITO!...

terça-feira, 22 de setembro de 2009

A HISTÓRIA AJUDA A CIDADANIA NA MUDANÇA DE RUMO

“... A questão maior de nosso tempo é adequar o crescimento econômico de acordo com as necessidades essenciais do ser humano. O mal da chamada civilização ocidental é que tem transmitido a idéia de que a riqueza – dinheiro, mansões suntuosas, automóveis, consumismo exacerbado, luxo, etc. – é o bem supremo. É por isso que as campanhas políticas que falam da ética não produzem efeito e, a cada dia, registram-se feitos e atos que degradam a vida política nacional. A verdade, entretanto, é que não se fará a referida reforma do Estado sem antes se resolver o problema ético. Problema que está na escala de valores de cada um. Cobre-se do político um comportamento digno não apenas por exercer função pública, mas principalmente em razão de sua condição humana. É preciso que todos – não apenas os que exercem cargos públicos – sejam varões de Plutarco. Isto é: homens e mulheres que não se envergonhem de um só ato que tenham praticado.”
(EDITORIAL do Jornal ESTADO DE MINAS, edição de 26 de fevereiro de 1994)

Mais uma “HISTÓRICA” contribuição vem de artigo também publicado no Jornal ESTADO DE MINAS, edição de 26 de fevereiro de 1994, Caderno OPINIÃO, página 6, de autoria de VIEIRA CHRISTO, com INTEGRAL transcrição:

Introdução da moeda

Não é da URV, a introdução de que vou falar. É da introdução mesmo, pela primeira vez, nas terras do Brasil, da moeda metálica.

Não cabe aqui a descrição do que foi essa colossal e colonial experiência. Mas vale a pena compulsar a História (os dez volumes de Rocha Pombo), para se ter uma ligeira idéia do que foi.

Num deles está a história toda de como aconteceu o processo de implantação da moeda, lá pelos mil e seiscentos e tantos, em razão do que não puderam mais, reis e súditos, dormir a sono solto.

Roubalheira, nada mais. “Os livros – escreve Rocha Pombo – acusavam despesas escrituradas e, duplicata, enquanto pelo que respeitava à receita, uma grande parte por escriturar, “não se falando – dizia o governador na comunicação a el-rei – nesta matéria em muitas despesas, “dúvidas”, por excessos de preços...”

Ah! Já nos velhos tempos, os excessos de preços!

E o notável historiador – cujo nome parece hoje desmaiado na memória de muitos – fecha uma das páginas mais tristes da introdução da moeda, com estas palavras: “O que se conclui... é que provedores, almoxarifes, arrematantes de impostos, contratadores de sal e outros artigos, e funcionários de toda ordem, e até altas autoridades da colônia (como não podia deixar de ser, acrescento eu) chegavam a formar verdadeiras quadrilhas para tais depredações sob a égide da lei”.

Estão a ver? Um mal de origem.

Daí, não haver eu concluído a leitura do capítulo histórico, de Rocha Pombo, sobre a introdução da moeda no Brasil. Sofrer?

Sim, extensíssimo é o relato das patifarias, tudo por causa da moeda. Cobre, pataca ou patacão, cruzado, cruzeiro novo, cruzeiro real, “URV”, nos seus primeiros vagidos, pela-nos saber que a moeda tem sido e pode ser fonte de desesperos e desesperanças.

Pessimismo?

Não, realidade.

Tão real quando o escândalo do Sambódromo.”

Como no dizer de CÍCERO: “A História é a mestra da vida”, que o SÉCULO 21 seja mesmo um ABSOLUTO marco no trato das COISAS DAS CIDADES e que POSSAMOS – TODOS os BRASILEIROS e TODAS as BRASILEIROS – ser de fato, como queria PLUTARCO, “homens e mulheres que não se envergonhem de um só ato que tenham praticado”...

Assim, digerindo BEM lições como essas, estaremos nos FORTALECENDO e nos QUALIFICANDO para a construção de um BRASIL verdadeiramente JUSTO, LIVRE, DESENVOLVIDO e SOLIDÁRIO, com o mesmo ENTUSIASMO, a mesma ALEGRIA, a mesma FÉ e a mesma ESPERANÇA que MOVEM às grandes CONQUISTAS...

O BRASIL TEM JEITO!...