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segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

A CIDADANIA E OS DESAFIOS DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

“Os entraves burocráticos ao cumprimento da lei ambiental
        
         Um dos maiores desafios – senão o maior – do mundo empresarial no século XXI é praticar o tão aclamado desenvolvimento sustentável. Aliar respeito ao meio ambiente e ao crescimento econômico, muitas vezes, é um trabalho complexo, apesar de necessário.
         No Brasil, cada Estado possui legislação ambiental própria que segue, entretanto, as mesmas diretrizes, convencionadas nacionalmente. Em Minas Gerais, as empresas devem estar em acordo com a Deliberação Normativa 74/2004 para ser ecologicamente corretas.
         O licenciamento ambiental é obrigatório para empresas de atividades minerarias, industriais, serviços e comércio atacadista, além de agrossilvipastoris, entre as classes três e seis. A classificação do Conselho Estadual de Política Ambiental avalia as organizações de acordo com o porte e potencial poluidor. O processo de licenciamento passa por três etapas: licença prévia, instalação e operação.
         Não há problema no fato de as empresas terem de se submeter a uma legislação rígida quanto à responsabilidade ambiental. A questão é a maneira como essa legislação é colocada em prática.
         De acordo com DN 74/2004, o prazo para que o órgão ambiental se manifeste sobre o requerimento de licença ambiental é de seis meses. Na prática, a espera pode demorar anos. A empresa que já está em funcionamento e busca se regularizar pode manter as atividades. Mas os empreendedores que querem abrir as portas acabam ficando na dependência dos órgãos ambientais.
         O Brasil conta, hoje, com a legislação ambiental mais completa do mundo. O problema é que ela é tão completa  - e complexa – que fica difícil cumpri-la à risca.. Criam-se inúmeras leis, mas faltam o aparato adequado de pessoal e material para realmente atender as demandas que existem.
         Nesse cenário, o empresário – muitas vezes, pouco esclarecido  fica à mercê do ente público que cria a norma, mas não tem estrutura para agilizar o processo. Enquanto isso, as empresas deixam de gerar empregos e movimentar a economia, situação que, infelizmente, favorece a ilegalidade.
         Além de demorado, o processo de licenciamento ambiental é caro, muito caro. Empresas de classes cinco e seis, ou seja, de grande porte e com alto potencial poluidor, chegam a gastar até R$ 400 mil pela licença de meio ambiente. Esse custo pode até não ser determinante para o grande empresário, mas, para as médias empresas, o valor pode ser alto demais.
         A burocracia não é a única questão que desfavorece o empresário. Por meio dos laudos técnicos, é possível avaliar a viabilidade da neutralização do impacto ambiental causado pela atividade da organização. No caso do setor de mineração, por exemplo, reduzir a zero os impactos é impossível. Então, a empresa pode desenvolver ações compensatórias dos danos causados ao meio ambiente. Esses laudos são julgados por comissões compostas por pessoas que não necessariamente possuem conhecimento técnico. Assim, em muitos casos, a vontade política prevalece.
         É evidente que as empresas precisam respeitar a legislação ambiental e crescer sem destruir a natureza. Afinal, é só ela que nos dá condição para a sobrevivência. Entretanto, é preciso profissionalizar os processos de licenciamento ambiental para que, no conceito de sustentabilidade, não só o pilar meio ambiente prevaleça, mas que também as colunas da sociedade e da econômica sejam priorizadas.”

(FREDERICO MIUCHON. Coordenador do curso de administração da Faceb/Unipac Bom Despacho, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 18 de janeiro de 2014, caderno O.PINIÃO, página 18).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, mesma edição, caderno OPINIÃO, página 9, de autoria de MARINA GROSSI, que é presidente do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), e que merece igualmente integral transcrição:

“Saneamento, urgente
        A última edição da pesquisa do Instituto Trata Brasil revelou que 61,52% do volume do esgoto gerado nas 100 maiores cidades brasileiras não recebem tratamento adequado. Traduzindo o percentual em números, as cidades com mais de 300 mil habitantes do país despejam diariamente 3,2 bilhões de metros cúbicos de esgoto, o equivalente a 3,5 mil piscinas olímpicas.
         Além de alertar a sociedade para números expressivos e inaceitáveis, as pesquisas anuais do Trata Brasil indicam que caminhamos lentamente na direção da meta de universalizar a distribuição de água potável e de coleta e tratamento de esgoto. Seja do ponto de vista econômico ou socioambiental, além do compromisso ético, argumentos não faltam para que a sociedade dê prioridade ao saneamento básico. O despejo de bilhões de litros de esgoto sem tratamento no meio ambiente, contaminando lençóis freáticos, rios, lagos, manguezais e as áreas mais ricas em biodiversidade dos mares, provoca perdas de ativos ambientais, produzindo impactos indesejáveis no plano social e econômico – queda na atividade pesqueira e no turismo, incidência de doenças de veiculação hídrica e aumento dos custos com adição de produtos químicos nas estações de captação e tratamento de água, entre outras consequências.
         Estima-se que 217 mil trabalhadores precisam se afastar de suas atividades por ano devido a problemas gastrointestinais. As crianças que moram em locais sem saneamento básico têm, em média, um aproveitamento escolar 18% abaixo das que vivem em regiões salubres. Sem considerar a queda do rendimento escolar de expressiva parcela de crianças e jovens.
         Os benefícios econômicos e sociais do investimento em saneamento vão além da redução das perdas citadas. Para cada R$ 1 milhão investidos em obras de esgoto sanitário, são gerados 30 empregos diretos e 20 indiretos, sem contar com a demanda por mão de obra quando o sistema entra em operação. O esforço de especialistas para quantificar concretamente os benefícios do investimento em saneamento deve servir de estímulo para mudar o comportamento de políticos e mobilizar os demais setores da sociedade para o tema. A excessiva concentração de projetos em execução de obras de saneamento no setor governamental é, certamente, uma das mais relevantes razões para caminharmos tão lentamente em direção à meta de universalizar o serviço.
         De acordo com a última estimativa do Plano Nacional de Saneamento Básico, teremos que investir R$ 302 bilhões até 2033 para atingirmos a meta proposta. Contudo, a média de investimento anual em saneamento tem se mantido entre R$ 15 bilhões e R$ 16 bilhões, o que corresponde à metade do volume de recursos necessários. Há também problemas de gestão. Estudos do Trata Brasil – que recebeu o título de “De olho do PAC” –, que acompanha a execução de 138 grandes projetos de saneamento em municípios com mais de 500 mil habitantes (sendo 112 do PAC 1 e 26 do PAC 2), constata que apenas 14% das obras foram concluídas até dezembro de 2012.
         Se somarmos a média baixa de investimento à morosidade na execução dos projetos, corremos o risco de comprometer seriamente o prazo para atingirmos a meta proposta no plano nacional. É preciso e possível encontrar mecanismos legais e políticos que permitam uma participação maior do setor empresarial e de instituições civis nesse processo. Esses novos parceiros poderão disponibilizar tecnologia, investimento e capacidade de mobilizar a sociedade. Estima-se que poderíamos levar 40 anos ou mais para que todos os brasileiros tenham acesso ao saneamento, 20 anos mais do que os atuais planos do governo.”

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas transformações em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

     a)     a educação – universal e de qualidade, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas;

     b)    o combate, implacável e sem trégua, aos três dos nossos maiores e mais avassaladores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero; II – a corrupção, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de variada ordem; III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis;

     c)     a dívida pública brasileira, com projeção para 2014, segundo o Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (apenas com esta rubrica, previsão de R$ 639 bilhões), a exigir igualmente uma imediata, abrangente e qualificada e eficaz auditoria...

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais contundente ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...
São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, desenvolvida e solidária, que permita a partilha de suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros, especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a Copa do Mundo; a Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do pré-sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!...

O BRASIL TEM JEITO!...


A CIDADANIA E OS DESAFIOS DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

“Os entraves burocráticos ao cumprimento da lei ambiental
        
         Um dos maiores desafios – senão o maior – do mundo empresarial no século XXI é praticar o tão aclamado desenvolvimento sustentável. Aliar respeito ao meio ambiente e ao crescimento econômico, muitas vezes, é um trabalho complexo, apesar de necessário.
         No Brasil, cada Estado possui legislação ambiental própria que segue, entretanto, as mesmas diretrizes, convencionadas nacionalmente. Em Minas Gerais, as empresas devem estar em acordo com a Deliberação Normativa 74/2004 para ser ecologicamente corretas.
         O licenciamento ambiental é obrigatório para empresas de atividades minerarias, industriais, serviços e comércio atacadista, além de agrossilvipastoris, entre as classes três e seis. A classificação do Conselho Estadual de Política Ambiental avalia as organizações de acordo com o porte e potencial poluidor. O processo de licenciamento passa por três etapas: licença prévia, instalação e operação.
         Não há problema no fato de as empresas terem de se submeter a uma legislação rígida quanto à responsabilidade ambiental. A questão é a maneira como essa legislação é colocada em prática.
         De acordo com DN 74/2004, o prazo para que o órgão ambiental se manifeste sobre o requerimento de licença ambiental é de seis meses. Na prática, a espera pode demorar anos. A empresa que já está em funcionamento e busca se regularizar pode manter as atividades. Mas os empreendedores que querem abrir as portas acabam ficando na dependência dos órgãos ambientais.
         O Brasil conta, hoje, com a legislação ambiental mais completa do mundo. O problema é que ela é tão completa  - e complexa – que fica difícil cumpri-la à risca.. Criam-se inúmeras leis, mas faltam o aparato adequado de pessoal e material para realmente atender as demandas que existem.
         Nesse cenário, o empresário – muitas vezes, pouco esclarecido  fica à mercê do ente público que cria a norma, mas não tem estrutura para agilizar o processo. Enquanto isso, as empresas deixam de gerar empregos e movimentar a economia, situação que, infelizmente, favorece a ilegalidade.
         Além de demorado, o processo de licenciamento ambiental é caro, muito caro. Empresas de classes cinco e seis, ou seja, de grande porte e com alto potencial poluidor, chegam a gastar até R$ 400 mil pela licença de meio ambiente. Esse custo pode até não ser determinante para o grande empresário, mas, para as médias empresas, o valor pode ser alto demais.
         A burocracia não é a única questão que desfavorece o empresário. Por meio dos laudos técnicos, é possível avaliar a viabilidade da neutralização do impacto ambiental causado pela atividade da organização. No caso do setor de mineração, por exemplo, reduzir a zero os impactos é impossível. Então, a empresa pode desenvolver ações compensatórias dos danos causados ao meio ambiente. Esses laudos são julgados por comissões compostas por pessoas que não necessariamente possuem conhecimento técnico. Assim, em muitos casos, a vontade política prevalece.
         É evidente que as empresas precisam respeitar a legislação ambiental e crescer sem destruir a natureza. Afinal, é só ela que nos dá condição para a sobrevivência. Entretanto, é preciso profissionalizar os processos de licenciamento ambiental para que, no conceito de sustentabilidade, não só o pilar meio ambiente prevaleça, mas que também as colunas da sociedade e da econômica sejam priorizadas.”

(FREDERICO MIUCHON. Coordenador do curso de administração da Faceb/Unipac Bom Despacho, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 18 de janeiro de 2014, caderno O.PINIÃO, página 18).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, mesma edição, caderno OPINIÃO, página 9, de autoria de MARINA GROSSI, que é presidente do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), e que merece igualmente integral transcrição:

“Saneamento, urgente
        A última edição da pesquisa do Instituto Trata Brasil revelou que 61,52% do volume do esgoto gerado nas 100 maiores cidades brasileiras não recebem tratamento adequado. Traduzindo o percentual em números, as cidades com mais de 300 mil habitantes do país despejam diariamente 3,2 bilhões de metros cúbicos de esgoto, o equivalente a 3,5 mil piscinas olímpicas.
         Além de alertar a sociedade para números expressivos e inaceitáveis, as pesquisas anuais do Trata Brasil indicam que caminhamos lentamente na direção da meta de universalizar a distribuição de água potável e de coleta e tratamento de esgoto. Seja do ponto de vista econômico ou socioambiental, além do compromisso ético, argumentos não faltam para que a sociedade dê prioridade ao saneamento básico. O despejo de bilhões de litros de esgoto sem tratamento no meio ambiente, contaminando lençóis freáticos, rios, lagos, manguezais e as áreas mais ricas em biodiversidade dos mares, provoca perdas de ativos ambientais, produzindo impactos indesejáveis no plano social e econômico – queda na atividade pesqueira e no turismo, incidência de doenças de veiculação hídrica e aumento dos custos com adição de produtos químicos nas estações de captação e tratamento de água, entre outras consequências.
         Estima-se que 217 mil trabalhadores precisam se afastar de suas atividades por ano devido a problemas gastrointestinais. As crianças que moram em locais sem saneamento básico têm, em média, um aproveitamento escolar 18% abaixo das que vivem em regiões salubres. Sem considerar a queda do rendimento escolar de expressiva parcela de crianças e jovens.
         Os benefícios econômicos e sociais do investimento em saneamento vão além da redução das perdas citadas. Para cada R$ 1 milhão investidos em obras de esgoto sanitário, são gerados 30 empregos diretos e 20 indiretos, sem contar com a demanda por mão de obra quando o sistema entra em operação. O esforço de especialistas para quantificar concretamente os benefícios do investimento em saneamento deve servir de estímulo para mudar o comportamento de políticos e mobilizar os demais setores da sociedade para o tema. A excessiva concentração de projetos em execução de obras de saneamento no setor governamental é, certamente, uma das mais relevantes razões para caminharmos tão lentamente em direção à meta de universalizar o serviço.
         De acordo com a última estimativa do Plano Nacional de Saneamento Básico, teremos que investir R$ 302 bilhões até 2033 para atingirmos a meta proposta. Contudo, a média de investimento anual em saneamento tem se mantido entre R$ 15 bilhões e R$ 16 bilhões, o que corresponde à metade do volume de recursos necessários. Há também problemas de gestão. Estudos do Trata Brasil – que recebeu o título de “De olho do PAC” –, que acompanha a execução de 138 grandes projetos de saneamento em municípios com mais de 500 mil habitantes (sendo 112 do PAC 1 e 26 do PAC 2), constata que apenas 14% das obras foram concluídas até dezembro de 2012.
         Se somarmos a média baixa de investimento à morosidade na execução dos projetos, corremos o risco de comprometer seriamente o prazo para atingirmos a meta proposta no plano nacional. É preciso e possível encontrar mecanismos legais e políticos que permitam uma participação maior do setor empresarial e de instituições civis nesse processo. Esses novos parceiros poderão disponibilizar tecnologia, investimento e capacidade de mobilizar a sociedade. Estima-se que poderíamos levar 40 anos ou mais para que todos os brasileiros tenham acesso ao saneamento, 20 anos mais do que os atuais planos do governo.”

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas transformações em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

     a)     a educação – universal e de qualidade, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas;

     b)    o combate, implacável e sem trégua, aos três dos nossos maiores e mais avassaladores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero; II – a corrupção, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de variada ordem; III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis;

     c)     a dívida pública brasileira, com projeção para 2014, segundo o Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (apenas com esta rubrica, previsão de R$ 639 bilhões), a exigir igualmente uma imediata, abrangente e qualificada e eficaz auditoria...

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais contundente ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...
São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, desenvolvida e solidária, que permita a partilha de suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros, especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a Copa do Mundo; a Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do pré-sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!...

O BRASIL TEM JEITO!...


sexta-feira, 27 de agosto de 2010

A CIDADANIA E O DESAFIO DO POVO SEM SANITÁRIOS

“[...] Desafios – a radicalização da democracia

Apesar do quadro mais otimista em tempos recentes, os desafios permanecem expressivos diante da magnitude das desigualdades e da pobreza. É importante registrar que a melhoria observada na distribuição da renda diz respeito apenas aos rendimentos do trabalho, deixando de fora lucros, dividendos, aluguéis e juros, que são importantes fontes de riqueza das famílias mais abastadas do país. Acredita-se que se fosse possível medir a efetiva distância que separa ricos de pobres, os resultados não seriam tão alentadores quanto parecem. Segundo Pochmann (2004), as cinco mil famílias “muito ricas”, que representam 0,001% do total das famílias brasileiras, apropriam-se do equivalente a 3% da renda total nacional, representando o seu patrimônio algo em torno de 40% do PIB brasileiro. E mais: segundo os dados oficiais sobre contas nacionais, a participação dos salários na renda total vem caindo continuadamente nos últimos 10 anos, passando de 45% do PIB em 1994 para pouco mais de 30% nos dias de hoje (DIEESE, 2006; Garcia, 2008). Vê-se, pois, que as desigualdades sociais são mais complexas do que aparentam.

Existem questões estruturais que necessitam ser enfrentadas para redistribuir ativos e poder e, assim, dar sustentabilidade ao processo de maior justiça social em curso no Brasil. Este é o caso da implementação de uma efetiva política de desenvolvimento agrário que democratize o acesso à terra e fortaleça a agricultura familiar. Faz-se necessário, também, realizar uma reforma urbana que assegure o direito à cidade e garanta uma moradia adequada para todos, bem como o acesso à infraestrutura, equipamentos e serviços públicos.

Urge pôr em marcha uma reforma tributária que promova a justiça fiscal, fazendo com que os mais ricos paguem proporcionalmente mais. Urge, ainda, adotar um padrão de gastos públicos que amplie o atendimento dos direitos sociais e que interrompa bem como reverta o histórico movimento de transferência indireta de renda dos que têm menos, isto é, os trabalhadores e os setores produtivos, em favor dos rentistas.

É crucial realizar uma reforma política que expanda a democracia em suas diversas dimensões: direta, participativa e representativa. Faz-se necessário, ainda, fortalecer políticas públicas de combate às discriminações raciais e de gênero e ampliar ações afirmativas de modo a promover inclusão de mulheres e negros. O combate às desigualdades de gênero e raça requer que, simultaneamente a essas medidas específicas, se universalize o acesso, de qualidade, aos bens e serviços públicos de saúde, educação, previdência, assistência, saneamento, habitação, seguro-desemprego, qualificação e intermediação profissional, dentre outros. A sociedade democrática caracteriza-se como aquela em que as oportunidades básicas oferecidas aos indivíduos não os diferenciem em função de seu sexo, raça, etnia ou origem social. Essas oportunidades básicas são o alicerce sobre o qual se ergue a igualdade de oportunidades e de tratamento que asseguram a eficácia da equidade tão almejada.”
(DUNCAN GREEN, in Da pobreza ao poder: como cidadãos ativos e estados efetivos podem mudar o mundo; tradução de Luiz Vasconcelos. – São Paulo: Cortez; Oxford: Oxfam International, 2009, páginas 600 e 601).

Mais uma IMPORTANTE e OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de EDITORIAL publicado no Jornal ESTADO DE MINAS, edição de 23 de agosto de 2010, Caderno OPINIÃO, página 8, que merece INTEGRAL transcrição:

“EDITORIAL
Povo sem sanitários

Dados oficiais da última Pesquisa Nacional de Saneamento Básico (PNSB), divulgados na semana passada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram que o Brasil tem muito do que se envergonhar. A realidade que emerge da pesquisa desautoriza euforias levadas ao palanque eleitoral, coloca em xeque anunciados avanços sociais e chamam atenção para a injustiça e o descaso com populações pobres, escondidos no falso brilhante do posto de 8ª economia do mundo. O fato incontestável é que, apesar de todo o discurso, o país continua negando o elementar acesso a redes públicas de esgoto a mais da metade dos domicílios (56%). E mesmo descontando as famílias que conseguem improvisar soluções particulares, a pesquisa mostra que sobra a inaceitável população de quase 35 milhões de pessoas afetadas pela total falta de infraestrutura sanitária.

A economia, a criação de empregos e o otimismo geral vinham crescendo rápido no país até a crise financeira mundial. Mas nada disso passou perto do saneamento básico. Pelo contrário. Os dados da PNSB revelam que foi pífio o aumento da oferta de infraestrutura sanitária entre 2000 e 2008, período em que a perda de qualidade de vida por falta de rede de esgotos, que afetava 20,4% da população, recuou para 18%, proporção ainda alta o suficiente para comprometer a condição do Brasil como país aspirante ao clube dos desenvolvidos.

Nos oito anos compreendidos pela pesquisa, foi igualmente ridículo o crescimento do número de municípios brasileiros com rede coletora de esgotos. Passou de 52% para 55%. Se o saneamento é básico para as condições de saúde da população, o quadro é preocupante. Com a exceção do Distrito Federal (com 86,3%, de São Paulo (82,1%) e de Minas Gerais (68,9%), em todos os outros estados mais de 50% dos domicílios não contam com redes públicas de esgotos. O Rio de Janeiro, com 49,2%, e o Paraná, com 46,3%, podem se contentar apenas em estar acima da vergonhosa média nacional de apenas 44% dos domincílios atendidos por rede de esgoto.

A verdade é que, no país que caminha para fechar 2010 com 200 milhões de celulares habilitados (mais de um por habitante) e que estendeu o crédito às camadas da população de menor renda, muitas famílias possuem uma enorme TV de tela plana, mas mal podem contar com sanitários decentes. Têm dificuldade de impedir que suas crianças brinquem ao lado do esgoto a céu aberto, mas aprenderam o significado da palavra emergente e sabem que o Brasil passou a falar grosso com os poderosos do mundo. Por menos que admitam os políticos, a principal explicação para tamanha contradição e para tão vergonhoso descalabro é antiga: tubulação debaixo da terra não dá voto. Mas um país que pretende se incluir no mundo civilizado não pode mais manter essa arcaica visão das coisas. Que dos presidenciáveis se exija compromisso. O saneamento básico nunca deixou de frequentar o discurso político, mas isso não basta. A época de números inflados e de promissas fáceis precisa ficar no passado.”

São, pois, páginas que mostram, sobejamente, a secular MIOPIA que, INFELIZ e LASTIMAVELMENTE, atinge gerações de GOVERNANTES e que, por isso mesmo, nos MOTIVAM e nos FORTALECEM nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA E QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, SAUDÁVEL, LIVRE, SUSTENTAVELMENTE DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, que permita a PARTILHA de suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos para eventos como a COPA DO MUNDO DE 2014, a OLIMPÍADA DE 2016, os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências da MODERNIDADE, da GLOBALIZAÇÃO, do CONHECIMENTO, da INFORMAÇÃO, das NOVAS TECNOLOGIAS e de um mundo da PAZ e FRATERNIDADE UNIVERSAL...

Este é o nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa LUTA, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA!...

O BRASIL TEM JEITO!...