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segunda-feira, 15 de novembro de 2010

A CIDADANIA E A ALFABETIZAÇÃO À BRASILEIRA

“NEUROCIÊNCIAS
LEITURA transforma o cérebro

Aprender a ler transforma realidades, insere o indivíduo na sociedade, muda a forma com a qual ele se relaciona com o ambiente. Isso, os pedagogos já sabiam. Mas a leitura é responsável por alterações muito mais profundas: literalmente, ela modifica o cérebro. Uma pesquisa com participação brasileira, incluindo o Distrito Federal, publicada na edição on-line de ontem da revista especializada Science, mediu o impacto da alfabetização na mente. Os cientistas constataram que ele é bem do que o imaginado. As áreas cerebrais ativadas pelas letras não se restringem à região relacionada à linguagem codificada, mas envolve diversas outras, como os setores da fala e da visão.

O estudo foi divulgado no mesmo dia em que o deputado federal eleito este ano com o maior número de votos no Brasil (1,3 milhão) Francisco Everardo Oliveira Silva, o palhaço Tiririca, lei e escreveu durante a audiência realizada para apurar a veracidade de sua declaração de escolaridade, no Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo.

Como a escrita é uma atividade recente, [5 MIL ANOS Enquanto o homem moderno tem cerca de 50 mil anos, a escrita começou a se desenvolver há apenas 5 mil anos, em diversas regiões independentes, como a China e a Mesopotâmia (hoje, o Iraque). Os pesquisadores acreditam que as formas mais antigas da escrita são a cuneiforme e os hieróglifos] comparando-se com a idade do homem, o cérebro não tem uma região inata relacionada à leitura. “Temos que fazer uma colagem, usando sistemas que já existem”, declarou à agência de notícias AFP Laurent Cohen, do Instituto Nacional de Saúde e Pesquisa Médica da França (Inserm) e um dos coordenadores do estudo. “Ainda não houve tempo para o órgão formar essa estrutura. Então, o cérebro recicla estruturas antigas para atender às novas demandas culturais”, detalhou, em uma teleconferência para a imprensa brasileira, Lucia Braga, diretora de pesquisas do Centro Internacional de Neurociências da Rede Sarah, onde foi realizada a parte brasileira da pesquisa.

Quarenta e um voluntários do entorno do Distrito Federal, incluindo alfabetizados na infância, analfabetos e alfabetizados na idade adulta com diferentes níveis de escolarização, se submeteram a ressonâncias magnéticas funcionais, enquanto tinham seus cérebros mapeados. Durante o exame, que permite visualizar a ativação da atividade cerebral, os participantes recebiam estímulos diversos, como frases e palavras escritas e faladas, imagens de objetos e rostos, e caracteres sem significado semântico. Os cientistas, então, puderam observar a resposta do cérebro de cada grupo de voluntários.

“O resultado é que aprender a ler transforma violentamente as redes neurais da visão e da linguagem”, diz Lucia. “Quando as pessoas foram expostas às frases escritas, houve um aumento da ativação cerebral na área das palavras”, acrescenta. Entre os analfabetos, não foi constatada a ativação. E, quanto maior a escolaridade, maior a atividade dos neurônios.

“O principal achado da pesquisa, o que nos surpreendeu, foi que os efeitos da leitura no córtex são visíveis tanto nas pessoas alfabetizadas na infância quanto na idade adulta. Então, mesmo quem passou anos da vida sem oportunidade de aprender a ler, quando consegue chegar à escola, tem suas redes cerebrais acionadas exatamente da forma verificada em pessoas alfabetizadas na infância”, explica a neuropesquisadora. “O que vai diferenciar é o nível de escolarização. Quem estudou mais tem maior ativação, mas isso depende menos do fato de a pessoa ter aprendido a lei na infância”, diz.

De acordo com a especialista, o resultado significa que os circuitos da leitura permanecem plásticos durante a vida toda. “Esses resultados demonstram o impacto maciço da educação sobre o cérebro humano. É importante ressaltar que a maioria esmagadora das pesquisas com ressonância magnética funcional cerebral é realizada com cérebro educado e que a organização cerebral, na ausência de educação, constitui um imenso território amplamente inexplorado”, alerta.

POLÍTICAS PÚBLICAS Para a médica, que também é presidente e diretora executiva da Rede Sarah, esse resultado tem implicações evidentes para o Brasil. “Se considerarmos que o letramento melhora as respostas do cérebro e redefine a organização cerebral, e que o país tem 14 milhões de analfabetos, é importante pensar como poderíamos mudar essa realidade”, afirma. De acordo com Lucia, conexões mais ágeis levam a uma capacidade maior de funcionamento cerebral. “Essas pessoas podem usar mais seu cérebro e isso terá um grande impacto na vida cotidiana. O estudo poderia ajudar na construção de políticas públicas para alfabetização de adultos”, acredita.”
(PALOMA OLIVETO, em artigo publicado no Jornal ESTADO DE MINAS, edição de 12 de novembro de 2010, Caderno CIÊNCIA, página 20).

Mais uma IMPORTANTE e também PEDAGÓGICA e OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE, vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 14 de novembro de 2010, Caderno OPINIÃO, página 13, de autoria de CARLOS ALBERTO CHIARELLI, Ex-ministro da Educação, presidente da Associação da Cadeia Produtiva de Educação à Distância, que merece INTEGRAL transcrição:

Alfabetização à brasileira

Hoje é o Dia Nacional da Alfabetização, instituído pelo Decreto 59.452/1966. Nesta data, segundo o artigo 205 da Constituição, “a educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada à colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”. Infelizmente, não estamos cumprindo fielmente o referido artigo. O último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apurado (2000) mostrou que o índice de analfabetismo no Brasil atinge aproximadamente 13% da população com mais de 10 anos de idade. Já a população de analfabetos absolutos ultrapassa o número de 16 milhões.

Viu-se, também, que existem pessoas, com mais de 15 anos de idade, que não chegaram a permanecer quatro anos nas escolas e são consideradas analfabetas funcionais. Leem, mas não interpretam os textos lidos ou sequer os copiam. Consideradas analfabetos funcionais, somam cerca de 30 milhões de brasileiros. Para ser alfabetizado não basta aprender a desenhar o nome. É preciso ir além e saber utilizar com desembaraço a leitura e a escrita no cotidiano (veja-se o notório caso Tiririca!). Os dados referidos – mesmo que venham a ser discretamente atenuados pelo censo de 2010 – são vergonhosos para um país como o nosso, que tinha como objetivo ter 30% da população nas universidades e só tem 14%.

Se formos mencionar a deficiência de pessoas que chegam a cursar uma graduação, deparamo-nos com um dado também alarmante. Nossos números são escassos, para não dizer deficientes. Índices reduzidos, quando comparamos com países da América Latina, como o Chile, onde a matrícula universitária jovem está em 21%. Será que ainda não aprendemos a lição de que o índice de pessoas alfabetizadas indica o nível de desenvolvimento de um país?

A alfabetização está diretamente ligada ao verdadeiro processo democratizante de uma nação. O problema, no Brasil, perpetua e as soluções têm sido paliativas. Entre certos projetos “inovadores” e inúteis está o da educação por ciclos, no qual os alunos não podem repetir o ano e são aprovados para as séries seguintes mesmo apresentando dificuldades para adquirir conhecimento. Com isso, brinca-se de ensinar, ficando as pessoas à margem do sistema educacional, formalmente habilitadas. Realisticamente, incapacitadas. Por isso, a importância da educação à distância (EAD) para alfabetização é um assunto relevante, pois permitiria estabelecer uma rede de ensino que atende todas as camadas da população. A EAD, apresentando altos índices de adesão, é levada a sério por gente séria, preocupada com a qualidade de um meio de educação alfabetizante e promoção cidadã.”

Eis, pois, mais páginas eivadas de ALERTAS e REFLEXÕES sobre a nossa TRISTE e VERGONHOSA situação de DESCUMPRIMENTO constitucional e de falta de ZELO para com a EDUCAÇÃO, que, no entanto, nos MOTIVAM e nos FORTALECEM nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA E QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, QUALIFICADA, LIVRE, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, que possa PARTILHAR suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos para eventos como a COPA DO MUNDO DE 2014, a OLIMPÍADA DE 2016 e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO XXI, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INFORMAÇÃO, do CONHECIMENTO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um mundo da PAZ e FRATERNIDADE UNIVERSAL...

Este é o nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa LUTA, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA!...

O BRASIL TEM JEITO!...

segunda-feira, 27 de julho de 2009

A CIDADANIA E A EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

“Espero que seja prestada atenção à educação pública do povo.Estou convencido de que do seu bom senso dependemos para a preservação de um grau necessário de liberdade”.
(THOMAS JEFFERSON, que dedicou todo o seu tempo à causa da LIBERDADE e da EDUCAÇÃO)

Hoje, mais do que ontem, amanhã mais do que hoje, os homens sempre estarão dependendo da ATIVA PARTICIPAÇÃO COMUNITÁRIA para realizar-se em termos de LIDERANÇA, cujo legítimo exercício se fundamenta na vocação e no carisma.

Assim, a NAÇÃO estará também sempre a exigir homens preparados para conduzir os seus grandes destinos. É preciso que haja PUDOR, CORAGEM, DETERMINAÇÃO, DEVOÇÃO pelo interesse público, ou seja, CIVISMO e PATRIOTISMO.

Entretanto, hoje, com RARÍSSIMAS EXCEÇÕES, as AUTORIDADES estão FALIDAS, mergulhadas no pantanal da CORRUPÇÃO, e essa falência é um TRISTE fato consumado.

Por isso, consideramos bastante OPORTUNA a lição que vem de artigo publicado no Jornal ESTADO DE MINAS, Caderno OPINIÃO, em edição de 10 de julho de 2009, página 9, de autoria de GERALDO MAGELA TEIXEIRA, Reitor do Centro Universitário UNA

“Ainda Educação de Jovens e Adultos

Hoje vou tentar localizar causas da evasão dos alunos da educação de jovens e adultos (EJA), além da incompatibilidade de horários detectada pelo IBGE. Como já disse, o horário noturno não impede que a grande maioria dos trabalhadores brasileiros faça cursos universitários noturnos. Alguns admitem que uma das causas seja a ausência de educação profissional na EJA. Sem uma terminaridade, os alunos abandonam o curso por não oferecer uma ocupação imediata. Quem perdeu o tempo adequado para iniciar seus estudos tem uma enorme ansiedade para entrar logo no mercado de trabalho e em geral, como ocorre em tantos países, costuma ficar apenas com o aprendizado profissional de nível médio, hoje cada vez mais rendoso. Um pintor de parede, um pedreiro, um mecânico, um bombeiro costumam ter rendimentos bem compensadores, acima de tantos pisos para graduados.

Mas entendo que haja outros motivos que levam os jovens e adultos a abandonar a EJA. Trata-se da estrutura da própria escola, infelizmente ela não é prioridade nem para o governo, nem para instituições filantrópicas que a oferecem. Lamentavelmente estados e municípios, salvo raras exceções, não provisionam a EJA com profissionais competentes para implantar uma escola de jovens e adultos que é tão diferenciada. Não há professores especializados, nem locais adequados para o seu funcionamento, a Prefeitura Municipal de Belo Horizonte, salvo em um ou outro caso, confinou as escolas EJA nos conglomerados como se apenas lá estivessem os jovens e adultos sem escola. Não se sabe como foram escolhidos os professores, mas tem-se a impressão que são mandados para tais escolas os professores que não se adequaram às escolas de nível fundamental e médio. Também algumas instituições filantrópicas costumam aproveitar a ociosidade das suas salas à noite e lá colocam turmas de EJA principalmente para atender seu compromisso e destinar 20% da receita bruta a gratuidades e projetos sociais. Não quero generalizar. Deve haver por aí muito projeto bom, seja público ou privado, tentando acertar o passo de brasileiros e brasileiras ainda jovens que sem emprego formal se entregam às drogas e à prostituição. Seria importante que a EJA seja objeto de um projeto flexível, mas bem estruturado pelos especialistas na matéria.

É preciso ainda resgatar a dimensão política da EJA. Ela não pode desvincular-se de suas raízes históricas e dos movimentos sociais, como do velho Movimento de Educação e Base e das Escolas (MEB), de Paulo Freire.

Os professores, seja da escola pública seja da particular, devem ser escolhidos a dedo e treinados para a EJA. Nem sempre a formação acadêmica é tão importante. Os primeiros mestres do MEB foram em grande número trabalhadores que haviam passado pela alfabetização nos próprios movimentos sociais. A educação de jovens e adultos, mais que qualquer outra instância educacional, não tem futuro sem um toque de utopia. Temos um exército de reserva, de milhões de brasileiros e de brasileiras com direito a educação e não atendidos. É, portanto, um problema de justiça e não de assistência social.

A EJA tem uma dimensão de inclusão de brasileiros que vivem à margem da comunhão nacional, sem o reconhecimento de saberes adquiridos ao longo de anos na escola da vida e sem a eles integrar de forma ordenada os saberes formais. Não é uma segunda oportunidade. É sobretudo um atendimento na linha dos direitos humanos. Sem integrar esses brasileiros num projeto nacional, não vamos construir com dignidade esta nação”.

Então, na nobre tarefa de construir uma Nação verdadeiramente JUSTA, LIVRE, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, merece todo o nosso EMPENHO e PATRIOTISMO o capítulo chamado EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS, como tão bem delineado por nosso articulista.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

HELENA ANTIPOFF: CIDADÃ POR EXCELÊNCIA

A vida e as obras de HELENA ANTIPOFF são testemunhos históricos da fé na LIBERDADE, na CIDADANIA e, de modo muito especial, na DEMOCRACIA, cenário fértil para a prosperidade e felicidade dos povos.

Toca-me particularmente o coração, pela afável e fraterna convivência com a inesquecível Mestra, trazer à reflexão, neste momento de profunda crise global, financeira antes, depois econômica, política, social e, sobretudo, de ética, o papel desempenhado por essa EDUCADORA na formação e aperfeiçoamento de várias gerações e, ainda hoje, rico manancial de estudos por universidades de todo o mundo.

Aí, sim, evocar a trajetória de HELENA ANTIPOFF, nascida russa (1892), tendo chegado ao Brasil em 1929, a convite do Governo do Estado de Minas Gerais, para a conspícua tarefa de introduzir a Psicologia na Educação, obtendo a CIDADANIA brasileira (1951), Cidadã Honorária de IBIRITÉ (1974), onde faleceu em 1974, e longe de tentar enveredar pelo vastíssimo campo de atuação no desenvolvimento da ciência, da psicologia, da educação e da pesquisa social, é dever cívico que carrega consigo a chama dos ideais de fraternidade universal.

Quis a providência divina que esta “Terra Firme”, amada, chamada IBIRITÉ, abrigasse o Complexo Educacional da Fazenda do Rosário que na visão extraordinária da mestra HELENA, haveria de incorporar a necessária estrutura para atendimento de todos os níveis educacionais, indo da Educação Infantil ao Ensino Superior, contemplando o pioneiro trabalho de Educação Especial e a ousada assistência aos Bem-Dotados.

Assim, HELENA ANTIPOFF, principalmente nos seus 50 anos (1924-1974) de fecunda e extensa vida laboral, deve servir de inspiração à consciência nacional para um mergulho definitivo na sagrada missão de transformar a EDUCAÇÃO em prioridade absoluta na formulação e implantação de políticas públicas, vez que, no dizer da notável Mestra: “Persistir na idéia de que o verdadeiro progresso social, econômico, político e espiritual não se opera senão através da educação, da educação esmerada das novas gerações, principalmente, cabendo assim aos educadores a máxima responsabilidade tanto pelos males que afligem os povos quanto pelo bem-estar alcançado”.
(A Fazenda do Rosário como experiência social e pedagógica no meio rural – Publicado por HELENA ANTIPOFF em setembro de 1952 e no Boletim da Associação Pestalozzi do Brasil, Rio de Janeiro, 1953).

Ver também HELENA ANTIPOFF – Textos Escolhidos, de autoria de REGINA HELENA DE FREITAS CAMPOS (Organizadora) – São Paulo: Casa do Psicólogo; Conselho Federal de Psicologia, 2002. – (Coleção clássicos da Psicologia Brasileira).
Por oportuno, um abraço à prezada professora REGINA HELENA e sua equipe da Universidade Federal de Minas Gerais, incansáveis no estudo da inesgotável obra de HELENA ANTIPOFF, cidadã por excelência, que continua influenciando gerações de jovens, professores, educadores, pesquisadores, intelectuais e líderes vocacionados para o serviço, o amor e todos aqueles que se juntam para as transformações de uma sociedade global que entre outros desafios, merecem destaque: - as mudanças no perfil demográfico, as novas tecnologia, a internacionalização das economias, a crescente preocupação com o meio ambiente e o impacto das ações governamentais na complexidade da cidadania no século XXI.