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quarta-feira, 9 de maio de 2012

A CIDADANIA, A EDUCADORA HELENA ANTIPOFF E A CRIANÇA

Mais uma IMPORTANTE, PEDAGÓGICA e OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de palestra proferida por HELENA ANTIPOFF, por ocasião da reabertura das aulas, na Escola de Aperfeiçoamento (1939), publicada originalmente na Revista do Ensino, 1939, p. 13 a 22, e na edição de HELENA ANTIPOFF – Textos Escolhidos, organizada por REGINA HELENA DE FREITAS CAMPOS. – São Paulo: Casa do Psicólogo; Brasília: Conselho Federal de Psicologia, 2002. – (Coleção clássicos da psicologia brasileira), páginas 215 a 219, e que merece INTEGRAL transcrição:

“O educador em face da criança (1939)

Agradecendo a honra que me foi conferida pela gentil Diretora desta Escola para dirigir-vos a palavra nesta reabertura de aulas, faço-o com tanto mais prazer, quanto mais me sinto irmanada com a nossa querida Escola de Aperfeiçoamento. Completa ela neste ano de 1939 os seus dez primeiros anos de vida. Merece consideração pelo que já fez e pelo que está fazendo, pelos trabalhos que realizou e pelos frutos que vêm aparecendo em múltiplos ramos da pedagogia.

Quero dizer antes de mais nada que a Escola de Aperfeiçoamento de Minas é uma escola única no seu gênero. Não foi moldada em nenhum modelo de fora, não reproduziu servilmente estatutos de nenhum estabelecimento conhecido, mas, idealizada pelo cérebro de um ilustre mineiro, Dr. Francisco Campos – elaborou pouco a pouco seus métodos de trabalho, seu programa, visando um fim concreto: melhorar a escola primária de Minas, tornando a estada nela da criança brasileira, mais proveitosa para o futuro do País.

Como conseguir esta melhora? O governo compreendeu perfeitamente quão pouco valem decretos e disposições oficiais sobre o ensino, sem que haja um pessoal apto a realizá-los, sem que haja um corpo de educadores competentes e orientado para essa obra em progresso.

Dez anos se foram desde a fundação da Escola de Aperfeiçoamento. Passou ela despercebida no horizonte social do país? Penso que não.

Ela figura em anais de todo e qualquer acontecimento pedagógico de relevo; nos congressos, nas conferências de ensino, nas reuniões preparatórias do Plano Nacional de Educação, nas exposições, nas embaixadas que levam para outros Estados o entusiasmo e opiniões seguras em matéria de educação.

A Escola, de modo geral, merece este nome quando é capaz de imprimir nos seus alunos, e nas obras destes, um cunho espiritual sui generis.Penso não me enganar dizendo que em toda parte onde trabalham, agrupadas, professoras diplomadas pela Escola de Aperfeiçoamento, pode-se notar neste trabalho um cunho particular de seriedade e de boa qualidade pedagógica. Vejamos as classes anexas desta mesma Escola. Transformada em grande grupo, dariam um estabelecimento primoroso; na Escola Normal Modelo percebe-se nitidamente a influências das ex-alunas da Escola de Aperfeiçoamento, no que diz respeito ao preparo profissional das normalistas e à disciplina que ali reina; o Instituto Pestalozzi, constituído inteiramente por um corpo docente de ex-alunas – representa um estabelecimento de especialidade pedagógica e de competência tal, que de longe vêm educadores procurar ali luzes e informações; o Abrigo de Menores mudou completamente o seu feitio com a vinda de uma diretora, diplomada pela mesma Escola, transformando-se, da noite para o dia em estabelecimento pedagógico; no Departamento de Educação muitos trabalhos podem ser realizados graças à presença de auxiliares formadas pela Escola de Aperfeiçoamento; na Rádio Inconfidência, na hora educativa e recreativa para crianças, a influência da Escola está bastante patente; enfim, last but not least, em muitos grupos escolares, onde com dedicação operam as ex-alunas, há uma nítida transformação de objetivos e processos educativos, refletindo assim os ensinamentos desta Alma Mater comum, desta Escola de Aperfeiçoamento, que agora, festeja a sua primeira década.

A arte de ensinar, ou melhor, a arte de educar é a mais delicada no mundo. Não basta, como em outras artes, vestir de forma a idéia, escolhendo à vontade a matéria prima. Aqui o artista não tem escolha: recebe quantos meninos nasceram no município. A grande arte consistirá em adaptar a sua idéia ao feitio particular do educando, e no universo pedagógico da criança fazer ressoar o seu próprio universo. Explícita ou implicitamente, deve haver entre os dois, entendimentos. Senão, na melhor das hipóteses, os feitos educativos serão transitórios, não passando de um verniz muito superficial; na pior, criará rebeldia e revoltas.

Quem não conhece as “Memórias de um menino de Escola”, deste menino do norte brasileiro que Viriato Correia descreve com tanto sentimento no seu “Cazuza”? Que desilusão profunda não experimenta este garoto, ao primeiro contato com a Escola, de que fazia um sonho dourado. “Nada, nada havia lá que me despertasse o interesse ou me tocasse o coração. Ao contrário: como que tudo fora feito para me meter medo. A sala feia, o ar de tristeza, o ar de prisão, a cara feroz do professor... Nunca lhe vi um sorriso no rosto. Vivia sempre zangado, com ar de quem está a ralhar com o mundo, cara amarrada, rugas na testa. Para as criancinhas do meu tamanho representava o papel de lobisomem. Tínhamo-lhes um medo louco. Se estávamos a brincar num terreiro e o percebíamos ao longe, ficávamos silenciosos e quem podia esconder-se – escondia-se; quem pudesse fugir – fugia. Só depois que ele passava e quando já não lhe víamos mais a sombra, é que o brinquedo recomeçava”.

Eis o retrato de João Ricardo, professor de primeiras letras, lembrado por Viriato Correia. Não, francamente os João Ricardo não podem ser professores nem de Cazuza nem dos seus pequenos companheiros. Os professores “João Ricardo” não têm o direito de ensinar às crianças desta tenra idade, para não lhes meter medo no coração, para não lhes tirar, às vezes, toda ilusão na vida.

O caráter do professor deve ser ajeitado ao do aluno. E o problema se apresenta de dois modos: ou selecionar o mestre desejado pelos dons inatos que apresenta, ou formar no futuro educador a compreensão, a índole, as atitudes compatíveis com a infância.

Se não for possível afirmar a personalidade do educador para cada aluno em particular – pelo menos que haja mestres capazes de lidar com crianças de determinada idade. A criança não conhece ainda senão o mundo familiar em que todos se submetem às ordens de um ser poderoso e querido ao mesmo tempo. Mas, nem o pai pode zangar-se com o pequenino quando este, de 2-3 anos, não cumpre as ordens dadas meia hora antes. Não pode. Não está ainda ao nível da criança esta obediência na ausência da autoridade da qual partiu a ordem.

Fracassam na disciplina da escola infantil os educadores que esperam da criança pequena mais do eu ela pode dar, isto é, as deliberações próprias de sua conduta. Mesmo Montessori, que se distinguiu na teoria pedagógica pela tese da liberdade, não pratica esta, senão em forma bem limitada. Os limites do que pode e não pode ser feito são estabelecidos de antemão, formam um regimento interno que logo será imposto à criança: saber conduzir-se de tal maneira que não prejudique o trabalho do vizinho, usar o material didático desta e não daquela forma, etc. As lindas cadeirinhas de uma “Casa dei Bambini” de Montessori jamais poderão ser usadas como vagões de um trem de ferro, embora a criança tenha uma propensão enorme a dar-lhes este destino. O educador, com discrição infinita, vigia o regime; a ordem guia a criança, que aprende a respeitá-la, vendo na mesma emanação de uma autoridade sagrada para ela.

Nos primeiros dois anos do grupo escolar – a criança, entre 7 e 9 anos, suporta facilmente a disciplina externa. A “força moral”, “a ascendência” é o que mais vale ainda. Crianças agitadíssimas, nervosas, insubordinadas, caóticas, sórdidas, tornam-se equilibradas, obedientes, transformam-se em crianças normais e boas, sob a influência de um mestre possuidor desta “força moral”, que é o maior dom do educador. É difícil decompor esta qualidade em elementos psicológicos. A força moral é antes o equilíbrio perfeito, a serenidade, a constância, a benevolência ativa do mestre para com seu aluno. É o conjunto harmonioso de uma personalidade que se constituiu, às vezes pelo próprio esforço. Temos observado vários casos destes: mestres no início de sua carreira, descontrolados, suportando uma carga estafante, bem acima de suas forças, depois de lutas intensas, de fracassos, depois de terem profundamente sofrido com sua inaptidão – pouco a pouco adquirem hábitos melhores e no fim de alguns anos de sacrifícios, sacrificando crianças também, depois da aprendizagem do ofício, duro e delicado, de educador, conseguem obter resultados surpreendentes. É que eles possuem afora a “força moral”; por isso, não receiam turmas de alunos mais difíceis para a sua classe.

Se a criança do jardim de infância suporta a ordem imperativa, naturalmente dada com suavidade, os escolares de 7-8 anos merecem formas de cortesia mais delicadas, por que assim se habituam a usar as mesmas para com o próximo. Não pediremos ainda a opinião da criança para assuntos de disciplina e de ordem da classe: esta ainda será levada de maneira unilateral, pelo lado da autoridade única do mestre; mas ouviremos a criança com atenção sobre assuntos em que ela está amadurecendo, em assuntos de observação de fatos, por exemplo. Não é que a criança saiba observar melhor que o adulto, mas nesta idade os olhos infantis, abertos para o mundo exterior, enxergam coisas ou aspectos das coisas, que o seu espírito em evolução reclama. Nem sempre o adulto sabe descobrir exatamente o que interessa a criança pequena e é melhor deixá-la procurar por si mesma.

Perguntai aos vossos alunos o que viram nas ruas antes de chegar à Escola. Ouvireis respostas inéditas, como ouvi eu, quando tinha uma classezinha de crianças de 5/6 anos. O que elas contavam aos companheiros era muito mais importante do que aquilo que podia eu, adulto, contar-lhes, pois seu espírito ainda ingênuo descobria detalhes pitorescos, contrastes humorísticos, semelhanças inesperadas, cores muito vivas, pormenores por completo desapercebidos por nós. O papel do mestre consiste, neste caso, apenas em estimular a criança e oferecer-lhe oportunidades para alargar suas experiências.

Também a imaginação é, nesta idade, muito fértil em representar com nitidez as coisas. Cada palavra ressoa de maneira concreta e dramática. Vede este caso: um dia prometemos a um grupo de meninos daqui levá-los em excursão à “Cidade Ozanam”, há pouco fundada pela Sociedade São Vicente de Paula, para recolher pobres e mendigos de Belo Horizonte. Fomos. Andamos muito tempo. Visitamos as casas, as dependências, assistimos a uma refeição de internos, e já íamos deixar a “Cidade Ozanam” quando um menino, meio desapontado, disse: “Eu não vi anão nenhum? Onde estão os anões?”. A palavra, nova para ele, não entrou no seu espírito apenas com seu feitio verbal, mas suscitou imediatamente a imagem apropriada, e a criança foi para esta “Cidada Ozanam”, movida por uma curiosidade toda particular, porque a imaginava, povoada de “Anões”.

Entre 4 e 8 anos, e, para crianças de meios mais rústicos, até 12 a 13 anos, os contos de fadas, os de Grimm, Anderson, Perrault, os contos indígenas, têm um atrativo todo especial, porque encontram na vida representativa da criança uma ressonância que nunca será maior. Nesta idade, idade de “contos de fada”, como foi designada por Bühler, a “Marchenalter”, todo menino é poeta pela vivacidade de sua imaginação reprodutiva.

Em assuntos de observação dos fatos, em assuntos de imaginação podemos deixar uma grande margem à liberdade individual da criança dos primeiros anos escolares. Guardemo-nos bem de introduzir noções abstratas, conceitos lógicos, antes do tempo, porque assim queimaremos as etapas e mataremos o espírito vivo do menino, aleijando a sua inteligência de homem.

Penso que a partir de 10/12 anos, isto é, nos dois últimos anos da escola primária, a atitude do mestre para com o aluno deverá modificar-lhe bastante.

O convívio social dos dois anos anteriores, na coletividade escolar, a concentração mental, cultivada pela escola, juntando-se ao crescimento interno, colocam as crianças desta idade num nível lógico superior. Raciocinam de maneira diferente. Enquanto antes viviam num mundo absoluto, muito ligado a sua própria pessoa, agora são capazes de manejar simultaneamente fatos múltiplos e discriminar as suas relações mútuas.

Um exemplo esclarecerá talvez a diferença. Damos à criança de 7 anos o seguinte problema “de vida” para resolver: “que é que se deve fazer se um companheiro lhe der um empurrão sem querer?” Ouviremos várias respostas, entre as quais as mais freqüentes: “dar nele também”. Isto acontece porque a criança reagiu apenas a um dos fatos, não incluindo o outro; reagiu ao “empurrão”, sem levar em conta que foi “sem querer”. A criança maior já não fará mais este erro.

Nos jogos e brinquedos livres, os meninos de 10/12 anos se conduzem de modo também diferente dos pequenos: enquanto estes, incansavelmente, reproduzem sempre os mesmos jogos, os maiores inventam novos, estabelecem novas formas, decretam regras inéditas, elaborando-as em discussões, cooperando de maneira estreita uns com os outros. As discussões não degeneram em brigas, ou se há briga, há entre dois companheiros, o resto auxiliará a solucionar o conflito com argumentos pacíficos.

Crescidos, são capazes de dispor melhor de sua liberdade; menos pueris, são menos egoístas, menos mesquinhos; mais desprendidos, são capazes de um sacrifício em prol de outrem, em benefício da classe.

O mestre terá todas as vantagens, utilizando este surto no desenvolvimento da consciência social de um lado, da lógica do outro, admitindo os alunos cada vez mais ao governo de si mesmos. Serão doravante colaboradores mais eficientes da disciplina e da própria educação e isto na medida em que o mestre, confiante neles, vigilante ao mesmo tempo, lhes conceda uma responsabilidade cada vez maior.

Através de grêmios, clubes, associações esportivas, culturais, agrícolas, etc., através de um trabalho feito em grupos, com tarefas bem repartidas – o pensamento com as virtudes cívicas se desenvolverá sob o controle da coletividade. O aparecimento oportuno de crianças bem-dotadas, com aptidões para a liderança, dará mais vida e originalidade a todas as formas de trabalho pedagógico.

Mas a tarefa do mestre torna-se cada vez mais difícil. Cedendo uma parte de sua autoridade aos alunos, deve ele próprio possuir maior dom de organização, afim de observar a articulação entre os grupos de indivíduos mais fortes de sua classe. Atacando o valor dos mais dotados, não se deixará subjugar por eles, continuando discretamente o seu papel de guia e de árbitro.

Não é sempre fácil ao mestre desprender-se dessa autoridade única, que possuía de maneira absoluta nas classes inferiores. Nem todos são capazes de reconhecer no aluno o seu justo valor. Mesmo tratando-se de aptidões especiais: para pintura, música, matemática, literatura, etc., alguns preferem ignorar estes dons, para não se julgarem inferiores ao aluno. Vejamos este caso da biografia de Grieg, insigne compositor nórdico, que na idade de 63 anos lembrava os seus anos de escola. Era, como muitos talentos e gênios, aluno medíocre. A sua estréia como compositor merece ser transcrita inteirinha: “Um dia, eu tinha de 12 a 13 anos, trouxe para a escola um caderno de música, em que havia escrito em letras grandes, na primeira página: “Variações de piano sobre uma melodia alemã, por Eduardo Grieg, op I”. Pretendia mostrá-lo a um colega que se interessa por mim.

Que me aconteceu então? Durante a aula de alemão, o menino pôs-se a murmurar palavras ininteligíveis, até que o professor gritou: “Que há? Que queres dizer?”. Novos murmúrios, novos gritos de impaciência do mestre, seguidos enfim de uma frase tímida do aluno: “Grieg trouxe alguma coisa”. “Que quer dizer: Grieg trouxe alguma coisa?” “Grieg compôs alguma coisa”. O homem, que não tinha grande simpatia por mim, chegou-se, viu o caderno e disse ironicamente: “Ah! Ah! Então o garoto é músico, o garoto compõe? Curioso!”.

Abrindo a porta da classe vizinha chamou o seu colega e disse: “Venha ver, este maroto é compositor”. E puseram-se a folhear o meu caderno com algum interesse. Todos estavam de pé nas duas classes. Foi um acontecimento sensacional, e eu tive a impressão de uma grande vitória. Mas assim que o outro professor fechou a porta, o meu mudou de tática; agarrou-me tão brutalmente pelos cabelos, que fiquei tonto; gritou-me: “Daqui por diante, contente-se em trazer o seu livro de alemão como deve ser, e deixe em casa estas coisas idiotas!”.

A atitude ciumenta, sem benevolência perante o aluno mais bem dotado, é incompatível com a profissão de mestre. É altamente condenável. Infelizmente, não é tão rara, principalmente nas escolas superiores, onde, às vezes, entre professores e alunos, armam-se verdadeiras intrigas pela supremacia de opinião.

Neste caso mostra o professor não estar, ele próprio, suficientemente amadurecido, não ter expurgado a atitude pueril, egocêntrica, personalista, que caracteriza os seres inferiores, não evoluídos, não ter desenvolvido bastante esta atitude de desprendimento pessoal em benefício da verdade e da justiça.

Caras alunas, a arte de educar é a mais delicada de todas as artes.

Não a aprendemos apenas nas bibliotecas, nas aulas, nos laboratórios, nem nas próprias escolas, mas no íntimo de nós, nas meditações profundas, no aperfeiçoamento espiritual. Sem esse complemento pouco ou nada valerá o mestre ou educador. Aprender coisas novas, técnicas mais aperfeiçoadas e fácil, mas serão nulos os seus efeitos se não forem realizados com espírito também renovado. Assemelhar-se-á o mestre ao virtuose-autómata que, dispondo de todos os recursos do mais perfeito violino, não tocará o coração dos ouvintes e sim, depois de ter despertado uma admiração momentânea, cansará os ouvidos.

Cada vez que o cérebro humano inventa uma coisa nova e, como um dom precioso, leva-a para o mundo, este deve recebê-la com o mesmo cuidado e com máximo critério lançá-la no turbilhão da vida. Nunca será demasiado o cuidado de saber com que fim esta coisa nova e aperfeiçoada entra na sociedade, que uso se fará dela.

A oitava maravilha do mundo – o rádio – que não fizera dele? Transmissor de músicas carnavalescas – contribui para corromper o gosto musical e agitar mais ainda a agitadíssima sociedade moderna. Cinema, livros, jornais, todos são armas de dois gumes.

Não me canso de lembrar a observação do pensador penetrante que é Bergson, a respeito da desproporção enorme que existe no mundo atual entre o homem tão extraordinariamente crescido no seu poder material e técnico e tão pequeno, tão mesquinho quanto ao seu poder espiritual.

“O corpo hipertrofiado, diz o filósofo, espera um suplemento para a alma. Sem este suplemento indispensável, a alma é demasiadamente pequena para enchê-lo, demasiadamente pequena dirigi-lo.”

Podemos recear o mesmo perigo de discordância na carreira pedagógica. Muita ciência nova, muitos instrumentos novos de trabalho (móveis, manuais, material didático, testes, instituições extra-escolares, jornais, etc.) pouco serão para a verdadeira reforma do ensino e da educação do povo, se não forem os educadores, eles próprios, crescendo, à medida que aumentam todos esses recursos profissionais. Também eles podem ser elementos de desarmonia se não forem meditados e compreendidos no seu conjunto visceral com a obra educativa.

Caras alunas, ao iniciar este ano de 1939, em que a Escola de Aperfeiçoamento está completando os seus primeiros dez anos de vida, procuremos nela uma renovação mais profunda de todos os nossos dons. Demos-lhe uma participação mais ativa, mais generosa de nós mesmos, levemos com entusiasmo a reforma de ensino à escola primária de Minas, a fim de melhor servir ao País e à Humanidade.”

Eis, portanto, mais páginas contendo IMPORTANTES, GRAVES, PEDAGÓGICAS, ORIENTADORAS e OPORTUNAS abordagens e REFLEXÕES que acenam, em meio à MAIOR crise de LIDERANÇA de nossa HISTÓRIA – que é de MORAL, de ÉTICA, de PRINCÍPIOS, de VALORES – para a IMPERIOSA e URGENTE necessidade de PROFUNDAS MUDANÇAS em nossas estruturas EDUCACIONAIS, GOVERNAMENTAIS, JURÍDICAS, POLÍTICAS, SOCIAIS, CULTURAIS, ECONÔMICAS, FINANCEIRAS e AMBIENTAIS, de modo a promovermos a inserção do PAÍS no concerto das POTÊNCIAS mundiais LIVRES, CIVILIZADAS, EDUCADAS, SOBERANAS, DEMOCRÁTICAS e SUSTENTAVELMENTE DESENVOLVIDAS...

Assim, URGE ainda a efetiva PROBLEMATIZAÇÃO de questões deveras CRUCIAIS como:

a) a EDUCAÇÃO – UNIVERSAL e de QUALIDADE, desde a EDUCAÇÃO INFANTIL (0 a 3 anos, em creches; 4 e 5 anos, em pré-escolas) até a PÓS-GRADUAÇÃO (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como PRIORIDADE ABSOLUTA de nossas POLÍTICAS PÚBLICAS;

b) o COMBATE, implacável e sem TRÉGUA, aos três dos nossos MAIORES e mais AVASSALADORES inimigos que são: I – a INFLAÇÃO, a exigir PERMANENTE e DIUTURNA vigilância, de forma a manter-se em patamares CIVILIZADOS; II – a CORRUPÇÃO, como um CÂNCER a se espalhar por TODAS as esferas da vida NACIONAL, gerando INCALCULÁVEIS e INTOLERÁVEIS prejuízos e comprometimentos de variada ordem; III – o DESPERDÍCIO, em TODAS as suas MODALIDADES, também a ocasionar INESTIMÁVEIS perdas e danos, inexoravelmente IRREPARÁVEIS;

c) a DÍVIDA PÚBLICA BRASILEIRA, com projeção para 2012, segundo o ORÇAMENTO GERAL DA UNIÃO, de ASTRONÔMICO e INSUPORTÁVEL desembolso da ordem de R$ 1 TRILHÃO, a título de JUROS, ENCARGOS, AMORTIZAÇÃO e REFINANCIAMENTOS, igualmente a exigir uma IMEDIATA, ABRANGENTE, QUALIFICADA e eficaz AUDITORIA...

Isto posto, torna-se absolutamente INÚTIL lamentarmos a FALTA de RECURSOS diante de monstruosa SANGRIA, que DILAPIDA o nosso já escasso DINHEIRO PÚBLICO, MINA a nossa ECONOMIA e a nossa capacidade de POUPANÇA e, mais CONTUNDENTE ainda, AFETA a confiança em nossas INSTITUIÇÕES, negligenciando a JUSTIÇA, a VERDADE, a HONESTIDADE e o AMOR da PÁTRIA, ao lado de extremas e sempre crescentes DEMANDAS, NECESSIDADES, CARÊNCIAS e DEFICIÊNCIAS, que aumenta o ABISMO das desigualdades SOCIAIS e REGIONAIS e, mais ainda, nos AFASTA do seleto quadro das nações DESENVOLVIDAS...

São, e bem o sabemos, GIGANTESCOS DESAFIOS mas que, de maneira alguma, ABATEM o nosso ÂNIMO nem ARREFECEM o nosso ENTUSIASMO e OTIMISMO nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA E QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, QUALIFICADA, CIVILIZADA, LIVRE, SOBERANA, DEMOCRÁTICA, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, que permita a PARTILHA de suas EXTRAORDINÁRIAS e abundantes RIQUEZAS, OPORTUNIDADES e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos e que contemplam EVENTOS como a CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E MUDANÇAS CLIMÁTICAS (RIO+20) em junho; a 27ª JORNADA MUNDIAL DA JUVENTUDE no RIO DE JANEIRO em 2013; a COPA DAS CONFEDERAÇÕES de 2013; a COPA DO MUNDO de 2014; a OLIMPÍADA de 2016; as OBRAS do PAC e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO 21, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INTERNACIONALIZAÇÃO das EMPRESAS, da INFORMAÇÃO, do CONHECIMENTO, da INOVAÇÃO, das NOVAS TECNOLOGIAS e de um POSSÍVEL e NOVO mundo da JUSTIÇA, da PAZ, da IGUALDADE – e com EQUIDADE –, e da FRATERNIDADE UNIVERSAL...

Este é o nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa LUTA, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA... e PERSEVERANÇA!...

O BRASIL TEM JEITO!...

segunda-feira, 13 de junho de 2011

A CIDADANIA, A FORÇA DA EDUCAÇÃO INFANTIL E A INTERNET

“Educação e internet no Brasil

Foi-se a época que para ganhar notoriedade, no Brasil, era preciso ser artista ou uma pessoa pública, de preferência do eixo Rio-São Paulo-Minas.

A aldeia global, prometida pela globalização e executada cada vez mais com sucesso pela internet, vem disseminando a sociedade de informação como um caminho sem volta, no qual qualquer pessoa pode se comunicar com outra e disseminar suas ideias pelo mundo em questão de minutos ou segundos.

Uma nordestina, do Rio Grande do Norte, veio agora a agitar a internet e ganhar o Brasil. O “fenômeno Amanda Gurgel” levanta duas questões muito importantes: a força que a internet tem hoje de lançar líderes e em formar opinião e também a do mérito de expor, numa linguagem direta, os problemas que a educação enfrenta no país. A internet é um meio de comunicação fundamental na atualidade. É, podemos dizer, o meio de comunicação da moda, de onde outros meios de comunicação extraem pauta para seus veículos. Hoje, facilmente, durante uma tarde de domingo, você vê na TV um vídeo com ou sem conteúdo, extraído do YouTube. Geralmente vídeos que já contabilizam vários milhões de acessos no mundo todo.

Amanda Gurgel se encaixa no perfil de fenômeno-opinião da Internet. A professora potiguar fez seu pronunciamento de 8 minutos sobre a educação no Rio Grande do Norte e no Brasil, em geral. Virou heroína. Os comentários no YouTube são aos montes em defesa da tese incisiva da mestra. Ela exibiu seu contracheque de R$ 930 e falou que não tinha vergonha de seu salário, quem deveria ter eram os deputados. Disse que as escolas viraram depósitos de alunos. Frisou ainda que a educação nunca foi prioridade de nenhum governo. Cabra corajosa, da peste mesmo!

Curiosamente, nossos olhos brilham com manifestações desse tipo, que deveriam ser corriqueiras e incentivadas, em uma sociedade democrática. O brasileiro conquistou a duras penas o direito de votar, de ser votado, de manifestar sua opinião livremente, mas abdica desse direito, muitas vezes em nome de interesses diversos, de desleixo ou acomodação mesmo. O povo simplesmente aceita. Felizmente a internet vem despertando, com essas manifestações difundidas, um pouco da cidadania.

A nossa Amanda ensinou aos deputados e ao Brasil que educação deve ser prioridade. Uma ótima lição. Mas será praticada? Ou virá um discurso pró-educação evasivo que vai substituído quando a mídia repercutir algum outro problema enfrentado pela sociedade? Sim, porque seria inocência de nossa parte não perceber que a política no Brasil age por fruto de fatos de repercussão: tal qual o caso de Realengo e a reabertura das “entregas espontâneas” de armas de fogo por parte de populares e tentativa de emplacar um plebiscito sobre venda de armas sete anos depois de um referendo sobre o mesmo assunto.

Espero que o discurso de Amanda Gurgel não seja em vão. Todos esperam que a educação, assim como qualquer outro tema de importância nacional, seja tratada como projeto de Estado e não como fruto do momento. Queremos muito mais que professores e alunos na escola, queremos uma escola em que professores e alunos não estejam lá por mera obrigação, e sim por satisfação em desbravar o conhecimento científico proporcionado por condições dignas de ensino e aprendizado, em um ambiente seguro e saudável. Assim, cumprido esse patamar, a internet e sua repercussão terá prestado um serviço irrefutável à educação no Brasil.”

(JOSÉ EUSTÁQUIO LOPES DE FARIA JÚNIOR, Advogado, bacharel em Direito pela Faculdade Pitágoras – câmpus Fadom (Divinópolis), em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 25 de maio de 2011, Caderno OPINIÃO, página 11.

Mais uma IMPORTANTE, PEDAGÓGICA e OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no mesmo veículo, Caderno CIÊNCIA, página 24, de autoria de MAX MILLIANO MELO, que merece PARCIAL transcrição:

“A FORÇA DA EDUCAÇÃO INFANTIL

Crianças que frequentam a pré-escola aos 4 e 5 anos tendem a ter mais sucesso acadêmico e melhores empregos, diz estudo. População pobre é a mais beneficiada nessa fase de ensino

Brasília – Enquanto o poder público historicamente destinou menos recursos para a educação infantil, tida como secundária e opcional, as famílias, muitas vezes, encaram as escolinhas como um simples passatempo para os filhos. No entanto, uma pesquisa destacada pela edição de hoje da Science mostra que a educação dos pequenos está longe de ser brincadeira. Depois de acompanhar, por 25 anos, cerca de 1,4 mil norte-americanos nascidos em bairros de baixa renda, pesquisadores da Universidade de Missouri, nos Estados Unidos, descobriram que ter contato desde cedo com um ambiente escolar de qualidade pode ter grande impacto positivo na saúde, na qualidade de vida e no mercado de trabalho, entre outros aspectos.

Os alunos acompanhados pelos cientistas foram divididos em dois grupos: os que frequentaram a pré-escola aos 4 ou 5 anos de idade e os que ingressaram diretamente no ensino fundamental, aos 6. “Na ocasião, entre 1985 e 1986, escolhemos participantes com uma boa aptidão escolar. Aqueles que frequentaram o jardim de infância tiveram em efeito em grande escala em um conjunto amplo de aspectos socioculturais e de saúde até a vida adulta”, conta ao Estado de Minas Arthur Reynolds, líder do estudo. “Isso ocorreu não apenas porque as crianças tiveram acesso à pré-escola, mas porque frequentaram programas de alta qualidade, com atividades muito além das tradicionalmente ligadas ao jardim de infância, como brincar”, afirma (veja o quadro).

Para conseguir acompanhar durante duas décadas e meia os milhares de crianças – que no fim do estudo já eram adultos com seus próprios filhos – os pesquisadores tiveram a ajuda de uma ampla rede de instituições públicas. “O estudo contou com a colaboração de longo prazo das escolas públicas. Assim, à medida que os participantes iam mudando de nível de ensino, eles continuavam sendo acompanhados”, explica Reynolds. “Também coletamos dados administrativos, além de realizar entrevistas com alunos, pais e professores. Todas essas informações nos ajudaram a manter 90% da amostra original na vida adulta, acrescenta.

Embora todos os participantes residissem em bairros de baixa renda quando começaram a ser acompanhados, nem todos eram considerados pobres, segundo a definição do governo dos EUA. “Isso nos permitiu perceber que os mais desfavorecidos economicamente colhem mais benefícios da educação infantil do que os que são menos desfavorecidos”, afirma o pesquisador, para que o estudo pode estimular investimentos na educação dos menores em lugares onde isso ainda não é uma realidade. “Se a educação pré-escolar produziu efeitos positivos num dos maiores sistemas educacionais do mundo, isso pode ser reproduzido em praticamente qualquer lugar. Com recursos e envolvimento os pais, esse é um excelente exemplo a seguir”, completa.

DESAFIOS Para especialistas em educação, o Brasil é um dos países onde a ampliação da educação (NOTA: OBRIGATORIEDADE

Nos próximos cinco anos, o Brasil precisará resolver a falta de acesso à educação infantil. Segundo a Emenda Constitucional nº 56, de 11 de novembro de 2009, passa a ser obrigatória a frequência na escola dos 4 a 6 anos. Antes que a lei fosse aprovada, o país percorreu um longo caminho. Até a década de 1960, eram obrigatórios apenas os quatro anos que compõem a primeira fase do ensino fundamental. Em 1971, uma lei federal ampliou o então chamado primeiro grau para oito anos. Em 2005, uma nova ampliação aconteceu, quando o ingresso de crianças com 6 anos passou a ser obrigatório, e o ensino fundamental para a ser de nove anos. Além da educação infantil, o ensino médio também deixará de ser facultativo até 2016.) infantil ainda é um desafio. Segundo o pedagogo e professor da Faculdade de Educação da Universidade de Brasília (UnB) Cleyton Gontijo, durante muitos esse nível educacional permaneceu em segundo plano nas políticas públicas brasileiras. “Nos últimos anos, o país experimentou um avanço grande. O ensino fundamental foi universalizado e o ensino médio teve uma forte ampliação. Mas só depois que esses dois níveis foram estabilizados é que a atenção e os recursos governamentais puderam ser direcionados para a educação infantil”, lembra o especialista.

Para Cleyton Gontijo, além de todos os efeitos positivos descritos na pesquisa norte-americana, existe outra questão que, por si só, seria suficiente para justificar a ampliação do acesso à educação infantil. “Dois pontos importantes causaram uma mudança drástica no comportamento das crianças nas últimas décadas. A primeira é a estrutura cada vez menor da família. Hoje não há núcleos familiares com vários irmãos e primos”, afirma Gontijo. Segundo o último censo do IBGE, feito em 2010, a taxa de fecundidade, ou seja, o número médio de filhos por casal, era de 1,94. Há 30 anos, esse número era de 4,4 crianças por casal. “Outro ponto foi o aumento da violência, que faz com que as crianças, muitas vezes, não possam brincar na rua com os vizinhos”, diz o pedagogo brasileiro.

Com um núcleo familiar menor e “presas” em casa, as crianças passaram a necessitar mais da escola, um importante local de socialização e de desenvolvimento de habilidades, criatividade, senso estético e motricidade. “Além disso, do ponto de vista educacional, o acesso cada vez mais cedo à escola torna a criança mais preparada para a alfabetização”, acrescenta. Por essa razão, em 2016, a pré-escola deve se tornar obrigatória para todas as crianças brasileiras.

ACESSO TÍMIDO A coordenadora-geral de Educação Infantil da Secretaria de Educação Básica do Ministério da Educação (MEC), Rita Coelho, admite que o acesso ao ensino de qualidade para os estudantes mais novos ainda é um problema. “Esse é o nível que apresenta as mais altas taxas de profissionais não habilitados e de espaços físicos inadequados. Os indicadores de qualidade na educação infantil são os mais baixos entre todos os níveis educacionais”, afirma a gestora pública. “Assim como qualquer política social em um país marcado por desigualdades, o acesso à educação infantil é desigual. Esses problemas se apresentam especialmente para as comunidades pobres, negras, do campo e das periferias”, completa.

Para ela, o atraso é fruto de uma cultura que, por muito tempo, não valorizou as crianças mais novas. “Segundo a Constituição de 1988, a educação infantil não fazia parte do sistema educacional nacional. As crianças menores demoraram muito para serem vistas como sujeitos de direito. Essa visão de que para os pequenos qualquer coisa serve atrasou a profissionalização da educação infantil”, conta Rita. “Tanto a qualidade da oferta, a quantidade de vagas oferecidas e os recursos investidos cresceram muito, mas, como são políticas muito recentes, ainda é um desafio enorme crescer bem sem abrir mão da qualidade.”

ENTREVISTA/MAROPE MMANTSETSA

Diretora de Educação Básica a Superior e Aprendizagem da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco)

Por que a educação infantil tem um papel tão importante na formação sociocultural das crianças?

Históricamente, todo cuidado relacionado ao desenvolvimento dos primeiros anos da criança eram responsabilidade da família. A tarefa de educar, promover a saúde e manter a salvo as crianças ficava a cargo de um membro da família, muitas vezes a mãe. Nos últimos anos, tem havido uma profunda revolução familiar. Todos os membros da família trabalham fora, e passaram para a escola a responsabilidade de prover a educação da criança. No entanto, como se manteve sem importância durante tanto tempo, a educação infantil não necessariamente está preparada para receber essa tarefa, do ponto de vista quantitativo e de qualidade.

Por que a maioria dos países não dá a devida importância à educação infantil?

Muitos pais passam pouco tempo com seus filhos e, por isso, eles não veem os benefícios da educação. Se veem os custos e não os resultados, tendem a não valorizar a escola. Outro ponto é que a maioria dos governantes, em especial dos países em desenvolvimento, ainda não consegue perceber os benefícios sociais do desenvolvimento educacional. Se você perguntar aos ministros de desenvolvimento ou finanças se a educação é uma prioridade, eles imediatamente responderão que sim. Porque eles já descobriram a ligação entre educação pública e melhoria da mão de obra, crescimento econômico e progresso social. Mas eles não conseguem, na prática, estabelecer conexão entre investimento em educação na construção de uma sociedade socialmente justa e humanitária, que também é uma das funções das políticas públicas. É necessário ver o investimento em educação como oportunidade, e não como custo. Só assim a educação infantil, muito menos ligada à formação de trabalhadores, será prioridade de Estado.

Para a senhora, há solução para o problema?

A situação está melhorando, mas o progresso é muito lento. Atualmente, o desenvolvimento é desigual. O progresso vem mais rápido para as famílias mais influentes. Quando você priva, desde cedo, o acesso de uma criança à educação, especialmente as mais pobres, reproduz os mesmos padrões de preconceito e de injustiça que existem na sociedade hoje. A popularização da educação infantil atende a necessidade de mudança social por meio da igualdade de oportunidade, equidade social, respeito mútuo e cultura de paz.”

Eis, pois, mais RICAS e PROFUNDAS abordagens e REFLEXÕES que acenam para a URGENTE e INADIÁVEL necessidade de se colocar a EDUCAÇÃO BÁSICA, em particular, a EDUCAÇÃO INFANTIL, o ENSINO FUNDAMENTAL, a EDUCAÇÃO ESPECIAL, o ENSINO MÉDIO e a EDUCAÇÃO PROFISSIONALIZANTE como PRIORIDADE ABSOLUTA de ESTADO e da SOCIEDADE, para assim ALIMENTARMOS os nossos SONHOS e ESPERANÇAS de vermos o PAÍS inserido DEFINITIVAMENTE no CONCERTO dos PAÍES prósperos e DESENVOLVIDOS...

Tal é a magnitude da CAUSA, que merece nos reportarmos ao saudoso CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (1947), se referindo à mestra inesquecível HELENA ANTIPOFF, in Boletim da Sociedade Pestalozzi do Brasil nº 42, Dez., pág. 6, em A casa de Helena:

Russa translúcida de sorriso tímido

(assim a contemplo na retrovisão da lembrança).

Helena 1929 enfrenta os poderes burocráticos.

Suavemente,

instaura em Minas o seu sonho-reflexão.

Traz um sinal novo para gente nova.

Ensina

a ver diferente a criança,

a descobrir na criança

uma luz recoberta por cinzas e costumes,

e nas mais carentes e solitárias revela o

princípio da vida, ansioso por sol. (...)

Esses GIGANTESCOS DESAFIOS, mais ainda nos MOTIVAM e nos FORTALECEM nesta grande CRUZADA pela CIDADANIA E QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, QUALIFICADA, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, que permita a PARTILHA de suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS, OPORTUNIDADES e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos para eventos como a CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL (RIO + 20) em 2012, a COPA DAS CONFEDERAÇÕES de 2013, a COPA DO MUNDO DE 2014, a OLIMPÍADA DE 2016, as OBRAS do PAC e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigência do SÉCULO 21, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INFORMAÇÃO, do CONHECIMENTO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um NOVO mundo, da PAZ e FRATERNIDADE UNIVERSAL...

Este é o nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA!...

O BRASIL TEM JEITO!...

quarta-feira, 30 de março de 2011

A CIDADANIA, A VERDADE, A JUSTIÇA E A HONRA

A PETROBRAS, O COMPLEXO DE ÁCIDO ACRÍLICO E IBIRITÉ


A favor da CONCRETICIDADE e da OBJETIVIDADE, já que a QUESTÃO TRANSCENDE a TODA e QUALQUER DISPUTA, seja de que NATUREZA for, hoje, nestas HUMILDES páginas, quero TRATAR do PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO DA PETROBRAS, que INDICOU, com a COMPETÊNCIA e INCANSÁVEL e MERITÓRIA busca da EXCELÊNCIA, que são um outro nome da EMPRESA, o que é RECONHECIDO em todos os CONTINENTES, no TERRENO que abriga A REGAP - REFINARIA GABRIEL PASSOS, a LOCALIZAÇÃO do COMPLEXO DE ÁCIDO ACRÍLICO - PIONEIRO DA AMÉRICA LATINA,  na PORÇÃO de IBIRITÉ, nas entranhas das MINAS GERAIS... 

Outro lado, com o ACENDRADO AMOR À PÁTRIA, a modesta INTELIGÊNCIA e o DESPOJAMENTO natural, e com o ESPÍRITO PÚBLICO que GENEROSAMENTE meu pai, que já era SERVIDOR da PPREFEITURA de BETIM, me incutiu na INFÂNCIA, ao iniciar a NOBRE função de VARREDOR de RUA, PUDE acompanhar o NASCIMENTO da REGAP. E nesta especial SAGA, já em IBIRITÉ, igualmente como SERVIDOR PÚLICO MUNICIPAL, PUDE também acompanhar, como parte das INSTALAÇÕES da Refinaria, a construção da REPRESA, chamada de “LAGOA DA PETROBRAS”, sem dúvida alguma um DISTINTIVO de projeção MUNDIAL, hoje a exigir grande soma de recursos para o seu TRATAMENTO... Quis DEUS ainda que eu PUDESSE, também como SERVIDOR PÚBLICO MUNICIPAL, acompanhar e PARTICIPAR já das AÇÕES ESTRATÉGICAS para a IMPLANTAÇÃO DO COMPLEXO DE ÁCIDO ACRÍLICO na REGAP, na parte de IBIRITÉ...

E, agora, quando o BRASIL cuida de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS, extremamente IMPORTANTES, URGENTES e NECESSÁRIOS para dotar o PAÍS da INFRAESTRUTURA exigida para ACOLHER, entre outros EVENTOS, a CONFERÊNCIA MUNDIAL RIO+20, a COPA DAS CONFEDERAÇÕES DE 2013, a COPA DO MUNDO DE 2014, a OLIMPÍADA DE 2016, os PROJETOS DO PRÉ-SAL, as obras do PAC e, em sucinta SÍNTESE, a sua CONSOLIDAÇÃO como NAÇÃO DESENVOLVIDA, há um CLAMOR que vem bem das ENTRANHAS das MINAS GERAIS, de TIRADENTES, de FELIPE DOS SANTOS, de HELENA ANTIPOFF e OUTROS de igual ESTATURA MORAL e de IDEAIS...

- O COMPLEXO DE ÁCIDO ACRÍLICO já ESTÁ EM NOSSAS ENTRANHAS... nas nossas ASPIRAÇÕES, nos nossos PLANOS ESTRATÉGICOS, em HONRA à HISTÓRIA e às nossas mais CARAS e CONSAGRADAS TRADIÇÕES MINEIRAS... e em ESPECIAL à EXCELÊNCIA da GESTÃO da PETROBRAS...

- E, finalmente, a CONSTRUÇÃO de uma NAÇÃO se faz assim: com HONRA, JUSTIÇA, ÉTICA, EDUCAÇÃO, VERDADE, DIGNIDADE, RESPEITO, DISCERNIMENTO e, SOBRETUDO, com FIDELIDADE e AMOR aos COMPROMISSOS ASSUMIDOS...

Este é o nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa LUTA, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA!...

O BRASIL TEM JEITO!... PORQUE MINAS GERAIS TEM JEITO, PORQUE IBIRITÉ TEM JEITO!...

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

A CIDADANIA E A PRIMEIRA PRIORIDADE

“Dos perfis caracterológicos como elemento de educação democrática

1945

Na procura de meios que levem os homens a viver numa atmosfera de confiança, propícia a atividades verdadeiramente produtivas e úteis à coletividade, nada mais salutar, parece-nos, que acostumar os homens ao conhecimento exato e sereno de si mesmos. Não é fácil, porém, realizá-lo. “Cada indivíduo é um universo”, e este universo é tão dificilmente penetrável aos olhos dos demais como à sua própria consciência. O julgamento humano, como as perecepções da criança, são cheios daquela visão confusa que, por assinalarem vago contorno das coisas, ou apenas algumas de suas minúcias, o tornam irreal. Impregnado de pensamento afetivo, fortemente egocêntrico e precipitado, esse julgamento elabora, ao invés de retratos fiéis de nós mesmos e dos outros, caricaturas tendenciosas, crivadas de erros, e, por isso, nefastas ao entendimento mútuo.

Não se compenetrou ainda a escola de nossos dias de seu papel de formadora de “opiniões judiciosas”. Não tomou bastante a sério o valor do método experimental na educação do pensamento. Os alunos continuam diplomar-se sem treinar seus olhos na observação direta do mundo físico ou social.

Ao estudo psicológico, nas escolas, é dado pouco tempo; e é ele feito de forma tão abstrata, tão fora do contexto real da vida, que os alunos continuam a lhe dar a mesma importância que dariam ao estudo duma distante nebulosa. Entretanto, bem necessário é que o homem tenha esclarecimentos sobre os meios psíquicos de que disponha, que conheça os limites de suas capacidades, e, ao mesmo tempo, saiba melhor interpretar aquilo que seus sentidos, sua memória, suas emoções e seus desejos lhe forneçam, interpondo-se entre ele e o mundo. Aliás, nada mais interessante que uma experiência sobre a ilusão dos sentidos, os erros do testemunho, as quedas de atenção num trabalho mental, ou o estudo dos conflitos psíquicos, para que todos se convençam de que a psicologia merece outro horário nas escolas, e, principalmente, outros métodos de ensino. É ela uma disciplina viva, que, em cada um, tem amostras inesgotáveis, e às quais se poderá aplicar o método direto de estudo.

Entre inúmeros cursos facultativos que, nos Estados Unidos, existem para mestres e educadores, segundo nos disse uma autoridade na matéria, o Dr. Charles Stewart, de passagem pelo Rio de Janeiro, as inscrições para os cursos de higiene mental costumam atingir altos índices. Essa preferência demonstra a necessidade que todos sentem de se familiarizar objetivamente com os problemas do mundo psíquico.

Pensamos que esse estudo prático da psicologia humana, ou do comportamento em situações reais, para melhor compreensão de nós mesmos, poderá ser iniciado nos últimos anos da escola primária, e prosseguir através de todo o curso secundário, ou do curso normal. Neste último, será ele do maior alcance, e deverá tomar caráter mais direto e “catártico”, de maneira a influir seriamente na formação profissional do educador.

Por assim pensar é que, em nosso curso de psicologia para professores, que durante quinze anos realizamos na Escola de Aperfeiçoamento, em Belo Horizonte, demos larga parte do tempo à observação das próprias alunas, estudando-as sob vários aspectos mentais, ou experimentando a veracidade do preceito já formulado por Schiller: “Se queres compreender os outros, olha teu próprio coração; se desejas compreender a ti mesmo, vê como agem os outros”.[...]”
(HELENA ANTIPOFF, em artigo publicado originalmente na Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos 5 (14), ago. 1945, p. 245-258, e em Helena Antipoff: textos escolhidos / Regina Helena de Freitas Campos (Organizadora). – São Paulo: Casa do Psicólogo; Brasília: Conselho Federal de Psicologia, 2002. – (Coleção clássicos da psicologia brasileira).

Mais uma uma IMPORTANTE e OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de EDITORIAL publicado no Jornal ESTADO DE MINAS, edição de 5 de setembro de 2010, Caderno OPINIÃO, página 8, que merece INTEGRAL transcrição:

“A primeira prioridade

Parece não haver mais dúvida quanto à prioridade zero do Brasil: a EDUCAÇÃO (o grifo é meu). Mau posicionado em todos os rankings internacionais, que comparam o desempenho dos alunos dos níveis fundamentais e médio, o país também não tem mais espaço para dúvidas quanto à gravidade da situação do ciclo básico. É tão ruim que já compromete até a oferta de mão de obra menos qualificada, bastou a economia manter ritmo de crescimento mais acelerado. Perceber a educação como parte da estratégia de sobrevivência do país, entre as nações que almejam estágio mais avançado de desenvolvimento, tem sido algo distante dos governantes há décadas. O tempo perdido começa a cobrar seu preço e aumenta a urgência de uma mobilização geral para enfrentar o problema que, a esta altura, tem dimensão que não aceita mais atos isolados. É hora de se organizar uma verdadeira CRUZADA (o grifo é meu) em busca de resultados objetivos na direção do resgate da educação de primeiro e segundo grau em todo o território nacional (o grifo é meu).

É mais do que oportuna, portanto, a iniciativa do movimento Todos pela educação, bancado por 26 entidades ligadas à educação, que está colhendo adesão formal dos candidatos às eleições de outubro. Além de representação de escolas, professores, autoridades estaduais e municipais da área, o movimento conta com o apoio da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), da Unesco, do Unicef e do Conselho Nacional de Educação (CNE). O documento estabelece metas a serem cumpridas ao longo dos próximos 10 anos, como a de igualar o desempenho dos estudantes brasileiros do ciclo básico ao dos países de Primeiro Mundo, verificada em 2003. Eles terão de conseguir nota média 6. Na última verificação, em 2009, ela não passou de quatro.

Há ainda objetivos específicos incluídos no documento, como os de alfabetizar todas as crianças até oito anos de idade antes de 2014, incluir todos os jovens e crianças de 4 a 17 anos na escola até 2016 e cobrir toda a demanda por vagas em creches até 2020. Para tanto, o documento tem como um de suas principais reivindicações dobrar o valor dos investimentos que o país realiza atualmente na educação, devendo passar dos 5% para 10% do Produto Interno Bruto (PIB) até 2010. A maior parte, 8% do PIB, deverá ser aplicada no nível básico e 2% no superior, o que promove uma inversão no que vem praticado pelos governos da União.

As metas propostas são viáveis, mas dependem do comprometimento de todos os níveis de governo e de forte apoio parlamentar. Por isso mesmo, o movimento preparou a carta-compromisso “Pela garantia do direito à educação de qualidade” (o grifo é meu) que está sendo levada a todos os candidatos. São basicamente quatro compromissos que, a rigor, não representam qualquer novidade: ampliar o financiamento da educação pública, implementar ações concretas para valorizar os profissionais da área, promover a gestão democrática do ensino e aperfeiçoar as políticas de avaliação e regulação. Não faltam motivos para que todos apóiem o movimento e se comprometam com essas metas. O que está em jogo é grande demais para ficar à mercê de disputas partidárias. A educação tem de ser um projeto da nação e uma bandeira da sociedade, acima de interesses políticos e muito além de eventuais ocupantes de poder.”

O movimento TODOS PELA EDUCAÇÃO constitui, assim, bandeira a ser DESFRALDADA com os nossos MELHORES e mais GENUÍNOS sentimentos de AMOR à PÁTRIA e de FÉ na HUMANIDADE, e nos MOTIVA e nos FORTALECE nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA E QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, CIVILIZADA, LIVRE, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, que permita a PARTILHA de suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos para eventos como a COPA DO MUNDO DE 2014, a OLIMPÍADA DE 2016 e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO XXI, da era da GLOBALIZAÇÃO, do CONHECIMENTO, da INFORMAÇÃO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um mundo da PAZ e FRATERNIDADE UNIVERSAL...

Este é o nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa LUTA, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA!...

O BRASIL TEM JEITO!...

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

A CIDADANIA, A LEITURA E O APRENDIZADO

“Como pode a escola contribuir para a formação de atitudes democráticas?

1944

A escola pública, em alguns lugares a única escola para o ciclo primário, é certamente o meio eficiente de aproximação entre futuros cidadãos da mesma geração. Dos contatos da infância, cada um retira o conhecimento intuitivo, diariamente experimentado, do valor de cada um dos companheiros; e estes, pertencentes a meios diferentes, refletem, no espírito de cada qual, atitudes e modos de agir de seus respectivos meios.

Mas a democracia requer mais que oportunidades e contatos fortuitos entre meios sociais. Ela exige treino organizado para formar no homem adulto sua segunda natureza, tecida de atitudes e de hábitos de agir democraticamente, de acordo com um ideal democrático.

Muitos são os critérios do ideal e da ação democrática. Entre eles destacamos dois que, já na Escola Primária, podem ser revisados sob a forma de virtude a praticar, e de regime de trabalho a realizar.
O nome do primeiro é lealdade; o segundo chama-se cooperação. Todo regime, onde ambas vigoram, se democratiza e se apura no sentido democrático. Ao contrário, com o desprezo de uma ou de outra, ele degenera em regime de autoritarismo e de exploração social.

No interessante parágrafo dedicado à lealdade, Wells e Huxley ressaltam o valor dessa virtude e seu papel no progresso moral de nossos dias. Admiram que ficasse omitida nas tábuas dos dez mandamentos ainda esta lei: : “Não oculteis nada. Dizei a verdade”.

O século XIX, com seu movimento de ciência experimental, abriu caminho para o conhecimento real do mundo. Freud, em nosso século, com a sua psicanálise, inicia os homens no hábito de serem leais consigo mesmos.

É preciso que se dê mais um passo para que o homem pratique essa lealdade em relação aos outros homens. Notam os autores que esse aspecto, apenas iniciado, está se avolumando dia a dia, à medida que a ciência nos vem trazendo benefícios, e à proporção que as duras experiências da vida política internacional (onde, diria Claparède, “a probidade acha-se freqüentemente em férias”) trazem à humanidade incrível soma de sofrimentos e de desilusões.

Esse movimento em prol da lealdade, fruto de uma confiança maior na realidade, merece por parte dos educadores treino não menos sistemático do que o exigido pelo vigor dos músculos nos estádios de atletismo.

Que faz a escola para insuflar na criança o respeito à lealdade? De que processos pedagógicos lança mão para incutir no seu espírito o amor à verdade, o interesse pelo real? Como ajuda à criança a distinguir o falso do errado, e a discriminar o imaginário do real? ... Não sei se haverá nas escolas esta preocupação de aproximar a criança diretamente dos fatos para acostumar seus sentidos, suas mãos, sua inteligência a refletir com fidelidade a natureza, tal como ela é, nas suas aparências palpáveis; de formar-lhe hábitos de ver com seus próprios olhos e verificar os conhecimentos com o manejo, cada vez mais ativo, das coisas e os fenômenos. Haverá no ensino das ciências naturais, por exemplo, esta intenção de pôr a criança em contato com os fatos, como Jesus Cristo o fez quando convidou o apóstolo Tomé a resolver, com as próprias mãos, as dúvidas que o assaltavam?[...]”

(HELENA ANTIPOFF, em artigo publicado originalmente na Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos, 1944, páginas 26-45, e incluído em HELENA ANTIPOFF – Textos Escolhidos, de Regina Helena de Freitas Campos (Organizadora). – São Paulo: Casa do Psicólogo; Brasília: Conselho Federal de Psicologia, 2002. – (Coleção clássicos da psicologia brasileira).

Mais uma IMPORTANTE e também OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no Jornal ESTADO DE MINAS, edição de 19 de agosto de 2010, Caderno CULTURA, página 10, de autoria de FREI BETTO, que é escritor, autor de Maricota e o mundo das letras (Mercuryo Jovem), entre outros livros para crianças e jovens. www.freibetto.org – twiter:@freibetto, que merece INTEGRAL transcrição:

“Leitura e aprendizado

No Brasil se lê, em média, 1,3 livro por ano. Nos EUA, 11;na França, 7; e na Argentina, 3,2. E há em nosso país 2.980 livrarias, uma para cada 64 mil habitantes. A Unesco considera razoável uma livraria para cada 10 mil habitantes.

O Ministério da Cultura garante que o fim do governo Lula serão inauguradas bibliotecas públicas em 2 mil municípios. Tenho minhas dúvidas. O prazo para captar recursos do governo federal destinados à revitalização de bibliotecas públicas se encerrou em meados de julho. Apenas 300 dividirão os R$ 30,6 milhões liberados.

O que significa que cada município, com apenas R$ 102 mil, deverá modernizar instalações, atualizar o acervo, melhorar o acesso de leitores portadores de deficiências e ainda criar bibliotecas ramais (em distritos, bairros da periferia e na zona rural). Também duvido, a menos que as prefeituras descubram como multiplicar dinheiro e capacitação de pessoal.

Há, em todo o país, 4.763 bibliotecas. Uma para cada 33 mil habitantes. Na Argentina há uma para cada 17 mil. Em 420 cidades brasileiras não existem bibliotecas ou se encontram fechadas. As nossas emprestam, em média, apenas 296 livros por dia, o que é muito pouco. E só 29% delas têm acesso à internet.

Os dados são do Censo Nacional das Bibliotecas Públicas Municipais, realizado pela Fundação Getulio Vargas a pedido do Ministério da Cultura.

Pesquisa do Observatório do Livro revela que o alto preço é, para 67% dos leitores, a principal razão de se recorrer à cópia Xerox de um exemplar, embora isso seja proibido por lei. Outros 20% justificam a ilegalidade por não encontrar o título nas livrarias. E 13% alegam que, na faculdades, é mais fácil xerocar do que procurar o livro a ser emprestado ou comprado.

Segundo a Unesco, o Brasil tem 13,8 milhões de analfabetos. Sem contar os analfabetos funcionais, um universo que engloba 54% da população entre 15 e 64 anos que cursar até a 4ª série e, no entanto, não são capazes de compreender textos longos e muito menos redigir uma carta sem graves erros de concordância e sintaxe.

Nos EUA, pesquisa das universidades de Nevada e da Califórnia constatou que quanto mais livros há numa casa, mais anos de escolaridade atingirão as crianças que a habitam. O nível cultural e de escolaridade dos pais também influencia, porém menos que a disponibilidade de livros no lar. Além de ser úteis no aprendizado escolar, ampliam o vocabulário e a imaginação, o conhecimento de história e geografia e a capacidade de refletir e argumentar.

Hoje, se recomenda a leitura de histórias infantis desde a primeira semana de vida do bebê. Ainda que se tenha a impressão de total desinteresse da parte dele, na verdade isso o ajuda a aprimorar as sinapses cerebrais, ou seja, a conexão entre os 100 bilhões de neurônios do cérebro. O que é meio caminho andado para que, na idade da razão, ela seja mais capaz de construir sínteses cognitivas, sabendo relacionar as parte com o todo e fragmentar o todo em suas partes constituintes.

Não basta apenas ler a história. É preciso interagir com a criança: mostrar figuras, fazer perguntas, reproduzir sons sugeridos, imitar personagens etc.

Vale recordar que assimilamos 90% de tudo que é importante aprender para fazer de cada um de nós um ser humano até os 6 anos: comer, andar, falar, distinguir pessoas e relações de parentesco, discernir ocasiões de perigo ou risco, aprimorar o instinto de sobrevivência etc.

Crianças que escutam histórias desde cedo enriquecem seu vocabulário e desenvolvem a capacidade de compreensão e aprendizado. Pesquisas comprovam que o hábito da leitura em casa possibilita melhor aproveitamento escolar.

O grande perigo, hoje, é ver crianças e adolescentes “sequestrados” intelectualmente pela hipnose televisiva de baixa qualidade ou navegando à deriva na internet. No caso da TV, o risco de abdicarem da própria imaginação em prol das fantasias projetadas no monitor. Na adolescência, poderão buscar suprir a carência nas drogas.

O risco do uso abusivo da internet, sobretudo quando se navega sem direção, é ser bombardeado por um fluxo de estímulos e informações sem estrutura cognitiva e moral para selecioná-los ou discerni-los. E é bom lembrar que ver o que aparece na TV e na tela do computador não equivale a ler e, muito menos, a escrever.

Bem cantavam os versos de Castro Alves, no século 19: “Oh! Bendito o que semeia/ Livros... livros à mão cheia/ E manda o povo pensar!/ O livro caindo n’alma/ É germe – que faz a palma/ É chuva que faz o mar.””

São, pois, páginas que apontam, com absoluta CLAREZA e PROPRIEDADE, para a imperiosa NECESSIDADE e URGÊNCIA de POLÍTICAS PÚBLICAS para EDUCAÇÃO/CULTURA e que nos MOTIVAM e nos FORTALECEM nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA E QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, LIVRE, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, que permita a PARTILHA de suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos para eventos como a COPA DO MUNDO de 2014, a OLIMPÍADA de 2016 e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências da MODERNIDADE, da ERA da GLOBALIZAÇÃO, do CONHECIMENTO, da INFORMAÇÃO, das NOVAS TECNOLOGIAS e da SUSTENTABILIDADE e de um mundo da PAZ e FRATERNIDADE UNIVERSAL...

Este é o nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa LUTA, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA!...

O BRASIL TEM JEITO!...

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

A CIDADANIA COMEMORA: HELENA, 80 ANOS!


“Convém apontar alguns princípios que sirvam de guia aos trabalhos em marcha:

....................................................................

2 – Nutrir confiança nos homens e no valor do elemento humano, por mais humilde que seja. Procurar na criança débil ou deficiente, no adolescente desajustado, ou no indivíduo adulto, sem cultura, sem preparo profissional, “leigo”, pela força das circunstâncias que não lhe deram oportunidades escolares “de aprendizagem”, a colaboração, pois pode se encontrar no meio de todos eles indivíduos de invulgar inteligência, de fortes aptidões especiais e de virtudes morais de grande valor para a coletividade.

3 – Manter viva a confiança na democracia e esperar da cooperação, franca e organizada de todos, efeitos substanciais para a sociedade em evolução.

4 – Persistir na idéia de que o verdadeiro progresso social, econômico, político e espiritual não se opera senão através da educação, da educação esmerada das novas gerações, principalmente, cabendo assim aos educadores a máxima responsabilidade tanto pelos males que afligem os povos quanto pelo bem-estar alcançado.”

(Extraído do “Histórico” da Fazenda do Rosário, publicado por D. Helena Antipoff em setembro de 1952. Publicado no Boletim da Sociedade Pestalozzi do Brasil, 1953).

Mais uma NOTÁVEL e ESTIMULANTE lição vem de artigo publicado no Jornal ESTADO DE MINAS, edição de 11 de outubro de 2009, Caderno CULTURA, página 8, de autoria de AFFONSO ROMANO SANT’ANNA, que merece INTEGRAL transcrição do texto:
A educadora Helena Antipoff e seus jovens amigos, em 1963, em Ibirité
“Helena, há 80 anos

Há algumas vantagens em ter “certa idade”. Você não maneja o twitter como um adolescente, mas pode dizer: “Conheci Helena Antipoff”. Isso não é pouca coisa. A idade também é uma tecnologia.

Acabo de descobrir que 2009 tem alguma coisa a ver com 1929. Não, eu não havia nascido ainda, mas foi em 1929, há 80 anos, que Helena Antipoff aceitou o convite para trocar Genebra, onde trabalhava com Edouard Claparede, por Belo Horizonte. Ela poderia ir para o Egito, onde também a queriam. Mas aceitou o chamado do governo Antônio Carlos, e o ensino em Minas nunca mais foi o mesmo.

Estou lendo uma “entrevista virtual” com Helena Antipoff, que Rogério Alvarenga fez, extraindo suas palavras de livros e entrevistas. Vou lhes garantir uma coisa: se alguém se dispusesse a escrever a biografia detalhada dessa russa excepcional, uma biografia minuciosa com essa que Benjamin Moser fez de Clarice Lispector, e que acaba de lançar nos Estados Unidos com grande êxito; se alguém recuperasse, num livro, a vida épica, dramática, lírica e exemplar de Helena Antipoff, teríamos o roteiro de magnífico filme, que retraçaria também a história do século 20: Rússia, Europa e Brasil. Mãos à obra, roteiristas de Minas!

Aí está a história de seu pai – general do czar Nicolau II, primeiro aluno da Academia Militar, mas que acabou consertador de sapatos num lugar qualquer da Rússia. Aí está narrada a trajetória da jovem Helena, que, tendo ido estudar em Paris, na Sorbonne, largou tudo para procurar o pai, caído em desgraça no caos revolucionário soviético. (Isso é mais emocionante que o cinematográfico O resgate do soldado Ryan). Aí estão também as peripécias para salvar e manter o marido, Victor, perseguido pelo governo e exilado em Berlim. Aí está narrado o período de fome e miséria, quando Daniel, filho de Helena com Victor, foi exposto na escola de medicina russa como exemplo de raquitismo.

E, no entanto, essa mulher excepcional, em plena tragédia do comunismo russo, consegue iniciar seu trabalho de educação de “delinqüentes”, como eram chamados jovens perdidos nos bosques “tosquiados como cordeiros”. “É difícil imaginar o que passei no período de 1917 a l921” – diz ela. “Catava-se resina de árvore para saciar a fome. Armadilhas para pegar algum coelho”. É difícil imaginar, penso eu, que intelectuais do mundo inteiro tenham, no século 20, iludido-se com a tragédia soviética. Vão dizer: o regime do czar era um horror. Mas não se combate um horror com outro horror, ou um erro com outro erro.

E Helena chega a Minas. Aqui, um outro capítulo dessa vida romanesca, do Mar Báltico a Ibirité. Uma geração privilegiada a espera. E ela vai citando Marques Lisboa, Jeane Milde, Alda Lodi, Arduino Bolívar, José Lourenço, Alaíde Lisboa, Lúcia e Mário Casassanta, Guilhermino César, Fernando Magalhães Gomes, Lincoln Continentino, padre Negromonte, Olga Ullman, Elza de Moura. Sem contar Abgard Renault e Drummond, o qual também escreveu sobre ela.

E ela narra seus primeiros dias naquela Belo Horizonte de 80 anos atrás: “Montei também meu próprio ritmo pessoal. Ao chegar à casa, vindo do trabalho, ia me deitar às 21h30. Das 23h às 4h, estudava e preparava aulas. Dormia das 4h às 6h, quando me preparava para chegar à escola às 7h. Pegava o bonde e descia na porta da escola. Tudo calmo. A cidade tinha 200 mil habitantes”.

Há pessoas que fazem história. Elegante, culta, simples, bem me lembro dela nas famosas festas do milho, na Fazenda do Rosário. Seu filho Daniel, também brilhante e modesto, deixou depoimentos sobre ela. Mas há muito, muito mais a contar.

Escritores, roteiristas, mãos à obra!

Pois uma personagem maravilhosa habitou algum tempo entre nós!

Ter Helena Antipoff no Brasil e em Minas foi um luxo.”

E, ORGULHOSAMENTE, continuamos: ter HELENA ANTIPOFF em IBIRITÉ foi um LUXO!...

A vida e a obra, e assim a HISTÓRIA de HELENA ANTIPOFF nos FORTALECEM na FÉ e ESPERANÇA de um BRASIL verdadeiramente JUSTO, LIVRE, ÉTICO, DESENVOLVIDO e SOLIDÁRIO, inexoravelmente, nas TRILHAS da EDUCAÇÃO...

O BRASIL TEM JEITO!...

sexta-feira, 15 de maio de 2009

HELENA ANTIPOFF: CIDADÃ POR EXCELÊNCIA

A vida e as obras de HELENA ANTIPOFF são testemunhos históricos da fé na LIBERDADE, na CIDADANIA e, de modo muito especial, na DEMOCRACIA, cenário fértil para a prosperidade e felicidade dos povos.

Toca-me particularmente o coração, pela afável e fraterna convivência com a inesquecível Mestra, trazer à reflexão, neste momento de profunda crise global, financeira antes, depois econômica, política, social e, sobretudo, de ética, o papel desempenhado por essa EDUCADORA na formação e aperfeiçoamento de várias gerações e, ainda hoje, rico manancial de estudos por universidades de todo o mundo.

Aí, sim, evocar a trajetória de HELENA ANTIPOFF, nascida russa (1892), tendo chegado ao Brasil em 1929, a convite do Governo do Estado de Minas Gerais, para a conspícua tarefa de introduzir a Psicologia na Educação, obtendo a CIDADANIA brasileira (1951), Cidadã Honorária de IBIRITÉ (1974), onde faleceu em 1974, e longe de tentar enveredar pelo vastíssimo campo de atuação no desenvolvimento da ciência, da psicologia, da educação e da pesquisa social, é dever cívico que carrega consigo a chama dos ideais de fraternidade universal.

Quis a providência divina que esta “Terra Firme”, amada, chamada IBIRITÉ, abrigasse o Complexo Educacional da Fazenda do Rosário que na visão extraordinária da mestra HELENA, haveria de incorporar a necessária estrutura para atendimento de todos os níveis educacionais, indo da Educação Infantil ao Ensino Superior, contemplando o pioneiro trabalho de Educação Especial e a ousada assistência aos Bem-Dotados.

Assim, HELENA ANTIPOFF, principalmente nos seus 50 anos (1924-1974) de fecunda e extensa vida laboral, deve servir de inspiração à consciência nacional para um mergulho definitivo na sagrada missão de transformar a EDUCAÇÃO em prioridade absoluta na formulação e implantação de políticas públicas, vez que, no dizer da notável Mestra: “Persistir na idéia de que o verdadeiro progresso social, econômico, político e espiritual não se opera senão através da educação, da educação esmerada das novas gerações, principalmente, cabendo assim aos educadores a máxima responsabilidade tanto pelos males que afligem os povos quanto pelo bem-estar alcançado”.
(A Fazenda do Rosário como experiência social e pedagógica no meio rural – Publicado por HELENA ANTIPOFF em setembro de 1952 e no Boletim da Associação Pestalozzi do Brasil, Rio de Janeiro, 1953).

Ver também HELENA ANTIPOFF – Textos Escolhidos, de autoria de REGINA HELENA DE FREITAS CAMPOS (Organizadora) – São Paulo: Casa do Psicólogo; Conselho Federal de Psicologia, 2002. – (Coleção clássicos da Psicologia Brasileira).
Por oportuno, um abraço à prezada professora REGINA HELENA e sua equipe da Universidade Federal de Minas Gerais, incansáveis no estudo da inesgotável obra de HELENA ANTIPOFF, cidadã por excelência, que continua influenciando gerações de jovens, professores, educadores, pesquisadores, intelectuais e líderes vocacionados para o serviço, o amor e todos aqueles que se juntam para as transformações de uma sociedade global que entre outros desafios, merecem destaque: - as mudanças no perfil demográfico, as novas tecnologia, a internacionalização das economias, a crescente preocupação com o meio ambiente e o impacto das ações governamentais na complexidade da cidadania no século XXI.