“A
oportunidade de vivermos plenamente a energia da cura
Havendo concordância
entre a vontade profunda de um indivíduo e a vontade superficial que vem da sua
personalidade, a cura pode operar-se. Ao harmonizar a personalidade com a Vida maior, que é a sua
essência interior, a cura é processada, e seus efeitos tornam-se visíveis nos
planos físico e energético da pessoa.
Portanto,
não se pode dizer de maneira precisa que um indivíduo cure outro, mas sim que
cada qual cura a si próprio na medida em que faz essa união em si mesmo. O que
chamamos de “curador” é apenas um intermediário para que certa energia incida
sobre aquele que será curado, ajudando-o a tomar a decisão de integrar-se.
A
vida, quando não busca a união entre a nossa vontade consciente e a nossa
vontade profunda, pode nos levar às doenças. Por isso, qualquer processo
terapêutico, para agir de fato, deveria incluir o trabalho fundamental de o
“paciente” procurar ver em que pontos de sua vontade pessoal precisa
harmonizar-se com a vontade nos níveis sutis, internos do seu ser.
Em
certos casos, para que a cura aconteça, é necessário que estejam juntos aquele
que vai ser instrumento da cura e aquele que precisa ser curado. E há
circunstâncias em que é útil a presença de uma terceira pessoa, cuja energia,
combinada com a de quem “cura” ou com a de quem quer ser liberto, pode ajudar.
O lado imprevisto e misterioso da cura não se limita, porém, a fatos assim
visíveis. Há exemplos nos quais o indivíduo é curado sem que o perceba: a
alegria interior passa a estar presente em seu olhar e a carga da ansiedade
deixa de existir em sua mente e em seu coração.
Para
que a cura interior ocorra, nem sempre são necessários intermediários.
Essencial é que construamos voluntariamente uma ponte de comunicação entre o
nosso eu consciente e o núcleo de amor e sabedoria que habita dentro de nós,
núcleo formado de energia inclusiva.
Essa
energia, essência de cada ser, é representada em cada um pelo eu superior. Tomamos
conhecimento dela mais cedo ou mais tarde, por meio, principalmente, da pura e
simples aspiração por encontrá-la. Desejando manifestar esse amor que a tudo e
a todos inclui, acabamos por reconhecê-lo dentro e fora de nós, e, a partir de
então, passamos a servir ao mundo e a estar administrados pelos aspectos
superiores das mesmas leis que regem o nível humano do nosso ser.
Mesmo
sem a ajuda palpável de intermediários, uma pessoa pode começar a construir
essa ponte com a cura. A ajuda de que ele precisa encontra-se principalmente em
níveis mais elevados de sua própria consciência. Nesses níveis de consciência
mais sutis, nosso eu interno, a alma, é auxiliada a perceber qual é o seu
caminho cósmico.
É como
se percorrêssemos uma rota desconhecida, porém cheia de sinais indicativos.
Somos livres para segui-los ou não.
Todo
terapeuta que busca ajudar alguém a estabelecer o contato entre os dois
aspectos da energia da vontade, a pessoal e a vontade da alma, pode tornar-se
um curador. Mas, para sê-lo verdadeiramente, no sentido amplo e espiritual
desse termo, precisa estar – ele próprio – com essa união feita em si mesmo,
pelo menos até certo grau. É à medida que realiza o trabalho de harmonia em si
mesmo que ele se torna capaz de ajudar os outros a se harmonizarem.”
(TRIGUEIRINHO.
Escritor, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 31 de agosto de 2014, caderno O.PINIÃO, página 20).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a
Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 26 de
setembro de 2014, caderno OPINIÃO, página
7, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE
AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente
integral transcrição:
“Colapsos
e eleições
Colapsos e ameaças de
crises emolduram, de modo muito preocupante, as eleições deste ano. Obviamente,
trata-se de um alto preço que a sociedade brasileira está pagando, em razão de
prejuízos causados ao longo de diferentes etapas da história. Essa constatação
não é um agouro pessimista para obscurecer conquistas e avanços. Percebe-se que
as demandas são tão grandes e a incompetência para enfrentá-las é tão evidente
que não há como amainar a preocupação. Isto precisa tornar-se vetor de
interpelação e incômodo na consciência cidadã em geral. Não se pode reduzir ao
espaço estreito da política partidária a discussão sobre os rumos do Estado
brasileiro.
As
questões são mais complexas e enraizadas, de tal maneira que exigem uma
novidade que não pode se restringir às siglas partidárias nem aos chavões que
anunciam “o novo na política”. Precisa-se de uma renovação mais profunda e
revolucionária de entendimentos. O que se constata, lamentavelmente, é a pouca
atenção com a conquista de predicados que possibilite a cidadãos, especialmente
àqueles que disponibilizam seus nomes ao sufrágio nas urnas, participar de modo
qualificado da política. É grave, pois, o colapso, já cristalizado no
funcionamento da sociedade, fruto da equivocada compreensão de que política é
oportunidade para ganhar poder, enriquecer-se e distribuir favores, em benefício de correligionários.
Esta conduta enfraquece o entendimento de que a participação na vida pública
precisa ser fundamentada na nobreza de servir o povo.
Os
resultados são desastrosos e provocam desânimo no eleitor. Chega-se à situação
extrema de ouvir, com frequência, nas conversas cotidianas, que a escolha de
candidatos não será pela observação das qualidades, mas pela avaliação de que
determinado concorrente é “menos ruim”. A responsabilidade por se ter chegado a
isso há de ser partilhada pelo conjunto da sociedade, com uma fatia maior para
aqueles que exercem cargos de poder e liderança, formadores de opinião e
educadores. Percebe-se uma realidade que clama por urgentes reformas, uma
constatação cada vez mais consensual entre todos, no entanto sem sinais de
avanços rumo à efetivação. Para realizá-las, são necessárias mudanças de
mentalidade. Cada pessoa deve revitalizar o próprio senso de cidadania, priorizar
projetos que busquem o bem da sociedade e o crescimento das instituições de
onde conseguem o próprio sustento.
Se
todos buscassem essa meta, surgiria um grande movimento, com força de
incidência, antídoto para corrigir o afã da corrupção e a falta de vergonha que
permite o leilão do patrimônio público em favor de interesses particulares.
Permanecer na mesmice é conformar-se com a mediocridade de propostas,
reflexo de quem busca fazer o mínimo,
sem coragem para enfrentar sacrifícios, considerando o trabalho apenas como
possibilidade de ganho pessoal, a partir da lógica do “quanto mais, melhor”.
Na
raiz dos problemas, está um sério colapso moral de valores e princípios, que
provoca crises em muitos campos. As notícias recentes informam, por exemplo, sobre
a estagnação da economia. Preocupa, também, e torna-se sinal de alerta, a falta
de água, fruto da exploração gananciosa do meio ambiente, prenúncio de
situações caóticas. As crises, de vários tipos, pesam nos ombros da sociedade
e, se nada for feito, permanecerá delineado um futuro em que elas se
apresentarão com maior densidade. É urgente recomeçar. O primeiro passo é a
renovação da consciência de cada pessoa no exercício da cidadania e de suas
tarefas. Trata-se de construir uma nova cultura, com a colaboração da arte, da
beleza e da espiritualidade, do respeito a memórias, da recuperação de
sensibilidades que combatem e curam as mediocridades.
Espera-se,
de políticos a construtores da sociedade pluralista, de lideranças a cidadãos
comuns, a inspiração a partir de um horizonte humanístico, e não meramente
mercadológico. Somente assim as eleições
de 2014 e o decorrer dos dias da sociedade brasileira serão salvos dos
prejuízos resultantes de tantos colapsos. A recuperação das perdas supõe a
nobreza da cidadania.”
Eis, portanto, mais páginas contendo importantes,
incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise
de liderança de nossa história – que é de ética,
de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas
educacionais, governamentais, jurídicas,
políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de
modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais
livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente
desenvolvidas...
Assim, urge ainda efetiva problematização de
questões deveras cruciais como:
a) a
educação – universal e de qualidade –, desde
a educação infantil (0 a 3 anos de
idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo
da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira
série do ensino fundamental, independentemente
do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade
absoluta de nossas políticas públicas;
b) o
combate implacável, sem eufemismos e sem
trégua, aos três dos nossos maiores e mais avassaladores inimigos que são: I –
a inflação, a exigir permanente,
competente e diuturna vigilância, de forma
a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero; II – a corrupção, como um câncer a se espalhar
por todas as esferas da vida nacional, há séculos, gerando incalculáveis
prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a crescente descrença
na política e nos políticos, ferindo brutalmente o arcabouço da democracia e
maculando a representatividade institucional...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar
inestimáveis perdas e danos, inexoravelmente irreparáveis (haja vista a
escassez de água...);
c) a
dívida pública brasileira, com
projeção para 2014, segundo o Orçamento Geral da União, de astronômico e
insuportável desembolso de cerca de R$ 1
trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos
(apenas com esta rubrica, previsão de R$
654 bilhões), a exigir igualmente uma imediata, abrangente, qualificada e
eficaz auditoria...
Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão
descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a
nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais contundente ainda, afeta
a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor a pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e
regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores
como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias,
hidrovias, portos, aeroportos); a educação;
a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos
sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana
(trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às
commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência
social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas;
polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência,
tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações;
qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –,
transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade, criatividade,
produtividade, competitividade); entre outros...
São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que,
de maneira alguma, abatem o nosso ânimo nem
arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta
grande cruzada nacional pela cidadania e
qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada,
civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, desenvolvida e
solidária, que possa partilhar suas extraordinárias e abundantes riquezas,
oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais
especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que
contemplam eventos como a Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do
pré-sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização
das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas
tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a
nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!...
O
BRASIL TEM JEITO!...