quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

A CIDADANIA, A ENERGIA DA SERENIDADE E OS GRAVES DESAFIOS DA SUSTENTABILIDADE

“A energia da serenidade, um dom 
espiritual para todos os seres
        Para desenvolver a serenidade é necessário estabelecer um ritmo ordenado e harmonioso em nosso dia a dia. A maioria das pessoas não cuida disso espontaneamente e, para que possam desenvolver ordem e disciplina, quase sempre a vida lhes apresenta um ritmo compulsório: horários rígidos a cumprir, emprego fixo, relógio de ponto, dias certos de repouso, e assim por diante. Mas quem voluntariamente distribui as atividades em horários regulares, de modo flexível e com atenção à ordem, tem como resultado um cotidiano que facilita a serenidade. Em nosso íntimo estão os fatores a serem encontrados e cultivados para que nos tornemos serenos.
         Ao nos adestrarmos na disciplina de uma vida ritmada, deixamos de ficar ansiosos para que as coisas comecem ou terminem segundo nossas expectativas, quase sempre sem fundamental real. Assim, podemos canalizar a atenção, o pensamento e o sentimento para o momento presente, e não para um futuro que imaginamos. É a partir daí que a rotina diária não mais nos incomodará, e finalmente poderemos perceber que a vida jamais termina – nossa existência, então, liberta-se dos limites do tempo.
         Quanto mais organizado o dia se torna, mais penetramos o eterno presente, sem nem ao menos nos darmos conta de como isso ocorre. O ritmo das atividades se desliga de acontecimentos fora de nós e começa a expressar realidades internas.
         Nos tempos antigos havia cerimônias e ritos religiosos que auxiliavam o despertar para uma vida ritmada. Hoje, porém, o caminho é considerarmos o próprio cotidiano um cerimonial, torna-lo ordenado e, portanto, em condições de nos levar ao encontro da serenidade.
         O modo mais seguro de alcançarmos a serenidade é pelo alinhamento da nossa consciência humana, exterior, com os níveis espirituais, os níveis da alma. Isso pode ser conseguido mais facilmente depois de termos imprimido um ritmo harmonioso na vida diária.
         O cérebro precisa tornar-se adequado para esse alinhamento. Podemos prepará-lo ao retirar de nossos hábitos o uso do álcool e do fumo, e ao levar em conta que a alimentação gordurosa e o excesso de açúcar também prejudicam o seu funcionamento.
         Finalmente, devemos prover ao corpo suficiente repouso: períodos de esforço prolongado impedem que o cérebro tenha a prontidão necessária para registrar o que a alma tem a dizer. Conseguimos esses requisitos básicos quando reservamos um momento durante o dia para estar em quietude.
         Lembremos também que a serenidade é um espiritual e que uma forma direta de encontrá-la é nos tornarmos receptivos à vocação básica da alma, que é servir.
         A vida ritmada, o alinhamento com a alma, tudo isso ocorre conforme o serviço que temos a prestar neste mundo.
         Mantermo-nos conscientes de que nossa vocação mais íntima e profunda é servir desinteressadamente, predispõe-nos à serenidade. Reconhecemos que não estamos no mundo simplesmente para fazer as coisas de forma egoísta como quase todos fazem, nem para fazê-las melhor que nossos semelhantes.
         Estamos no planeta para realizar o que nos cabe na vida, algo que pode ser simples, mas que é sem dúvida essencial.
         Esse serviço é um portal para a serenidade. É que, quando temos uma meta espiritual e altruísta – uma meta evolutiva – e quando nos dispomos com todo o nosso ser a cumpri-la, a vida diária se torna prolongamento da calma interior.”

(TRIGUEIRINHO. Escritor, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 14 de fevereiro de 2016, caderno O.PINIÃO, página 16).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 16 de fevereiro de 2016, caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de SEBASTIÃO VENTURA PEREIRA DA PAIXÃO JR., advogado, e que merece igualmente integral transcrição:

“Capitalismo de conluio
        A Constituição Federal fala em “livre mercado” (art. 170) e classifica como “agente regulador da atividade econômica” (art. 174). Acontece que a realidade é totalmente diferente da lei sobre o papel. No fundo, temos dois mundos no Brasil: aquele bonitinho e perfeitinho imaginado pela ingênua utopia do legislador e um outro, feio e degradante, praticado cruamente pelos agentes do poder. Enfim, a vida como ela é difere substancialmente da vida como deveria ser.
         Sem cortinas, esse é um grande problema de nosso país: a ineficácia práticas das normas legais. Paulo Brossard, que muito viu e tanto fez com brilhantismo invulgar, teve como norte existencial a enérgica defesa da legalidade: boa ou má, a lei deveria ser aplicada, pois só assim poderíamos mudar a ruim e exaltar os sucessos da norma positiva. Ora, as regras do jogo são vitais para o bom desenvolvimento das instituições nacionais. E, como bem apontou Douglass North, o crescimento econômico está diretamente ligada ao qualitativo grau institucional das nações. Países prósperos são erguidos por instituições fortes, sérias e eficientes; países pobres são parasitados por instituições frágeis, desonestas e extrativistas.
         Deitadas as premissas acima, o fato é que não temos capitalismo no Brasil. Nosso livre mercado é estatalmente dirigido, enquanto nossa livre concorrência é direcionada a favor dos amigos do poder. Alguns dirão que temos um capitalismo de Estado, mas não é verdade, pois, em tal tipo de sistema econômico, embora permeado por uma maior intervenção pública, há necessariamente um governo ético, probo e decente. Logo, nosso modelo é outro. Vivemos um autêntico “capitalismo de conluio”, marcado por alianças espúrias entre empresas e Estado. Nessa engrenagem econômica viciosa, o objetivo não é o desenvolvimento nacional, mas o aumento da riqueza pessoal dos artífices do mecanismo corrupto.
         Portanto, a corrupção é uma forma de ganhar a vida no Brasil, beneficiando poucos em desfavor de muitos. Nesse contexto deformado, só teremos crescimento econômico sustentável quando desbaratarmos as quadrilhas de extrativismo estatal para ilícitos fins privados, garantindo, ato contínuo, a efetiva paridade de armas entre os agentes do mercado. O problema é que, enquanto há impunidade, os sistemas corruptos se estabilizam em uma situação de equilíbrio, privilegiando pontuais setores da elite política e econômica.
         Para quebrar a inércia delitiva, se faz imperativo um fato desencadeador que atinja o núcleo do esquema delitivo, capturando algumas cabeças da engrenagem corrupta. Trata-se da aplicação da estratégia do frying a few big fishes, na qual o enquadramento daqueles que se achavam acima da lei vem a criar um momento proativo de elevação institucional do país. Após a captura e isolamento das peças iniciais, é imperativo romper o tradicional pacto de silêncio das organizações criminosas complexas. Para tanto, o uso eficaz de acordos entre acusados e promotoria (aqui denominados de “delação premiada”), com assunção de culpa, auxílio investigatório concreto e consequente diminuição de pena do réu, constitui poderoso e moderno meio processual de combate aos crimes de poder.
         Todavia, paralelamente ao combate na via judicial, é fundamental alterarmos a estrutura do sistema político-econômico. Quando a corrupção vira um padrão de comportamento corporativo, as empresas são tragadas para o jogo sujo porque a regra passou a ser a ilicitude, a propina e o suborno. Isso não significa que o corruptor é um anjo inocente, apenas serve de alerta para o fato de que estamos diante de uma criminalidade sistêmica que, por falhas institucionais profundas, se tornou uma infeliz prática rotineira. Em outras palavras, com dinheiro e poder a rodo, alguns poderosos agentes político-econômicos ficam viciados no lucro fácil, chegando a pensar que a droga da corrupção é uma forma realista de viver a vida. Tal ilusão dura por tempo indeterminado, mas uma hora passa com a chegada, por exemplo, de uma Operação Lava-Jato.
         Entre as medidas necessárias para o resgate do bom funcionamento do sistema econômico, é fundamental o estabelecimento de efetivas e duras ações contra a formação de monopólios, oligopólios e cartéis negociais. A hipertrofia de grupos econômicos hegemônicos prejudica a livre concorrência, a igualdade de armas entre os agentes do mercado e a necessária abertura para um ambiente empreendedor saudável. Quanto mais fechada for a economia, maior será a chance de o mercado virar um feudo exploratório em favor dos amigos do rei e seus asseclas.
         Estamos começando um difícil processo de transição no Brasil. O fundamental é mantermos o foco e não temermos o enfrentamento. O jogo é e será extremamente pesado, cheio de intrigas, ameaças, difamações e mentiras. A questão é acreditar e apoiar a força transformadora dos homens da lei. A corrupção é um inerente risco moral do bicho homem, mas com um pouco de vergonha na cara é possível construir um país muito melhor. Quem duvida?”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a educação – universal e de qualidade –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em janeiro a ainda estratosférica marca de 410,97% para um período de doze meses; e mais, também em janeiro, o IPCA acumulado nos doze meses chegou a 10,71%...); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 515 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com projeção para 2016, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,348 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,044 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a   Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do Pré-Sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

- Estamos nos descobrindo através da Cidadania e Qualidade...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por uma Nova Política Brasileira...  

 

          



segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

A CIDADANIA, A FORÇA DO EMPREENDEDORISMO E O INDESVIÁVEL ECUMENISMO NA SUSTENTABILIDADE DA CASA COMUM

“Empreendedorismo e crescimento
        Em um momento de baixo crescimento econômico e da necessidade de o Brasil retomar a geração de empregos, um dos caminhos mais eficientes é a aposta no empreendedorismo. O país tem de voltar a crescer rapidamente, para não perder importantes conquistas sociais das últimas décadas, obtidas desde a estabilização da moeda com o Plano Real, no início dos anos 2000. Não há qualquer dúvida sobre a importância dos empreendedores nesse processo de retomada do desenvolvimento econômico.
         Empreender ganhou nos últimos anos um novo status em todo o mundo. E o Brasil caminha na mesma direção, Atualmente, parcela da população jovem sonha em abrir o próprio negócio, vários recém-saídos da faculdade. Segundo um levantamento feito pela Ernst & Young (EY) com empreendedores de todos os países que fazem parte do G20, o empreendedorismo está em alta entre os mais novos. Do total de jovens entrevistados, 65% desejam se tornar donos de seus próprios negócios. No Brasil, esse percentual é ainda maior: 81% dos jovens ouvidos afirmaram que pretendem empreender em algum momento da vida. Segundo eles, a principal barreira que pode impedi-los de realizar essas aspirações profissionais são os fatores econômicos enfrentados pelo país.
         Mas não basta a mudança na atitude dos jovens que ingressam no mercado de trabalho. É necessária uma ação coordenada entre governos, companhias e empreendedores para fomentar o ecossistema propício ao empreendedorismo. E aqui cabe às autoridades, em especial, o protagonismo de criar um ambiente favorável que estimule o empreendedor. Vários países no mundo têm cidades e regiões que facilitam a vida daqueles que buscam inovar e criar negócios. Vale do Silício, Nova York e Boston, nos EUA; Tel Aviv, em Israel; Cingapura, na Malásia; e Berlim, na Alemanha, são exemplos.
         É preciso, porém, atitudes firmes da União, estados e municípios no sentido de reduzir a burocracia e ampliar os incentivos fiscais ao empreendedor. O fim dos entraves ao capital de risco e ao desenvolvimento de empresas de ponta é um primeiro passo nessa direção. O acesso mais fácil ao crédito e a novas tecnologias também é essencial. A crise econômica brasileira não será equacionada, como sabemos, rapidamente. Mas é possível encurtar o caminho para a retomada do crescimento, de forma sustentável, com apoio mais efetivo àqueles que apostam em novos negócios.
         Além da eliminação das barreiras burocráticas que dificultam o desenvolvimento de novos negócios, é de extrema importância que se crie uma cultura que dê suporte ao empreendedorismo. Só assim países poderão avançar no desenvolvimento de empresas de alto impacto.
         Entrevistas realizadas com 1,5 mil empreendedores de todos os países do G20 revelaram que a criação e promoção, pelo governo, de políticas educativas que deem suporte para futuras gerações de jovens empreendedores precisam estar na ordem do dia. Caso contrário, as nações correm o risco de perder anos de crescimento do emprego e novas formas de inovação.
         Mudanças de cultura e relacionadas à educação levam tempo. Existe um mito de que seriam necessárias gerações para vermos algumas transformações. O que não é exatamente verdade. Precisamos começar hoje, tomando algumas medidas cujo impacto positivo já é comprovado, independentemente de onde forem implementadas. É o caso da criação de vistos multilaterais para empreendedores e o encorajamento de networking internacional. Essas medidas melhoram a mobilidade da mão de obra, a realização de negócios internacionalmente e o compartilhamento de culturas empresariais positivas. Alguns países, como o Reino Unido e Canadá, já contam com sistemas como esse e registram bons resultados.
         Começar cedo o ensino de empreendedorismo, manter programas educacionais durante o ensino secundário com foco em educação vocacional e parcerias com a indústria e desenvolver iniciativas que promovam o compartilhamento de conhecimentos e o desenvolvimento das comunidades. Essas também são medidas importantes para criar um ambiente que permita que o potencial empreendedor das nações se desenvolva de forma plena.
         Mais do que criar alternativas de geração de emprego e renda para a população, o estímulo ao empreendedorismo representa um passo significativo em direção à retomada do crescimento econômico brasileiro. Entender e, principalmente, apostar nesse caminho pode encurtar e amenizar o período de turbulência e acelerar a recuperação do país.”.

(LUIZ SÉRGIO VIEIRA. Vice-presidente de Mercados da Ernst & Young, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 21 de janeiro de 2016, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 12 de fevereiro de 2016, mesmo caderno e página, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral transcrição:

“Cristãos de mãos dadas
        A Campanha da Fraternidade Ecumênica 2016, durante o percurso quaresmal, busca unir os cristãos a partir de um assunto urgente, que diz respeito a todos os cidadãos, independentemente de condição social, opção político-ideológica e razões pessoais. Congrega o esforço missionário, quase cinquentenário, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e o compromisso cristão do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs. O olhar comum dessas instituições, fixado em Cristo Jesus – todos tocados pelo valor inestimável do sangue derramado na cruz para a redenção da humanidade –, desenha um horizonte que faz ultrapassar as diferenças e até mesmo as discordâncias para configurar gesto significativo, de grande repercussão social e política: cristãos de mãos dadas.
         Essa experiência de cooperação e intercâmbio rege-se por indicação preciosa dada pelo papa Francisco na sua Carta Encíclica Louvado Sejas, que inspira o tema da Campanha da Fraternidade Ecumênica 2016: “toda a humanidade deve voltar o olhar para a “casa comum, nossa responsabilidade”. E os cristãos, que exercem a cidadania nos alicerces da fé em Jesus, têm evidentes responsabilidades quando se trata desse tema. A compreensão cristã de mundo requer uma postura singular no tratamento dos dons e bens da “casa comum”. É assim desde os primórdios do cristianismo, quando, conforme narração do capítulo dois, nos Atos dos Apóstolos, logo após as primeiras conversões, “todos os que abraçavam a fé viviam unidos e possuíam tudo em comum, vendiam suas propriedades e seus bens repartiam o dinheiro entre todos, conforme a necessidade de cada um”. Um tempo novo que nasce pela força da fé.
         Cristãos que caminham de mãos dadas na vivência da Campanha da Fraternidade Ecumênica 2016 é ato que ultrapassa o alcance de um evento com seus desdobramentos possíveis. Trata-se de possibilidade singular para um novo exercício com poder de qualificar o tecido antropológico que sustenta o funcionamento da sociedade. Esse tecido é de qualidade comprometida, o que se comprova no âmbito das crises que se abatem sobre a sociedade brasileira, particularmente na esfera política, que mais evidentemente expõe a carência de certos valores e princípios e, por isso, não consegue oferecer respostas adequadas. Na contramão disso, essa esfera alimenta encaminhamentos que abrem brechas para o crescimento das diferentes formas de violência e reforça posturas egoístas – a busca de soluções apenas para problemas particulares.
         Não é simples promover uma Campanha da Fraternidade Ecumênica como a deste ano. É preciso grande esforço para vencer preconceitos, resistências e autodefesas que encastelam grupos, segmentos e confissões religiosas na mediocridade, doença contagiosa que se alastra nas instituições diversas. Posturas medíocres inviabilizam a clarividência necessária para, a partir do diálogo, superar atrasos. Agravam os problemas que, para serem solucionados, demandam de cada cidadão, de diferentes setores e, particularmente, de governantes, de formadores de opinião, de acadêmicos e de intelectuais, adequada compreensão a respeito do ser humano e da criação.
         No horizonte desafiador da responsabilidade com a “casa comum”, a meta da Campanha da Fraternidade Ecumênica 2016 é a união de esforços com o objetivo de assegurar o direito ao saneamento básico para todas as pessoas. Busca também, à luz da fé, a promoção de políticas públicas pautadas pela responsabilidade cidadã com a “casa comum”. É a fé cristã a impulsionar segmentos diversos para promover a efetivação do direito ao saneamento básico, o que reúne questões fundamentais, como a ampliação do acesso à água tratada e a garantia de que comunidades diversas sejam contempladas com eficazes sistemas de esgoto. Essas prioridades constituem forma efetiva para combater a pobreza, reduzir a mortalidade infantil e garantir a sustentabilidade ambiental.
         Com a Campanha da Fraternidade Ecumênica 2016, a fé cristã ilumina a realidade, cria a oportunidade para contribuições que vão além dos tempos e dos seus cultos. Impulsiona o contexto social e político rumo a novas direções. Sonha-se, pois, com o testemunho ecumênico – na contramão de todo tipo de competição e proselitismo – como investimento no diálogo, à luz da fé em Cristo. Um compromisso que promove a congregação dos cristãos para o intercâmbio de experiências, a partilha de convicções e a efetivação de novas práticas, em âmbito pessoal, familiar, institucional e governamental. Tudo para que se construa o sonho de Deus: “Quero ver o direito brotar como fonte e correr a justiça qual riacho que não seca” (Am 5,24). Isso é possível quando caminham os cristãos de mãos dadas.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a educação – universal e de qualidade –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em janeiro a ainda estratosférica marca de 410,97% para um período de doze meses; e mais, também em janeiro, o IPCA acumulado nos doze meses chegou a 10,71%...); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 515 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com projeção para 2016, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,348 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,044 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a   Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do Pré-Sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

- Estamos nos descobrindo através da Cidadania e Qualidade...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
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quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

A CIDADANIA, A HORA DA HABILIDADE E DO TALENTO E A LUZ DO JORNALISMO DE QUALIDADE

“A crise e as pessoas
        Imagine que sua empresa é um barco e o mercado, o oceano. Para navegar, você precisa, antes de qualquer coisa, de profundidade. Águas rasas encalham o barco. Estar em um negócio onde você não tem profundidade – de conhecimento, expertise e dinamismo – coloca você diante de um potencial encalhamento. Mas, se sua empresa tem a profundidade necessária para navegar no oceano do mercado, o próximo ponto de atenção é a sua embarcação. Se as águas do mercado forem calmas e houver facilidade de navegação no segmento de atuação, qualquer barco dá conta do recado.
         É o caso, por exemplo, de ter uma pequena empresa de construção civil, com estrutura básica, naquele momento que precedeu o boom imobiliário. O oceano era calmo, as águas fartas de peixes e até as pequenas embarcações conseguiam navegar com prosperidade. À medida que o oceano se torna mais turbulento, exige mais da embarcação ou da estrutura da empresa, já que ter uma embarcação forte, resistente e bem estruturada significa maior capacidade de suportar tanto a calmaria de águas pacíficas quanto a turbulência de águas agitadas. Depois da profundidade (de conhecimento), e da embarcação (estrutura da empresa) o maior desafio é talvez a mais determinante variável diante de uma crise: a tripulação, ou seja, as pessoas. Podemos dizer que a crise é como uma tempestade, que chega tornando águas calmas ou agitadas em águas violentas. Quando essa tempestade vem, o crucial é a habilidade da tripulação em conduzir a embarcação. É essa destreza que faz a diferença, pois é a soma das experiências e do conhecimento de um grupo de pessoas que, obrigatoriamente, deve ser capaz de transformar a turbulência em oportunidade, de provar suas aptidões, inclusive ao próprio capitão da nau. Mas é preciso tomar cuidado quando falamos em habilidade. Não adianta achar que se tem, pois a tempestade da crise não dá margem para achismos ou amadorismos. É preciso ter habilidade de fato, de forma sólida e coerente. A premissa básica para quem deseja passar pela crise e suportá-la até o fim é simples, embora grandemente complexa: as pessoas. Você pode até tolerar uma tripulação mediana em águas calmas e em barcos bem estruturados, mas, diante do maremoto de uma crise, nada substitui o talento. Nossa melhor chance de superar uma crise está na composição de uma equipe formada por pessoas habilidosas, talentosas, alocadas naquilo que sabem fazer de melhor, seguidoras de uma estratégia igualmente desenvolvida por outras pessoas astutas, guiadas por um líder necessariamente inteligente. Mas uma tripulação hábil em uma embarcação deficiente ou em um oceano raso não fará milagres.
         Daí, concluímos que os fatores se completam e, juntos, determinam se a passagem pela crise será ou não bem-sucedida. Como todos nós estamos atualmente em um oceano extremamente violento, supondo que nossas empresas na condição de embarcações capazes de suportar a violência da tempestade, a tripulação é colocada à prova, intimada a demonstrar que suas habilidades podem fazer a diferença. Um time qualificado – do capitão ao auxiliar – pode, sim, passar por uma tempestade, conduzindo a nau com mestria até o fim da tribulação.
         Com uma ação cooperada, bem divulgada, compreendida e processada pelo time, monitorada por líderes e acompanhada pelo topo da pirâmide, as chances de passar pela crise de forma saudável são maiores.”

(ANDERSON COUTINHO. Consultor de planejamento estratégico da CH&TCR, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 1º de fevereiro de 2016, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição, caderno e página, de autoria de CARLOS ALBERTO DI FRANCO, jornalista, e que merece igualmente integral transcrição:

“Jornalismo sem tabus
        Estamos em ano eleitoral. Ataques aos adversários, promessas irrealizáveis e imagens produzidas farão parte, mais uma vez, do discurso dos candidatos. Assistiremos, diariamente, a um show de efeitos especiais capazes de seduzir o grande público, mas, no fundo, vazio de conteúdo e carente de seriedade. O marketing, ferramenta importante para a transmissão da verdade, pode, infelizmente, ser transformado em instrumento de mitificação. Estamos assistindo à morte da política e ao advento da era da inconsistência.
         Os programas eleitorais vendem uma bela embalagem, mas, de fato, são paupérrimos na discussão das ideias. Nós, jornalistas, somos (ou deveríamos ser) o contraponto a essa tendência. Cabe-nos a missão de rasgar a embalagem e desnudar os candidatos. Só nós, estou certo, podemos minorar os efeitos perniciosos de um espetáculo audiovisual que, certamente, não contribui para o fortalecimento de uma democracia verdadeira e amadurecida.
         Por isso, uma cobertura de qualidade será, antes de mais nada, uma questão de foco. É preciso declarar guerra ao jornalismo declaratório e assumir, efetivamente, a agenda do cidadão. Não basta um painel de candidatos, mas é preciso cobrir a fundo as questões que influenciam o dia a dia das pessoas. É importante fixar a atenção não nos marqueteiros e em suas estratégias de imagem, mas na consistência dos programas de governo. É necessário resgatar o inventário das promessas e cobrar coerência. O drama das cidades (segurança, educação, saúde, saneamento básico, iluminação, qualidade da pavimentação da ruas, transporte público de qualidade, responsabilidade fiscal, entre outros) não pode ficar refém de slogans populistas e de receitas irrealizáveis. Os candidatos deverão mostrar capacidade de gestão, experiência, ousadia e criatividade.
         A independência é a regra de ouro da nossa atividade. Para cumprir a nossa missão de levar informação de qualidade à sociedade, precisamos fiscalizar o poder. A imprensa não tem jamais o papel de apoiar o poder. A relação entre média e governos, embora pautada por um clima respeitoso e civilizado, deve ser marcada por estrita independência.
         Um país não pode se apresentar como democrático e livre se pedir à imprensa que não reverbere os problemas da sociedade. Não apenas os que aparecem na superfície, mas também aqueles que vão corroendo os pilares da cidadania. A intolerância é, de longe, um dos mais nefastos filhotes do sectarismo. A radicalização ideológica não tem a cara do brasileiro. O PT tenta dividir o Brasil ao meio. Jogar pobres contra ricos, negros contra brancos, homos contra héteros. Quer substituir o Brasil da tolerância pelo país do ódio e da divisão. Tenta arrancar com o fórceps da luta de classes o espírito aberto dos brasileiros. Procura extirpar o DNA, a alma de um povo bom e multicolorido. Não quer o Brasil café com leite. A miscigenação, riqueza maior da nossa cultura, evapora nos rarefeitos laboratórios arianos do radicalismo petista.
         Está surgindo, de forma acelerada, uma nova “democracia”, totalitária e ditatorial, que pretende espoliar milhões de cidadãos do direito fundamental de opinar, elemento essencial da democracia. Se a ditadura ideológica constrange a cidadania, não pode, por óbvio, acuar jornalistas e redações. O primeiro mandamento do jornalismo de qualidade é, como já disse, a independência. Não podemos sucumbir às pressões dos lobbies direitistas, esquerdistas, homossexuais ou raciais. O Brasil eliminou a censura. E só há um desvio pior que o controle governamental da informação: a autocensura. Para o jornalismo, em ano eleitoral e em qualquer tempo, não pode haver vetos, tabus e proibições. Informar é um dever ético.
         O leitor espera uma imprensa combativa, disposta a exercer o seu intransferível dever de denúncia. Deixemos de lado a pirotecnia do marketing e não nos deixemos aprisionar pelas necessárias pesquisas eleitorais. Nossos papel, único e intransferível, é ir mais fundo. A pergunta inteligente faz a diferença. E é o que o leitor espera de nós.”

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a educação – universal e de qualidade –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em dezembro a também estratosférica marca de 431,4% para um período de doze meses; e mais,  em 2015, o IPCA acumulado nos doze meses chegou a 10,67%...); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 515 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com projeção para 2016, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,348 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,044 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a   Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do Pré-Sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

- Estamos nos descobrindo através da Cidadania e Qualidade...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por uma Nova Política Brasileira...  

 

          


          

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

A CIDADANIA, A CHAMA VIVA DA SUSTENTABILIDADE E O VIGOR DA CULTURA DA SOLIDARIEDADE

“O mito de Héstia, que representa 
nosso centro, o do lar e o da Terra
        Atualmente, há toda uma nova forma de interpretar os velhos mitos gregos e de outros povos. Em vez de considerar os deuses e as deusas entidades subsistentes, agora cresce a hermenêutica, especialmente após os estudos do psicanalista Jung e de seus discípulos Hilman, Neumann, Paris e outros, segundo a qual conceitos abstratos não conseguem expressá-los.
         Um desses mitos é o da deusa Héstia, filha de Cronos (o deus do tempo e da idade de ouro). E de Reia, a grande mãe, geradora de todos os seres. Héstia represente o nosso centro pessoal, o centro do lar e o centro da Terra, nossa Casa Comum. É virgem, não por desprezar a companhia do homem, mas para poder, com maior liberdade, cuidar de todos os que se encontram no lar.
         Héstia significa, em grego, a “lareira com fogo aceso”: aquele lugar ao redor do qual todos se agrupam para se aquecerem e conviverem. Portanto, é o coração da casa, o lugar da intimidade familiar, longe do tumulto da rua. Héstia protege, dá segurança e aconchego. Além disso, a ela cabem a ordem da casa e a chave da despensa, para que sempre esteja bem fornida para familiares e hóspedes.
         Nas casas gregas e romanas, mantinha-se sempre um fogo aceso para expressar a presença protetora de Héstia. Se o fogo de apagasse, era presságio de alguma desgraça. Também não se começava a refeição sem fazer um brinde a ela.
         Héstia significava, também, aquele canto para onde alguém se recolhe para estar só, ler seu jornal ou um livro e fazer uma meditação. Cada um tem o seu “lugarzinho” ou sua cadeira preferida. Para saber onde se encontra a nossa Héstia, devemos nos perguntar quanto estamos fora de casa: qual é a imagem que melhor lembra o nosso canto? Aí está o centro existencial da casa. Sem a Héstia, a casa se transforma num dormitório ou numa espécie de pensão gratuita, sem vida. Com a Héstia há afeição, bem-estar e o sentimento de estar “finalmente em casa”.
         Héstia era por todos venerada e, no Olimpo, a primeira a ser reverenciada. Júpiter sempre defendeu sua virgindade contra o assédio sexual de alguns deuses mais assanhados.
         A nossa cultura patriarcal e a masculinização das relações sociais tornam Héstia grandemente enfraquecida. As mulheres fizeram bem em sair de casa, desenvolver sua dimensão de “animus” (capacidade de se organizar e dirigir); Mas tiveram que sacrificar, em parte, a sua dimensão de Héstia. Levaram para o mundo do trabalho as virtudes principais do feminino: o espírito de cooperação e o cuidado que tornaram as relações menos rígidas. Mas chega o momento de voltar para casa e de resgatar Héstia.
         Ai da casa desleixada e desordenada! Aí emerge a vontade de que Héstia se faça presente para garantir a atmosfera boa, íntima e familiar. Esta não é apenas tarefa da mulher, mas também do homem. Por isso, em todo homem e em toda mulher, deve-se equilibrar o momento de Hermes, o estar fora de casa para trabalhar, com o momento de Héstia, o de voltar ao centro e ter seu refúgio e aconchego.
         Hoje, por mais feministas que sejam as mulheres, elas estão resgatando essa dosagem vital.
         Héstia também designava o centro da Terra, onde está o fogo primordial. Se a Terra não é mais o centro físico do universo, ela continua sendo o centro psicológico e emocional. Aqui vivemos, nos alegramos, sofremos e morremos. Mesmo viajando aos espaços exteriores, os astronautas sempre revelavam ter saudades da Mãe Terra, onde tudo o que é significativo e sagrado está aqui.
         Temos que resgatar Héstia, protetora da Casa Comum, manter seu fogo vivo e conferir-lhe sustentabilidade. Não estamos lhe rendendo as honras que merece, e ela nos envia seus lamentos com o aquecimento global e as calamidades naturais.”

(LEONARDO BOFF. Filósofo e Teólogo, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 22 de janeiro de 2016, caderno O.PINIÃO, página 16).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 5 de fevereiro de 2016, caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral transcrição:

“Cultura da solidariedade
        Considerar a importância da cultura na formação de processos sociais, políticos, religiosos e cidadãos é determinante, pois o conjunto de valores, princípios e hábitos consistiu vetor que pode impulsionar projetos, avanços e possibilidades de conquista. Isso significa que o enfrentamento de crises depende dos elementos culturais que caracterizam grupos diversos – sociais, religiosos, entre outros. Assim, é fundamental investir na cultura, desenvolver análises, avaliações e promover correções. Não basta, por exemplo, alcançar o objetivo desafiador de melhorar índices da economia. Para avançar, inclusive no campo econômico, é preciso considerar a força dos valores culturais de um povo, com incidência forte e profunda nos diversos processos.
         Nesse sentido, o Brasil e suas regiões precisam de investimentos no tecido cultural. Não se pensa, obviamente, numa radical mudança, como se diz popularmente, “da água para o vinho”. Porém, pela força da cultura, grandes conquista podem ser alcançadas. E, entre as reformulações culturais necessárias, é preciso investir na renovação dos valores que regem o exercício da política na sociedade brasileira. Os parâmetros que muitas vezes norteiam esse âmbito da vida social são considerados equivocados, pois distorcem o correto exercício da política, que é determinante para o bem comum, para o desenvolvimento da sociedade.
         Semelhante reflexão, quando aplicada a certas práticas religiosas, também permite enxergar grandes fragilidades, que causam o distanciamento do propósito nobre e edificador na confissão da fé. São lamentáveis e preocupantes as permissividades irracionais na configuração normativa que possibilita a abertura de algumas “igrejas”. Muitas se dizem comprometidas com a prática religiosa, mas, na verdade, priorizam o atendimento de interesses econômicos. Isso revela que o tecido cultural brasileiro produz facilidades ou dificuldades que ferem frontalmente metas importantes e comprometem a seriedade necessária para o desenvolvimento da sociedade.
         Se, por um lado, qualificado tecido cultural produz práticas, costumes e posturas cidadãs determinantes no progresso e equilíbrio social, sustenta a nobreza no agir de grupos; por outro lado, um tecido cultural corrompido é base para o nefasto costume de satisfazer-se e aquietar-se com o que está situado nos parâmetros da mediocridade. Para corrigir descompassos, oportuno é ouvir uma indicação preciosa do papa Francisco sobre a importância de se investir na cultura da solidariedade. Nesse sentido, a solidariedade há de ser entendida como virtude moral e comportamento social.
         Para se alcançar ou promover a cultura da solidariedade, é necessário o empenho pessoal de conversão. Consequentemente, cada cidadão, instituição e segmento social precisa assumir, a partir de conduta condizente com os valores dessa cultura, um papel formativo com força de transformação. De modo especial, é importante que as condutas orientadas pelos valores da solidariedade estejam presentes na família, onde, primeiramente, são experimentados, ensinados e aprendidos os valores do amor e da fraternidade. Eis, pois, um ambiente que deve reunir experiências e dinâmica vivencial que educam e configuram um tecido qualificado. A instituição familiar é imprescindível para promover e sustentar processos capazes de definir os rumos da sociedade.
         Uma nova dinâmica cultural requer a promoção da solidariedade. O enfrentamento das crises pede que cidadãos comuns, agentes culturais, meios de comunicação, famílias e outros segmentos se unam e partilhem a consciência de que a direção fundamental a ser seguida é investir na cultura da solidariedade.”

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a educação – universal e de qualidade –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em dezembro a também estratosférica marca de 431,4% para um período de doze meses; e mais,  em 2015, o IPCA acumulado nos doze meses chegou a 10,67%...); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 515 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com projeção para 2016, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,348 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,044 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a   Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do Pré-Sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

- Estamos nos descobrindo através da Cidadania e Qualidade...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por uma Nova Política Brasileira...