sexta-feira, 15 de dezembro de 2017

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, O PERFIL COLABORATIVO NAS NOVAS TECNOLOGIAS E A URGÊNCIA DA QUALIFICAÇÃO DO SANEAMENTO AMBIENTAL

“Satisfação e engajamento de equipes
        Quando entramos em uma rede social, como Facebook e Twitter, em pouco tempo encontramos memes e brincadeiras lamentando a segunda-feira ou esperando o fim de semana chegar. Esse clima reflete bem a insatisfação e inquietação justamente da geração que está mais conectada e que faz parte da maior fatia de profissionais no mercado de trabalho. A chamada geração Y, ou millennials, é formada pelas pessoas que nasceram a partir dos anos 1980 e que chegaram ao mercado de trabalho defendendo conceitos de flexibilidade, colaboração e qualidade de vida, e que mudaram o perfil das equipes em todos os setores.
         Esta é uma geração que acredita no trabalho pela ação, e não pelo local em que o profissional está. Uma mudança que começa no conceito e na culturas das empresas e que tem na tecnologia um meio para viabilizar estas necessidades. Daí surgiram os digital workplaces, ambientes virtuais que permitem uso conjunto de aplicativos para o profissional realizar suas atividades de forma colaborativa a partir de qualquer lugar, com qualquer dispositivo conectado à rede, e em qualquer horário.
         Diferentes de ambientes de intranet, os digital workplaces permitem acesso a todos os arquivos e aplicativos que o profissional usaria no ambiente da empresa. Permitem, também, a interação entre equipes a partir de um notebook, um tablete ou do smartphone, sem a necessidade de um equipamento mais robusto, como o de uma sala de videoconferência.
         Pesquisa mundial realizada pela PWC revela que 80% do seu networking global é composto por representantes da geração Y. Mas, ao contrário do que costumamos ler a respeito, esta não é uma geração de insatisfeitos. Os profissionais da geração Y têm um perfil diferente e reconhecer esse novo conceito de colaborador é essencial para conquistar talentos e adaptar o perfil a essa nova força de trabalho.
         Uma das principais características da chamada geração do milênio é a necessidade de equilibrar vida pessoal e profissional. Nesse contexto, flexibilidade de horário e de local de trabalho estão entre os aspectos mais valorizados. Outro estudo, desta vez da Deloitte, aponta que 75% dos profissionais entre 22 e 37 anos gostariam de trabalhar em locais em que se sentem mais produtivos e que 88% adotariam um horário de trabalho mais flexível.
         Há algum tempo, a Unify tem observado esta tendência de comportamento profissional. A pesquisa global New way to work, realizada em 2014, já apontava a predisposição por mudança. Entre 900 profissionais ouvidos, 43% responderam que trocariam de emprego por uma posição mais flexível. A mesma pesquisa apontou que entre 800 profissionais de todos os níveis de hierarquia e de diferentes setores, 43% prefeririam um trabalho flexível a um aumento de salário.
         Uma das soluções desenvolvidas para atender a esta nova realidade é o Circuit da Unify, solução que oferece tudo o que as equipes precisam em um único aplicativo. Permite acesso instantâneo a pessoas, informações e conteúdo e mantém os profissionais conectados, com foco na produção e com controle do que realmente importa. O sistema permite acesso instantâneo a arquivos e informações compartilhadas no histórico de conversas, reunindo todo o conteúdo relevante em um só lugar, com segurança e privacidade.
         Ao se adaptar ao perfil das novas gerações de profissionais, empresas conquistam maior engajamento e produtividade e reduzem os índices de rotatividade nas equipes. O representante da geração Y, quando encontra ambiente de trabalho com o qual se identifica, passa a comportar-se menos como “empregado” e mais como “colaborador” a serviço de um bem comum, que são os bons resultados para a empresa como um todo.”.

(CARLOS CASTRO. Head de mercados e presales para a América Latina na Unify, marca da Atos para soluções de colaboração e comunicação, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 9 de dezembro de 2017, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado na revista VEJA, edição 2560 – ano 50 – nº 50, de 13 de dezembro de 2017, coluna PÁGINA ABERTA, páginas 86 e 87, de autoria de OTTO VON SOTHEN, que é CEO do Grupo Tigre e presidente do Conselho Curador do Instituto Trata Brasil, e que merece igualmente integral transcrição:

“VERGONHA BÁSICA
IMAGINE UM PAÍS gigante com mais de 207 milhões de habitantes onde metade da população não tem coleta de esgoto em sua residência, somente 42% dos esgotos existentes recebem algum tipo de tratamento e mais de 34 milhões não possuem nem mesmo acesso a água tratada. Esse é o Brasil. Em termos de saneamento, estamos na 102ª colocação no ranking global do Banco Mundial.
         Segundo o Plano Nacional de Saneamento Básico, conhecido pela sigla Plansab, o Brasil precisaria de cerca de 300 bilhões de reais para universalizar água e esgoto em vinte anos. Mas, ao contrário do que seria óbvio, a tendência de crescimento das despesas públicas com saneamento – na União, nos estados e nos municípios – foi brutalmente revertida a partir de 2013. No ano passado, os gastos ficaram em apenas 18 bilhões de reais – o pior ano desde 2007. Considerando-se o período que vai de 2007 a 2016, só 69,3% das despesas foram empenhadas e apenas 49,7% foram efetivamente realizadas.
         Neste ano, a situação ficou ainda pior. No primeiro semestre, a despesa da União caiu a quase um terço do valor gasto nos primeiros seis meses do ano anterior. E, para o ano que vem, o Orçamento federal prevê um gasto com saneamento de apenas 941 milhões de reais. Trata-se de uma redução de 32% em relação a este ano. Ou seja: gasta-se cada vez menos, e brutalmente menos, em saneamento, o que deixa o Brasil parado no século passado.
         Em 2015, a ONU lançou os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável          (ODS). São dezessete objetivos e 169 metas que envolvem erradicação da pobreza, segurança alimentar, água e saneamento, entre outras. O Brasil é um dos signatários desse compromisso, que prevê “assegurar a disponibilidade e gestão sustentável de água e saneamento para todas e todos” até 2030. Trocando em miúdos: o Brasil prometeu oferecer, em treze anos, acesso universal e equitativo a água e esgoto para todos.
         É uma meta improbabilíssima, caso nada seja feito. O Instituto Trata Brasil, que acompanha o assunto em todo o país, tem dados das 100 maiores cidades brasileiras. Os números mostram que, nos últimos dez anos, essas cidades avançaram menos de 1 ponto porcentual ao ano nesses indicadores. Se projetarmos esses avanços para os próximos anos, o Brasil levaria mais de quarenta anos para universalizar o saneamento, ou seja, só depois de 2050 – com sorte, vinte anos a mais do que o prazo assumido com a ONU. É lamentável que o pais esteja a caminho de chegar à metade do século XXI com parte de sua população sem acesso a itens tão básicos como água e esgoto.
         Enquanto isso, segundo a mais recente Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, contraditoriamente, 92,3% dos lares brasileiros têm alguém com celular, ante 66% dos lares brasileiros com algum tratamento de esgoto. Esse número é de 19% na Região Norte. E, infelizmente, a situação, em vez de melhorar, só piora.
         O mapa do saneamento, como tantos outros aspectos da realidade brasileira, é profundamente desigual. Em cidades como Santos, Franca e Limeira, todas no interior de São Paulo, 100% da população é atendida por coleta de esgoto. Já em Ananindeua (PA) e Porto Velho (RO), por exemplo, os porcentuais da população que tem tratamento de esgoto em sua residência são inferiores a 4%. Apenas a Sabesp, empresa de saneamento do Estado de São Paulo, é responsável por 28% de tudo o que é investido em saneamento no país.
         Para quem acha que saneamento é caro, é relevante ver o reverso da moeda. De acordo com dados oficiais do sistema público de saúde em 2015, a cidade de Ananindeua gastou 19,4 milhões de reais com doenças relacionadas à falta de saneamento básico, como diarreia, dengue e leptospirose. Já em Franca, com 100% da população atendida pela rede de saneamento, desembolsou apenas 2% desse valor. Esse baixo avanço em água e esgoto, além de descumprir as promessas internacionais feitas pelo Brasil, prejudica a saúde da população, aumenta a degradação ambiental e leva à perda de recursos financeiros.
         No entanto, a erradicação do problema traria ganhos sociais e econômicos para a saúde – seriam menos 700 000 pessoas internadas por doenças provocadas pelo esgoto não coletado e cerca de 2000 óbitos anuais a menos por doenças relacionadas à falta de saneamento básico. Teríamos, ainda, aumento da produtividade do trabalho, valorização dos imóveis, ganhos na educação e uma receita estimada em mais de 537 bilhões de reais em turismo. Os cálculos mostram que, na média do período que vai de 2015 a 2035, a cada 1000 reais que se investissem na expansão do saneamento, a sociedade ganharia 1700 reais. Ou seja, os benefícios compensariam, com certeza, os investimentos necessários.
         Se quisermos ir ainda mais longe, há países inspiradores que não somente garantiram à sua população o direito ao esgoto tratado como resolveram outras questões. É o caso de Israel, cujo índice de tratamento de esgoto chega a 90%. Esse esgoto, porém, é tratado e reutilizado, o que atenua o grave problema de escassez de água no país. Isso tudo acompanhado de um programa robusto de educação ambiental nas escolas. Na Namíbia, a água do esgoto é transformada em água potável. Em Singapura, além de próprio para o consumo, o esgoto reciclado abastece as atividades industriais. Não nos custa sonhar.
         Voltando ao Brasil, é fundamental que o governo federal ofereça recursos de longo prazo, que os governadores ajudem na busca por melhorias de gestão das empresas estaduais, que prefeitos deixem de ser passivos e procurem soluções, sozinhos ou em conjunto com outros municípios, que se ampliem as parcerias entre empresas públicas e privadas, que se promova a educação ambiental com foco no uso racional da água e na valorização do saneamento.
         Em março de 2018, Brasília sediará o 8º Fórum Mundial da Água. Será a primeira vez que o evento acontecerá no Hemisfério Sul, e é de prever que o mundo todo estará atento ao Brasil e às discussões dos países quanto ao mais importante dos recursos naturais. Para nós, será a oportunidade de quebrar algumas resistências e aprender com boas práticas do mundo inteiro e, infelizmente, escancarar algumas feridas abertas.
         Precisamos tratar com seriedade um problema que envergonha esta nação, que está entre as dez maiores economias do planeta mas ainda apresenta índices de saneamento do século XIX. O saneamento tem de ser visto como questão de Estado, e não continuar dependendo da boa vontade de autoridade A ou B. Se não for assim, é certo que outros vexames internacionais virão. E quem paga o preço são sempre os mais desfavorecidos.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em outubro/2017 a ainda estratosférica marca de 337,94% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial registrou históricos 323,73%; e já o IPCA, também no acumulado dos últimos doze meses, em novembro, chegou a 2,80%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 516 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2017, apenas segundo o Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,722 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 946,4 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
55 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...      

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador e Legislador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios,
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim!”.




 

        

quarta-feira, 13 de dezembro de 2017

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A LUZ E O PODER DA VERDADE E OS DESAFIOS DO JORNALISMO DE QUALIDADE NA SUSTENTABILIDADE

“A verdade está dentro de nós, 
acessível a cada ser humano
        Há um momento da nossa evolução em que tentamos ficar aptos a sentir a presença do eu interno, da alma. Nessa fase, acreditamos na alma, assumimos a responsabilidade pela própria evolução, mas ainda não experimentamos o reino supra-humano. Estamos, portanto, entregues a uma crença, não à realidade da existência da alma. Quando se vivencia a verdade daquilo que se buscou por tanto tempo, caem as crenças: a partir daí, sabe-se.
         No estágio da crença, a alma é uma presença um tanto vaga, percebida por meio de algumas circunstâncias, de pequenos fatos, nos quais reconhecemos ser guiados por algo interno, por uma inteligência impessoal. Nesse estágio, como nossos canais de compreensão não estão suficientemente desobstruídos, essa presença pode estar agindo, pensando, falando, mas não é, porém, totalmente percebida. Não somos ainda capazes de reconhecer a presença e a mensagem do verdadeiro emissário do Instrutor interno, que pode manifestar-se por intermédio de qualquer outro ser que nos diga algo que o nosso próprio eu superior nos diria.
         Os homens que não assumem totalmente o trabalho evolutivo vivem com a ilusão a seu lado sem sequer percebê-la, mantendo com ela uma convivência pacífica. A procura da sabedoria e do conhecimento fora de si atrai o encontro com falsos instrutores que nos enganam, expressando-se de forma convincente e impressionante e dizendo-se depositários da verdade.
         Enquanto o homem vive em profunda ignorância, antes de despertar para assumir conscientemente sua evolução, não percebe que o eu interior está prisioneiro das próprias ações passadas e do carma gerado pelo ego humano na vida material. É quando chega o momento de voltar-se para o interior que essa imagem do próprio ser prisioneiro é mostrada, a fim de que o indivíduo, consciente e voluntariamente, comece o trabalho de libertar-se de si mesmo, de seus aspectos humanos e limitados.
         “A verdade está dentro de você”. Quando pronunciadas, essas palavras trazem consigo, de modo sobrenatural, a certeza de que poder e luz são acessíveis a qualquer homem por direito de nascença. Há uma parte de nosso ser que, em algum nível de consciência, já assume a responsabilidade não só pela própria evolução mas compreende também sua coparticipação nos acontecimentos do mundo.
         O autoesquecimento – que leva a energia correta ao ato de servir o outro – elimina a possibilidade de desencorajamento em qualquer tipo de crise, fazendo com que as decepções não nos toquem mais e não tenhamos pressa. Se o homem age desinteressadamente, sem visar resultados para si, esse processo se dá natural e gradualmente, sem preocupações, ansiedades nem conflitos. Imperceptivelmente, a ligação entre os corpos da personalidade vai-se fortalecendo e, por meio de uma ação interna da qual o eu pessoal não tem consciência, a ligação com a alma se forma.
         Uma paz até então desconhecida vai-se instalando no ser que não mais se preocupa tanto consigo mesmo e com os prêmios por sua busca espiritual. Tudo passa a acontecer com simplicidade e o indivíduo percebe que ele é obra de um grande arquiteto universal. Daí por diante, emerge um estado de louvor que se torna alimento dos seus dias de vida sobre a Terra.”.

(TRIGUEIRINHO. Escritor, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 3 de dezembro de 2017, caderno O.PINIÃO, página 16).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 4 de dezembro de 2017, caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de CARLOS ALBERTO DI FRANCO, jornalista, e que merece igualmente integral transcrição:

“Desafios do jornalismo
        Eu estava meio encolhido na sala de embarque do aeroporto de Vitória. Cheguei antes do horário. Era um aperto só. De repente, na minha frente, brota um grande amigo: Rosental Calmon Alves. Esqueci o cansaço, as filas e a demora. Passamos em revista os problemas do mundo e do jornalismo. O entusiasmo do Rosental faz bem a qualquer um. Ganhei meu dia.
         O jornalista Rosental Calmon Alves é um fenômeno de renovação permanente. Começou sua carreira de jornalista em 1968. Entre outros veículos, passou pelas rádios Tupi e Nacional, no Rio de Janeiro, e pelas revistas IstoÉ e Veja. No Jornal do Brasil, foi correspondente em Madri, Buenos Aires, Washington e Cidade do México. Em 1995, foi o responsável pelo lançamento da primeira versão para a internet de um jornal brasileiro: O JB Online. Um ano depois, trocou as redações pela carreira acadêmica, tornando-se professor na Universidade do Texas, em Austin. Em 2002, criou o Centro Knight para Jornalismo nas Américas.
         Rosental, um carioca simpático e acolhedor – tenho saudade de nossos encontro em Austin –, surpreende por sua capacidade de adaptação às mudanças. Considerado um dos grandes teóricos do jornalismo on-line, Calmon Alves sempre chamou a atenção para os desafios a serem enfrentados pelos jornais neste momento de revolução digital.
         Segundo Rosental, o surgimento das redes sociais, como o Twitter e o Facebook, não mudou somente o jornalismo, mas também o mundo. “Nunca antes os avanços tecnológicos nos afetaram tanto e, consequentemente, afetaram a forma de fazer jornalismo”, observa. “Há mais de uma década que venho alertando para isso: não dá mais para continuar fazendo jornais do mesmo jeito.”
         Essa é a nova realidade que as grandes empresas de mídia precisam aceitar, pondera: “Hoje, a comunicação não é mais vertical, unidirecional, com a internet ela passou a não ter limites. Outra diferença é que a audiência não é mais passiva, não se trata de um monólogo, é preciso haver uma constante troca de informações entre os leitores e o jornal”.
         Rosental Calmon Alves vai ao ponto. Precisamos, todos, fazer uma urgente autocrítica. E a primeira reflexão nos leva a depor as armas da arrogância e assumir a batalha da humildade. A comunicação, na família, nas relações sociais e no jornalismo não é mais vertical. O diálogo é uma realidade cultural. Ainda bem. Os oráculos morreram. É preciso ouvir o leitor. Com respeito. Com interesse real, não como simples jogada de marketing. O leitor não pode ser tratado como um intruso.
         Os jornalistas precisam escrever para os leitores, e não para os colegas. Alguns cadernos culturais parecem produzidos numa bolha. Falam para si mesmos e para um universo cada vez mais reduzido, pernóstico e rarefeito. O jornal precisa ter a sábia humildade de moldar o seu conceito de informação, ajustando-o às autênticas necessidades do público a que se dirige.
         A revalorização da reportagem e o revigoramento do jornalismo analítico devem estar entre as prioridades estratégicas. É preciso seduzir o leitor com matérias que rompam com a monotonia do jornalismo declaratório. Menos Brasília e mais vida. Menos aspas e mais apuração. Menos frivolidades e mais consistência. Além disso, os leitores estão cansados do baixo-astral da imprensa brasileira. A ótica jornalística é, e deve ser, fiscalizadora. Mas é preciso reservar espaço para a boa notícia. Ela também existe. E vende jornal. O leitor que aplaude a denúncia verdadeira é o mesmo que se irrita com o catastrofismo que domina muitas de nossas pautas.
         É importante que os repórteres e os responsáveis pelas redações tomem consciência desta verdade redonda: a imparcialidade (que não é neutralidade) é o melhor investimento. O leitor quer informação clara, corajosa, bem-apurada. Não devemos sucumbir à tentação do protagonismo. Não somos construtores de verdades. Nosso ofício, humilde e grandioso, é iluminar a história.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em outubro/2017 a ainda estratosférica marca de 337,94% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial registrou históricos 323,73%; e já o IPCA, também no acumulado dos últimos doze meses, em novembro, chegou a 2,80%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 516 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2017, apenas segundo o Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,722 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 946,4 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
55 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...      

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador e Legislador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios,
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim!”.





     

segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A LIÇÃO DE MARIANA E UMA LUZ PARA O BANCO MUNDIAL NA SUSTENTABILIDADE

“A tragédia humana e ambiental sem reparação
        A tragédia em Bento Rodrigues está completando dois anos sem medidas enérgicas para reparar os danos patrimoniais, a desarticulação do cotidiano dos flagelados e a destruição de expressiva parcela da Bacia Hidrográfica do Rio Doce. Como foi o maior desastre ambiental neste país, tornou-se o mais contundente registro da inércia administrativa, incúria da empresa responsável pela barragem e lentidão da Justiça. Infelizmente, o Estado brasileiro nunca demonstra agilidade para apurar os fatos e determinar ações necessárias para ressarcir logos os cidadãos e recuperar áreas afetadas por catástrofes. Além das 19 vítimas fatais, houve, nesse caso, a morte de muitos animais e vegetais, atingindo espécies marinhas até o santuário ecológico de Abrolhos, no oceano Atlântico. Mesmo assim, as sucatas espalham-se por todo lado, a lama tóxica mantém-se no solo, e os cursos d’água estão assoreados por metais pesados. Ainda não foram abertos espaços para que a natureza se recupere por sua própria força, recompondo fauna e flora. As famílias continuam em casas alugadas em Mariana, sem reposição de seu principal patrimônio. Muitos ribeirinhos não retomaram a pesca como atividade profissional e garantia de sua alimentação. A qualidade da água nas cidades é ruim.
         Os prejuízos às comunidades atingidas são imensuráveis, porque vão além das perdas materiais. Houve fragmentação da cosmologia do grupo que se integrava a seu torrão natal, interpretando o mundo a partir dele. Ele perdeu, irremediavelmente, sua história sedimentada naquela área, com a consistência das experiências vividas desde o nascimento e compartilhadas em todos os momentos de dor ou alegria. A incerteza obscurece o horizonte de todos, pois percebem que ficará cada dia mais difícil recuperar sua casa, seu trabalho e seu cotidiano em povoado bicentenário. Os flagelados sentem a falta da igreja, da escola, do quintal e das reservas hídricas sem poluição, a poucos passos da residência.
         É inacreditável que o segundo Estado brasileiro em população e o quarto em área territorial não se tenha mobilizado para resolver os graves problemas decorrentes do desastre ambiental em Bento Rodrigues. Além de sua inoperância, não cobra empenho da União, que se beneficia com o extrativismo mineral voltado para exportação, assegurando resultados positivos na balança comercial pela comercialização do minério de ferro. Exaure, então, Minas Gerais, desencadeando sérios problemas ambientais e socioeconômicos. O poder público prefere submeter-se aos interesses das empresas para movimentar a economia, deixando que elas reduzam custos na montagem da infraestrutura, no respeito às comunidades do entorno e na absorção dos princípios da sustentabilidade, porque elas querem garantir altos lucros em meio às flutuações do câmbio e aos humores do mercado internacional. Nenhum país desenvolvido admitiria esse descaso em relação à população e ao ambiente depois de uma tragédia dessa magnitude.”.

(Gilda de Castro. Antropóloga, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 4 de novembro de 2017, caderno O.PINIÃO, página 19).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 2 de dezembro de 2017, caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de PAULA CRUZ, doutoranda do Instituto de Relações Internacionais da PUC-Rio e pesquisadora do BRICS Policy Center, e que merece igualmente integral transcrição:

“Banco Mundial e a educação
        O relatório elaborado pelo Banco Mundial para o governo Temer é questionável em vários aspectos. No que toca à educação superior, o que se verifica é um malabarismo argumentativo, cujas recomendações tendem a criar novos problemas para o já deficitário sistema de educação superior brasileiro, além de não combater a desigualdade.
         Primeiro, o Brasil não tem gastado muito em educação superior, se comparado a outros países. No caso da OCDE, são esses que, em geral, têm reduzido vertiginosamente investimentos públicos na área. Isso tem sido altamente criticado, tendo, inclusive, sido relacionado ao suicídio de um professor no Reino Unido, em 2014. Há hoje nesses países uma séria discussão sobre os efeitos nocivos da redução de investimentos e paralela adoção de critérios de produtividade e eficiência gerencialistas sobre questões de saúde mental nas universidades. Ademais, no Brasil, o recente aumento de investimentos deve considerar o patamar inicial excessivamente baixo decorrente das políticas adotadas nos anos 90, contextualização também ausente no relatório.
         Quanto aos Brics, o relatório ignora o fato de que, diferentemente do Brasil, em vários desses países as universidades são instituições majoritariamente direcionadas às atividades de ensino, recebendo, portanto, pouco ou nenhum financiamento para atividades de pesquisa (que, aqui, absorvem a maior parte dos investimentos em educação superior). Ao lado de alguns institutos de pesquisa, no Brasil, são as universidades públicas as maiores responsáveis por produzir ciência e tecnologia, fatores essenciais para a geração de crescimento econômico sustentável. Reduzir ainda mais os investimentos já altamente defasados nessas instituições significa aprofundar a crise, criando dificuldades ainda maiores para a retomada do crescimento.
         Segundo, a desigualdade de acesso à educação superior não será superada nem sequer minimizada, com a cobrança de mensalidades nas universidades públicas. Ao contrário, a tendência é de aumento de uma massa de jovens altamente endividados, que, ao aumentar a demanda por contratação imediata, tende a diminuir os já extremamente baixos salários praticados no Brasil, gerando graves problemas sociais e econômicos. Os efeitos negativos de políticas como essas são cada vez mais reconhecidos nos EUA, como mostra o estudo de Goldrick-Rab, Paying the price: college costs, financial aid, and the betrayat of the american dream (2016), e os documentários Ivory Tower (2014) e Starving the Beast (2016).
         Historicamente, a cobrança de taxas no sistema público de educação superior foi justificada em países como os EUA como forma de cofinanciamento de um sistema em expansão. Ao contrário, o que se está propondo ao Brasil não é a expansão, mas a simples transferência de responsabilidade pelo pagamento dos custos atuais do sistema, ou seja, do financiamento que hoje é feito com os impostos já pagos pelos cidadãos para os bolsos individuais das famílias do estudante ou através do seu próprio endividamento. O relatório argumenta que isso seria justo, pois a maioria dos estudantes das universidades públicas brasileiras pertence à parcela 40% mais “rica” do país. O que o relatório, curiosamente, deixa de salientar é que, no Brasil, esses 40% mais "ricos" incluem todas as pessoas cuja renda familiar mensal é igual ou superior a R$ 1.356. Segundo o Datafolha (2013), apenas 30% das famílias brasileiras têm renda mensal superior a R$ 2.034 e, destas, apenas 9% ganham mais de R$ 3.390. Ao propor a criação de bolsas para os 40%, mais pobres, o relatório exclui da possibilidade de elegibilidade, portanto, todos os jovens da classe média intermediária e classe média baixa brasileira. Isso significa não uma maior inclusão, mas perda do direito à educação superior por uma parte considerável da população brasileira que, ao contrário do que o relatório leva a entender, não pode, em absoluto, ser considerada rica.
         A cobrança de mensalidade só poderia ser justificada se, além de acompanhada da ampliação do sistema, atingisse, de fato, as famílias mais ricas do Brasil, o que corresponderia a, no máximo, 14% da população. Porém, essa é uma política que o atual governo não tem se mostrado disposto a adotar. Como o próprio relatório reconhece, “certamente, há escopo para aumentar a tributação dos grupos de alta renda (por exemplo, por meio de impostos sobre a renda, patrimônio ou ganhos de capital) e reduzir a dependência dos tributos indiretos, que sobrecarregam os mais pobres. [Porém,] Tais medidas não são discutidas em detalhe neste relatório”. Cabe perguntar, então, em que momento o governo Temer irá recomendar ao Banco Mundial um relatório para tratar dos privilégios daqueles que realmente se beneficiam da estrutura aristocrática que, ainda hoje, prevalece no nosso país, em vez de buscar justificativas enganosas para um arrocho ainda mais violento sobre a população brasileira assalariada e um golpe inaceitável nos direitos básicos a ela assegurados pela nossa Constituição.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, democráticas, soberanas, educadas, civilizadas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em outubro/2017 a ainda estratosférica marca de 337,94% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial registrou históricos 323,73%; e já o IPCA, também no acumulado dos últimos doze meses, em novembro, chegou a 2,80%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 516 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2017, apenas segundo o Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,722 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 946,4 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
55 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...      

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador e Legislador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios,
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim!”.