segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

A CIDADANIA E A FORÇA DO VOLUNTARIADO

“Reconciliar a cultura da iniciativa com a cultura da solidariedade

O segundo termo do contrato social deve tratar do desenvolvimento das sociedades de iniciativa e de solidariedade. Iniciativa e solidariedade devem ser aproximadas e, com a maior freqüência possível, devem andar juntas nos atos econômicos de base. De fato, a iniciativa sem a solidariedade dá tudo àqueles que têm as cartas certas e nada aos outros, que ficam assim desqualificados; ela induz uma sociedade que acentua as diferenças. Inversamente, a solidariedade sem a iniciativa neutraliza as capacidades individuais e constrói uma sociedade impessoal e burocrática.”
(HENRI ROUILLÉ D’ORFEUIL, in Economia Cidadã. Petrópolis, RJ: Vozes, 2002, páginas 159/160).

Mais uma contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no Jornal ESTADO DE MINAS, edição de 6 de dezembro de 2009, Caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de JOSÉ TADEU DE MORAES, Presidente do Conselho de Cidadania Empresarial da Fiemg, diretor-presidente da Samarco Mineração, que merece INTEGRAL transcrição:

“A força do voluntariado

Hoje, milhares de cidadãos em Minas Gerais e em mais 13 estados do Brasil vão dedicar um pouco de tempo para cuidar do próximo. Criado em 2001, pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), o Dia V é realizado todos os anos no primeiro domingo de dezembro. É um dia inteiro de trabalho voluntário, que promove atividades baseadas nos Objetivos do milênio – oito jeitos de mudar o mundo: acabar com a fome e a miséria; melhorar a saúde das gestantes; educação básica de qualidade para todos; combater a AIDS, a malária, a dengue e outras doenças; igualdade entre os sexos e valorização da mulher; todo mundo trabalhando pelo desenvolvimento; reduzir a mortalidade infantil; qualidade de vida e respeito ao meio ambiente.

Apenas no ano passado, 55 mil voluntários participaram do Dia V. Juntos, eles formaram mais de 1 mil comitês, em mais de 181 municípios. Segundo estimativas do Conselho de Cidadania Empresarial da Fiemg, as ações do Dia V no ano passado beneficiaram quase 600 mil pessoas. Os números são impressionantes, mas devem ser pensados de forma sistêmica. As ações do Dia V devem ser encaradas apenas como o início do que devemos fazer ao longo do ano. Precisamos despertar nas pessoas que o espírito voluntário deve ser praticado todos os dias e incorporado ao cotidiano e às decisões dos líderes das empresas.

Nesses nove anos de ações voluntárias, o Dia V beneficiou cerca de 3,3 milhões de pessoas, o que equivale a aproximadamente 15% da população de Minas Gerais. Esse resultado se torna ainda mais impressionante se compararmos os números de voluntários em 2001, primeiro ano da mobilização, com os de 2008. Em oito anos, saltamos de pouco mais de 11 mil voluntários para mais de 55 mil. Crescemos mais de 60% por ano nesse intervalo. Em resultados absolutos, saímos de 573 ações, em 2001, para 4.721, em 2008. Ou seja, quem começa não para e ainda estimula mais pessoas a participar. Esse é o poder do voluntariado. Com tantos resultados positivos, não é de estranhar que o Dia V, originado em Minas Gerais, tenha ganhado espaço também em outros 13 estados do Brasil.

Convoco os líderes de todas as empresas a estimular seus empregados a participar do Dia V. A Fiemg está preparada para dar o suporte e a expertise necessária para que eles possam formar seus comitês e realizar ações junto às comunidades onde estão inseridas. Cada vez mais ganha corpo a premissa de que uma jamais se perene se ela estiver em uma comunidade carente. As empresas precisam se desenvolver constantemente, mas elas também precisam estimular o crescimento de seus vizinhos. Para os que não participarão ativamente das ações do Dia V, convido-os para que compareçam a um dos comitês este ano. Sem bem-vindos.”

Sem dúvida alguma, a força que vem do VOLUNTARIADO é a mesma que reunimos nesta grande CRUZADA NACIONAL para a implantação definitiva em nosso PAÍS da cultura da DISCIPLINA, da PARCIMÔNIA, do RESPEITO MÚTUO, do AMOR À PÁTRIA e, sobretudo, da ÉTICA em TODAS as NOSSAS RELAÇÕES, buscando TRANSFORMAR o BRASIL numa NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, LIVRE, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, utilizando principalmente, neste mundo GLOBALIZADO, FASCINANTE e BELO, as NOVAS TECNOLOGIAS, a INFORMAÇÃO e o CONHECIMENTO em BENEFÍCIO de TODOS os BRASILEIROS e de TODAS as BRASILEIRAS.

Assim, pois, a nossa FÉ, a nossa LUTA e a nossa ESPERANÇA: O BRASIL TEM JEITO!...

Um comentário:

Maria Tereza disse...

A força que o voluntariado vem ganhando no país demonstra o poder do cidadão quando engajado em algo pelo bem comum. E aqui é realmente pelo bem comum. Voluntários são iguais quando se dispõe a ajudar o outro. Seja em ações como contar histórias em creches ou mesmo ajudar em mutirões de limpeza ou construção. Não importa o trabalho mas o ato de ajudar é idêntico e tem o mesmo valor. Este conceito do trabalhar pelo bem estar social do próximo deveria permear o dia-a-dias de nossos políticos, e assim quem sabe veríamos menos cenas como a divulgada na semana passada pela imprensa, onde o governador recebe dinheiro e diz que é para compra de panetones para os carentes. Fica a pergunta por que o "empresário de bom coração" (hic)..não comprou ele mesmo os panetones e fez a doação para entidades sérias e comprometidas? Ou por que ele não se tornou um voluntário e incentivou toda a sua empresa a doar um dia de trabalho para ajudar realmente quem necessita? Que cresça junto com o número de voluntários no país, o número de cidadãos conscientes e que queiram também ver o país com governos diferentes.