quarta-feira, 28 de abril de 2010

A CIDADANIA BUSCA ESTADISTAS

“[...] No melhor dos mundos, uma sociedade civil ativa e progressista pode ser profundamente transformadora e melhorar a vida de seus participantes e da sociedade como um todo, empoderando pessoas em situação de pobreza para exigir mudanças e responsabilizar seus governantes por suas ações ou omissões. Ao longo do tempo, a cidadania ativa pode tornar os Estados mais efetivos. Quando os Estados estão ausentes, as organizações da sociedade civil podem preencher esse vazio e manter serviços em funcionamento pelo menos em um nível básico. No entanto, as organizações da sociedade civil não um caminho mágico para o desenvolvimento e tampouco podem substituir Estados responsáveis e efetivos, capazes de gerar melhorias concretas sustentáveis na vida das pessoas. Na prática, o desenvolvimento exige os dois.”
(DUNCAN GREEN, in DA POBREZA AO PODER – Como cidadãos ativos e estados efetivos podem mudar o mundo; tradução de Luiz Vasconcelos. – São Paulo: Cortez; Oxford: Oxfam International; página 72).

Mais uma IMPORTANTE contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no Jornal ESTADO DE MINAS, edição de 26 de setembro de 1993, Caderno POLÍTICA, página 2, de autoria de VASCONCELOS COSTA, que é ex-deputado federal pelo PSD de Minas, ex-secretário de Estado de Administração e é professor de Direito Internacional Público na UFMG, que merece INTEGRAL transcrição:

“O perfil do estadista

“Sim, sou judeu, tu o disseste! Mas, quando os teus antepassados viviam como simples bárbaros, nesta ilha do norte da Europa, já os meus ascendentes eram sacerdotes do Templo de Salomão!”

Com estas palavras, parodiando o estilo de Jesus, Diasraelli fulminava o aparte de um dos representantes, na Câmara dos Comuns.

Inegáveis eram as qualidades que o situavam como um dos maiores estadistas, que consagraram o período áureo do Império Britânico, berço fértil de grandes homens, que tiveram, e têm tido, proeminência na história da humanidade.

Muitos dos que lograram acesso à vida pública, em diferentes partes do planeta, salientaram-se como governantes, ou se firmaram como políticos,outros tornaram-se meros administradores, mas poucos foram os que se destacaram com as características invulgares do estadista. Não se pode, pois, confundir este com aqueles, cujas personalidades diferem, à primeira análise visual, separando-se, como em ação catalítica, sublimando-se em rápido processo de decantação, enquanto os outros se igualam na mesma planície em que vivem os cidadãos comuns.

O estadista projeta-se nas multidões, como hieráticos, gigantes vegetais dentro das florestas, de caule erecto, de copa farta, pospondo-se naturalmente no vasto complexo das formações botânicas. Ele não se improvisa, não burila ao contato das elites nem se deteriora dentro das multidões, não estuda gestos nem programa rumos de comportamento. Nasce, simplesmente, já com a destinação de ser grande, embora despreocupado de crescer na concepção alheia. É forte de espírito, de moral elevada, sóbrio nas ações, balizando sempre o seu comportamento dentro dos mais apurados princípios éticos que possam dignificar a personalidade humana. É grande, tanto quanto, em comportamento, possa o homem ser grande.

Se olharmos pelo ângulo do espírito, os estadistas e os santos têm características comuns que os identificam, dentro da auréola de respeito e sobriedade, que se reflete de suas personalidades. Tanto uns como outros irradiam reflexos que os tornam diferentes dentro do quadro social em que vivem. Distinguem-se, à primeira vista, onde quer que se encontrem, estampando, na ótica dos circunstantes, presenças nitidamente inconfundíveis.

O político, discípulo de Machiavel, é aquele que possui a arte de opor aos homens a diplomacia e, aos acontecimentos, a habilidade. Para ele,muitas vezes, no difícil jogo de lidar com os homens, parece lícito moldar-se às conjunturas que comumente surgem, atuando de acordo com as conveniências do momento. O estadista decide sempre dentro da razão, em impecável linha de conduta, que o faz diferenciar-se daqueles que simplesmente se adaptam à artimanhas da carreira.

Alexis Carrel, em sua notável peça “L’homme, c’est incomu”, diz que o homem volveu as vistas para o alto, à procura de espaços siderais, e encontrou em tudo ordem e perfeição; depois, volveu-as para baixo e, também, verificou a sistematização dos átomos que integram a vida no planeta, mas quando olhou para si próprio apenas deparou com um amontoado de desajustes, tanto da matéria, quanto do espírito.

Dentro desse quadro sombrio de imperfeições, sujeito ainda a influências múltiplas do meio em que vive, o homem se destaca dos demais, fora do lugar comum da vida social, conquista a liderança natural, com a irreprimível conduta dos que têm caráter forte e praticam o nobre culto da moral.

José Ingenieros, em “El hombre mediocre”,afirma que os gênios ampliam a sua sensibilidade na proporção que elevam a sua inteligência, o que lhes possibilita subordinar os pequenos sentimentos aos grandes, os próximos aos remotos, os concretos aos abstratos. É a alta concepção que têm do humano, quando os homens de visão estrita os supõem distantes dos problemas afetivos que regem a conduta da personalidade.

Para o escritor platino, o homem medíocre tem a sensibilidade limitada, destacando-se pela prevenção constante contra tudo e todos os que se colocam em planos superiores àqueles em que vive. Somente é superado, na escala negativa de valores, pelo homem vulgar, que prolifera em todos os círculos do quadro social.

Ambos se colocam em planos muito diferentes, mas dominam pelo valor quantitativo, quando as lideranças efetivas se tornam inertes ante forças mais poderosas do mundo.

O Império, talvez pelas circunstâncias da época, foi mais pródigo em estadistas do que a República, já sob a influência direta de soluções populares, das quais raramente emergem lideranças alicerçadas na justa concepção política.

Quase todo o mundo moderno está carente de estadistas, que têm surgido, eventualmente, no processo histórico, como símbolos impecáveis de conduta, modelos já quase abstratos de liderança, nas intrincadas sociedades contemporâneas.”

Mais do que nunca, páginas como essas nos MOTIVAM e nos FORTALECEM nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA E QUALIDADE visando as URGENTES e INADIÁVEIS transformações que nos levem à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, LIVRE, ÉTICA, EDUCADA, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA que possa PARTILHAR as suas EXTRADORDINÁRIAS RIQUEZAS e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, segundo exigências da MODERNIDADE e de um mundo da PAZ e FRATERNIDADE UNIVERSAL...

Este é o nosso SONHO, a nossa LUTA, o nosso AMOR, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA!...

O BRASIL TEM JEITO!...

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