segunda-feira, 5 de abril de 2010

NA CIDADANIA, O HERÓI PROFESSOR (10/50)

(Abril = Mês 10; Faltam 50 meses para a COPA DO MUNDO de 2014).

“3.3. In-tolerância

[...] O cidadão brasileiro precisa ser intolerante com abusos cínicos, que afrontam a dignidade humana. A tolerância desculpa os que torturam a paciência do povo. Não é possível tolerar a corrupção política, a parcialidade do judiciário, a tirania econômica, o desemprego, a miséria, o extermínio de menores, o roubo o dinheiro necessário à saúde, à educação, à moradia, aos aposentados, à nutrição das crianças. O povo não pode tolerar aqueles que o trapaceiam e humilham. O direito de cidadania conquista-se também com indignação e intolerância lúcidas.”
(Pe. JUVENAL ARDUINI, em artigo publicado na Revista VIDA PASTORAL – JULHO-AGOSTO DE 1994, página 7, sob o título O QUE É PRECISO PARA SER CIDADÃO?).

Mais uma IMPORTANTE e PEDAGÓGICA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no Jornal ESTADO DE MINAS, edição de 24 de abril de 1993, Caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de PAULO EMÍLIO NELSON DE SENNA, que merece INTEGRAL transcrição:

“O professor, esse herói

Entre as sentinelas da grande vigília de amor à Pátria estão, entre outros, aqueles homens que se dedicam à nobre arte de ensinar. Todos nós sentimos que somos intimamente ligados a eles, identificados com esta grande família que são os nossos mestres, no meio dos quais vivemos desde nossa infância e a cuja generosidade incomparável muito devemos do que conseguimos ser.

O professor não se limita a transmitir seus ensinamentos a seus alunos, mas dirige o pensamento também à comunidade. Esta ação tem enorme interesse, pois, na sua grande maioria, as comunidades modelam-se conforme a conduta de um guia que encontra no professor sua maior expressão pelo exemplo que a existência lhe oferece e pelo estímulo que seu trabalho apresenta.

Assim, o magistério é como o exército do espírito que tem que combater as forças destruidoras da alma coletiva; a missão do professor representa uma das manifestações mais elevadas do desinteresse humano.

O magistério é um sacerdócio; a escola verdadeira tem sempre o sentido de uma missão. As mãos que tocam o sacrário da consciência infantil são limpas e movidas por um espírito superior e isto se consegue através do amor, que supõe plenitude da alma, riqueza de vida interior, segurança e confiança em si mesmo.

O professor prodigalizando-se aos seus discípulos sente satisfação, partilha de suas alegrias, sofre as suas desditas, penetra na intimidade de sua alma, de sua vida interna e chega à percepção desse mundo que para ele é valioso.

Esta compreensão do aluno alarga os horizontes da vida do professor, abre o universo às mais amplas perspectivas, reúne na unidade de uma comunhão a multiplicidade dispersa e fechada de visões individuais sós e separadas.

Escola é a oficina de trabalho do professor. E a propósito sendo responsável pela educação no mundo moderno, cuja complexidade lhe plasmou atribuições de caráter construtivo em prol do progresso dos povos, o Estado tem que fazer das escolas órgão por excelência da sociedade e não instrumento de seu domínio.

Emanações das vastas comunidades humanas as escolas completam, suplementando a ação educativa da família, e coordenam como órgãos específicos que são as fontes de difusão cultural e os demais estímulos educativos que o meio proporciona por tão diversas formas.

O professor é um herói. A sua formação, a sua carreira, a sua remuneração condigna são assuntos de forçosa incorporação à política educacional. Neste sentido, a liberdade de cátedra só colimará sua posição de total valia com a independência econômica do professor. Fora da política eleitoral, sem prejuízo dos direitos e deveres de cidadania, sob o amparo eficaz de leis que lhes dêem segurança, livrando-os das incertezas do amanhã, os professores poderão dedicar-se com patriótico estímulo ao exercício de sua profissão, reconhecendo que entregarem-se às lutas irritantes das discórdias é renunciarem ascendência que exercem sobre a alma das coletividades e esquecerem-se da dignidade e do caráter austero e generoso de sua missão.

Na tarefa quotidiana insisto em dizer que o professor é a encarnação da moral, fazendo de sua existência um continuado exemplo, pelo desinteresse de sua conduta e pelo espírito de sacrifício com que pauta seus atos. Seu trabalho diário é um ininterrupto esforço construtivo que dá vida profunda ao verso do poeta: semeando sempre, sempre semeando. Com isto ganham a confiança da sociedade e o coração do povo.”

Assim, pois, mergulhados nesse permanente aprendizado e reaprendizado, nos devotemos cada vez mais à EDUCAÇÃO POPULAR, generalizando a consciência de um sistema EDUCACIONAL, que seja EFICAZ e DEMOCRÁTICO, é requisito essencial para que a nossa SOCIEDADE realize suas PONTENCIALIDADES dentro da civilização a que pertencemos, e tudo isso com GRANDEZA MORAL, SENTIMENTO PATRIÓTICO e CLAREZA de ESPÍRITO, valendo ainda evocar PLATÃO: “Feliz o reino governado por sábios...”.

São fontes como essas que nos MOTIVAM e nos FORTALECEM nessa grande CRUZADA NACIONAL visando a construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, EDUCADA, ÉTICA, LIVRE, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, que possa PARTILHAR suas INESTIMÁVEIS RIQUEZAS com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente considerando o horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS como a COPA DO MUNDO DE 2014,a OLIMPÍADA DE 2016 e os projetos do PRÉ-SAL ...

Este é o nosso SONHO, a nossa LUTA, o nosso AMOR, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA!...

O BRASIL TEM JEITO!...

Um comentário:

M. Campos disse...

Um texto de 1993 que ao ser lido em 2010 nos deixa com uma infinita sensação de melancolia, ao olharmos para nossas escolas e vermos que temos hoje professores hérois, não pela grandeza de nosso ensino, mas pelo que fazem para sobreviver a um mundo onde a política partidária, interesseira e oportunista nos leva a quadros de uma educaçâo fragilizada. E está exatamente no trabalho deste professor, grande parte da missão de transformar os jovens em cidadãos pensantes e que atuantes em uma busca de novas perspectivas para quebrar o elo que levou o povo a se tornar refém de sua própria indiferença e do seu comodismo diante de tantos massacres sociais e econômicos vindos das mãos de políticos corruptos e sem o menor senso de cidadania.