segunda-feira, 18 de abril de 2011

A CIDADANIA, A SUSTENTABILIDADE, A ÉTICA CIVIL E A GESTÃO DE CUSTOS

“Redução de custos


Quando falamos em custos, automaticamente remetemos à necessidade de reduzi-los. Entretanto,as empresas se deparam constantemente com algumas dificuldades. Uma delas é que, na maioria das vezes, os esforços são focados na redução de custos já conhecidos. Eles podem ser divididos entre os bons, que agregam valor ao produto, e os maus, que geram perdas ou não trazem benefícios. Nos programas de redução, bons e maus costumam se misturar e, como consequência, o que é cortado hoje pode fazer falta amanhã. Outro ponto que merece atenção é que os programas reducionais concentram-se em dados da contabilidade de custos. A dificuldade neste caso é basear-se no fato contábil. Ele nem sempre será correto quanto à alocação de custos e certamente vai retratar o passado, ou seja, os já incorridos. Além disso, a contabilidade traduz custos em moeda, sem levar em consideração as suas qualidades e valor agregado ao negócio.
A maior dificuldade, porém, é a impopularidade de um programa de redução. Os responsáveis pelos custos dentro da empresa são as pessoas que nela trabalham. Todos utilizam os recursos disponíveis de acordo com suas necessidades, influenciados por seus valores pessoais e pela cultura predominante na organização. Quem então pode ser contra o que está sendo praticado cotidianamente? É fundamental, então, que as empresas raciocinem sobre a otimização de recursos e não apenas sobre os custos. O que se consome são recursos diretos, como o material, mão de obra, equipamentos e utilidades, e indiretos, como instalações, processos, tecnologia, logística e gerenciamento.
Por isso, é necessário se concentrar no custo invisível, uma praga que permeia todos os recursos e corrói os resultados. Para enxergá-los, primeiro é necessário descobrir quais atividades realmente devem ser executadas para agregar valor ao produto ou serviço e quais componentes de cada uma delas são de fato necessários. Para isso podemos recorrer ao conceito denominado de análise de valor, que busca identificar os custos, diretos e indiretos, que agregam valor aos produtos e serviços da empresa, separando-se aqueles de baixo ou nenhum valor agregado para posterior redução ou eliminação. Reuniões em excesso e sem objetividade, “retrabalho”, ruídos de comunicação e alta rotatividade de pessoal são exemplos de custos invisíveis, que interferem na formação do preço dos produtos e serviços e, consequentemente, na produtividade e competitividade da organização. Por meio de um estudo detalhado e especializado, é possível encontrar esses custos invisíveis, transformá-los em indicadores e planejar as ações necessárias para que a empresa consiga combatê-los e conquistar resultados visíveis e duradouros.
A otimização de custos garante um modelo de seu gerenciamento, incorporando-se ao cotidiano da empresa sem a necessidade de cortes pontuais de recursos. Esses, quando realizados sem uma aplicação metodológica, normalmente não se sustentam ao longo do tempo. O sucesso nessa empreitada depende do engajamento e da mudança de hábitos dos causadores de custos, ou seja, de todos os funcionários, inclusive o presidente da empresa.”
(CONDE FERRARI, Consultor, diretor da F&A Tecnologia de Gestão Empresarial, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 15 de abril de 2011, Caderno OPINIÃO, página 7).


Mais uma IMPORTANTE e também OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição e página, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, Arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, que merece igualmente INTEGRAL transcrição:


“Acentos da ética civil

 A ética civil tem crescido, mas ainda é necessário dar prioridade a ela e investir em entendimentos nesse campo. É determinante e preciosa a dimensão moral para a vida em comum. Em questão está o modo de viver e de formular princípios éticos e morais norteadores da vida nessa sociedade secular e pluralista. Não pode mais ser adiado o tratamento do rol de vulnerabilidades que afetam o discernimento e a eleição de prioridades, retardando soluções de demandas básicas que se arrastam e perpetuam cenários vergonhosos e deploráveis.

A porosidade da ética civil, que sustenta fluxos e dinâmicas na sociedade, pode explicar atrasos, desvarios e absurdos de cenários e condutas e até de fatos cruéis como o massacre de crianças e adolescentes numa escola de Realengo. Esses acontecimentos exigem que se ponha a mão na consciência para que haja antecipação de encaminhamentos e providências que darão rumo diferente a esta sociedade enferma. Do contrário, corre-se contra o tempo, numa tentativa de apenas minimizar prejuízos, muitos deles fatais e irreversíveis na vida de indivíduos, famílias e comunidades. Há, sem dúvida, na sociedade contemporânea, um pluralismo moral que não dispensa a construção de convergências até para garantir a insubstituível dinâmica democrática como questão de civilidade. O que caracteriza a ética civil não pode prescindir do que vem da moral cristã – contribuição indispensável, tanto pela solidez de seus princípios quanto  pela missão daqueles que creem em Cristo, no sentido de participar da confecção e manutenção do tecido determinante na vida da sociedade.

Por um lado considera-se a diversidade que emoldura a postura moral na sociedade pluralista. Por outro, o atendimento da demanda na configuração da ética civil não pode virar as costas para o acervo inesgotável que é a ética cristã. Essa é uma luta missionária da Igreja Católica, considerando-se a gravidade dessa desafio, que é muito maior e mais significante como tarefa – salvo melhor juízo – do que simplesmente o que pode impressionar na realidade do trânsito religioso, quando se considera o vaivém de crentes. Não se pode, é claro, assistir de braços cruzados ao processo de configuração, por vezes de deterioração da ética civil, indispensável no sustento da sociedade contemporânea. A sustentabilidade é um âmbito que não pode apenas considerar números, rendimentos, a conservação da natureza e outros itens também importantes para a vida no planeta. Em toda e qualquer sociedade, a moralidade é uma alavanca de sustentação para a qual não há substitutos.

A corrupção, a indiferença, os interesses cartoriais e outras dinâmicas perversas prejudicam a vida social e política. Diariamente, os noticiários, em diferentes meios, preenchem a maior parte do tempo tratando questões desse âmbito, revelando as origens dessas vulnerabilidades comprometedoras. É verdade que a ética civil tem leito próprio em relação à confessionalidade. Ora, a vida social não é dirigida por determinada profissão de fé. Reporta, pois, ao tema da laicidade, que é entendida como racionalidade e não como confessionalidade.

Ainda sobre o âmbito das distinções,compreende-se que ética civil não se confunde com civismo. O civismo é a expressão da convivência cidadã ajustada aos usos convencionais, enquanto a ética civil refere-se ao universo da responsabilidade e dos valores morais. O termo civil não pode não pode ser entendido como contraposição ao que é militar ou eclesiástico, ou mesmo ao social e profissional, embora nestes tenha uma grande e importante incidência. A ética civil e, pois, a referência à instância moral da cidadania e da civilidade. Essa instância moral não pode ser esgarçada e diluída sob pena de prejuízos sérios, como se pode constatar na dimensão moral da vida humana, com repercussão na convivência social social e cidadã em geral.

A amplitude desse campo de abordagem – com suas peculiaridades – merece, entre outros pontos de constante reflexão, a preocupação com as vulnerabilidades dos limites humanos, que têm nomes como o interesse exagerado pelo dinheiro, que faz deste o ponto determinante de negociações, impedindo, muitas vezes, a permanência de projetos de grande importância para a sociedade. Não menor é a vulnerabilidade que se constata pelo descompasso da estatura adquirida na competência profissional e humana, impedindo muitos de aguentar desafios, de fazer sacrifícios e de permanecer nas “trincheiras” por altruísmo. Atitudes que não permitem que questões menores relevantes os levem à condição de desertores bem no auge da batalha. Esse é um enorme desafio emoldurado pela carência de entendimentos no âmbito da ética civil.”


“Políticas para o aperfeiçoamento. A necessidade aguda para o aperfeiçoamento da qualidade também se reflete na formação da política da qualidade. Cada vez mais as políticas enfatizam a necessidade de alocação de esforços para eliminar os problemas da qualidade em suas fontes, em vez de detectá-los e corrigi-los depois. ...”, eis a lição de J.M. JURAN para a boa GESTÃO, o que exige essencialmente um profundo COMPROMISSO  com a ÉTICA CIVIL... o que nos acena para os GIGANTESCOS DESAFIOS da imperiosa e URGENTE implantação DEFINITIVA da cultura da DISCIPLINA, da PARCIMÔNIA, do RESPEITO MÚTUO e, sobretudo, da ÉTICA em TODAS as nossas RELAÇÕES...

Mas, NADA, NADA mesmo ARREFECE o nosso ÂNIMO e ENTUSIASMO e, mais ainda, nos MOTIVAM e nos FORTALECEM nesta grande CRUZADA NACIONAL, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, QUALIFICADA, LIVRE, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, que permita a PARTILHA de suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos para eventos como a COPA DO MUNDO DE 2014, a OLIMPÍADA DE 2016, as obras do PAC e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO XXI, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INFORMAÇÃO, do CONHECIMENTO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um NOVO mundo, da PAZ e FRATERNIDADE UNIVERSAL...

Este é o nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa LUTA, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA!...

O BRASIL TEM JEITO!...

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