quarta-feira, 29 de junho de 2011

A CIDADANIA, AS NOVAS FORMAS DE LER E A ALFABETIZAÇÃO

“Outras formas de ler

Há alguns dias uma amiga nos EUA me enviou um link na internet. Sou meio analfabeto nessas coisas eletrônicas, mesmo assim baixei a preciosidade. Era algo que acabara de sair na Inglaterra: o famoso poema de T.S. Eliot, publicado originalmente em 1922 – The waste land –, agora não apenas falado pela atriz Fiona Shaw, mas também nas vozes de várias pessoas e do próprio Eliot. E não era só isso. Ali estava o manuscrito do poema com sugestões (nem sempre boas e aceitas) de Ezra Pound, além de várias personalidades comentando o texto. Enfim, aquilo era o que eu chamaria um livro total: texto, imagens, informações de toda ordem. Livro total à altura do século 21 e não aquele destempero que Mallarmé publicou no final do século 19, pretendendo também ser um livro total e infinito.

Esse novo Waste land é mais que um livro que se pode levar para qualquer parte comodamente. É uma aula, uma minienciclopédia. Ali a história do poeta, do poema, dos críticos da literatura. Com os recursos da simultaneidade de imagens fornecida pela informática, pode-se ir lendo o poema e na margem todos os exaustivos comentários verso por verso.

Querem saber? Fiquei feliz e morri de inveja. E lamentei uma vez mais viver na periferia. E confesso: há algum tempo, com alguns amigos, penso em lançar uma editora virtual para fazer algo semelhante com a literatura brasileira. Fizemos reuniões... e desistimos: não tínhamos tecnologia nem capital para bancar isso. As editoras nacionais estão apenas engatinhando no assunto.

Na verdade, pretendi recuperar uma experiência feita nos anos 70, quando dirigi a coleção Romances para Estudo, para a Francisco Alves. Naquela época não havia internet, claro. Naquele tempo, para você dar uma aula mais informativa tinha que levar livros, recortes, enciclopédias e, os mais modernos, alguns slides. Pensar em transdisciplinaridade era realizar os 12 trabalhos de Hércules, mas com as mãos amarradas. Nos anos 60 eu usava discos e filmes, nos anos 70 passei a usar vídeos nas salas de aula. Hoje cada aluno ou carteira na sala de aula tem um computador. A educação acompanha a tecnologia.

E ao me lembrar daquela tentativa há uns 40 anos, recordo que a PUC do Rio se gabava de ter um gigantesco computador, moderníssimo, que ocupava toda uma sala. Acho que não tinha sequer a memória que temos no pequeno pen drive hoje. Então, naquela coleção (que olho como se olhasse a Idade da Pedra) os romances como A moreninha, Iracema, Memória de um sargento de milícias, O cortiço, Esaú e Jacó tinham, nas margens das páginas, anotações que dialogavam/incrementavam a leitura dos alunos e professores. Claro, além das sugestões de trabalho no final. Era uma leitura assistida. Era um esforço de fazer o livro conversar com o leitor, um livro ativo.

Todavia, isso recentemente planejei fazer com aqueles amigos heroicos era exatamente o que editores na Europa ou EUA estão já botando no mercado: publicar o romance ou poema (virtualmente), com as críticas, as fotos das edições e fatos históricos a época, os personagens ou poemas convertidos em cinema e teatro, enfim, aquele “livro total”. Texto e contexto.

Este século está apenas começando.

Se não dizimarmos a vida no planeta derretendo geleiras e queimando florestas, se nossas cidades não tiverem suas artérias enfartadas de automóveis e gás carbônico, alguma coisa inimaginável poderá acontecer com o que outrora era um pergaminho feito de pele de cordeiro ou um livro feito de papel extraído de árvore.

E a leitura continuará. Por que o desafio ontem e hoje é o mesmo: ler e interpretar, com a tecnologia disponível, o mundo ao nosso redor.”

(AFFONSO ROMANO DE SANT’ANNA, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 26 de junho de 2011, Caderno CULTURA, página 8).

Mais uma IMPORTANTE , PEDAGÓGICA e OPORTUN A contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no mesmo veículo, Caderno CIÊNCIA, página 24, em reportagem de SÍLVIA PACHECO, que merece igualmente INTEGRAL transcrição:

“ALFABETIZAÇÃO

SEM OBSTÁTULOS

Psicólogos da USP desenvolvem testes para identificar, em crianças de até 6 anos, problemas auditivos e lingüísticos. O objetivo é evitar que os transtornos prejudiquem o processo de aprendizagem dos pequenos

Crianças com perda auditiva, distúrbio auditivo central (ouvir e não entender o que ouviu), atraso na articulação das palavras ou falta de estimulação da língua costumam sofrer no processo de alfabetização. Em grande parte dos casos, a identificação do problema vem quando a criança está mais velha e o estrago já foi feito, o que dificulta a aprendizagem em um dos períodos considerados cruciais do desenvolvimento escolar. Agora, pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) criaram e normatizaram testes que medem o desenvolvimento da compreensão e produção da fala em crianças de 18 meses a 6 anos. As ferramentas buscam justamente identificar precocemente os distúrbios e atrasos na linguagem.

A preocupação em detectar essas dificuldades se justifica porque a extensão do vocabulário de uma criança aos 2 anos está diretamente relacionado ao seus sucesso escolar futuro. De acordo com Fernando Capovilla, professor do Instituto de Psicologia da USP e orientador do estudo que deu origem aos testes, quanto mais cedo forem detectados problemas de linguagem, menor será a dificuldade da criança no processo de alfabetização. “Por isso normatizamos os testes para as idades de 18 meses a 6 anos”., explica. Nesse período, identificando atrasos no vocabulário, é possível administrar programas de intervenção mais precisos para acelerar o desenvolvimento da linguagem.

Segundo os pesquisadores, os pequenos assimilam o vocabulário escutando os adultos falarem. Eles relacionam as palavras às imagens e, assim, aumentam seu conhecimento. “Porém, crianças com alguns distúrbios têm o vocabulário limitado, o que acaba inibindo ou atrapalhando o rendimento escolar”, afirma Miriam Damázio, pesquisadora do Laboratório de Neuropsicolinguística Cognitiva Experimental da USP.

Os testes desenvolvidos pela universidade são baseados em um banco de figuras que a criança deve relacionar com as palavras verbalizadas (veja o exemplo abaixo). No teste de vocabulário auditivo, por exemplo, é avaliada a compreensão da fala. Nele, espera-se que o pequeno ouça e consiga assinalar ou apontar corretamente a figura correspondente à palavra ouvida. No teste de vocabulário expressivo, os psicólogos avaliam a produção da fala. Ou seja, é a criança quem deve nomear corretamente a figura mostrada pelo avaliador. “A quantidade de erros na nomeação ou na indicação das figuras que correspondem às palavras ouvidas pode indicar se a criança tem um atraso ou distúrbio de linguagem”, esclarece Damázio.

Os pesquisadores criaram também testes de leitura orafacial. “Neles, movimentamos os lábios como se fôssemos falar uma palavra, mas sem emitir o som da voz. E as crianças precisam escolher a figura correspondente”, conta Capovilla. Nesses casos, os exames foram aplicados tanto em crianças da pré-escola ouvinte quanto em alunos surdos do ensino fundamental. Nos dois casos, os investigadores descobriram que os pequenos começam a fazer leitura orafacial quando iniciam a leitura alfabética. “É mais um dado para ajudar no desenvolvimento da linguagem”, indica o professor de psicologia.

Para Tatiana Veroneze, coordenadora pedagógica do Colégio Logosófico, identificar distúrbios de linguagem precocemente pode atenuar problemas que atrasariam em até três anos o processo de alfabetização de uma criança. “Muito se fala em problemas cognitivos, mas pouco se trata de distúrbios e atrasos da linguagem”, afirma. “Acredito que esses testes possam melhorar o processo de alfabetização, que é tão importante”, opina a pedagoga.

AJUDA DOS PAIS Segundo Míriam Damázio, da USP, os pais também têm papel relevante no desenvolvimento da linguagem, uma vez que é escutando os adultos que a criança forma seu vocabulário. Por isso, é importante falar as palavras corretamente quando se conversa com os filhos. São atitudes que podem fazer a diferença, ressalta a pesquisadora. “Ao mostrar um gato, não diga “miau”. Nomeie corretamente o animal. Diga: “Gato”, exemplifica.

Outra dica da psicóloga é ler histórias para os pequenos repetidas vezes, para que as novas palavras sejam aprendidas. Mostrar as figuras e perguntar à criança seus nomes também é uma eficaz forma de estímulo. “É bom também modificar o final da história ou pedir para a criança criar uma versão desse fim”, sugere Míriam.

As histórias fazem parte da vida do pequeno Natan Amorim, 5 anos. Desde o primeiro ano de vida, sua mãe, a advogada Ketley Amorim, 34, termina o dia lendo contos coloridos para o garotinho. “Foi a forma que encontrei para meu filho desacelerar e criar uma intimidade, um elo maior comigo”, conta Ketley. “Todo mundo se impressiona com as palavras que ele diz. Com 2 anos, já era nítida a diferença de vocabulário do Natan para as outras crianças”, conta a mãe.

O mesmo acontece com Theo Martins, 3 anos. “Theo fala palavras que nem imagino de onde ele tira. Só depois, relendo os livrinhos, identifico de onde elas vieram”, afirma a mãe do pequeno, a bióloga Sandra Mara Silva Róseo, 31. Outra atitude que Sandra tom com Theo é falar corretamente as palavras. Para ela, a criança deve aprender as palavras como elas são. “Não damos apelidos às coisas, nós as chamamos pelo nome.””

Eis, pois, mais RICAS, PEDAGÓGICAS e ADEQUADAS abordagens e REFLEXÕES que acenam para IMPERIOSA e URGENTE necessidade de, uma vez por todas, INCLUIRMOS, todos, ESTADO, GOVERNO e SOCIEDADE, como POLÍTICA PÚBLICA, a EDUCAÇÃO como PRIORIDADE ABSOLUTA, e, desse modo, assegurarmos, então, a entrada DEFINITIVA no SELETO rol dos EFETIVAMENTE DESENVOLVIDOS...

E, NADA, NADA mesmo, ARREFECE e ABATE o nosso ÂNIMO e nossa ENTUSIASMO nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA E QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, QUALIFICADA, LIVRE, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, que possa PARTILHAR suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS, OPORTUNIDADES e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos para eventos como a CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E MUDANÇAS CLIMÁTICAS, a COPA das CONFEDERAÇÕES em 2013, a COPA do MUNDO de 2014, a OLIMPÍADA DE 2016, as OBRAS do PAC e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO 21, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INFORMAÇÃO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um NOVO mundo, da PAZ e FRATERNIDADE UNIVERSAL...

Este é o nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa LUTA, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA!...

O BRASIL TEM JEITO!...

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