Mostrando postagens com marcador PUC-RJ. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador PUC-RJ. Mostrar todas as postagens

sexta-feira, 6 de junho de 2014

A CIDADANIA, A ÉTICA E A QUALIDADE NO TRABALHO E NA EDUCAÇÃO

“Ética e qualidade no trabalho
        
         Outra dia, caminhando pela calçada de uma avenida central da cidade, vi uma senhora levar um tombo feio. Ajudei-a a levantar-se e comentamos a situação que provocara o acidente. Tudo por culpa de uma recente reforma feita em todo o piso, mas de forma tão precária que estava se desfazendo completamente. Quem fez o serviço foi irresponsável e não se importou com o que viria depois. Quem devia fiscalizar a obra, atuou da mesma forma. Tudo teria de ser totalmente refeito. Retrabalho, novos gastos e perda de tempo com algo que, se fosse realizado corretamente, representaria uma economia vital de recursos e aborrecimentos.
         Pena que isso não é uma exceção, não é mesmo? Todos os dias nos deparamos com coisas assim e não gostamos. O problema é que muitos dos se queixam também acabam fazendo o mesmo em inúmeras outras situações. É que se tornou um lugar comum ser pouco profissional, fazer errado, atrasar, prometer e não cumprir, assim como ser conivente ou indiferente com o problema. Isso nos leva depois, como pessoas e como povo, a ter de aceitar o mal feito em todos os níveis. Perdemos assim a autoridade para reclamar contra a corrupção, injustiças, preconceitos, mau uso dos recursos e tudo mais de feio que vemos por aí.
         Em particular no Brasil, ainda não temos uma cultura de qualidade no trabalho. Não temos o hábito de cuidar dos detalhes, de fazer melhor, de ter uma postura profissional e social responsável. Ainda insistimos em ser o país do jeitinho, onde sempre se improvisa, onde as coisas são feitas pelas metades, às pressas, onde vale tudo, onde o mau exemplo vem de cima, onde ganha o mais esperto, onde a oportunidade é uma tradição antiga. Geralmente, não consideramos quesitos como durabilidade, bom acabamento, beleza, conforto e segurança. Não nos colocamos no lugar de quem vai usar e não avaliamos os resultados para corrigir e melhorar.
         Prevalece o lucro a todo custo, o imediatismo, o interesse mesquinho, o egoísmo de quem só olha para o próprio umbigo. Não tem aquela de ganha-ganha. Daí o cliente ainda não ser uma prioridade na ordem das coisas e o mau atendimento se espalha como uma praga por todas as partes. É claro que, vez por outra, nos surpreendemos ao encontrar o contrário de tudo isso. Mas é uma rara exceção e não regra geral. Para completar, ainda vem depois a turma que picha, depreda, suja, estraga e destrói o pouco de bom que foi feito.
         Ao contrário de lugares mais desenvolvidos, aqui a distância social entre as pessoas infelizmente favorece a ideia de que existem vários tipos de brasileiros e que direitos e deveres são diferentes para cada grupo. Em consequência, não nos importamos com o todo, não nos vemos como nação e também não exigimos posturas éticas de governantes, organizações e concidadãos. Isso mostra uma clara falta de valores comuns. Em países melhores, tudo o que é público é de todos e eles cuidam desse patrimônio. Aquilo que é público é de ninguém e é tratado com descaso. Daí muitos políticos serem desonestos com o dinheiro público, as empresas estarem longe de fazer os clientes felizes e as pessoas jogarem papel na rua ou picharem paredes e monumentos. No fim das contas, todos nós sofremos as consequências dessa triste situação, que só tem se agravado nos últimos anos.
         No universo do trabalho, podemos ver que alguns profissionais estão atentos ao seu comportamento só para se sentirem bem consigo mesmos. Outros já atuam melhor por hábito da educação que receberam. Porém, a maioria age corretamente simplesmente por medo das consequências, situação que não oferece nenhuma garantia. Antes de exigir dos outros, cada trabalhador deve desenvolver em si mesmo as competências técnicas e humanas que necessita, numa busca constante para aprimorar seu nível de capacitação.
         Atualmente, quem aspira uma carreira longa, respeitada e sólida deve observar as significativas mudanças nesse novo mercado tão competitivo e globalizado, que não está mais aceitando posições sem compromisso com a qualidade e a ética. Curiosamente, o que faz falta cresce como demanda. Aquela velha lei da oferta e da procura que nunca sai de moda.
         Certo é que os verdadeiros juízes dessa questão são os consumidores, cada vez mais bem informados e exigentes. Eles irão premiar ou punir, na hora da compra, o comportamento de profissionais e organizações. Isso significa uma clara transição de poder de quem vende para quem compra. Mais que qualquer outro argumento, a sanção social é pior que a sanção legal, muitas vezes ineficiente, parcial e permissiva.
         Qualquer dúvida é só observar o que ocorre nas redes sociais. A lógica econômica funciona então como um motor para melhores atitudes e procedimentos, melhores produtos e serviços. Assim todos ganham: os clientes são capazes de obter o que desejam, os trabalhadores amadurecem e os empresários aumentam a margem de sucesso do seu negócio. Aquele que não compreendem essa nova relação de forças estão fadados a desaparecer.”

(RONALDO NEGROMONTE. Palestrante e consultor em desenvolvimento de pessoas e organizações, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 1º de junho de 2014, caderno MEGACLASSIFICADOSADMITE-SE, coluna MERCADO DE TRABALHO, página 2).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado na revista VEJA, edição 2375 – ano 47 – nº 22, de 28 de maio de 2014, página 24, de autoria de Claudio de Moura Castro, economista, e que merece igualmente integral transcrição:

“Mexíveis e imexíveis
        
         ‘A escola é tão boa quanto seus professores.’ Raras afirmativas encontram tanto consenso entre leigos, pesquisadores, ideólogos e agnósticos. Infelizmente, eles concordam por ser excessivamente vaga, cada um pondo suas próprias interpretações. Sendo eu um incurável pesquisador, vejamos o que dizem os estudos.
         Primeiro, há que traduzir: professor bom é aquele cujos alunos aprendem mais. Portanto, o caminho das luzes consiste em perguntar que características dos professores estão associadas ao maior aprendizado dos alunos.
         Seja no Brasil, seja alhures, sabemos o que não explica quanto os alunos aprendem: a experiência do professor, sua idade e nível de escolaridade – mesmo mestrado. Nada disso se correlaciona com  a qualidade do ensino. Não posso deixar de tocas em um vespeiro zangado: o salário dos professores. As pesquisas tendem a mostrar ausência de associação com  qualidade. Uma correlação simples, entre estados brasileiros, mostra que salários mais altos ou mais baixos não se associam ao Ideb de cada um. Mas essa assombração não é o nosso tema.
         O essencial em tais características é serem imexíveis. Não se pode mudar a idade do corpo de professores, sua formação prévia ou sua carreira acadêmica. Só com décadas  isso se faz. No mundo da fantasia, o salário pode até dobrar. Mas quebram o Fisco os aumentos que melhorariam a qualidade.
         Maurício M. Fernandes e Claudio Ferraz (da USP e PUC-RJ) realizaram uma pesquisa econométrica muito cuidadosa, usando funções de produção para testar o impacto de várias características dos professores (http:www.econ.puc.rio.br/uploads/adm/trabalhos/files/td620.pdf). Com dados do Estado de São Paulo, buscaram testar o impacto de duas variáveis críticas sobre o ensino na 8ª série: 1) o domínio da matéria ensinada (usando as provas da Secretaria de Educação, aplicadas aos professores) e 2) as práticas adotadas em salas de aula. Ambas são “mexíveis”, pois é possível aperfeiçoar o conhecimento dos mestres e, ainda mais factível, melhorar suas técnicas de ensino.
         Alvíssaras! Os resultados são memoráveis. Como em outros países, os professores que melhor dominem o assunto ensinado têm alunos que aprendem mais. Do ponto de vista estatístico, esse resultado é robusto.
         Contudo, a análise demonstra que as práticas de sala de aula têm impacto bem maior do que o conhecimento da matéria. Ou seja, qualquer professor que adotar práticas hoje recomendadas terá alunos que vão aprender muito mais. São técnicas simples, que não requerem equipamentos nem malabarismos metodológicos. No caso, obtêm melhores resultados os professores que passam e corrigem o dever de casa, explicam a matéria até os alunos entenderem, mostram para que serve o aprendido e indicam livros de literatura.
         Em pesquisas desse tipo, apenas se consegue medir dimensões relativamente simples do que acontece na sala de aula. Muita coisa importante fica de fora. Mas já é um grande avanço quando se logra desenhar uma pesquisa que associe resultados a medidas confiáveis dessas variáveis. E foi isso que fizeram os autores. Além disso, foram capazes de controlar estatisticamente – ou seja, manter constantes – variáveis que poderiam explicar diferenças de aprendizado. No caso, demonstrar que os resultados não se devem a amostras viciadas, a características do diretor ou ao que os alunos já sabiam, de séries anteriores.
         O miolo das análises estatísticas é demasiado complicado para explicar em poucas palavras. Mas os resultados são perfeitamente compreensíveis. Mostram que, no caldeirão econométrico, as técnicas de sala de aula passaram à frente de todas as outras variáveis lá despejadas. E são práticas fáceis de aprender e adotar.
         Portanto, a notícia não poderia ser mais bem-vinda. Trata-se de uma pesquisa brasileira, conduzida por autores de bom pedigree e cujos resultados são difíceis de ser contestados. Os procedimentos são de fácil incorporação em sala de aula e seu impacto é maior do que tudo o mais que conhecemos. Pode ser difícil convencer alguns professores a mudar suas práticas. Mas, pelo menos, isso está no campo do possível, em contraste com as alternativas imexíveis.”

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, pedagógicas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

     a)     a educação – universal e de qualidade, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas;

     b)    o combate, implacável e sem trégua, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero; II – a corrupção, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem; III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, inexoravelmente irreparáveis;

     c)     a dívida pública brasileira, com projeção para 2014, segundo o Orçamento Geral da União, de astronômico e insuportável desembolso de cerca de R$ 1 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (apenas com esta rubrica, previsão de R$ 654 bilhões), a exigir igualmente uma imediata, abrangente, qualificada e eficaz auditoria...

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais contundente ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, desenvolvida e solidária, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a Copa do Mundo; a Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do pré-sal, à luz das exigências do século 21, da era globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!...

O BRASIL TEM JEITO!...
    

   

quarta-feira, 29 de junho de 2011

A CIDADANIA, AS NOVAS FORMAS DE LER E A ALFABETIZAÇÃO

“Outras formas de ler

Há alguns dias uma amiga nos EUA me enviou um link na internet. Sou meio analfabeto nessas coisas eletrônicas, mesmo assim baixei a preciosidade. Era algo que acabara de sair na Inglaterra: o famoso poema de T.S. Eliot, publicado originalmente em 1922 – The waste land –, agora não apenas falado pela atriz Fiona Shaw, mas também nas vozes de várias pessoas e do próprio Eliot. E não era só isso. Ali estava o manuscrito do poema com sugestões (nem sempre boas e aceitas) de Ezra Pound, além de várias personalidades comentando o texto. Enfim, aquilo era o que eu chamaria um livro total: texto, imagens, informações de toda ordem. Livro total à altura do século 21 e não aquele destempero que Mallarmé publicou no final do século 19, pretendendo também ser um livro total e infinito.

Esse novo Waste land é mais que um livro que se pode levar para qualquer parte comodamente. É uma aula, uma minienciclopédia. Ali a história do poeta, do poema, dos críticos da literatura. Com os recursos da simultaneidade de imagens fornecida pela informática, pode-se ir lendo o poema e na margem todos os exaustivos comentários verso por verso.

Querem saber? Fiquei feliz e morri de inveja. E lamentei uma vez mais viver na periferia. E confesso: há algum tempo, com alguns amigos, penso em lançar uma editora virtual para fazer algo semelhante com a literatura brasileira. Fizemos reuniões... e desistimos: não tínhamos tecnologia nem capital para bancar isso. As editoras nacionais estão apenas engatinhando no assunto.

Na verdade, pretendi recuperar uma experiência feita nos anos 70, quando dirigi a coleção Romances para Estudo, para a Francisco Alves. Naquela época não havia internet, claro. Naquele tempo, para você dar uma aula mais informativa tinha que levar livros, recortes, enciclopédias e, os mais modernos, alguns slides. Pensar em transdisciplinaridade era realizar os 12 trabalhos de Hércules, mas com as mãos amarradas. Nos anos 60 eu usava discos e filmes, nos anos 70 passei a usar vídeos nas salas de aula. Hoje cada aluno ou carteira na sala de aula tem um computador. A educação acompanha a tecnologia.

E ao me lembrar daquela tentativa há uns 40 anos, recordo que a PUC do Rio se gabava de ter um gigantesco computador, moderníssimo, que ocupava toda uma sala. Acho que não tinha sequer a memória que temos no pequeno pen drive hoje. Então, naquela coleção (que olho como se olhasse a Idade da Pedra) os romances como A moreninha, Iracema, Memória de um sargento de milícias, O cortiço, Esaú e Jacó tinham, nas margens das páginas, anotações que dialogavam/incrementavam a leitura dos alunos e professores. Claro, além das sugestões de trabalho no final. Era uma leitura assistida. Era um esforço de fazer o livro conversar com o leitor, um livro ativo.

Todavia, isso recentemente planejei fazer com aqueles amigos heroicos era exatamente o que editores na Europa ou EUA estão já botando no mercado: publicar o romance ou poema (virtualmente), com as críticas, as fotos das edições e fatos históricos a época, os personagens ou poemas convertidos em cinema e teatro, enfim, aquele “livro total”. Texto e contexto.

Este século está apenas começando.

Se não dizimarmos a vida no planeta derretendo geleiras e queimando florestas, se nossas cidades não tiverem suas artérias enfartadas de automóveis e gás carbônico, alguma coisa inimaginável poderá acontecer com o que outrora era um pergaminho feito de pele de cordeiro ou um livro feito de papel extraído de árvore.

E a leitura continuará. Por que o desafio ontem e hoje é o mesmo: ler e interpretar, com a tecnologia disponível, o mundo ao nosso redor.”

(AFFONSO ROMANO DE SANT’ANNA, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 26 de junho de 2011, Caderno CULTURA, página 8).

Mais uma IMPORTANTE , PEDAGÓGICA e OPORTUN A contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no mesmo veículo, Caderno CIÊNCIA, página 24, em reportagem de SÍLVIA PACHECO, que merece igualmente INTEGRAL transcrição:

“ALFABETIZAÇÃO

SEM OBSTÁTULOS

Psicólogos da USP desenvolvem testes para identificar, em crianças de até 6 anos, problemas auditivos e lingüísticos. O objetivo é evitar que os transtornos prejudiquem o processo de aprendizagem dos pequenos

Crianças com perda auditiva, distúrbio auditivo central (ouvir e não entender o que ouviu), atraso na articulação das palavras ou falta de estimulação da língua costumam sofrer no processo de alfabetização. Em grande parte dos casos, a identificação do problema vem quando a criança está mais velha e o estrago já foi feito, o que dificulta a aprendizagem em um dos períodos considerados cruciais do desenvolvimento escolar. Agora, pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) criaram e normatizaram testes que medem o desenvolvimento da compreensão e produção da fala em crianças de 18 meses a 6 anos. As ferramentas buscam justamente identificar precocemente os distúrbios e atrasos na linguagem.

A preocupação em detectar essas dificuldades se justifica porque a extensão do vocabulário de uma criança aos 2 anos está diretamente relacionado ao seus sucesso escolar futuro. De acordo com Fernando Capovilla, professor do Instituto de Psicologia da USP e orientador do estudo que deu origem aos testes, quanto mais cedo forem detectados problemas de linguagem, menor será a dificuldade da criança no processo de alfabetização. “Por isso normatizamos os testes para as idades de 18 meses a 6 anos”., explica. Nesse período, identificando atrasos no vocabulário, é possível administrar programas de intervenção mais precisos para acelerar o desenvolvimento da linguagem.

Segundo os pesquisadores, os pequenos assimilam o vocabulário escutando os adultos falarem. Eles relacionam as palavras às imagens e, assim, aumentam seu conhecimento. “Porém, crianças com alguns distúrbios têm o vocabulário limitado, o que acaba inibindo ou atrapalhando o rendimento escolar”, afirma Miriam Damázio, pesquisadora do Laboratório de Neuropsicolinguística Cognitiva Experimental da USP.

Os testes desenvolvidos pela universidade são baseados em um banco de figuras que a criança deve relacionar com as palavras verbalizadas (veja o exemplo abaixo). No teste de vocabulário auditivo, por exemplo, é avaliada a compreensão da fala. Nele, espera-se que o pequeno ouça e consiga assinalar ou apontar corretamente a figura correspondente à palavra ouvida. No teste de vocabulário expressivo, os psicólogos avaliam a produção da fala. Ou seja, é a criança quem deve nomear corretamente a figura mostrada pelo avaliador. “A quantidade de erros na nomeação ou na indicação das figuras que correspondem às palavras ouvidas pode indicar se a criança tem um atraso ou distúrbio de linguagem”, esclarece Damázio.

Os pesquisadores criaram também testes de leitura orafacial. “Neles, movimentamos os lábios como se fôssemos falar uma palavra, mas sem emitir o som da voz. E as crianças precisam escolher a figura correspondente”, conta Capovilla. Nesses casos, os exames foram aplicados tanto em crianças da pré-escola ouvinte quanto em alunos surdos do ensino fundamental. Nos dois casos, os investigadores descobriram que os pequenos começam a fazer leitura orafacial quando iniciam a leitura alfabética. “É mais um dado para ajudar no desenvolvimento da linguagem”, indica o professor de psicologia.

Para Tatiana Veroneze, coordenadora pedagógica do Colégio Logosófico, identificar distúrbios de linguagem precocemente pode atenuar problemas que atrasariam em até três anos o processo de alfabetização de uma criança. “Muito se fala em problemas cognitivos, mas pouco se trata de distúrbios e atrasos da linguagem”, afirma. “Acredito que esses testes possam melhorar o processo de alfabetização, que é tão importante”, opina a pedagoga.

AJUDA DOS PAIS Segundo Míriam Damázio, da USP, os pais também têm papel relevante no desenvolvimento da linguagem, uma vez que é escutando os adultos que a criança forma seu vocabulário. Por isso, é importante falar as palavras corretamente quando se conversa com os filhos. São atitudes que podem fazer a diferença, ressalta a pesquisadora. “Ao mostrar um gato, não diga “miau”. Nomeie corretamente o animal. Diga: “Gato”, exemplifica.

Outra dica da psicóloga é ler histórias para os pequenos repetidas vezes, para que as novas palavras sejam aprendidas. Mostrar as figuras e perguntar à criança seus nomes também é uma eficaz forma de estímulo. “É bom também modificar o final da história ou pedir para a criança criar uma versão desse fim”, sugere Míriam.

As histórias fazem parte da vida do pequeno Natan Amorim, 5 anos. Desde o primeiro ano de vida, sua mãe, a advogada Ketley Amorim, 34, termina o dia lendo contos coloridos para o garotinho. “Foi a forma que encontrei para meu filho desacelerar e criar uma intimidade, um elo maior comigo”, conta Ketley. “Todo mundo se impressiona com as palavras que ele diz. Com 2 anos, já era nítida a diferença de vocabulário do Natan para as outras crianças”, conta a mãe.

O mesmo acontece com Theo Martins, 3 anos. “Theo fala palavras que nem imagino de onde ele tira. Só depois, relendo os livrinhos, identifico de onde elas vieram”, afirma a mãe do pequeno, a bióloga Sandra Mara Silva Róseo, 31. Outra atitude que Sandra tom com Theo é falar corretamente as palavras. Para ela, a criança deve aprender as palavras como elas são. “Não damos apelidos às coisas, nós as chamamos pelo nome.””

Eis, pois, mais RICAS, PEDAGÓGICAS e ADEQUADAS abordagens e REFLEXÕES que acenam para IMPERIOSA e URGENTE necessidade de, uma vez por todas, INCLUIRMOS, todos, ESTADO, GOVERNO e SOCIEDADE, como POLÍTICA PÚBLICA, a EDUCAÇÃO como PRIORIDADE ABSOLUTA, e, desse modo, assegurarmos, então, a entrada DEFINITIVA no SELETO rol dos EFETIVAMENTE DESENVOLVIDOS...

E, NADA, NADA mesmo, ARREFECE e ABATE o nosso ÂNIMO e nossa ENTUSIASMO nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA E QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, QUALIFICADA, LIVRE, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, que possa PARTILHAR suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS, OPORTUNIDADES e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos para eventos como a CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E MUDANÇAS CLIMÁTICAS, a COPA das CONFEDERAÇÕES em 2013, a COPA do MUNDO de 2014, a OLIMPÍADA DE 2016, as OBRAS do PAC e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO 21, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INFORMAÇÃO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um NOVO mundo, da PAZ e FRATERNIDADE UNIVERSAL...

Este é o nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa LUTA, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA!...

O BRASIL TEM JEITO!...