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sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

A CIDADANIA, UMA NOVA RELAÇÃO COM A TERRA E A QUARESMA COM ELIOT


“O legado da crise atual: rever e reinventar a nossa relação com a Terra

Nutro a convicção, partilhada por outros analistas, de que a crise sistêmica atual nos deixará como legado e desafio a urgência de repensar a nossa relação para com a Terra e os modos de produção e consumo, de reinventar uma forma de governança global e uma convivência que inclua a todos na única e mesma casa comum – o planeta. Para isso é forçoso rever conceitos que possam nos apontar um novo norte. Boa parte da crise atual deriva de premissas falsas.
O primeiro conceito a rever é o de desenvolvimento. Na prática, ele se identifica com o crescimento material expresso pelo PIB. Sua dinâmica é ser o maior possível, o que implica a exploração desapiedada da natureza e a geração de grandes desigualdades nacionais e mundiais. Importa abandonar essa compreensão quantitativa e assumir a qualitativa de desenvolvimento, bem definido pelo prêmio Nobel Amartya Sem como o “processo de expansão das liberdades substantivas”, vale dizer, a ampliação das oportunidades de modelar a própria vida e dar-lhe um sentido que valha a pena. O crescimento é imprescindível, pois é da lógica de todo ser vivo, mas só é bom a partir das interdependências das redes da vida que garantem a biodiversidade. Em vez de crescimento/desenvolvimento, deveríamos pensar numa redistribuição do que já foi acumulado.
O segundo é o manipulado conceito de sustentabilidade, que, no sistema vigente, é inalcançável. Em seu lugar, deveríamos introduzir a temática, aprovada pela ONU, dos direitos da Terra e da natureza. Se os respeitássemos, teríamos a garantia da sustentabilidade.
O terceiro é o caso de meio ambiente. Meio ambiente não existe, o que existe é o ambiente inteiro, no qual todos os seres convivem. Em vez de meio ambiente, melhor usar a expressão da Carta da Terra: comunidade de vida. Todos os seres vivos possuem o mesmo código genético de base, por isso todos são parentes. Esse olhar nos levaria a ter respeito por cada ser, pois ele tem valor em si mesmo, para além do uso humano.
O quarto conceito é o da Terra. Importa superar a visão da modernidade, que a vê apenas como realidade extensa e sem inteligência. A ciência mostrou que a Terra não só tem vida sobre ela, mas é via: é um superorganismo, Gaia, que articula o físico, o químico e as energias terrenas e cósmicas para produzir e reproduzir vida sempre. Em 2010, a ONU aprovou a denominação de Mãe Terra. Esse novo olhar nos levaria a redefinir nossa relação para com ela, não mais de exploração, mas de uso racional e de respeito.
O quinto conceito é o de ser humano. Este foi pensado na modernidade como fora e acima da natureza, “mestre e senhor” dela (Descartes). Mas o ser humano está inserido na natureza, no universo, como aquela porção da Terra que sente, pensa e ama. Essa perspectiva nos leva a assumir a responsabilidade pelo destino da Mãe Terra e de seus filhos e filhas.
O sexto conceito é o de espiritualidade. Esta foi acantonada nas religiões quando é a dimensão do profundo humano universal. A espiritualidade surge quando a consciência se percebe como parte do Todo e inclui cada ser e o inteiro universo penetrados por uma força poderosa: aquele abismo de energia, gerador de todo ser. É possível captar o elo misterioso que liga e religa todas as coisas, constituindo um cosmos e, não, um caos. A espiritualidade nos confere sentimento de veneração pela grandeza do universo e nos enche de autoestima.
Temos que mudar muito ainda para que tudo isso se torne um dado da consciência coletiva! Mas é o que deve ser. E o que deve ser tem força de realização.”
(LEONARDO BOFF. Filósofo e teólogo, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 8 de fevereiro de 2013, caderno O.PINIÃO, página 18).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 13 de fevereiro de 2013, caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de FREI BETTO, que é escritor, autor de Um homem chamado Jesus (Rocco), entre outros livros, e que merece igualmente integral transcrição:

“Quaresma com Eliot

Faz um tempo longo. Noviço no alto da Serra, em Belo Horizonte, pedi ao mestre dispensar-me da liturgia de quarta-feira de cinzas. Não que a soberba me assaltasse e eu quisesse evitar o selo das cinzas em minha fronte. Do pó viemos, ao pó retornaremos, bem sei. Hoje, a astrofísica o confirma: somos todos feitos de pó das estrelas, fornos nos quais se cozinha, em diferentes consistências, toda a tabela periódica dos átomos que integram a matéria do universo.
Aos 20 anos o mundo me parecia infinito. E minha vida, infinda. Para mim, o passado não existia, o presente impregnava-se de fé, o futuro se abria no par de portas destrancadas por todo o idealismo que me consumia a subjetividade.
No jardim do convento, junto à horta, da qual me tocava cuidar, recolhi-me em companhia dos versos de T.S. Eliot em Quarta-feira de cinzas. Porque eu também não espero voltar (e isso vale ainda hoje). Sobretudo agora que pertenço ao grupo etário da eterna idade – todos nós que ultrapassamos seis décadas de existência e, portanto, estamos mais próximos do fim de todos os mistérios.
“Não mais me empenho no empenho de tais coisas”. O verso de Eliot me soou como interrogação. A vida me ensinou que renúncias exigem convicções arraigadas. O jejum da quarta-feira de cinzas é muito mais do que abster-se de carne. É esperar não conhecer “a vacilante glória da hora positiva”.
Como são desafiadoras as virtudes! !Ensinai-nos a estar postos em sossego”, rogava o poeta ecoando Teresa de Ávila, Não me atrevo à santidade. O jejum da quarta-feira de cinzas ou, como outrora, exigido durante toda a quaresma, é a coragem de dizer não a tudo isso que nos esgarça, retalha, fragmenta, como se múltiplos seres se atritassem no oco de nosso ser, confundindo-nos quanto ao rumo adequado a seguir.
“Alegro-me de serem as coisas o que são.” Ser do tamanho que se é. “E rogo a Deus porque desejo esquecer essas coisas que comigo  por demais discuto, por demais explico.” Não seria o racionalismo exacerbado o principal inimigo do amor?
Ignoro se Eliot, atraído pela fé cristã, alcançou tamanha graça. Eu não. As múltiplas vozes seguem ressoando dentro de mim. Apenas me socorro no enigma intranscendente da fé e na embriaguês mística das liturgias. Penso agora nos quase 250 jovens calcinados na boate Kiss, em Santa Maria. O que faziam ali tantos jovens? Buscavam o essencial: liturgia.
A vida é insuportavelmente atrelada ao reino da necessidade. E anseia pela gratuidade. Não se vai a uma danceteria apenas em busca de música, dança, bebida e paquera. Tudo isso pode ser mais confortavelmente desfrutado na intimidade.
O que move centenas de pessoas à festa – na danceteria e na roça, no baile a rigor e no carnaval – é a imprescindível liturgia que nos faz transcender do reino da necessidade à esfera lúdica, onírica, mistérica, da gratuidade. A celebração intensa, coletiva, comunitária, a alegre confraternização que permite o descanso da razão (“senhora dos silêncios”, escreveu Eliot) e o alvorecer da emoção: “Fala sem palavra e palavra sem fala”. Naquele jardim conventual, em companhia do poeta, intuí a importância de jejuar de tudo aquilo que não alimenta o espírito. E deixar que ele se liberte no ímpeto glutão de tudo isso que ressoa no esplendor do coração, como o sentimento de pertença à natureza, à família humana, a Deus – matérias-primas da oração.
Por que então pedi dispensa da liturgia comunitária na capela e me isolei no jardim com Eliot? Não recomendou Jesus evitarmos muliplicar palavras ao orar? “Se a palavra perdida se perdeu, se a palavra gasta se gastou, se a palavra inaudita e inexpressa inaudita e inexpressa permanece, então, inexpressa a palavra, ainda perdura o inaudito Verbo (...) o silente Verbo”. É o que convém buscar na quaresma e que as vítimas de Santa Maria já alcançaram: o silêncio no Verbo. Eis o paradoxo da fé e o sentido desse tempo litúrgico que precede a Páscoa.”

Eis, pois, mais páginas contendo importantes, adequadas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País  no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
     
     a)     a educação – universal e de qualidade, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até à pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas;
     b)    o combate, severo e sem trégua, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados; II – a corrupção, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de variada ordem; III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, inexoravelmente irreparáveis;
     c)     a dívida pública brasileira, com projeção para 2013, segundo o Orçamento Geral da União, de astronômico e intolerável desembolso de cerca de R$ 1 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (apenas com esta rubrica, previsão de R$ 610 bilhões), a exigir igualmente uma imediata, abrangente, qualificada e eficaz auditoria...

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tanta sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a confiança em nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de extremas e sempre crescentes demandas, necessidades, carências e deficiências, o que aumento o colossal abismo das desigualdades sociais e regionais e nos afasta num crescendo do seleto grupo dos sustentavelmente desenvolvidos...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente justa, ética, educada, qualificada, civilizada, livre, soberana, democrática, desenvolvida e solidária, que permita a partilha de suas extraordinárias riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileira e com todos os brasileiros, especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a 27ª Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro em julho; a Copa das Confederações em junho; a Copa do Mundo de 2014; a Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do pré-sal, segundo as exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das empresas, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!...

O BRASIL TEM JEITO!...

quarta-feira, 29 de junho de 2011

A CIDADANIA, AS NOVAS FORMAS DE LER E A ALFABETIZAÇÃO

“Outras formas de ler

Há alguns dias uma amiga nos EUA me enviou um link na internet. Sou meio analfabeto nessas coisas eletrônicas, mesmo assim baixei a preciosidade. Era algo que acabara de sair na Inglaterra: o famoso poema de T.S. Eliot, publicado originalmente em 1922 – The waste land –, agora não apenas falado pela atriz Fiona Shaw, mas também nas vozes de várias pessoas e do próprio Eliot. E não era só isso. Ali estava o manuscrito do poema com sugestões (nem sempre boas e aceitas) de Ezra Pound, além de várias personalidades comentando o texto. Enfim, aquilo era o que eu chamaria um livro total: texto, imagens, informações de toda ordem. Livro total à altura do século 21 e não aquele destempero que Mallarmé publicou no final do século 19, pretendendo também ser um livro total e infinito.

Esse novo Waste land é mais que um livro que se pode levar para qualquer parte comodamente. É uma aula, uma minienciclopédia. Ali a história do poeta, do poema, dos críticos da literatura. Com os recursos da simultaneidade de imagens fornecida pela informática, pode-se ir lendo o poema e na margem todos os exaustivos comentários verso por verso.

Querem saber? Fiquei feliz e morri de inveja. E lamentei uma vez mais viver na periferia. E confesso: há algum tempo, com alguns amigos, penso em lançar uma editora virtual para fazer algo semelhante com a literatura brasileira. Fizemos reuniões... e desistimos: não tínhamos tecnologia nem capital para bancar isso. As editoras nacionais estão apenas engatinhando no assunto.

Na verdade, pretendi recuperar uma experiência feita nos anos 70, quando dirigi a coleção Romances para Estudo, para a Francisco Alves. Naquela época não havia internet, claro. Naquele tempo, para você dar uma aula mais informativa tinha que levar livros, recortes, enciclopédias e, os mais modernos, alguns slides. Pensar em transdisciplinaridade era realizar os 12 trabalhos de Hércules, mas com as mãos amarradas. Nos anos 60 eu usava discos e filmes, nos anos 70 passei a usar vídeos nas salas de aula. Hoje cada aluno ou carteira na sala de aula tem um computador. A educação acompanha a tecnologia.

E ao me lembrar daquela tentativa há uns 40 anos, recordo que a PUC do Rio se gabava de ter um gigantesco computador, moderníssimo, que ocupava toda uma sala. Acho que não tinha sequer a memória que temos no pequeno pen drive hoje. Então, naquela coleção (que olho como se olhasse a Idade da Pedra) os romances como A moreninha, Iracema, Memória de um sargento de milícias, O cortiço, Esaú e Jacó tinham, nas margens das páginas, anotações que dialogavam/incrementavam a leitura dos alunos e professores. Claro, além das sugestões de trabalho no final. Era uma leitura assistida. Era um esforço de fazer o livro conversar com o leitor, um livro ativo.

Todavia, isso recentemente planejei fazer com aqueles amigos heroicos era exatamente o que editores na Europa ou EUA estão já botando no mercado: publicar o romance ou poema (virtualmente), com as críticas, as fotos das edições e fatos históricos a época, os personagens ou poemas convertidos em cinema e teatro, enfim, aquele “livro total”. Texto e contexto.

Este século está apenas começando.

Se não dizimarmos a vida no planeta derretendo geleiras e queimando florestas, se nossas cidades não tiverem suas artérias enfartadas de automóveis e gás carbônico, alguma coisa inimaginável poderá acontecer com o que outrora era um pergaminho feito de pele de cordeiro ou um livro feito de papel extraído de árvore.

E a leitura continuará. Por que o desafio ontem e hoje é o mesmo: ler e interpretar, com a tecnologia disponível, o mundo ao nosso redor.”

(AFFONSO ROMANO DE SANT’ANNA, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 26 de junho de 2011, Caderno CULTURA, página 8).

Mais uma IMPORTANTE , PEDAGÓGICA e OPORTUN A contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no mesmo veículo, Caderno CIÊNCIA, página 24, em reportagem de SÍLVIA PACHECO, que merece igualmente INTEGRAL transcrição:

“ALFABETIZAÇÃO

SEM OBSTÁTULOS

Psicólogos da USP desenvolvem testes para identificar, em crianças de até 6 anos, problemas auditivos e lingüísticos. O objetivo é evitar que os transtornos prejudiquem o processo de aprendizagem dos pequenos

Crianças com perda auditiva, distúrbio auditivo central (ouvir e não entender o que ouviu), atraso na articulação das palavras ou falta de estimulação da língua costumam sofrer no processo de alfabetização. Em grande parte dos casos, a identificação do problema vem quando a criança está mais velha e o estrago já foi feito, o que dificulta a aprendizagem em um dos períodos considerados cruciais do desenvolvimento escolar. Agora, pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) criaram e normatizaram testes que medem o desenvolvimento da compreensão e produção da fala em crianças de 18 meses a 6 anos. As ferramentas buscam justamente identificar precocemente os distúrbios e atrasos na linguagem.

A preocupação em detectar essas dificuldades se justifica porque a extensão do vocabulário de uma criança aos 2 anos está diretamente relacionado ao seus sucesso escolar futuro. De acordo com Fernando Capovilla, professor do Instituto de Psicologia da USP e orientador do estudo que deu origem aos testes, quanto mais cedo forem detectados problemas de linguagem, menor será a dificuldade da criança no processo de alfabetização. “Por isso normatizamos os testes para as idades de 18 meses a 6 anos”., explica. Nesse período, identificando atrasos no vocabulário, é possível administrar programas de intervenção mais precisos para acelerar o desenvolvimento da linguagem.

Segundo os pesquisadores, os pequenos assimilam o vocabulário escutando os adultos falarem. Eles relacionam as palavras às imagens e, assim, aumentam seu conhecimento. “Porém, crianças com alguns distúrbios têm o vocabulário limitado, o que acaba inibindo ou atrapalhando o rendimento escolar”, afirma Miriam Damázio, pesquisadora do Laboratório de Neuropsicolinguística Cognitiva Experimental da USP.

Os testes desenvolvidos pela universidade são baseados em um banco de figuras que a criança deve relacionar com as palavras verbalizadas (veja o exemplo abaixo). No teste de vocabulário auditivo, por exemplo, é avaliada a compreensão da fala. Nele, espera-se que o pequeno ouça e consiga assinalar ou apontar corretamente a figura correspondente à palavra ouvida. No teste de vocabulário expressivo, os psicólogos avaliam a produção da fala. Ou seja, é a criança quem deve nomear corretamente a figura mostrada pelo avaliador. “A quantidade de erros na nomeação ou na indicação das figuras que correspondem às palavras ouvidas pode indicar se a criança tem um atraso ou distúrbio de linguagem”, esclarece Damázio.

Os pesquisadores criaram também testes de leitura orafacial. “Neles, movimentamos os lábios como se fôssemos falar uma palavra, mas sem emitir o som da voz. E as crianças precisam escolher a figura correspondente”, conta Capovilla. Nesses casos, os exames foram aplicados tanto em crianças da pré-escola ouvinte quanto em alunos surdos do ensino fundamental. Nos dois casos, os investigadores descobriram que os pequenos começam a fazer leitura orafacial quando iniciam a leitura alfabética. “É mais um dado para ajudar no desenvolvimento da linguagem”, indica o professor de psicologia.

Para Tatiana Veroneze, coordenadora pedagógica do Colégio Logosófico, identificar distúrbios de linguagem precocemente pode atenuar problemas que atrasariam em até três anos o processo de alfabetização de uma criança. “Muito se fala em problemas cognitivos, mas pouco se trata de distúrbios e atrasos da linguagem”, afirma. “Acredito que esses testes possam melhorar o processo de alfabetização, que é tão importante”, opina a pedagoga.

AJUDA DOS PAIS Segundo Míriam Damázio, da USP, os pais também têm papel relevante no desenvolvimento da linguagem, uma vez que é escutando os adultos que a criança forma seu vocabulário. Por isso, é importante falar as palavras corretamente quando se conversa com os filhos. São atitudes que podem fazer a diferença, ressalta a pesquisadora. “Ao mostrar um gato, não diga “miau”. Nomeie corretamente o animal. Diga: “Gato”, exemplifica.

Outra dica da psicóloga é ler histórias para os pequenos repetidas vezes, para que as novas palavras sejam aprendidas. Mostrar as figuras e perguntar à criança seus nomes também é uma eficaz forma de estímulo. “É bom também modificar o final da história ou pedir para a criança criar uma versão desse fim”, sugere Míriam.

As histórias fazem parte da vida do pequeno Natan Amorim, 5 anos. Desde o primeiro ano de vida, sua mãe, a advogada Ketley Amorim, 34, termina o dia lendo contos coloridos para o garotinho. “Foi a forma que encontrei para meu filho desacelerar e criar uma intimidade, um elo maior comigo”, conta Ketley. “Todo mundo se impressiona com as palavras que ele diz. Com 2 anos, já era nítida a diferença de vocabulário do Natan para as outras crianças”, conta a mãe.

O mesmo acontece com Theo Martins, 3 anos. “Theo fala palavras que nem imagino de onde ele tira. Só depois, relendo os livrinhos, identifico de onde elas vieram”, afirma a mãe do pequeno, a bióloga Sandra Mara Silva Róseo, 31. Outra atitude que Sandra tom com Theo é falar corretamente as palavras. Para ela, a criança deve aprender as palavras como elas são. “Não damos apelidos às coisas, nós as chamamos pelo nome.””

Eis, pois, mais RICAS, PEDAGÓGICAS e ADEQUADAS abordagens e REFLEXÕES que acenam para IMPERIOSA e URGENTE necessidade de, uma vez por todas, INCLUIRMOS, todos, ESTADO, GOVERNO e SOCIEDADE, como POLÍTICA PÚBLICA, a EDUCAÇÃO como PRIORIDADE ABSOLUTA, e, desse modo, assegurarmos, então, a entrada DEFINITIVA no SELETO rol dos EFETIVAMENTE DESENVOLVIDOS...

E, NADA, NADA mesmo, ARREFECE e ABATE o nosso ÂNIMO e nossa ENTUSIASMO nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA E QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, QUALIFICADA, LIVRE, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, que possa PARTILHAR suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS, OPORTUNIDADES e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos para eventos como a CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E MUDANÇAS CLIMÁTICAS, a COPA das CONFEDERAÇÕES em 2013, a COPA do MUNDO de 2014, a OLIMPÍADA DE 2016, as OBRAS do PAC e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO 21, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INFORMAÇÃO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um NOVO mundo, da PAZ e FRATERNIDADE UNIVERSAL...

Este é o nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa LUTA, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA!...

O BRASIL TEM JEITO!...