sexta-feira, 16 de setembro de 2011

A CIDADANIA, AS VIRTUDES REPUBLICANAS E O CAPITALISMO

“A solidez das virtudes republicanas
Houve um tempo, não muito distante, em que a palavra da moda, sobretudo na boca de alguns membros do governo, era “republicano”. Quando queriam defender o rigor na administração federal, diziam que a atitude ou a medida fora rigorosamente republicana.

A palavra república representa uma instituição romana e sua origem é latina: “res-publica” – coisa pública. Ao contrário, a cidade-Estado foi uma instituiçõ eminentemente grega, significando uma certa independência da cidade e uma fórmula de governo matriz da democracia direta, em que os cidadãos decidem os destinos da cidade, em votação nas praças públicas.

Em Roma, antes da instituição da República, havia o império, com imperadores recrutados entre os etruscos, cujo último foi Tarquínio. Os eleitos e eleitores eram exclusivamente os patrícios e os cidadãos romanos espalhados pelo império. A plebe e os escravos não votavam. Isso motivou uma guerra civil, que tem seu fim em 496 a.C., no monte Aventino, com a vitória da plebe, que introduziu no governo das cidades a figura do edil ou vereador.

Pelo próprio nome se vê que os edis, hoje vereadores, cuidavam dos edifícios, dos serviços públicos, das cidades. Os edis formavam as primeiras Câmaras Municipais, chamadas de “consilia plebis”, ou os “curatori urbis” na definição de Cícero. Essa assembleia hierarquicamente se submetia ao Senado.

É por isso que, até hoje, os serviços públicos de Roma são marcados com placa com as letras “S P Q R – O Senado e o Povo Romano”, “Senatus Populusque Romanus”. Isso leva à lembrança de todos que as obras públicas são feitas pelo povo, guiado pelo Senado.

Esse pequeno histórico nos dá uma dimensão da palavra “republicano”: significa compromisso com a coisa pública, austeridade.

Roma copiou também uma velha instituição grega, a “liturgia”; vale dizer, o serviço público não remunerado. O termo foi apropriado pela Igreja para designar os serviços de culto: a liturgia.

A defesa da moralidade como parte essencial da República foi feita por Cícero, em três memoráveis discursos no Senado, chamados “catilinárias”, pelas quais o velho tribuno condenava veementemente o cônsul Catilino, por sua conduta condenável e a ausência de ética pública: “Até quando, Catilino, abusará da nossa paciência?”.

O recurso ao tema “república” me veio à mente nesses tempos difíceis em que parece haver um verdadeiro assalto aos cofres públicos, à coisa pública por políticos que se apropriam do dinheiro coletivo, arrancado através de impostos do contribuinte.

Houve um tempo, neste país, em que os políticos morriam empobrecidos. Hoje, costumam fazer fortunas na vida pública, deixando ao morrer grandes patrimônios e pendurando os parentes e afilhados em polpudos empregos. Queira Deus a presidente Dilma Rousseff consiga sanear o país e diminuir ao mínimo o número de cargos de recrutamento amplo. Isso é inaugurar a República.”
(GERALDO MAGELA TEIXEIRA, Reitor do Centro Universitário Una, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 9 de setembro de 2011, Caderno DEBATE, página 21).

Mais uma IMPORTANTE e OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 13 de setembro de 2011, Caderno OPINIÃO, página 9, de autoria de SÉRGIO CAVALIERI, Presidente da Associação dos Dirigentes Cristãos de Empresa (ADCE-MG), que merece igualmente INTEGRAL transcrição:

“Capitalismo solidário

Vivemos tempos preocupantes. No cenário mundial, a crise econômica que vem desde 2008 devasta inclusive economias consideradas sólidas, quebra países, como vemos ocorrer na Zona do Euro, indica uma recessão sem precedentes e sinaliza que o modelo de capitalismo vigente está exaurido precisa ser revisto. No Brasil, os recorrentes episódios de corrupção que resultam do conluio entre os setores público e privado parecem indicar que o país chegou ao fundo do poço no que se refere à mais absoluta ausência de princípios e valores éticos e denunciam o esgotamento do sistema político. Felizmente, a reação da presidente Dilma, pouco tolerante às atitudes antiéticas, ao afastar ministros e servidores, mostra que ainda há um fiapo de luz no fim do túnel e abre espaço para que a sociedade brasileira se mobilize para mudar o que precisa ser mudado, inclusive cassando pelo voto, democraticamente, políticos indignos dos cargos para os quais foram eleitos.

A Associação dos Dirigentes Cristãos de Empresa (ADCE), fundada na Europa em 1931, com a denominação de Uniapac, e no Brasil, em 1961, portanto há exatos 50 anos, já fez a sua opção: atuar na formação dos dirigentes de empresas, mostrando a importância e as vantagens da adoção de valores e princípios cristãos, que também são valores humanos milenares, que tratam da ética e do respeito ao ser humano na prática diária dos negócios. É uma posição clara que prega, como contraponto ao capitalismo selvagem, o capitalismo solidário, no qual a rentabilidade visada pelas organizações empresariais deixa de ser apenas econômica e passa a também englobar a rentabilidade social.

A premissa é a de que a nova economia é principalmente humana – o conceito de sustentabilidade já não se restringe ao meio ambiente e assume uma dimensão mais ampla, incorporando as questões sociais e culturais. Desenvolvimento sustentável e responsabilidade social se transformam em questões estratégicas que devem ser conduzidas pelos líderes das organizações, incorporando valores fundados na dignidade, amor ao próximo, participação, transparência, ética, integridade e bem comum. É uma revolução na maneira de conduzir e fazer negócios, alinhada com as demandas do mundo atual e coerente com o que se antevê para o futuro.

O capitalismo selvagem mostra-se ineficaz para garantir o desenvolvimento justo e harmônico do planeta. É um modelo desumanizado, eivado de distorções que o homem do século 21 não aceita mais, uma vez que não abre mão da participação, da inclusão e da transformação social. É nesse contexto que vemos prosperar a proposta da ADCE, com ideias que representam uma evolução na direção de uma economia social de mercado, na qual o ser humano é colocado em primeiro lugar e deve ser considerado em todas as decisões e ações das entidades privadas e no governo.

Enfim, a gestão baseada em valores é a mais apropriada nos dias de hoje por alinhar visões de negócios dentro das organizações públicas e privadas, criar sentido e significado para o trabalho e estabelecer regras que se impõem como compromissos naturais – e não apenas em função de controle e fiscalização externos. Esse é o tipo de gestão que reduz os custos de transações, aumenta a transparência, cria vínculos com as equipes e com a sociedade, retém talentos e conquista o respeito da sociedade, fazendo com que a empresa seja mais sustentável, competitiva e socialmente responsável.

Todo cuidado ainda é pouco e toda vigilância é necessária. Não é mais possível viver indefinidamente em um país onde as empresas sejam bem-sucedidas enquanto a sociedade vai mal. A crise econômica e financeira, de escala mundial, e os escândalos recentes, no Brasil, comprovam, mais uma vez, que existem pessoas dispostas a usurpar o poder para se locupletar, acumpliciados com a iniciativa privada, esquecendo-se dos valores mais básicos – não roubar, por exemplo. Regras e leis são necessárias, mas só serão efetivamente cumpridas se os valores estiverem arraigados no DNA dos gestores, nas pessoas, nas organizações públicas e privadas. Esse é o principal desafio que a ADCE se propõe a enfrentar, semeando valores e princípios, regando-os diariamente para que cresçam, deem frutos, se alastrem e contagiem todos os ambientes de trabalho e de negócios. No mundo do século 21, mais que as empresas, as marcas das organizações, sua reputação pertencem também aos consumidores que as julgam conforme critérios que advém da percepção das atitudes corretas e coerentes e não mais em função de uma propaganda bonita e sedutora, mas descolada da boa prática empresarial. Para isso não há mais espaço, e quem quiser insistir pagará a conta.”

Eis, portanto, mais GRAVES, IMPORTANTES e OPORTUNAS abordagens e REFLEXÕES que acenam para a IMPERIOSA e URGENTE necessidade de SINCRONIA com os POSTULADOS colocados para superação das GRANDES e AVASSALADORAS e recorrentes CRISES que o mundo ATRAVESSA, exigindo em particular do nosso PAÍS, a PROBLEMATIZAÇÃO de QUESTÕES CRUCIAIS tais como:

a) a INDESVIÁVEL inserção da EDUCAÇÃO – e de QUALIDADE, como PRIORIDADE ABSOLUTA de nossas POLÍTICAS PÚBLICAS;
b) a INFLAÇÃO, a exigir PERMANENTE e ACURADA vigilância;
c) a CORRUPÇÃO, campeando por TODOS os setores da VIDA nacional;
d) o DESPERDÍCIO, em TODAS suas MODALIDADES;
e) a DÍVIDA PÚBLICA BRASILEIRA, ultrapassando a barreira dos R$ 2 TRILHÕES com os seus monstruosos e DECORRENTES encargos.

São, e bem sabemos, GIGANTESCOS DESAFIOS que ainda mais, longe de ABATER o nosso ÂNIMO e ARREFECER o nosso ENTUSIASMO e OTIMISMO, nos MOTIVAM e nos FORTALECEM nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA E QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, QUALIFICADA, LIVRE, DEMOCRÁTICA, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, que permita a PARTILHA de suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS, OPORTUNIDADES e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos para EVENTOS como a CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL e MUDANÇAS CLIMÁTICAS (RIO + 20) em 2012; a 27ª JORNADA MUNDIAL DA JUVENTUDE no RIO DE JANEIRO em 2013; a COPA DAS CONFEDERAÇÕES em 2013; a COPA DO MUNDO de 2104; a OLIMPÍADA DE 2016; as OBRAS do PAC e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO 21, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INFORMAÇÃO, do CONHECIMENTO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um NOVO mundo, da PAZ, da IGUALDADE e FRATERNIDADE UNIVERSAL...

Este é o nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa LUTA, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA!...

O BRASIL TEM JEITO!...

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