“O
poder desconhecido de uma vida dedicada
ao Plano de Deus
Ao longo de sua
existência, o ser humano recebe cuidados e atenção para que possa amadurecer e
atuar coligado à própria Luz interna, à alma, em momentos de maior necessidade,
como esses que hoje vivemos. A energia que o Alto dispensa ao despertar dos
indivíduos assemelha-se aos cuidados daquele que leva algo delicadíssimo nas
mãos. Existem, portanto, as possibilidades para a vida interior tornar-se
consciente e passar a ser a linha delineadora dos novos rumos da humanidade.
O amor
que se dedica à vida superior traz, àquilo que se vive externamente, a energia
que a Fonte desse amor inspira, transformando um arbusto seco em uma árvore
florida. Se o homem conhecesse o poder
de uma vida dedicada à Lei Suprema, à Lei Maior, não se distrairia tanto com
coisas passageiras.
A
travessia, a nado, de grandes extensões, a escalada dos mais altos picos e
cordilheiras, e o salto de imensas alturas, exemplificam a vontade íntima do
homem de transcender seus próprios limites. Com essas proezas ele tenta superar
fronteiras e tocar o desconhecido.
Para
que novos horizontes possam surgir na vida dos indivíduos, é preciso que cada
um se disponha totalmente à tarefa que lhe foi confiada, e que se dedique à
execução das atividades prioritárias, sem dispersar energia com coisas
supérfluas.
Dois
caminhos aparentemente opostos se aproximam e se complementam: o da libertação
material e o do serviço prestado nos planos materiais. Sem busca por libertação não se pode servir e sem
serviço não há campo que o indivíduo trilhe o caminho libertador.
A
reconstrução dos níveis materiais de um planeta degradado pelo que a humanidade
gerou em sua superfície deve contar com meios adequados para isso. Se houvesse
mãos suficientes para executar o que a vida interior indica, as energias que
descem do Alto para os planos materiais, como a energia do Amor, ficariam
liberadas para tarefas mais amplas.
No caminho
da purificação, o ser humano deve deixar de agir em proveito próprio, passando
a servir aos demais. Porém, ele deve dedicar esse serviço unicamente à Lei
Suprema, que conhece as necessidades de todos.
A cada
ser cabe uma tarefa, e somente a entrega à sua alma pode dinamizar o potencial
que permitirá a cada um cumpri-la adequadamente, segundo o que for indicado
pelo Plano Maior, de Deus.
No
caminho espiritual, a percepção interna, que vem da alma, é como a bússola para
os navegantes: indica-lhes o rumo a seguir. Para que se estabeleça uma relação
consciente com o mundo interior é preciso devotar-lhe obediência. Muitas vezes
contatos internos importantes não são percebidos por simples falta de atenção.
É como se uma orientação superior chegasse a se manifestar, mas não fosse
acolhida por pura displicência.
Basta
que um indivíduo olhe outro imparcialmente para saber o que ele realmente
necessita. Tal possibilidade deve ser considerada, lembrando-se, contudo, de
que a percepção interior não pode ser forçada ou induzida artificialmente. A
serena atenção ao próprio ser e a oferta de si com desapego pelos resultados
são requisitos para que os contatos internos sejam percebidos, o que se torna
essencial nesta época e neste mundo, já tão desorientado pelo personalismo e
pelo movimento instintivo dos corpos físico, emocional e mental.”
(TRIGUEIRINHO.
Escritor, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 2 de fevereiro de 2014, caderno O.PINIÃO, página 16).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a
Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 1º de
fevereiro de 2014, caderno PENSAR, página
3, de autoria de MAURÍCIO ANDRÉS RIBEIRO,
que é autor dos livros Ecologizar,
Tesouros da Índia e Meio Ambiente e
evolução humana, e que merece igualmente integral transcrição:
“Raízes
ecológicas
DA
REVOLTA
Entre 2006 e 2013,
ocorreram 843 protestos pelo mundo, em 87 países, nas esteira dos desdobramentos
da crise econômica e financeira global. Em 2012 e 2013, houve protestos no
Brasil, na Turquia, no Egito e na Tunísia, bem como revoltas na Espanha,
Grécia, França e Estados Unidos. A maioria dos movimentos foi liderada por
jovens, sem medo e autonomamente. Em todos os países, os manifestantes dos
movimentos de protesto são pessoas comuns da classe média, bem-educadas e com
expectativas crescentes. Sindicalistas, ativistas sociais em geral e idosos
também constituíram parte significativa de tais manifestações.
Os
métodos de protesto consistiram majoritariamente de marchas pré-agendadas em
grandes cidades e ocupação de ruas, bloqueios de vias, pequenos incêndios e
barricadas, desobediência civil e ação direta de vazamentos de informações por
hackers, com amplo uso das redes sociais. Os protestos foram acelerados pelo
uso da internet e muitos desapareceram de repente, do mesmo modo como
apareceram.
Especialistas
mostram as diferenças e semelhanças entre eles. Moisés Naim escreveu que os
protestos na Tunísia, Chile, Turquia e Brasil revelam cinco aspectos
surpreendentemente semelhantes: pequenos incidentes se tornam grandes, os
governos reagem mal aos movimentos, não há líderes ou cadeia de comando, não há
ninguém nem grupo específico com quem negociar ou a quem prender, e é
impossível prever consequências. A prosperidade desses países não se fez
acompanhar da estabilidade. Naim citou a observação de Samuel Huntington,
segundo a qual, nos países em desenvolvimento, as demandas por serviços
públicos crescem mais rápido do que a capacidade dos governos para
satisfazê-las.
Ademais,
os protestos foram mais ativos nas democracias do que em regimes autoritários,
que os reprimem e inibem. Aventa-se que a gestão das democracias tornou-se mais
difícil devido às dificuldades para obter e alocar os recursos entre grupos com
interesses concorrentes.
A
maior parte da violência nas manifestações sociais ocorreu nos países de menor
renda. Violência e vandalismo ocorreram em 9% das manifestações. Entretanto, sua
percepção é amplificada e parece que a violência é mais generalizada. Aqueles
que perdem a paciência com a prática de modelos pacíficos apelam para a
destrutividade como forma de dar visibilidade mais rápida a suas causas. Assim,
não é incomum nestes contextos que tais atores queiram tornar-se visíveis por
meio da quebradeira, da agressividade e da destruição. A radicalização e a
polarização tornam-se métodos para se fazer ouvir, para se fazer enxergar,
exigir cuidado, obter atenção.
No
Brasil, por mais de 20 anos não se viam movimentações nas ruas como as que
ocorreram em junho de 2013. Em geral, elas foram pacíficas, mas em vários
episódios, grupos maiores ou menores de manifestantes acreditam que sem
violência não há possibilidade de mudanças. Provoca-se a violência com
incêndios de veículos, depredações de bancos, invasões e pichações de prédios
históricos, saques em lojas.
Eventos
tão díspares como a insatisfação de grupos com a gestão de uma universidade, o ativismo de libertação
animal, a comemoração da vitória de um time de futebol, ou até mesmo contra a
intervenção policial bem-sucedida no sentido da coibição do tráfico de drogas
têm levado a um desfecho comum: a destruição do patrimônio público e privado.
LOCAL
E GLOBAL Não faltaram, portanto, razões locais e globais para
a indignação, a insatisfação social e a revolta. Em outras palavra, não se
trata da movimentação de “rebeldes sem causa”. Os motivos para iniciar os
protestos variaram: no Brasil, o aumento das tarifas de ônibus teve o papel importante
de detonar o início dos movimentos de protesto; na Turquia, foi a ameaça de
destruição de um parque urbano; na Indonésia, o preço dos combustíveis; na zona
do euro protestou-se contra a imposição do regime de austeridade. Na Índia, a
corrupção e a falta de proteção para as mulheres.
Nos
países árabes, protestou-se contra tudo. Contra os governos nacionais, contra a
austeridade imposta em períodos de crise econômica, contra o Fundo Monetário
Internacional, contra as corporações e as elites, contra as desigualdades,
contra os altos preços de alimentos e de energia, contra a corrupção, a
falência da justiça. Demanda-se mais transparência, mais justiça econômica e
melhoria nos serviços públicos; mais justiça fiscal, mais trabalho e emprego,
mais moradia. Demanda-se também mais liberdade de expressão, mais justiça
ambiental e mais direitos para grupos indígenas, étnicos, das mulheres, de
minorias com as LGBT, de imigrantes, de população carcerária. Luta-se pela
reforma da Previdência, pela reforma agrária e por outras reformas.
Os
protestos, de modo geral, evidenciaram e denunciaram a crise de legitimidade e
o esgotamento do modelo de representação política. Eles condenaram a falta de
ética na política e a corrupção como uma relação desarmônica de parasitismo
social e de predação. Condenaram também a ineficiência e a arrogância das
autoridades. Todos demandaram políticas para prover mais emprego, serviços
públicos decentes e políticas sociais efetivas.
Os
protestos de 2013 mostraram que há crise de representação política tanto em
governos autoritários como na democracia representativa, que estaria falida.
Muitas pessoas em vários países não se sentem mais representadas nem pelos
representantes eleitos, nem pelos partidos políticos existentes. Os manifestantes
perderam a esperança e a confiança na democracia representativa e nas
instituições democráticas do modo como existem hoje.
Há
percepção crescente de que os políticos não priorizam as demandas da população;
há grande frustração com a política usual. Protestou-se em toda parte contra a
falta de democracia real, que impede que as demandas econômicas e sociais sejam
atendidas. Os governantes, de sua parte, tentam manter a ordem e apaziguar os
conflitos, mas, em muitos casos, há carência de instrumentos e de métodos não
violentos de processar os conflitos sociais.
Esta
geração de jovens manifestantes parece pressentir o peso que terá que suportar,
trabalhando duro para sustentar uma Previdência Social cada vez mais cara,
considerando o crescente envelhecimento da população. Presencia a implementação
de políticas econômicas de curto prazo, que geram um dívida ambiental e
climática crescente que lhes dificultará a vida, tornando-a mais pesada, com
menor qualidade e sem facilidades a desfrutar.
AMBIENTE
E CLIMA Pode ser valioso situar a insatisfação social num
contexto de longo prazo e de encadeamento de causas e efeitos. Aos motivos mais
visíveis e manifestados expressamente das insatisfações sociais, é oportuno
explicitar que em sua origem muitas remontam a fatores ambientais e climáticos.
Jared Diamond, em seu livro Colapso (Editora
Record), mostrou que a instabilidade política e a insatisfação social em muitas
sociedades decorreram de desequilíbrios ambientais, de destruição da base
natural que sustenta as sociedades, da exaustão de recursos naturais.
O
encadeamento de problemas que leva ao colapso começa com a sobrecarga no
ambiente, o esgotamento de recursos e da capacidade de suporte, mudanças
climáticas, tensão social, empobrecimento econômico, conflitos políticos e
finalmente o colapso. A escassez e encarecimento dos alimentos, por exemplo,
frequentemente têm origem em secas e eventos climáticos extremos, que tendem a
se tornar mais intensos e freqüentes.
Muitas
sociedades estão se tornando incapazes de relacionar-se, de modo duradouro, com
a infraestrutura física na qual vivem. Tal incapacidade empobrece a base de
riqueza natural, o que, por sua vez, resulta no empobrecimento econômico e no
acirramento de conflitos políticos e sociais. Esses processos desagregadores
provocam a decadência e o colapso. A cegueira e a surdez dos governantes
decorrem em boa medida da falta de compreensão sobre esses encadeamentos de
problemas. A ecoalfabetização pode, portanto, ser um modo eficaz de reduzir esse
déficit de entendimento.
As
revoltas nas ruas se assemelham a terremotos oriundos do ajustamento das placas
tectônicas, com liberação de forte energia. Em tsunamis, tal energia resulta na
produção de uma grande onda e de sucessivas ondas menores. Os anos de 1848
(levantes na Europa), 1917 (Revolução Russa) e 1968 (maio em Paris) são
historicamente rememorados como períodos de explosão de insatisfação social com
violência. A independência da Índia, em 1947, a queda do muro de Berlim, em
1989, as lutas pela igualdade racial lideradas por Martin Luther King nos
Estados Unidos, a conciliação promovida por Nelson Mandela na África do Sul e o
fim do apartheid são, em contraste, referências relevantes de transformações
realizadas de forma não violenta durante décadas.
Procurar
compreender as raízes ecológicas profundas das insatisfações sociais, situá-las
como sinais e sintomas de uma crise maior no contexto da evolução social e
política da humanidade, pode ser valioso para se participar ativamente ou como
observadores conscientes nesses processos que se desenvolvem em nosso tempo.”
Eis, portanto, mais páginas contendo importantes,
incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise
de liderança de nossa história – que é de ética,
de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas
educacionais, governamentais, jurídicas,
políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de
modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais
livres, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...
Assim, urge ainda a efetiva problematização de
questões deveras cruciais como:
a) a
educação – universal e de qualidade, desde
a educação infantil (0 a 3 anos de
idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo
da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira
série do ensino fundamental, independentemente
do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade
absoluta de nossas políticas públicas;
b) o
combate, implacável e sem trégua,
aos três dos nossos maiores e mais avassaladores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente,
competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se - em patamares
civilizados, ou seja, próximos de zero; II – a corrupção, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da
vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária
ordem; III – o desperdício, em todas
as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos,
inexoravelmente irreparáveis;
c) a
dívida pública brasileira, com
projeção para 2014, segundo o Orçamento Geral da União, de exorbitante e intolerável
desembolso de cerca de R$ 1 trilhão, a
título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (apenas com esta
rubrica, previsão de R$ 639 bilhões), a exigir igualmente uma imediata,
abrangente, qualificada e eficaz auditoria...
Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão
descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a
nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais contundente ainda, afeta
a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e
regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores
como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias,
hidrovias, portos, aeroportos); a educação;
a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos
sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana
(trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às
commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência
social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas;
polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência,
tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações;
qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –,
transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade, criatividade,
produtividade, competitividade); entre outros...
São gigantescos desafios, e bem o sabemos, mas que,
de maneira alguma, abatem o nosso ânimo nem
arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta
grande cruzada nacional pela cidadania e
qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente justa, ética, educada, civilizada,
qualificada, livre, soberana, democráticas, desenvolvida e solidária, que
possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e
potencialidades com todas as
brasileiras e com todos os
brasileiros, especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos
e que contemplam eventos como a Copa do Mundo; a Olimpíada de 2016; as obras do
PAC e os projetos do pré-sal, à luz das exigências do século 21, da era da
globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do
conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um
possível e novo mundo da justiça, da
liberdade, da paz, da igualdade – e com
equidade –, e da fraternidade
universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a
nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!...
O
BRASIL TEM JEITO!...
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