“O
despertar para uma vida em união com o espírito
O compromisso, único e
exclusivo, que se assume quando se adere à vida do Espírito é manifestar a
vontade de Deus, e isso se faz com verdade, autenticidade e clareza.
No
desenvolvimento da consciência, os conflitos internos que se manifestam por
meio de formas são como cuidadosas mãos que sustentam uma criança que aprende a
caminhar. Porém, como já vimos, esses contatos não devem constituir uma meta. A
aproximação da consciência à realidade não deve ter objetivo material algum,
mas somente a entrega a essa realidade Maior, Suprema.
Quando
o indivíduo tem a capacidade de perceber a vida em planos sutis, superiores,
esse dom é utilizado por Deus e torna-se instrumento de serviço sempre que a
necessidade assim o indica. Porém, em geral, uma progressiva elevação vai
acontecendo no processo evolutivo do indivíduo, conduzindo-o a uma maior
unificação com a energia e levando-a mais a vivenciá-la como essência do que a
perceber as formas, ainda que sutis, das quais ela se reveste.
Cristo
não veio à Terra transmitir visões ou mensagens, mas veio a ser a energia que
trazia no interior. Sua própria vida foi a grande mensagem que deixou ao mundo,
ainda que poucos a tenham observado em profundidade. Analogamente, à medida que
uma consciência passa do estágio de receptor para o de autor, ela deixa de ser
portadora de uma energia aparentemente externa para expressar a vibração do seu
próprio ser, a parcela que lhe cabe dentro do Todo.
Esse
despertar para ser corresponde à sua união com o espírito, e é por esse motivo
que está sendo claramente dito que estamos em uma etapa em que o espírito já
pode transmitir ao nosso interior a qualidade que nos cabe expressar. Se a
gratidão por tudo o que recebemos está presente, etapas completamente novas se
instalam com maior liberdade, e mais raros serão os casos de experiências
vividas e já superadas.
É bom
ressalvar, no entanto, que um indivíduo apto a obter indicações formais dos
planos sutis, espirituais, é em potencial um instrumento de serviço, e será
utilizado todas as vezes que no desenvolvimento do Plano Divino surgir a
necessidade. Sua abertura para isso de modo algum se incompatibiliza com a evolução
do seu ser; ao contrário, quanto mais lhe é dada a oportunidade de servir, mais
ele se realiza em seu destino, pois qualquer que seja a maneira de expressar
esse serviço, nela estará incorporada a plenitude da existência se tem como
origem um impulso da Fonte da Vida.
Muitas
vezes situações planetárias, grupais ou individuais lhe são reveladas por meio
de imagens ou mensagens, situações que necessitam da irradiação de energias de
transformação e de cura. No silêncio da entrega, o servidor deve estar
disponível para essa tarefa.
Para
cada um está definida uma cor e um som, e também por isso não há mais tempo
para processos pessoais, para a busca de autoaperfeiçoamento ou mesmo para a
conquista de qualidades superiores; estes são tempos de ser, tempos de uma
total despreocupação pelo que humanamente somos, de deixarmo-nos expressar o
que mais sublime já vive em nosso interior. A estreita passagem do reino humano
para o reino espiritual torna-se larga quando vista pelos olhos daqueles que se
entregaram e que se esqueceram de si mesmos.”
(TRIGUEIRINHO.
Escritor, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 21 de junho de 2015, caderno O.PINIÃO, página 22).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a
Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 19 de junho
de 2015, caderno OPINIÃO, página 7,
de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE
AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente
integral transcrição:
“Educação
em pauta
A sociedade brasileira
está convocada a conhecer as mudanças em curso no campo da educação. Um tema de
interesse social incontestável. A educação é decisiva na vida de cada cidadão e
no conjunto da cultura. Por isso mesmo, os processos educativos precisam ser
bem acompanhados para evitar desvios e descompassos. Equívocos na condução
desse campo podem condenar gerações a pagar alto preço. Neste momento, a
educação está em pauta e todos, particularmente as famílias, pensando no futuro
das crianças e jovens, devem se informar e acompanhar tudo o que se propõe para
essa área estratégica. Nesse caminho, é importante conhecer o documento final
da 2ª Conferência Nacional de Educação (Conae 2014), realizada entre 19 e 23 de
novembro passado.
Um
aspecto positivo é a parceria entre Congresso Nacional, sistemas de ensino,
órgãos educacionais e a sociedade civil, em busca de uma articulação da
educação nacional como uma política de Estado. Os desdobramentos desse processo
devem levar os vereadores de todos os municípios e dos deputados estaduais a se
empenharem na busca da efetivação do que é indicado no Plano Nacional de
Educação. Mas, para que ocorram avanços, todos os cidadãos precisam conhecer as
propostas, refletir e expor suas convicções para os representantes do povo. É
importante observar, especialmente, os interesses da família, instituição de
imensurável relevância na sociedade.
Não se
pode iludir diante da nefasta consideração de que a instituição familiar é algo
antiquado. Também é inadequado o questionamento a respeito do modelo de família
cristã, referência não apenas para os que professam a fé, pois é sustentáculo
incontestável e imprescindível de toda a sociedade. Nesse sentido, é preciso
redobrar a atenção e participar da luta para que o Plano Nacional de Educação
não exclua família do processo educativo. Educar não é tarefa exclusiva do
Estado. Reivindica-se que o Estado consiga cumprir a sua tarefa de promover um
ensino qualificado, missão que, lamentavelmente, ainda não é bem exercida.
Porém, para o Estado avançar no exercício desse dever, precisa decisivamente da
contribuição das famílias, importantes comunidades educativas.
É no
contexto familiar que o homem e a mulher são educados para viver a plenitude de
sua dignidade pessoal, em todas as dimensões. Há valores que só podem ser
aprendidos na família. Por isso, a inclusão da prejudicial ideologia de gênero
no Plano Nacional de Educação é motivo de preocupação. Trata-se de uma
ideologia com fragilidades antropológico-culturais que, ao ser inserida no
Plano Nacional determinará o ensino de que ninguém nasce homem ou mulher, mas
que deve construir sua identidade, isto é, o seu gênero, ao longo da vida.
Gênero seria uma construção pessoal. As crianças não deveriam aprender que são
meninos e meninas. Essa absurda compreensão estaria no material didático e o
papel educativo da família seria anulado e usurpado. O poder educativo ficaria
concentrado nas mãos do ente federado, a partir da orientação de uma ideologia
nefasta. Por isso, afirmou bem o papa Francisco que a “ideologia de gênero é
contrária ao plano de Deus”.
Atenção,
reflexão e acompanhamento são necessários porque muitos princípios e objetivos
regem o Plano Nacional de Educação. As metas incluem a promoção da
alfabetização, a universalização do atendimento escolar, melhoria da qualidade
da educação, formação para o trabalho e para a cidadania, a promoção do
princípio da gestão democrática da educação e, também, a promoção humana,
científica, cultural e tecnológica do país. Esse documento estabelece, ainda,
meta de aplicação de recursos públicos em educação, a partir do Produto Interno
Bruto, para assegurar atendimento às necessidades de expansão, com padrão de
qualidade e equidade. Além disso, o plano contempla a valorização dos
profissionais de educação, a promoção dos princípios do respeito aos direitos
humanos, à diversidade e à sustentabilidade socioambiental.
Porém,
a inclusão da chamada ideologia de gênero no Plano Nacional de Educação é ponto
crucial que exige atenção e posicionamento dos cristãos e de todos os que não
admitem a desconsideração de valores antropológicos inegociáveis. É urgente
conhecer minimamente o assunto em questão. De modo rápido, todo cidadão deve
buscar o diálogo com vereadores e deputados estaduais para a ideologia de
gênero seja radicalmente rechaçada. A sociedade não pode correr o risco de
sofrer prejuízos irreversíveis. A educação está em pauta e é preciso,
urgentemente, agir em defesa da família.”
Eis, portanto, mais páginas contendo importantes,
incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise
de liderança de nossa história – que é de ética,
de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas
educacionais, governamentais, jurídicas,
políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de
modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais
livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente
desenvolvidas...
Assim, urge ainda a efetiva problematização de
questões deveras cruciais como:
a) a
educação – universal e de qualidade –, desde
a educação infantil (0 a 3 anos de
idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo
da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira
série do ensino fundamental, independentemente
do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas
públicas (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja
verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira
incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria;
a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da
participação, da sustentabilidade...);
b) o
combate implacável, sem eufemismos e
sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:
I – a inflação, a exigir permanente,
competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares
civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa
de juros do cartão de crédito subiu 1,7 ponto percentual em abril e atingiu
347,5% ano ano...); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa
promiscuidade – “dinheiro público versus interesses privados”
–, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando
incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a
simples divulgação do balanço auditado da Petrobras, que, em síntese, apresenta
no exercício de 2014 perdas pela corrupção de R$ 6,2 bilhões e prejuízos de R$
21,6 bilhões, não pode de forma alguma significar página virada – eis que são valores simbólicos –, pois em nossos
515 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes,
desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então,
a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar
inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, e
segundo o estudo “Transporte e Desenvolvimento – Entraves Logísticos ao
Escoamento de Soja e Milho, divulgado pela Confederação Nacional do Transporte,
se fossem eliminados os gastos adicionais devido a esse gargalo, haveria uma
economia anual de R$ 3,8 bilhões...);
c) a
dívida pública brasileira - (interna e
externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com projeção para
2015, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União, de exorbitante e
insuportável desembolso de cerca de R$
1,356 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos
(apenas com esta rubrica, previsão de R$
868 bilhões), a exigir IMEDIATA,
abrangente, qualificada e eficaz auditoria...
(ver também www.auditoriacidada.org.br).
Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão
descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a
nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a
credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e
regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores
como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias,
hidrovias, portos, aeroportos); a educação;
a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos
sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana
(trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às
commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência
social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas;
polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência,
tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações;
qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –,
transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e
melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre
outros...
São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que,
de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e
nem arrefecem o nosso entusiasmo e
otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação
verdadeiramente participativa, justa,
ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e
desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas
riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos
os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos
bilionários previstos e que contemplam eventos como a Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os
projetos do Pré-Sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização,
da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação,
das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a
nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!
O
BRASIL TEM JEITO!...
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