“A
respiração correta nos ajuda a pensar ordenadamente
É importante que o ser
humano desenvolva a capacidade de observar e de aperfeiçoar as funções vitais
do seu corpo no dia a dia. À medida que percebe essas funções e lhes dá atenção
– ao sono, à alimentação, ao despertar, ao adormecer, ao ato de respirar, entre
outras –, cria menos atritos e ganha mais energia. Adquire mais equilíbrio e
harmonia. Suas funções vitais se desdobram, tornam-se mais sutis: deixam de
obedecer apenas aos instintos de sobrevivência e começam a apresentar novos
aspectos, subjetivos.
Vejamos
a respiração: o movimento respiratório tem duas fases: a da inalação e a da
exalação. Entre elas há uma pausa, por menor que seja. Entre a inalação e a
exalação, a mente fica disponível para receber os impulsos da alma. Já entre a
exalação e a inalação, transfere esses impulsos recebidos ao cérebro, e eles se
exteriorizam como pensamento. A respiração está, portanto, diretamente ligada
ao ato de pensar. Influi na qualidade, na intensidade e na abrangência do
pensamento.
O
aprimoramento do ato de respirar influencia a vida de pensamentos de modo
positivo. Além disso, a respiração correta alimenta o magnetismo superior.
O ato
de respirar não se resume, portanto, em inalar oxigênio e exalar gás carbônico.
Devemos valorizá-lo, atentos às energias universais que nos circundam e que se
encontram em nosso interior. Aos poucos, então, teremos mais consciência do seu
real significado.
Se
inalamos e exalamos profundamente, os tecidos ganham mais vitalidade.
Adquirimos também flexibilidade, pois a respiração está relacionada com a
prontidão em reconhecer o que é correto e necessário a cada momento. Pelo
aprimoramento da respiração, preparamo-nos para seguir com agilidade os
impulsos que vêm do mundo interior. A respiração correta ajuda-nos a pensar
ordenadamente, a nos valer do lado mais sutil e subjetivo da mente.
Os
efeitos da boa respiração repercutem nas demais funções vitais do organismo. E,
sobretudo, ajudam-nos a corrigir nossa atitude diante da vida em geral.
Se
respiramos corretamente, estamos injetando energia em todas as funções do
organismo, com incalculáveis benefícios para os sistemas do nosso corpo. Nosso
campo de ação se expande e passamos a ter maior percepção das coisas da vida.
Há
várias modalidades de exercícios para se chegar a uma boa respiração, mas cada
um de nós precisa encontrar a sua própria maneira de aperfeiçoá-la. Podemos,
por exemplo, dispor-nos a estar atentos à respiração no dia a dia. Podemos,
além disso, reservar alguns minutos do dia para observá-la.
A
diminuição da frequência respiratória significa que o mundo interior está
permeando mais o mundo mental e o cérebro físico. Na respiração mais pausada, o
intervalo entre inalação e exalação se alonga, e esse é o momento da descida da
energia da alma para a mente. Como decorrência, a realidade subjetiva pode
permear o cérebro com maior intensidade e, assim, começamos a ter pensamentos
condizentes com o que de verdade somos.”
(TRIGUEIRINHO.
Escritor, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 3 de agosto de 2014, caderno OPINIÃO, página 20).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania
e Qualidade vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 12 de junho de 2015, caderno OPINIÃO, página 11, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo
metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral transcrição:
“Princípios
e ideologias
A sociedade brasileira,
obviamente no contexto mundial, mais amplo, está também desafiada a avaliar no
conjunto de suas crises a configuração das colisões entre princípios éticos e
ideologias. Esses embates precisam ser administrados com o mínimo de
racionalidade, para não se correr o risco de polarizações que vão acelerar
processos de intolerância. Deve, sempre, sobressair o exercício do
entendimento, cujo ponto de partida é a preservação de princípios inegociáveis,
o que inclui o respeito incondicional ao outro.
Ao
assumir posturas ideológicas, não se pode passar por cima, desrespeitosamente,
de valores e princípios de outras pessoas, de diferentes segmentos da sociedade
nas suas configurações religiosas, sociais e políticas. O desrespeito,
certamente, é uma das fontes da crise humanística e comunitária. Suas consequências podem ser
irreversíveis: ódio, disputa e permissividade que comprometerão o mínimo de
civilidade e de convívio fraterno. Aliás, a sociedade brasileira, com seus
diferentes grupos, já está sofrendo com situações que expõem radicalismos e
fundamentalismos. Evidentemente, esses episódios tornam a paz mais distante. Há
uma facilidade irracional para agredir, acusar e espalhar mentiras. Ações que
ferem o tecido da cultura brasileira e ganham amplitude nas redes sociais e nos
tradicionais meios de comunicação.
Eventos
públicos, como os recentemente realizados nas grandes capitais do país, não
podem agredir símbolos religiosos e misturar o direito de defesa de
perspectivas com atitudes hostis. A ordem pública tem que se posicionar para
que as banalizações não tomem conta da sociedade, um processo perigoso que
corrói o núcleo da consciência coletiva. O que movimentos e grupos promoveram,
por exemplo, nas ruas de São Paulo é ofensa aos cristãos, pois se trata de
banalizar os símbolos religiosos, um ato irracional. A defesa da pluralidade
não justifica e não confere direito a qualquer grupo ou pessoa de assumir
posturas marcadas por intolerâncias.
Os
cristãos têm o direito e o dever de mostrar que a defesa de uma sociedade
plural passa por um caminho diferente do que é trilhado por quem busca agredir
a fé. Não se conquista a paz e o respeito ferindo princípios de uma confissão
religiosa, ainda mais de maneira debochada. Diante do ocorrido em São Paulo,
todo cristão é chamado a expressar ainda mais os princípios de sua fé. Deixar
ficar por isso mesmo, sem esse educativo protesto, é ser conivente com um
processo que, à primeira vista, parece ser aceitável como expressão
democrática. Contudo, trata-se de uma precipitação tácita e perigosa da
sociedade num caos produzido pela relativização abominável de princípios e
valores.
É
hora, portanto, de um alerta geral. Os deboches e desrespeitos promovidos por
parte de um grupo – que merece ser respeitado, cada um de seus integrantes
reconhecidos em sua dignidade humana – são a “ponta de um iceberg”. Revelam
posturas que não podem passar despercebidas. A sociedade, com seus diversos
segmentos, tem o desafio de acompanhar o processo em curso para se posicionar
sobre importantes temas. Em especial, a respeito da inclusão da chamada
ideologia de gênero nas diretrizes da educação nacional, um tema que ainda não
é de domínio público. No horizonte dessa mudança, entre outros pontos, a escola
– e não a família – teria a tarefa de ajudar o menino ou a menina a discernir a
sua identidade sexual. Isso significa passar por cima de dimensões
antropológicas e éticas que são valores inegociáveis no âmbito da moral e da
confissão religiosa cristã.
Esse
tema traz impactos na vida de muitas pessoas. É um alerta para a indispensável
participação de diferentes segmentos da sociedade, para que não se pague o alto
preço por negociar princípios em razão de ideologias. Urge, portanto, conhecer
os muitos processos que estão em rota de colisão com o bem da sociedade para
detê-los. Quem ainda desconhece essas questões deve buscar orientação e
informações. Ainda há tempo para firmar um posicionamento.”
Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas
e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de
liderança de nossa história – que é de ética,
de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas
educacionais, governamentais, jurídicas,
políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de
modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais
livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...
Assim, urge ainda a efetiva problematização de
questões deveras cruciais como:
a) a
educação – universal e de qualidade –, desde
a educação infantil (0 a 3 anos de
idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo
da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira
série do ensino fundamental, independentemente
do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas
públicas (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja
verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira
incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria;
a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da
participação, da sustentabilidade...);
b) o
combate implacável, sem eufemismos e
sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:
I – a inflação, a exigir permanente,
competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares
civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa
de juros do cartão de crédito subiu 1,7 ponto percentual em abril e atingiu
347,5% ano ano...); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa
promiscuidade – “dinheiro público versus interesses privados”
–, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando
incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a
simples divulgação do balanço auditado da Petrobras, que, em síntese, apresenta
no exercício de 2014 perdas pela corrupção de R$ 6,2 bilhões e prejuízos de R$
21,6 bilhões, não pode de forma alguma significar página virada – eis que são valores simbólicos –, pois em nossos
515 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes,
desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então,
a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar
inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, e
segundo o estudo “Transporte e Desenvolvimento – Entraves Logísticos ao
Escoamento de Soja e Milho, divulgado pela Confederação Nacional do Transporte,
se fossem eliminados os gastos adicionais devido a esse gargalo, haveria uma
economia anual de R$ 3,8 bilhões...);
c) a
dívida pública brasileira - (interna e
externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com projeção para
2015, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União, de exorbitante e
insuportável desembolso de cerca de R$
1,356 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos
(apenas com esta rubrica, previsão de R$
868 bilhões), a exigir imediata, abrangente, qualificada e eficaz auditoria... (ver também
www.auditoriacidada.org.br).
Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão
descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a
nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a
credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e
regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores
como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias,
hidrovias, portos, aeroportos); a educação;
a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos
sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana
(trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às
commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência
social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas;
polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência,
tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações;
qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –,
transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e
melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre
outros...
São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que,
de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e
nem arrefecem o nosso entusiasmo e
otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação
verdadeiramente participativa, justa,
ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e
desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas
riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos
os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos
bilionários previstos e que contemplam eventos como a Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os
projetos do Pré-Sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização,
da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da
inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo
mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com
equidade –, e da fraternidade
universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a
nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!
O
BRASIL TEM JEITO!...
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