“A
importância de manter uma
constante atenção na vida diária
Poucas são as pessoas
que, de verdade, observam e conhecem os movimentos profundos e mais influentes
da vida. Diferente dos movimentos superficiais, em que a maior parte das
pessoas baseia suas decisões, do interior do nosso ser podem vir indicações
importantes para toda a trajetória de vida.
Se
ficarmos desatentos e se somos imprecisos, tendemos a perder os impulsos que
determinam modificações em nosso destino. E observar é fundamental para não
permanecermos circunscritos à superfície dos fatos.
Poderíamos
estar mais atentos às manifestações dos nossos corpos – o físico, o emocional e
o mental –, bem como a tudo que nos cerca. Mas, em geral, nem notamos as
delicadas indicações que o organismo nos envia e com a ajuda das quais o
manteríamos mais saudável. Normalmente é preciso ocorrer algo grave para darmos
atenção que ele nos fala.
E
quantas vezes passamos diante de uma porta mal fechada, de um tapete mal colocado,
quantas vezes entramos em uma sala repleta de coisas fora do lugar sem observar
essas desarmonias? É preciso saber que qualquer coisa colocada em lugar errado
altera a atmosfera sutil do ambiente.
Quando
aspiramos ao mundo interno e às indicações que provém dele, precisamos nos
preparar para contatá-lo. Desse preparo faz parte aprender a ordenar de maneira
impecável a vida externa. E isso nada tem a ver com mania de ordem. Temos de
ser precisos na vida externa, em todos os detalhes, para receber indicações
internas com maior amplitude.
A
atenção aos nossos pensamentos também é de fundamental importância. Normalmente
pensamos o que queremos e desconhecemos como um pensamento começou. É
necessário ir à origem, para modificá-la e assim deixar de pensar daquela
maneira.
Ademais,
se estivermos atentos a tudo que pensamos teremos o ritmo dos pensamentos
serenado. Com isso deixamos de ser surpreendidos por pensamentos indesejáveis e
poderemos transformá-los em positivos logo que se anunciam e antes mesmo que se
instalem.
Pensamentos
desordenados e supérfluos acarretam várias desarmonias. Há pessoas que sentem
sono incontrolável. Outras, ao longo do tempo tornam-se irritadiças. E há gente
que se sente sempre fatigada, sem descobrir o verdadeiro motivo disso. É bom
que se saiba que muitos tipos de cansaço advém do descontrole dos pensamentos.
Quando
não se desenvolve decididamente a atenção, muitas vezes damos maior importância
ao que é secundário, gastando uma energia enorme, por exemplo, em comentários
sobre o que não nos diz respeito.
Toda a
distração é perda de energia. Por isso, no caminho espiritual a conquista da
atenção é da maior importância.
Uma
vez atentos, poderemos perceber até mesmo a causa do que nos acontece.
Atuaremos, então, de modo muito mais preciso na vida externa. E, se nos
mantivermos alertas ao que fazemos, sentimos e pensamos, seremos capazes não
apenas de com consciência equilibrar nossos atos desarmoniosos do passado, mas
também de, até certo ponto, determinar o futuro.
Para
percebermos a energia da alma e os impulsos que dela provém temos de estar
atentos. E nesta atitude, a instrução interna pode chegar por meio de um
impulso, um sinal ou uma revelação da alma. Mas quem os percebe? Se estivermos
atentos, podemos perceber grandes possibilidades, e novos caminhos nos são
abertos.”.
(TRIGUEIRINHO.
Escritor, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 17 de abril de 2016, caderno O.PINIÃO, página 7).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a
Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 22 de abril
de 2016, caderno OPINIÃO, página 7,
de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE
AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente
integral transcrição:
“Lições
de cidadania
Os cenários não são
inspiradores quando se constata a violência crescente na sociedade brasileira.
São números de uma nação em guerra. Também é aflitivo o aumento do desemprego e
não menos desoladora é a sensação que nasce a partir de uma pergunta ainda sem
resposta: como vai ser o desfecho de toda essa situação política e econômica
que caracteriza o atual momento do Brasil? Esse sentimento de desolação
torna-se mais forte diante da espetacularização do que se passa no recôndito do
Parlamento. Nesse âmbito, o que se verifica são manifestações sem qualquer
ordenamento, comparáveis às que ocorrem nos estádios esportivos. Os estádios são
o lugar de entusiasmadas manifestações, da informalidade, local de explosões de
alegrias e de conquistas, diante de um adversário que apenas é o outro time,
derrotado naquela oportunidade, mas que pode reverter o placar em partida que
ocorrerá pouco tempo depois. Já o Parlamento exige conduta diferente, pois é
âmbito que reúne os representantes da sociedade. Nas ruas, a população deu
lições a esses representantes, quando fez vir à tona traços qualitativos de
civilidade e de nobreza, no uso do sagrado direito de divergir, mantendo a
urbanidade.
O povo
indicou para os que estão no exercício do poder a necessidade de atitudes bem
diferentes das que se restringem aos gestos, palavras e posturas de
intolerância e de acirradas disputas, fora do território da nobreza que
configura a autêntica cidadania. A população pede mudanças urgentes e respostas
novas com incidência nas dinâmicas, funcionamentos e rumos da sociedade,
particularmente no âmbito da economia e da política. As manifestações nas ruas
apontam a inépcia dos que governam. São o grito que pede aos que detêm poder
novas posturas, marcadas pela nobreza de ocupar lugares e postos exclusivamente
para promover o bem comum. Não há espaço para interesses mesquinhos e
partidários, que alimentam a corrupção e a insensibilidade.
A
pluralidade das manifestações do povo brasileiro nas ruas, domingo passado, é
broto de esperança na recuperação e na consolidação de uma cidadania que pode
reverter os quadros deprimentes das crises instauradas. No contexto da atitude
tolerante e respeitosa entre diferentes estão, incontestavelmente, hospedados
outros valores e princípios que precisam vir à tona, ocupando os espaços da
consciência para alicerçar condutas que façam jus à história e à índole do povo
brasileiro. Essa luz no fim do túnel exige das classes dirigentes, dos
formadores de opinião, dos detentores de poder na economia e na
intelectualidade posturas corajosas, marcadas pela generosidade e capacidade
para o diálogo.
O povo
não quer espetáculos nas suas casas de representação, mas seriedade,
inteligência e urbanidade. A população não busca “salvadores da pátria”, mas
representantes que, na luta de cada dia, se empenhem para fazer o bem, sem
manipulações. A lição dada pelo povo nas ruas, para além de qualquer romantismo,
comprova o poder transformador do desejo de se fazer o bem. Que a presença
cidadã do povo nas ruas, augurada como atitude permanente na travessia crítica
desse momento político, mexa no mais fundo da consciência de todos,
particularmente dos representantes e servidores do povo. Isso certamente
ajudará a dissipar truculências, arbitrariedades, autoritarismos e
desavergonhadas defesas de atitudes que estão na contramão da verdade, do bem e
da justiça.
Continue
o povo a cultivar e a testemunhar lições de cidadania, mesmo em momentos
críticos e tensos, para inspirar e exigir dos que são seus representantes no
exercício do poder se fazerem eternamente aprendizes. E que a classe política
não deixe secar a fonte da sabedoria que faz a vida ter sentido – ela deve ser
vivida como oportunidade para servir o outro, não a interesses próprios ou
partidários. Sejam os representantes do povo aprendizes para buscar o bem
comum, caminho de reconstrução da cidadania.”.
Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e
oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança
de nossa história – que é de ética, de
moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e
sustentavelmente desenvolvidas...
Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras
cruciais como:
a)
a educação
– universal e de qualidade –, desde a educação
infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em
pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas
crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –,
até a pós-graduação (especialização,
mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade
absoluta de nossas políticas públicas (enfim, 125 anos depois, a República
proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução
educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do
país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da
justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da
sustentabilidade...);
b)
o combate
implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e
mais devastadores inimigos que são: I – a inflação,
a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se
em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco
Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em março a ainda
estratosférica marca de 432,24% para um período de doze meses; e mais, em
fevereiro, o IPCA acumulado nos doze meses chegou a 10,36%...); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa
promiscuidade – “dinheiro público versus interesses privados”
–, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando
incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a
lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato,
Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso
específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e
que vem mostrando também o seu caráter transnacional; eis, portanto, que todos os valores que vão
sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 515
anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios,
malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a
corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar
inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo,
segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a
“... Desconfiança das empresas e das famílias é
grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase
nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses
recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à
ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de
infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de
planejamento...”;
c)
a dívida
pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e
municipal) –, com projeção para 2016, apenas segundo a proposta do
Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,348 trilhão, a título de juros,
encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão
de R$ 1,044 trilhão), a exigir
alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar,
sim, até o último centavo;
-
rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
-
realizar uma IMEDIATA, abrangente,
qualificada, independente e eficaz auditoria...
(ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda
a propósito, no artigo Melancolia,
Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente
degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das
contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);
Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta
de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já
combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de
poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições,
negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à
pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas
e sempre crescentes necessidades de ampliação
e modernização de setores como: a gestão
pública; a infraestrutura (rodovias,
ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada,
esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística
reversa); meio ambiente; habitação;
mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda;
agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência
social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança
pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e
desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer;
turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e
operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade
– “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade,
competitividade); entre outros...
São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira
alguma, abatem o nosso ânimo e nem
arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta
grande cruzada nacional pela cidadania e
qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada,
civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que
possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e
potencialidades com todas as
brasileiras e com todos os
brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários
previstos e que contemplam eventos como a
Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do Pré-Sal, à luz das
exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das
organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas
tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a
nossa esperança... e perseverança!
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
-
Estamos nos descobrindo através da Cidadania e Qualidade...
-
ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por
uma Nova Política Brasileira...
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