segunda-feira, 25 de abril de 2016

A CIDADANIA, A RIQUEZA DA ENERGIA ESPIRITUAL E A EXCELÊNCIA DA PARTICIPAÇÃO NA CONSTRUÇÃO DO BEM COMUM

“A importância de manter uma 
constante atenção na vida diária
        Poucas são as pessoas que, de verdade, observam e conhecem os movimentos profundos e mais influentes da vida. Diferente dos movimentos superficiais, em que a maior parte das pessoas baseia suas decisões, do interior do nosso ser podem vir indicações importantes para toda a trajetória de vida.
         Se ficarmos desatentos e se somos imprecisos, tendemos a perder os impulsos que determinam modificações em nosso destino. E observar é fundamental para não permanecermos circunscritos à superfície dos fatos.
         Poderíamos estar mais atentos às manifestações dos nossos corpos – o físico, o emocional e o mental –, bem como a tudo que nos cerca. Mas, em geral, nem notamos as delicadas indicações que o organismo nos envia e com a ajuda das quais o manteríamos mais saudável. Normalmente é preciso ocorrer algo grave para darmos atenção que ele nos fala.
         E quantas vezes passamos diante de uma porta mal fechada, de um tapete mal colocado, quantas vezes entramos em uma sala repleta de coisas fora do lugar sem observar essas desarmonias? É preciso saber que qualquer coisa colocada em lugar errado altera a atmosfera sutil do ambiente.
         Quando aspiramos ao mundo interno e às indicações que provém dele, precisamos nos preparar para contatá-lo. Desse preparo faz parte aprender a ordenar de maneira impecável a vida externa. E isso nada tem a ver com mania de ordem. Temos de ser precisos na vida externa, em todos os detalhes, para receber indicações internas com maior amplitude.
         A atenção aos nossos pensamentos também é de fundamental importância. Normalmente pensamos o que queremos e desconhecemos como um pensamento começou. É necessário ir à origem, para modificá-la e assim deixar de pensar daquela maneira.
         Ademais, se estivermos atentos a tudo que pensamos teremos o ritmo dos pensamentos serenado. Com isso deixamos de ser surpreendidos por pensamentos indesejáveis e poderemos transformá-los em positivos logo que se anunciam e antes mesmo que se instalem.
         Pensamentos desordenados e supérfluos acarretam várias desarmonias. Há pessoas que sentem sono incontrolável. Outras, ao longo do tempo tornam-se irritadiças. E há gente que se sente sempre fatigada, sem descobrir o verdadeiro motivo disso. É bom que se saiba que muitos tipos de cansaço advém do descontrole dos pensamentos.
         Quando não se desenvolve decididamente a atenção, muitas vezes damos maior importância ao que é secundário, gastando uma energia enorme, por exemplo, em comentários sobre o que não nos diz respeito.
         Toda a distração é perda de energia. Por isso, no caminho espiritual a conquista da atenção é da maior importância.
         Uma vez atentos, poderemos perceber até mesmo a causa do que nos acontece. Atuaremos, então, de modo muito mais preciso na vida externa. E, se nos mantivermos alertas ao que fazemos, sentimos e pensamos, seremos capazes não apenas de com consciência equilibrar nossos atos desarmoniosos do passado, mas também de, até certo ponto, determinar o futuro.
         Para percebermos a energia da alma e os impulsos que dela provém temos de estar atentos. E nesta atitude, a instrução interna pode chegar por meio de um impulso, um sinal ou uma revelação da alma. Mas quem os percebe? Se estivermos atentos, podemos perceber grandes possibilidades, e novos caminhos nos são abertos.”.

(TRIGUEIRINHO. Escritor, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 17 de abril de 2016, caderno O.PINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 22 de abril de 2016, caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral transcrição:

“Lições de cidadania
        Os cenários não são inspiradores quando se constata a violência crescente na sociedade brasileira. São números de uma nação em guerra. Também é aflitivo o aumento do desemprego e não menos desoladora é a sensação que nasce a partir de uma pergunta ainda sem resposta: como vai ser o desfecho de toda essa situação política e econômica que caracteriza o atual momento do Brasil? Esse sentimento de desolação torna-se mais forte diante da espetacularização do que se passa no recôndito do Parlamento. Nesse âmbito, o que se verifica são manifestações sem qualquer ordenamento, comparáveis às que ocorrem nos estádios esportivos. Os estádios são o lugar de entusiasmadas manifestações, da informalidade, local de explosões de alegrias e de conquistas, diante de um adversário que apenas é o outro time, derrotado naquela oportunidade, mas que pode reverter o placar em partida que ocorrerá pouco tempo depois. Já o Parlamento exige conduta diferente, pois é âmbito que reúne os representantes da sociedade. Nas ruas, a população deu lições a esses representantes, quando fez vir à tona traços qualitativos de civilidade e de nobreza, no uso do sagrado direito de divergir, mantendo a urbanidade.
         O povo indicou para os que estão no exercício do poder a necessidade de atitudes bem diferentes das que se restringem aos gestos, palavras e posturas de intolerância e de acirradas disputas, fora do território da nobreza que configura a autêntica cidadania. A população pede mudanças urgentes e respostas novas com incidência nas dinâmicas, funcionamentos e rumos da sociedade, particularmente no âmbito da economia e da política. As manifestações nas ruas apontam a inépcia dos que governam. São o grito que pede aos que detêm poder novas posturas, marcadas pela nobreza de ocupar lugares e postos exclusivamente para promover o bem comum. Não há espaço para interesses mesquinhos e partidários, que alimentam a corrupção e a insensibilidade.
         A pluralidade das manifestações do povo brasileiro nas ruas, domingo passado, é broto de esperança na recuperação e na consolidação de uma cidadania que pode reverter os quadros deprimentes das crises instauradas. No contexto da atitude tolerante e respeitosa entre diferentes estão, incontestavelmente, hospedados outros valores e princípios que precisam vir à tona, ocupando os espaços da consciência para alicerçar condutas que façam jus à história e à índole do povo brasileiro. Essa luz no fim do túnel exige das classes dirigentes, dos formadores de opinião, dos detentores de poder na economia e na intelectualidade posturas corajosas, marcadas pela generosidade e capacidade para o diálogo.
         O povo não quer espetáculos nas suas casas de representação, mas seriedade, inteligência e urbanidade. A população não busca “salvadores da pátria”, mas representantes que, na luta de cada dia, se empenhem para fazer o bem, sem manipulações. A lição dada pelo povo nas ruas, para além de qualquer romantismo, comprova o poder transformador do desejo de se fazer o bem. Que a presença cidadã do povo nas ruas, augurada como atitude permanente na travessia crítica desse momento político, mexa no mais fundo da consciência de todos, particularmente dos representantes e servidores do povo. Isso certamente ajudará a dissipar truculências, arbitrariedades, autoritarismos e desavergonhadas defesas de atitudes que estão na contramão da verdade, do bem e da justiça.
         Continue o povo a cultivar e a testemunhar lições de cidadania, mesmo em momentos críticos e tensos, para inspirar e exigir dos que são seus representantes no exercício do poder se fazerem eternamente aprendizes. E que a classe política não deixe secar a fonte da sabedoria que faz a vida ter sentido – ela deve ser vivida como oportunidade para servir o outro, não a interesses próprios ou partidários. Sejam os representantes do povo aprendizes para buscar o bem comum, caminho de reconstrução da cidadania.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a educação – universal e de qualidade –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em março a ainda estratosférica marca de 432,24% para um período de doze meses; e mais, em fevereiro, o IPCA acumulado nos doze meses chegou a 10,36%...); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 515 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com projeção para 2016, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,348 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,044 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a   Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do Pré-Sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

- Estamos nos descobrindo através da Cidadania e Qualidade...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por uma Nova Política Brasileira...  





Nenhum comentário: