sexta-feira, 15 de julho de 2016

A CIDADANIA, UMA PONTE PARA A FRATERNIDADE E OS SEGUROS CAMINHOS PARA A SUSTENTABILIDADE

“Cooperação, uma ponte para 
a verdadeira fraternidade
        No decorrer da evolução, todos têm sido estimulados à convivência fraterna, ao amor e à paz. Mesmo inconscientemente, aspira-se chegar à verdadeira cooperação.
         A aspiração a viver e a trabalhar em harmonia transforma-se em ação positiva quando baseada em valores espirituais. De fato, condutas fraternas vão dissolvendo o egoísmo. Movidos por essa vontade, somos capazes de persistir mesmo quando tudo em volta se opõe ao ato de compartilhar.
A possibilidade de cooperação entre os seres humanos surge da busca da união de cada um com seu nível interno, com sua alma, e essa busca começa se há disponibilidade para modificar a si mesmo e para não se abalar com o modo de agir dos demais. Muitos estão passando por provas importantes, e por meio delas se aproximam da união com seus semelhantes.
Estruturas materiais podem ser demolidas por completo em poucos instantes – mas quem tiver desenvolvido a vontade espiritual e mantiver a fé se sentirá seguro. Sobretudo em tempos turbulentos, como os atuais, é preciso se envolver emocionalmente com os fatos externos. É preciso, também, renunciar a condutas egoístas, pois trazem limitações, sofrimento e dor psíquica.
Na senda da cooperação, a neutralidade é fonte de segurança e paz. Nada abala o coração nem o pensamento quando estão ausentes preferências egoístas ou posições separatistas. A união firma-se e a pessoa mantém-se equilibrada.
         A integração da consciência humana no trabalho fraterno alarga seus horizontes, torna seus problemas mais simples e a leva a transcender o egoísmo e as desarmonias. Assim começa o correto relacionamento com as leis de uma existência incalculavelmente abundante. Para isso, é preciso mais que simples disposição para cumprir tarefas, mas doar a própria vida em prol do bem de todos.
Não antes de a doação ser um gesto natural pode-se descobrir a alegria que brota do puro serviço. Grande é o trabalho a ser feito, e os que assumem a vida de serviço e de cooperação adaptam-se ao cumprimento simultâneo de múltiplas tarefas. Que sejam gratos por tanta oportunidade de ser úteis.
As tarefas são um meio de evolução e, para um coração aquecido pela fraternidade, motivo de alegria; favorecem a autodoação e o autoesquecimento. A solicitude ocupa o lugar dos antigos atos egoístas, e a abundância finalmente emerge.
         Aos que veem na cooperação um caminho de crescimento interior é dito que procurem realizar o que se considera impossível. O empenho humano é autossuficiente para levar adiante o que é visto como possível, mas para colocar em prático o espírito da fraternidade é necessário despertar capacidades adormecidas ou novos potenciais.
         Que contem com recursos ainda desconhecidos, latentes no interior dos seres. É tempo de prontidão e fé. Necessidades reais são sempre supridas na hora certa quando se vive segundo leis espirituais elevadas. E uma dessas leis foi enunciada por Cristo quando disse ao homem que “buscasse primeiro o reino dos céus dentro de si e tudo o mais seria dado por acréscimo”.
A cooperação traz abundância, que nem sempre é grande quantidade, mas a quantidade justa com qualidade. É a vibração da alegria da alma, que se doa e se expressa no mundo das formas, no dia a dia.
Quando se renuncia ao egoísmo, pode-se compartilhar a verdadeira abundância. Pode-se então dizer: “Nada me falta”.”.

(TRIGUEIRINHO. Escritor, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 10 de julho de 2016, caderno O.PINIÃO, página 16).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 14 de julho de 2016, caderno OPINIÃO, página 11, de autoria de RUBENS F. PASSOS, economista pela FAAP e MBA pela Duke University, e que merece igualmente integral transcrição:

“O calote brasileiro
        Em consequência da crise política e do rombo fiscal da União, numerosas políticas públicas ficaram praticamente estagnadas no Brasil. O problema atinge de modo mais contundente os segmentos de menor renda e mais carentes da sociedade, que dependem do Estado para ter acesso à assistência médico-hospitalar, à rede escolar e a um mínimo de segurança alimentar e proteção social.
         Essas são as áreas basilares dos direitos humanos fundamentais e suporte essencial para um projeto de país. Tanto assim que constituem os quatro primeiros dentre os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU), aprovados em setembro de 2015, que pautam a agenda global e dos países até 2030, visando melhorar a vida dos sete bilhões de habitantes da Terra, preservar o meio ambiente e estabelecer uma civilização pacífica.
         Infelizmente, o Brasil não está cumprindo sua parte, em prejuízo de seus próprios habitantes e também da agenda global, considerando o porte e relevância de nossa economia, o fato de nossa população ser uma das maiores e o significado de nossas florestas, biodiversidade e recursos hídricos para o equilíbrio ecológico de todo o planeta.
         O Brasil é importante demais para o mundo! Nos últimos anos, porém, o governo colocou-se acima de toda a Nação, num projeto que priorizou o poder e minimizou os interesses maiores da sociedade. É por isso que ainda temos milhares de crianças e jovens fora das escolas, pessoas sendo tratadas com indignidade nas filas das unidades de saúde e corredores dos hospitais, desemprego elevado agravando a dívida social, falta de segurança alimentar e pública.
         O Estado continua falhando na gestão de recursos: em épocas de vacas gordas, o desperdício e a corrupção; em épocas de vacas magras, a crise política. São 31 anos de democracia, nos quais todos os partidos mostram falta de competência em gerir o Estado. São poucos os bons exemplos de gestão em nível municipal, estadual e federal, e esses deveriam servir de matrizes multiplicadoras.
         É impossível atender a falsas promessas incluídas em nossa Constituição, promulgada em 5 de outubro de 1988. É decisivo que se faça bem o básico e que a sociedade organize-se para trabalhar pelo autodesenvolvimento e realizar além do essencial, com menos burocracia e menos impostos! Não é possível acreditarmos que o Estado é a solução. Ele é parte da solução. Economia de mercado é o único modelo de sucesso deste e do último século. Outros modelos fracassaram.
         Espera-se que o novo governo remanescente do processo de impeachment consiga superar com rapidez os problemas políticos, mantenha um ministério absolutamente isento no âmbito das denúncias de corrupção, resgate a confiança nacional e internacional e retome as políticas públicas essenciais. Também é decisivo que se faça valer, mais do que nunca, o conceito de federação. Governos estaduais e as prefeituras, independentemente da crise federal, precisam cumprir seu papel, que é muito importante para a população, em especial na área do ensino, pois as escolas da educação infantil, do ensino fundamental e do médio pertencem às suas redes.
         Nosso país não está cumprindo os ODS da ONU, dos quais é signatário, numa inadimplência com seu próprio povo. Temos esperança e conhecimento para corrigir erros. Faltam pessoas públicas, mas não faltam brasileiros capazes para que se possa criar um Brasil melhor. Somente avançaremos quando os cidadãos competentes e corretos tornarem-se atores do processo de soluções, colocando sua eficiência a serviço da pátria.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a educação – universal e de qualidade –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em maio a ainda estratosférica marca de 471,3% para um período de doze meses; e, ainda em maio, o IPCA acumulado nos doze meses chegou a 9,32%, e a taxa de juros do cheque especial em históricos 311,3%...); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 516 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com projeção para 2016, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,348 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,044 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a   Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do Pré-Sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

- 55 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016) ...

- Estamos nos descobrindo através da Cidadania e Qualidade...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por uma Nova Política Brasileira...  
        



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