Mostrando postagens com marcador FAAP. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador FAAP. Mostrar todas as postagens

segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A GERAÇÃO MULTI-IDADE , O PROGRESSO DA CIÊNCIA E A HUMANIDADE NA SUSTENTABILIDADE

“A geração MI e o progresso da ciência
        Nesta segunda década do século 21, o ambiente do trabalho, em todos os ramos de atividade, vive uma situação privilegiada: a convivência de profissionais de todas as gerações responsáveis pelas maiores transformações da tecnologia, processos e avanços culturais e sociológicos, desde os baby boomers, filhos da Segunda Guerra Mundial, até os millennials (1991), que começam a ingressar no mercado, passando pelos X (1964/1977) e Y (1990).
         Mais do que rotular cada uma dessas faixas etárias, como se costuma corriqueira e didaticamente proceder, é importante observar e tirar proveito de tudo o que a sua interação no cotidiano das empresas, universidades e organizações de toda ordem pode produzir de útil para cada país e a civilização global. Vivemos, na verdade, o tempo do que poderíamos chamar de Geração MI (multi-Idade), cuja miscigenação intelectual tem sido extremamente fértil em ideias, novas tecnologias, gestão inovadora, capacidade de pesquisa e compliance.
         As organizações contemporâneas somam em suas estruturas de recursos humanos a experiência e o espírito desbravador dos baby boomers, o caráter mais tolerante, humanitário e político da geração X, a cultura da internet, o ímpeto tecnológico, objetividade e imediatismo da Y, e a ansiedade construtiva dos millennials. Quando mais esses elementos foram sinérgicos e houver o compartilhamento de conhecimentos e informações, mais eficaz será o resultado de cada célula de trabalho e das organizações como um todo.
         Assim também é na ciência e na academia. Esta área tão decisiva para o desenvolvimento humano é um exemplo de como as heranças de cada geração vão se agregando aos novos elementos, mesclando-se e contribuindo para os avanços. Ainda na era dos baby boomers, as pesquisas eram integralmente feitas por um único cientista ou grupo de determinada universidade. Hoje, no embalo da geração Y, mais focada em especializações, cada inovação, tecnologia e trabalho em distintas áreas resulta de uma diversidade de estudos, pesquisadores e instituições.
         O novo modelo, contudo, não foi instantâneo. Moldou-se paulatinamente, à medida que se mesclaram culturas das sucessivas gerações. Tempos exemplos muito elucidativos desse processo de transição no Prêmio Péter Murányi, que reconhece trabalhos acadêmicos capazes de transformar a vida de comunidades nos países em desenvolvimento.
         Na edição de 2002, o vencedor foi um estudo desenvolvido na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, em Ribeirão Preto, realizado pelo professor e doutor Sérgio Henrique Ferreira. Ao identificar, no veneno da serpente jararaca, agentes capazes de potencializar o efeito da bradicinina, substância vital no controle da pressão arterial, ele possibilitou  que cientistas dos Estados Unidos dessem andamento à sua pesquisa e criassem o captopril, medicamento para o tratamento da hipertensão. No prêmio de 2012, o vencedor foi trabalho da doutora Teresa Losada Valle, do Instituto Agronômico de Campinas (IAC), sobre o melhoramento das variedades de mandioca. O estudo é uma sequência de pesquisas do IAC, iniciadas em 1935, sobre tubérculos e raízes mais resistentes a pragas e doenças. Nos dois casos, observa-se o viés da diversidade de fontes, tão presente hoje no chamado universo dos Y.
         Ao sugerir a ideia da geração MI, que reflete melhor a realidade da estrutura do trabalho, na qual se mesclam profissionais de distintas idades, busco alertar para a importância, em especial no caso de P&D, de se somarem todas as competências, conhecimentos e experiências, para se eliminar equívocos e se agregar novas práticas. A ciência só tem a ganhar com essa sinergia, em especial se, no embalo dos jovens pesquisadores, empresários e executivos, a produção acadêmica brasileira passar a ter aplicação prática mais ampla nos setores produtivos, registro de patentes e ganhos de competitividade. Nesse processo, a sociedade será a grande vencedora!”.

(PÉTER MURÁNYI, formado em engenharia pela Faap, é vice-presidente da Fundação Péter Murányi, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 13 de janeiro de 2017, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição, caderno e página, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral transcrição:

“Frear as banalizações
        A progressiva banalização do mal revela uma exigência: o confronto dos processos que deterioram o núcleo humanístico essencial de cada pessoa, recôndito sacrossanto da consciência que conduz atitudes e escolhas nos trilhos do bem e da justiça. Sem a superação do sentimento de que o mal é algo natural, não se conquistará a paz. Essas banalizações são uma sucursal do inferno, aprisionando a humanidade. Gradativamente, perde-se a sensibilidade fundamental que capacita, motiva e impulsiona o coração para o perdão e a reconciliação. Consequentemente, prevalece a incapacidade para a convivência fraterna e pacífica. Multiplicam-se os cenários aterrorizantes dos atentados, das chacinas e de outras diversas violências que, além dos prejuízos nefastos e das perdas irreversíveis, vão adoecendo consciências, deturpando entendimentos e formatando – com vícios – as escolhas. Ficam comprometidas as condutas, pois é banido o sentido que se conquista na experiência convincente de que é bom ser bom.
         A reação contrária às banalizações do mal deve nascer de uma articulada e contemporânea retomada do compromisso de se investir na formação moral. Obviamente, isso não pode ser um posicionamento  reacionário marcado por rigidez e intolerâncias. Em vez disso, é um enfrentamento dos descompassos que inviabilizam a convivência solidária, aumentam a indiferença, levando-a um patamar que produz brutalidades, estampadas em chacinas como as ocorridas em presídios, nos homicídios registrados nas cidades, atentados contra a vida em muitos outros lugares. Esses crimes ocorrem de modo fragmentado, disperso, mas, se somados, evidenciam números de uma sociedade em guerra.
         A moralidade tem força pra frear as banalizações agravadas ainda mais pela influência das tecnologias sobre o comportamento humano. De um lado, são verificados avanços fantásticos no universo tecnológico, mas, por outro, surgem verdadeiras “armas de destruição”, quando as relações presenciais são substituídas por “contatos virtuais”. Um contexto preocupante em que, muitas vezes, as interações renunciam ao mais elementar sentido de respeito pelo outro e pelas singularidades. Eis um dos nascedouros da banalização do mal que, nessas situações, se revela na ausência do sentido de igualdade, do apreço pelo outro. As consequências são a perversão do deboche e da manipulação das pessoas, desconsiderando a sacralidade de todos. Trata-se o outro como descartável, compreendendo-o como simples instrumento para se alcançarem certos objetivos pessoais. Por isso, não há alianças e vínculos duradouros, necessários alicerces para uma vida qualificada e verdadeiramente humana.
         Os instrumentos na ordem moral devem incidir na esfera individual, com o balizamento do núcleo familiar, célula da sociedade, e com o empenho das mais diferentes instituições e segmentos, todos comprometidos com um funcionamento eticamente exemplar. Há um terrível dilaceramento do tecido moral que precisa ser recuperado. Isso só é possível a partir da redescoberta dos valores que promovem o altruísmo. Assim, as escolhas não serão somente orientadas pelos critérios do lucro, das vantagens e das comodidades, mas regidas pelo compromisso de se fazer o bem.
         Essa reação exige que todos reconheçam um preocupante fenômeno, consequência da banalização do mal: a perda do sentido da gratidão e da competência para a generosidade. As portas, assim, escancaram-se, cada vez mais, para todo tipo de violência. Nada tem sentido de sagrado, tudo é vulnerável e descartável. O ser humano passa a se habituar a tudo que deveria ser condenado. Banalizam-se as chamadas “pequenas mentiras”, os enganos que sordidamente são produzidos para manipular pessoas e esconder esquemas de corrupção.
         Importante é reconhecer que as violências alimentam essas situações, que, por sua vez, fomentam as violências. Para superar essa perversa dinâmica, é preciso acolher a orientação de Jesus, que também viveu tempos de violência. O Mestre ensinou que o verdadeiro campo de batalha, onde se defrontam a violência e a paz, é o coração humano. Nesse sentido, o papa Francisco pede a cada pessoa, em sua mensagem para o Dia Mundial da Paz: comprometamo-nos, por meio da oração e da ação, a nos tornar pessoas que baniram dos seus corações palavras e gestos a violência, e a construir comunidades não violentas, que cuidem da “casa comum”. O estilo adotado de se viver pautado pela não violência depende de que cada pessoa seja um “coração da paz”. Nobre e pertinente, interpelante e indicativa é também a palavra do papa emérito Bento XVI, ao dizer que a não violência para os cristãos não é mero comportamento tático mas um modo de ser da pessoa, uma atitude de quem está tão convicto do amor de Deus e de seu poder que não tem medo de enfrentar o mal com as armas do amor e da verdade. Assumir esse modo de ser: aí está o caminho único para a moralização capaz de frear as banalizações do mal que deterioram a humanidade.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em novembro a ainda estratosférica marca de 482,05% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial registrou históricos 330,65%; e já em dezembro o IPCA acumulado nos últimos doze meses chegou a 6,29%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 516 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2017, apenas segundo o Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,722 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 946,4 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

- 55 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016) ...

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por uma Nova Política Brasileira...  
        
 
 





          


         

sexta-feira, 15 de julho de 2016

A CIDADANIA, UMA PONTE PARA A FRATERNIDADE E OS SEGUROS CAMINHOS PARA A SUSTENTABILIDADE

“Cooperação, uma ponte para 
a verdadeira fraternidade
        No decorrer da evolução, todos têm sido estimulados à convivência fraterna, ao amor e à paz. Mesmo inconscientemente, aspira-se chegar à verdadeira cooperação.
         A aspiração a viver e a trabalhar em harmonia transforma-se em ação positiva quando baseada em valores espirituais. De fato, condutas fraternas vão dissolvendo o egoísmo. Movidos por essa vontade, somos capazes de persistir mesmo quando tudo em volta se opõe ao ato de compartilhar.
A possibilidade de cooperação entre os seres humanos surge da busca da união de cada um com seu nível interno, com sua alma, e essa busca começa se há disponibilidade para modificar a si mesmo e para não se abalar com o modo de agir dos demais. Muitos estão passando por provas importantes, e por meio delas se aproximam da união com seus semelhantes.
Estruturas materiais podem ser demolidas por completo em poucos instantes – mas quem tiver desenvolvido a vontade espiritual e mantiver a fé se sentirá seguro. Sobretudo em tempos turbulentos, como os atuais, é preciso se envolver emocionalmente com os fatos externos. É preciso, também, renunciar a condutas egoístas, pois trazem limitações, sofrimento e dor psíquica.
Na senda da cooperação, a neutralidade é fonte de segurança e paz. Nada abala o coração nem o pensamento quando estão ausentes preferências egoístas ou posições separatistas. A união firma-se e a pessoa mantém-se equilibrada.
         A integração da consciência humana no trabalho fraterno alarga seus horizontes, torna seus problemas mais simples e a leva a transcender o egoísmo e as desarmonias. Assim começa o correto relacionamento com as leis de uma existência incalculavelmente abundante. Para isso, é preciso mais que simples disposição para cumprir tarefas, mas doar a própria vida em prol do bem de todos.
Não antes de a doação ser um gesto natural pode-se descobrir a alegria que brota do puro serviço. Grande é o trabalho a ser feito, e os que assumem a vida de serviço e de cooperação adaptam-se ao cumprimento simultâneo de múltiplas tarefas. Que sejam gratos por tanta oportunidade de ser úteis.
As tarefas são um meio de evolução e, para um coração aquecido pela fraternidade, motivo de alegria; favorecem a autodoação e o autoesquecimento. A solicitude ocupa o lugar dos antigos atos egoístas, e a abundância finalmente emerge.
         Aos que veem na cooperação um caminho de crescimento interior é dito que procurem realizar o que se considera impossível. O empenho humano é autossuficiente para levar adiante o que é visto como possível, mas para colocar em prático o espírito da fraternidade é necessário despertar capacidades adormecidas ou novos potenciais.
         Que contem com recursos ainda desconhecidos, latentes no interior dos seres. É tempo de prontidão e fé. Necessidades reais são sempre supridas na hora certa quando se vive segundo leis espirituais elevadas. E uma dessas leis foi enunciada por Cristo quando disse ao homem que “buscasse primeiro o reino dos céus dentro de si e tudo o mais seria dado por acréscimo”.
A cooperação traz abundância, que nem sempre é grande quantidade, mas a quantidade justa com qualidade. É a vibração da alegria da alma, que se doa e se expressa no mundo das formas, no dia a dia.
Quando se renuncia ao egoísmo, pode-se compartilhar a verdadeira abundância. Pode-se então dizer: “Nada me falta”.”.

(TRIGUEIRINHO. Escritor, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 10 de julho de 2016, caderno O.PINIÃO, página 16).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 14 de julho de 2016, caderno OPINIÃO, página 11, de autoria de RUBENS F. PASSOS, economista pela FAAP e MBA pela Duke University, e que merece igualmente integral transcrição:

“O calote brasileiro
        Em consequência da crise política e do rombo fiscal da União, numerosas políticas públicas ficaram praticamente estagnadas no Brasil. O problema atinge de modo mais contundente os segmentos de menor renda e mais carentes da sociedade, que dependem do Estado para ter acesso à assistência médico-hospitalar, à rede escolar e a um mínimo de segurança alimentar e proteção social.
         Essas são as áreas basilares dos direitos humanos fundamentais e suporte essencial para um projeto de país. Tanto assim que constituem os quatro primeiros dentre os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU), aprovados em setembro de 2015, que pautam a agenda global e dos países até 2030, visando melhorar a vida dos sete bilhões de habitantes da Terra, preservar o meio ambiente e estabelecer uma civilização pacífica.
         Infelizmente, o Brasil não está cumprindo sua parte, em prejuízo de seus próprios habitantes e também da agenda global, considerando o porte e relevância de nossa economia, o fato de nossa população ser uma das maiores e o significado de nossas florestas, biodiversidade e recursos hídricos para o equilíbrio ecológico de todo o planeta.
         O Brasil é importante demais para o mundo! Nos últimos anos, porém, o governo colocou-se acima de toda a Nação, num projeto que priorizou o poder e minimizou os interesses maiores da sociedade. É por isso que ainda temos milhares de crianças e jovens fora das escolas, pessoas sendo tratadas com indignidade nas filas das unidades de saúde e corredores dos hospitais, desemprego elevado agravando a dívida social, falta de segurança alimentar e pública.
         O Estado continua falhando na gestão de recursos: em épocas de vacas gordas, o desperdício e a corrupção; em épocas de vacas magras, a crise política. São 31 anos de democracia, nos quais todos os partidos mostram falta de competência em gerir o Estado. São poucos os bons exemplos de gestão em nível municipal, estadual e federal, e esses deveriam servir de matrizes multiplicadoras.
         É impossível atender a falsas promessas incluídas em nossa Constituição, promulgada em 5 de outubro de 1988. É decisivo que se faça bem o básico e que a sociedade organize-se para trabalhar pelo autodesenvolvimento e realizar além do essencial, com menos burocracia e menos impostos! Não é possível acreditarmos que o Estado é a solução. Ele é parte da solução. Economia de mercado é o único modelo de sucesso deste e do último século. Outros modelos fracassaram.
         Espera-se que o novo governo remanescente do processo de impeachment consiga superar com rapidez os problemas políticos, mantenha um ministério absolutamente isento no âmbito das denúncias de corrupção, resgate a confiança nacional e internacional e retome as políticas públicas essenciais. Também é decisivo que se faça valer, mais do que nunca, o conceito de federação. Governos estaduais e as prefeituras, independentemente da crise federal, precisam cumprir seu papel, que é muito importante para a população, em especial na área do ensino, pois as escolas da educação infantil, do ensino fundamental e do médio pertencem às suas redes.
         Nosso país não está cumprindo os ODS da ONU, dos quais é signatário, numa inadimplência com seu próprio povo. Temos esperança e conhecimento para corrigir erros. Faltam pessoas públicas, mas não faltam brasileiros capazes para que se possa criar um Brasil melhor. Somente avançaremos quando os cidadãos competentes e corretos tornarem-se atores do processo de soluções, colocando sua eficiência a serviço da pátria.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a educação – universal e de qualidade –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em maio a ainda estratosférica marca de 471,3% para um período de doze meses; e, ainda em maio, o IPCA acumulado nos doze meses chegou a 9,32%, e a taxa de juros do cheque especial em históricos 311,3%...); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 516 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com projeção para 2016, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,348 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,044 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a   Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do Pré-Sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

- 55 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016) ...

- Estamos nos descobrindo através da Cidadania e Qualidade...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por uma Nova Política Brasileira...  
        



sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

A CIDADANIA, A INTELIGÊNCIA EMPRESARIAL, A CRISE E A ÉTICA

“Inteligência empresarial

Muitas empresas ainda não se deram conta de que crescimento e prosperidade estão cada dia mais interligados a duas palavras: business intelligence (BI). Imprescindível para quem quer fazer a diferença, esse sistema, sendo bem utilizado, é capaz de otimizar ações, como o alinhamento de estratégias, o gerenciamento de crises, os planos de expansão, entre outras. O conceito surgiu há 12 anos, mas tem ganhado importância nos últimos cinco anos, pela sua capacidade de planejamento e de gerar conhecimento. No contexto atual, em que as companhias competem globalmente, essa habilidade de aprender com os próprios erros e corrigi-los a tempo se torna um instrumento de importante valor. Com sofisticados relatórios em mãos é possível, por exemplo, descobrir o comportamento dos clientes que ligam os call centers. Tendo a capacidade de unir situações tão abrangentes é possível visualizar melhor o cenário e traçar uma estratégia mais consistente.

A ferramenta também pode reduzir os custos dos processos, tornando-os mais rentáveis. Isso sem contar que, com ela, a empresa provavelmente se tornará mais ágil na tomada de decisões. Esse mundo de possibilidades que se abre é conseqüência das informações obtidas pelas corporações, especialmente se forem novidades no mercado. De posse desses dados, os empresários têm a possibilidade de projetar rapidamente centenas de estimativas para subsidiarem seus projetos e programas de novos negócios. As chances de acerto crescem substancialmente, pois os cenários tornam-se muito mais complexos e transparentes para descobrir quais são as próximas tendências. Ou seja, a inteligência de mercado funcionando como matéria-prima principal para o crescimento empresarial. Mas é preciso fazer algumas considerações, que são fundamentais para o BI funcionar.

A principal é a qualificação do quadro profissional, a expertise humana. Sem ela, o sistema é um verdadeiro elefante branco. Se não houver pessoas que compreendam e analisem os dados para transformá-los em conhecimento, perde-se uma oportunidade de levar inovação para a empresa.

Outro fator é a necessidade de haver um planejamento eficaz, que dê sustentação durante todo o processo. É preciso uma coleta de dados sistemática durante um período de, em média, cinco anos.

Muitas companhias ainda têm resistência ao BI, pelo fato de os resultados não serem imediatos. O retorno apresentado é de médio e longo prazo e o investimento pode ser considerado alto. No entanto, aquelas que quiserem alcançar o diferencial competitivo devem buscar a inovação. Sem BI, e sem inteligência humana, poucas serão bem-sucedidas nesse aspecto.”
(FRANCISCO CASELLA, Manager da Informática Corporation e professor do MBA Executivo da Fundação Álvares Penteado (Faap), em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 13 de dezembro de 2011, Caderno OPINIÃO, página11).

Merece ainda transcrição trecho de reportagem de RENATA TRANCHES, publicada no mesmo veículo, edição de 15 de dezembro de 2011, Caderno INTERNACIONAL, página 19, sob o título Lições de democracia:

“Time homenageia o manifestante

Nova York – Ao escolher a tradicional “personalidade do ano”, a revista norte-americana decidiu homenagear em 2011 a figura do “manifestante”. De acordo com a publicação, trata-se de um reconhecimento às pessoas de todo o mundo, especialmente do Oriente Médio e do Norte da África, que foram às ruas lutar por seus direitos. A capa traz a imagem de um jovem com a metade inferior do rosto coberta por um lenço. E traz estampada a frase “Da Primavera Árabe a Atenas, do ‘Ocupe Wall Street’ a Moscou”.

Ao anunciar a escolha no programa Today show, do canal NBC, o editor da revista Richard Stengel explicou que a decisão homenageia “os homens e as mulheres de todo o mundo, em particular do Oriente Médio, que derrubaram governos e levaram um sentido de democracia e de dignidade a pessoas que antes não os tinham”. “Essas são as pessoas que estão mudando a história e que mudarão a história no futuro”, completou Stengel. “Pensávamos que esses ditadores nunca seriam derrubados. E, então, essas pessoas arriscaram suas vidas, arriscaram suas casas, sua sobrevivência, para sair às ruas e provocar uma mudança que ninguém esperava. É realmente algo transformador, e acredito que está mudando o mundo para melhor.”

Entre os finalistas deste ano estavam Kate Middleton, mulher do príncipe William (do Reino Unido), e o almirante William McRaven, comandante do grupo Seal dos marines norte-americanos que mataram o terrorista Osama bin Laden em uma operação no Paquistão, em maio. O nome de Steve Jobs, um dos fundadores da Apple, também foi citado. Sua morte, este ano, causou comoção em todo o mundo. Mas Stengel explicou que seu nome foi descartado uma vez que 2011 não foi o ano em que transformou a indústria tecnológica.”

E, finalmente, mais uma IMPORTANTE e OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição, caderno e página, de autoria de SÉRGIO CAVALIERI, Presidente da Associação de Dirigentes Cristãos de Empresa (ADCE-MG), e que merece igualmente INTEGRAL transcrição:

“Crise e ética

O mundo e a economia mundial jamais serão os mesmos depois do movimento Ocupe Wall Street e de seu transbordamento pelos principais países europeus – Grécia, França, Espanha, Portugal e Itália – e, igualmente, depois da Primavera Árabe, que derrubou governos na Tunísia, Egito, Líbia, Iêmen e avança forte em direção à Síria. Em todos esses lugares, a mensagem do povo nas ruas é uma só: é hora de subordinar a política e a economia ao império de valores e princípios éticos que, de fato, façam da dignidade e do bem-estar das pessoas o centro de tudo.

Na economia, esses movimentos também querem dizer que o crescimento econômico não pode ser transformado em um objetivo que se esgote em si mesmo e que deve, antes, estar comprometido com a justa distribuição dos frutos do desenvolvimento. Na política, querem dizer que a população não mais admite conviver com o autoritarismo que sustenta governantes déspotas e irresponsáveis do ponto de vista das contas públicas, como se vê todos os dias no relato da imprensa.

São argumentos inquestionáveis. “Somos os 99%” é o principal slogan do Ocupe Wall Street e seus sucedâneos mundo afora, numa alusão clara ao fato de que o poder político e o poder econômico não podem estar a serviço de apenas pequena parte da população, concentrando riqueza e excluindo parcela significativa da sociedade mundial. Enfim, são muitos os recados e o principal deles é o de que assim como a economia e a crise econômica e financeira se globalizaram, a reação indignada da população também atinge escala mundial. Chegou a hora de reinventar o capitalismo.

A análise da crise e de suas origens mostra que faltou responsabilidade aos governantes e líderes empresariais, sobretudo do sistema financeiro, que perderam o sentido da sua verdadeira missão de fomentar o desenvolvimento provendo dinheiro a custos razoáveis, e, gananciosamente, se lançaram à busca desenfreada do lucro exorbitante, causando uma brutal transferência de recursos dos cidadãos e da economia real com o claro objetivo de auferir retorno muito superior ao dos demais setores da atividade econômica. Com a crise, estamos pagando um alto preço por esses desvios e equívocos de um sistema financeiro global mal regulado e que se sustenta em uma dinâmica própria, indutora da instabilidade sobre as economias e nações. Esse é um modelo que privilegia o setor financeiro e a prática da ciranda em nível mundial – com dinheiro podre e sub-prime, gerando riqueza artificial, desprezando a nobreza do trabalho. A inversão da ordem natural – trabalhar, produzir, acumular e depois construir – não poderia ter outro desfecho senão a catástrofe em que o mundo se meteu.

Puxando pela memória recente, vamos nos lembrar do espetacular comprometimento de recursos públicos envolvidos na crise 2008/2009, como tentativa de se restabelecer a confiança no mercado, desnudando a fragilidade do sistema financeiro, excessivamente liberalizado e supervisionado de forma displicente. Também, e principalmente, mostrou que a economia real tornou-se refém de um gigantesco sistema que produziu inovações cada vez mais complexas, opacas e controladas.

A crise mostra que esse é um modelo vencido. E essa é a mensagem que vem dos movimentos que ocupam as praças das principais capitais mundiais e que expressam a reação indignada da população diante do preço que lhe é cobrado para salvar agências hipotecárias, seguradoras, bancos e para restaurar o equilíbrio nas contas públicas de inúmeros países sob a forma do corte de empregos, de aposentadorias e de planos de saúde de milhões de pessoas para cobrir os rombos nas economias de seus países.

A lição que fica é clara: o mundo precisa reaprender a empreender tendo como compromisso fundamental a responsabilidade social empresarial que subordina o ato de produzir de forma competitiva à sustentabilidade econômica, social e ambiental. Essa é a crença que sustenta a atuação da ADCE. Acreditamos que o desenvolvimento econômico só será sustentável a longo prazo se for feito segundo os princípios da sustentabilidade, cuidando do ser humano, do meio ambiente e da atividade econômica.

A busca da competitividade responsável constitui princípio ético e valor primário dos quais não se pode abrir mão. Abdicar deles significa produzir desenvolvimento econômico não inclusivo e frágil na sua capacidade de promover o bem-estar geral. Liberdade, competitividade e responsabilidade se entrelaçam e precisam andar sempre juntas. Essa foi a principal conclusão do recente Congresso da Uniapac, entidade que reúne as ADCEs de todo o mundo, realizado em Guyaquil, no Equador, com a participação de mais de 300 empresários de 15 países. Quando dirigida como uma comunidade de pessoas que se unem para executar um trabalho alinhado com princípios e valores éticos, a empresa cria riqueza econômica e social e se transforma em fonte de esperança para a construção de uma nova sociedade – solidária, justa e mais feliz.”

Eis, pois, mais páginas contendo RICAS, ADEQUADAS e OPORTUNAS abordagens e REFLEXÕES que acenam para a IMPERIOSA necessidade de PROFUNDAS transformações tendentes a inserir o PAÍS no concerto das POTÊNCIAS mundiais DESENVOLVIDAS, LIVRES, SOBERANAS e DEMOCRÁTICAS, em perfeita sintonia com a plena CIDADANIA...

Assim, torna-se IMPRESCINDÍVEL e URGENTE a PROBLEMATIZAÇÃO de questões CRUCIAIS como:

a) a EDUCAÇÃO – UNIVERSAL e de QUALIDADE, como PRIORIDADE ABSOLUTA de nossas POLÍTICAS PÚBLICAS;
b) a INFLAÇÃO, a exigir PERMANENTE e DIUTURNA vigilância, na incessante busca de patamares CIVILIZADOS;
c) a CORRUPÇÃO, que campeia por TODAS as esferas da vida NACIONAL, corroendo, principalmente, nossa capacidade de INVESTIMENTO e POUPANÇA;
d) o DESPERDÍCIO, em TODAS as suas MODALIDADES, às vezes em faces complexas, a consumir INCALCULÁVEIS somas;
e) a DÍVIDA PÚBLICA BRASILEIRA, já atingindo o ASTRONÔMICO montante de R$ 200 BILHÕES anuais, a título de ENCARGOS e SERVIÇOS, o que requer uma urgente, transparente e qualificada AUDITORIA...

Afinal, diante de TANTA sangria, é inúltil lamentarmos a FALTA de RECURSOS que possam fazer frente às INÚMERAS e DIVERSAS carências, deficiências e necessidades, o que vem ALARGANDO o abismo das nossas já brutais DESIGUALDADES SOCIAIS e REGIONAIS...

Enfim, sabemos, e bem, que são GIGANTESCOS DESAFIOS mas que, de forma alguma, ABATEM o nosso ÂNIMO nem ARREFECEM nosso ENTUSIASMO e OTIMISMO nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA E QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, QUALIFICADA, LIVRE, SOBERANA, DEMOCRÁTICA, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, que possa PARTILHAR suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS, OPORTUNIDADES e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos para EVENTOS como a CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E MUDANÇAS CLIMÁTICAS (RIO + 20) em 2012; a 27ª JORNADA MUNDIAL DA JUVENTUDE no RIO DE JANEIRO em 2013; a COPA DAS CONFEDERAÇÕES em 2013; a COPA DO MUNDO de 2014, a OLIMPÍADA de 2016, as OBRAS do PAC e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO 21, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INTERNACIONALIZAÇÃO das EMPRESAS, da INFORMAÇÃO, do CONHECIMENTO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um NOVO mundo, da PAZ, da IGUALDADE – e com EQUIDADE –, e FRATERNIDADE UNIVERSAL...

Este é o nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa LUTA, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA!...

O BRASIL TEM JEITO!...