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segunda-feira, 28 de agosto de 2017

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, O GRAVE DESAFIO DA INOVAÇÃO E A TRANSCENDÊNCIA DA POLÍTICA NA SUSTENTABILIDADE

“Inovação desde a seleção
        No meu dia a dia, converso com vários empresários e empreendedores e algo em comum entre todos é a preocupação com a inovação. Essa deve começar desde o processo de seleção dos colaboradores, mas nem sempre é isso o que acontece.
         Pensar fora da caixa e fazer diferente têm sido um grande desafio. Vejo que muitas empresas ficam presas no círculo vicioso de sempre buscar o mesmo, pois é mais seguro, em vez de investir no novo e correr o risco de “perder dinheiro”. Com esse pensamento, acabam ficando em experiências técnicas em vez das competências de cada um. Existe uma célebre frase que diz: “A definição de insanidade é fazer a mesma coisa repetidamente e esperar resultados diferentes”.
         As organizações deveriam levar para o dia a dia lições importantes sobre a maior crise brasileira: o momento é de reinventar, deixar de lado o que deu errado e trilhar um modo empreendedor e inovador. No livro Pense simples, do empreendedor Gustavo Caetano, ele reforça a ideia de se fazerem testes e executar projetos levando em conta os pilares better, cheaper and faster ou “melhor, mais barato e mais rápido”, e caso um deles obtenha sucesso, você pode ter encontrado o caminho para o seu negócio.
         Em um mercado atual com diversos profissionais em busca de recolocação, vejo organizações divulgando suas oportunidades com a premissa de um tempo exigido no setor de atuação. Buscar um profissional de outro mercado ou área traz oxigenação para o negócio e, assim, uma probabilidade maior de criação e sucesso. Este é o momento para diversificar e investir em novas possibilidades para os negócios. Alguns vão dizer: “Mas o risco de contratar dessa forma é maior”. Pois bem, um dos principais conceitos de investimento é: quanto maior o risco, maior a probabilidade de retorno.
         Uma das técnicas possíveis são os chamados hackatons, no qual o candidato se junta a uma equipe para desenvolver um produto ou solução a partir de um desafio e então é traçado um perfil. Existem também análises quânticas para avaliação do perfil do candidato e, principalmente, a avaliação por competências. O presidente do conselho de administração da Starbucks, Howard Schultz, disse uma vez que “contratar pessoas é uma arte, e não uma ciência. Os currículos não podem dizer se alguém se encaixa na cultura de uma empresa”. O importante neste processo é atrair públicos diferentes. Ou seja, o primeiro passo para as organizações é a quebra de padrão.
         No nosso escritório da Câmara Americana do Comércio (Amcham), em Belo Horizonte, contratamos profissionais de diversas áreas, como administração, publicidade e propaganda, relações internacionais, direito e design para cargos nem sempre da sua “função”. Há o caso de um profissional de relações internacionais empregado na área comercial, inicialmente, e que hoje ocupa um cargo de liderança em uma multinacional alimentícia, na área de vendas.
         Na busca incessante por talentos, é necessário que a empresa deixe algumas barreiras de lado como o medo de errar, a dificuldade de lidar com o diferente, os métodos e comunicação arcaicos e engessados.
         As empresas devem buscar a mudança, mas o profissional também precisa desempenhar seu papel. Vejo pessoas se formando sem analisar o que o mercado pede. Ou seja, cada pessoa deve ir além da sua capacitação, pois ter ensino superior hoje não é o único critério de escolha. É necessário se reciclar e procurar novos aprendizados.
         O momento econômico se mantém difícil, mas o mercado tem se comportado com um ânimo um pouco melhor. Ainda é hora de manter os cintos apertados e fazer nossa lição de casa. Entretanto, devemos estar preparados, pois bons ventos logo chegarão.”.

(RAFAEL DANTAS. Gerente da Câmara Americana do Comércio (Amcham), em Belo Horizonte, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 9 de agosto de 2017, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 10 de agosto de 2017, mesmo caderno e página, de autoria de ELDO PENA COUTO, diretor do Colégio Magnum Cidade Nova, e que merece igualmente integral transcrição:

“Educação política
        É próximo à desolação o sentimento despertado em mim por comentários de alunos, inspirados no noticiário político divulgado pela mídia diariamente. Vejo estudantes idealistas com a fisionomia transformada pela preocupação ao analisarem as declarações e atitudes de nossos representantes nos poderes Legislativo e Executivo. Isso me preocupa, pois as consequências negativas do comportamento de nossos políticos exercem e exercerão influência na formação de milhões de crianças e jovens em todo o país.
         Nas salas, os professores percebem atitudes semelhantes por parte dos adolescentes, que são praticamente unânimes em qualificar os políticos, em geral, como pessoas não idôneas. Assim, o discurso que ouvem nas aulas, dando ênfase à responsabilidade que os eleitores devem ter ao eleger seus representantes, acaba esvaziando-se tristemente, pois os alunos argumentam que não adianta querer separar o joio do trigo na hora de votar: a realidade demonstra que só há, praticamente, joio.
         Desse modo, não só a descrença generalizada em relação aos políticos, mas, ainda mais grave, a identificação dessa classe com o comportamento antiético e corrupto gera o sentimento de que as instituições brasileiras são pouco confiáveis. O maior temor dos educadores é que essas novas gerações acabem por descrer de princípios e valores fundamentais, sem os quais uma sociedade civilizada não pode subsistir.
         Numa época em que até crianças dispõem de comunicação instantânea em seus celulares e tablets, alunos já me procuraram algumas vezes para comentar vídeos que trocam entre si, mostrando políticos e autoridades de outros países indo trabalhar de bicicleta, morando em apartamentos ou casas simples, cultivando hábitos modestos, recebendo vencimentos próximos aos de grande parte da população. A realidade bem diferente se verifica no Brasil, onde políticos e autoridades dispõem de carros oficiais e motoristas pagos com o dinheiro dos contribuintes, viajam em jatos exclusivos, ostentam luxo, criam leis que lhes concedem privilégios vergonhosos, enquanto a maioria da população enfrenta, dia a dia, as maiores dificuldades na dura batalha pela sobrevivência, deixa-os indignados.
         Essa desilusão tão precoce não pode ser benéfica para estudantes tão jovens, pois é próprio da sua idade exatamente o oposto: o idealismo e a inquietude, que as boas escolas procuram canalizar positivamente, a fim de levá-los a exercer, no futuro próximo, o importante papel de transformadores da sociedade.
         Assim, é inegável que cabe às escolas assumir também a missão de ajudar os pais a educar as crianças e jovens que lhes são confiados, promovendo ações que visem também à educação política dos alunos. Os estudantes brasileiros precisam conscientizar-se de que a política é um importante avanço na história da humanidade, a ponto de filósofos terem dedicado a ela estudos até hoje grande relevância. Aristóteles, há mais de 2.300 anos, já havia ensinado: “O homem é um animal político”. Seu contemporâneo Platão escreveu o conhecidíssimo livro A República, que continua sendo lido e estudado até a atualidade.
         Desse modo, penso que as escolas podem contribuir significativamente para mudar o desolador quadro da política brasileira. Ações aparentemente corriqueiras, como a escolha de representantes de turma e a interação dos colegas com eles na vivência escolar, podem dar oportunidade de se vivenciar uma prática democrática relevante para a formação política de crianças e adolescentes. O mesmo se aplica à eleição e atuação dos grêmios estudantis, sempre uma oportunidade não só de formar lideranças, mas também de despertar a consciência da importância das escolhas que o voto individual possibilita.
         Deve-se considerar que, hoje, a escola assume uma nova configuração. Ao privilegiar o raciocínio e o desenvolvimento de habilidades socioemocionais, a escola pode dar atenção a atividades que visam incrementar ações relevantes para a formação de atitudes que interferirão positivamente no comportamento interpessoal. Isso poderá contribuir para formar, nas novas gerações, uma consciência política que deletará o atual modelo, motivo de constrangimento nacional e exposição negativa internacional.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em julho/2017 a ainda estratosférica marca de 399,05% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial registrou históricos 321,30%; e já o IPCA também no acumulado dos últimos doze meses chegou a 2,71%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 516 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2017, apenas segundo o Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,722 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 946,4 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

- 55 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016) ...

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por uma Nova Política Brasileira...  
        

 





sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

A CIDADANIA, A EQUIDADE E A DEMOCRACIA

“A roda redescoberta

Reproduzo, a seguir, trecho do relatório de organização internacional para que o leitor adivinhe a que País se refere. O documento começa por aludir à saúde fiscal do tal País e a seus problemas sociais, “cada vez piores”. Depois, engata o seguinte: “Muitos desses problemas estão relacionados com iniquidades entre aqueles que estão no topo da pirâmide de distribuição de renda – os quais gozam de alguns dos mais refinados serviços de educação e saúde do mundo – e aqueles que estão na parte de baixo, os quais carecem de acesso até aos serviços sociais minimamente adequados.”

Por fim, o fecho: “Somente se tais iniquidades forem enfrentadas o futuro ecoômico da nação, a longo prazo, estará assegurado.”

Se você respondeu Brasil, errou. Reproduzi trecho de relatório da OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico, o clubão dos 25 países mais industrializados do mundo) referente à economia dos Estados Unidos. Mas não fique triste. A avaliação da OCDE sobre os EUA vale para o Brasil também. Aliás, vale muitíssimo mais para o Brasil. Afinal, a iniquidade, no Brasil, é três vezes maior do que nos Estados Unidos, se o parâmetro for a diferença de renda entre os 20% mais ricos e os 20% mais pobres. Nos EUA, a diferença é de 11 vezes; no Brasil, de 32 vezes.

Ora, se o futuro econômico norte-americano só estará assegurado se se combater a iniquidade social, o que dizer do Brasil? O que há de notável nesse tipo de relatório é que o fim do comunismo serviu para que a direita se apropriasse de uma retórica antes típica da esquerda. Afinal, conceitos como redistribuição de renda carregavam um tom subversivo, dado que se supunha que só se poderia fazê-la trocando o capitalismo pelo socialismo. Como agora não há mais troca possível, os capitalistas redescobriram a roda: não há segurança para o capitalismo enquanto ele estiver aumentando a brecha entre os muito ricos e os muito pobres. Só falta agora que se passe do óbvio retórico a algum tipo de ação concreta.”
(CLÓVIS ROSSI, em artigo publicado no Jornal ESTADO DE MINAS, edição de 27 de novembro de 1994, Caderno OPINIÃO, página 6).

Mais uma IMPORTANTE contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 22 de julho de 1994, Caderno GABARITO, página 8, de autoria de ADRIANO S. LOPES DA GAMA CERQUEIRA, professor de História Moderna da UFOP, que merece igualmente INTEGRAL transcrição:

“Estudo da democracia ateniense

Nos escritos platônicos, que retrataram ora de forma mais fiel, ora de forma mais “traiçoeira” os diálogos envolvendo o seu mestre Sócrates e alguns destacados sofistas, encontra-se uma ótima fonte de investigação do tema aqui proposto. Só para esclarecer, os sofistas eram mestres de ensino, que cobravam os seus ensinamentos a quem se dispusesse, não importando a sua origem. Além desse fato fundamental, os sofistas praticavam um método de ensino baseado em interpretações dos escritos mais tradicionais da cultura grega, como as poesias, que guardavam uma importante função instrutiva.

Tal método se diferenciava do socrático, que era baseado no preceito da investigação por perguntas-e-respostas, dirigidas por um dos lados do diálogo. Tal método buscava o consenso na discussão, mesmo quando estavam opostos dois pontos de vista. Para tal, mediante o inicio da discussão em torno de uma idéia aceita por ambas as partes, o condutor do diálogo procurava convencer o outro sobre a justeza de seu ponto de vista através do método, onde acabava por ser evidenciada uma verdade sobre uma suposta verdade defendida pela outra parte do diálogo. Nos diálogos entre Sócrates e Protágoras e entre Sócrates e Trasímaco (contido na obra de Platão, República) encontra-se uma importante discussão sobre política, democracia e justiça. Em ambos, fica subjacente uma idéia acerca de ética de participação política e constituição de um estado de direito.

A democracia ateniense era feita de forma direta, isto é, sem qualquer tipo de intermediação entre o cidadão e o executivo. Não havia a figura do representante: cada cidadão podia defender diretamente o seu ponto de vista no âmbito da assembléia, a principal instituição da comunidade política ateniense (ou polis). Nesse sentido, era fundamental que o comportamento de cada membro da polis fosse o mais correto possível para o bom funcionamento da democracia.

Mesmo para os críticos da época à democracia ateniense, como Platão e o Sócrates descrito nos escritos de Platão, houve uma profunda preocupação quanto à certeza de que cada habitante de uma cidade-estado pudesse desenvolver uma índole positiva ao funcionamento harmônico da mesma. Assim, encontramos na República uma verdadeira lição de como se deve educar um povo segundo os mais rigorosos preceitos da justiça, o qual envolvia todos os parâmetros de instrução do indivíduo, como as letras, a música, os esportes, etc.

Assegurado um adequado adestramento da alma de cada habitante, definido de forma justa, segundo o conceito de justiça defendido por Platão na voz de Sócrates, poderia se desenvolver uma eficaz forma de política na cidade, que estaria assim estritamente baseada em critérios éticos. A razão de se afirmar isso é que cada habitante saberia qual o seu lugar e a sua função na cidade e o bom funcionamento da mesma, isto é, o estabelecimento de um clima harmônico e produtivo na cidade, dependeria da conduta de cada membro, definida segundo rigorosos critérios de justiça.

Limites

A questão fundamental aqui é a definição platônica de justiça, mas o espaço reduzido impede uma discussão mais efetiva. O que importa ressaltar é que a ética assume aqui uma função decisiva porque ela deve demonstrar os limites e os espaços de participação política de cada membro do corpo político, é inevitável que um conjunto de regras de conduta se estabeleça entre os seus membros, senão a própria sobrevivência desse corpo é colocada em risco.

Conseqüentemente, uma outra questão surge agora: não importa o tamanho de um corpo político, de qualquer modo uma ética deve ser estabelecida no seu interior. Claro está que o tamanho desse corpo pode influenciar seriamente uma forma específica de ética. No caso de Atenas, a democracia direta era exercida por uma parcela minoritária da população (nem todos eram cidadãos, como os escravos e os negociantes).

No caso das democracias contemporâneas, exercidas de forma indireta, isto é, por representantes políticos (como os deputados e os governantes), essa questão se complica ainda mais: se do aspecto mais fundamental, o corpo político se define na relação entre os representantes e os representados, que em última instância detêm a soberania política (“todo poder emana do povo...”), de outro lado, no aspecto mais efetivo, a política acaba por ser exercida em ambientes fechados à participação da maioria da população. Assim, pode ser desenvolvida uma forma mais estrita do corpo político, onde só participam pequenos grupos, que deverão buscar alguma forma de convivência entre si, baseada em algumas regras do tipo “na política, é dando que se recebe...”

Portanto, a luta por uma relação mais harmoniosa entre ética e política envolve uma participação mais continuada na política de seu país. Pouco valem as palavras, se elas não vierem acompanhadas de ações efetivas.”

Eis, pois, mais páginas eivadas de REFLEXÕES e PONDERAÇÕES que acenam para a IMPERIOSA e URGENTE necessidade de SUBSTANCIAIS MUDANÇAS em nossas INSTITUIÇÕES, que nos MOTIVAM e nos FORTALECEM nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA E QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, QUALIFICADA, LIVRE, DESENVOLVIDADA e SOLIDÁRIA, que permita a PARTILHA de suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos para eventos como a COPA DO MUNDO DE 2014, a OLIMPÍADA DE 2016 e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO XXI, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INFORMAÇÃO, do CONHECIMENTO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um mundo da PAZ e FRATERNIDADE UNIVERSAL...

Este é o nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa LUTA, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA!...

O BRASIL TEM JEITO!...