segunda-feira, 5 de fevereiro de 2018

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, OS DESAFIOS DAS EMPRESAS 4.0 E A TRANSCENDÊNCIA DO DESENVOLVIMENTO HUMANO NA SUSTENTABILIDADE

“Empresas 4.0
        O que é indústria 4.0? É um novo conceito proposto recentemente que abrange as principais inovações tecnológicas nos campos da automação, controle e tecnologia da informação aplicadas aos processos de manufatura. Significa um novo período no contexto das grandes revoluções industriais. Com as fábricas inteligentes, mudanças ocorrerão na forma como os produtos serão produzidos, causando impactos em diversos setores do mercado.
         A primeira Revolução Industrial mobilizou a mecanização da produção usando água e energia a vapor. A Segunda Revolução introduziu a produção em massa com a ajuda da energia elétrica. Em seguida veio a Revolução Digital e o uso dos eletrônicos e da tecnologia da informação para automatizar ainda mais a produção.
         No Brasil, o conceito de indústria 4.0 ainda não está muito avançado. O atraso brasileiro diante da integração das tecnologias físicas e digitais em todas as etapas de desenvolvimento de um produto é evidente. De acordo com pesquisa realizada pela CNI, 43% das empresas não identificam quais tecnologias têm potencial para alavancar a competitividade do setor industrial. Nas pequenas empresas, esse percentual sobe para 57%. Entre as grandes, a fatia recua para 32%.
         A indústria brasileira ainda está se familiarizando com a digitalização e com os impactos que esta pode ter sobre a competitividade. Para que haja crescimento desse setor no país, é preciso capacitar os gestores, os analistas de sistema, as lideranças e os articuladores na indústria em níveis de investimentos relevantes.
         Alguns princípios norteiam esse novo conceito. O primeiro é a capacidade de operação em tempo real, permitindo a aquisição e o tratamento de dados de forma praticamente instantânea, possibilitando a tomada de decisões em tempo real. Outro conceito é a virtualização, que propõe a existência de uma cópia virtual das fábricas inteligentes, possibilitando a rastreabilidade e o monitoramento remoto de todos os processos por meio de inúmeros sensores espalhados ao longo da planta.
         Outro conceito dessa nova indústria é a descentralização. A tomada de decisões poderá ser feita pelo sistema ciberfísico de acordo com as necessidades da produção, em tempo real. As máquinas não apenas receberão comandos, mas poderão fornecer informações sobre seu ciclo de trabalho. A indústria 4.0 permite também a produção de acordo com a demanda.
         Essa indústria cria oportunidades para empreendedores que atuam na área de tecnologia. Entendendo a indústria 4.0 como uma evolução dos sistemas produtivos, alguns benefícios também são previstos, como, por exemplo, redução de custos, economia de energia, aumento da segurança, conservação ambiental, redução de erros, fim do desperdício, transparência nos negócios e aumento da qualidade de vida. Para que as empresas sobrevivam a tantos desafios, chegou a hora de nos adequarmos e pensarmos na nova era 4.0.”.

(Bruno Diniz. CEO, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 28 de janeiro de 2018, caderno O.PINIÃO, página 19).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição, caderno A.PARTE, página 2, de autoria de VITTORIO MEDIOLI, e que merece igualmente integral transcrição:

“Para crescer com proveito
        A ausência de egoísmo (que coisa fantástica!) deveria ser nota-chave da vida de todos os aspirantes ao desenvolvimento, acelerando a humanidade. Para o mestre, “perder o que se tem representa ganhar o mundo todo”; isso é para meditar. O recado vai para as elites, não só as políticas. A emancipação dos indivíduos eleva a sociedade, abrindo um horizonte de liberdade. Tem que levar a sério a melhoria das condições de vida, a superação da miserabilidade e das privações. Apenas isso deixará decolar a sociedade para níveis mais altos.
         Hoje não se enxerga essa vontade como condutora do poder público; de quem comanda, ao contrário, aparecem a exploração e a corrupção como práticas enraizadas. No Brasil, culpa-se o povo por não saber escolher, especialmente pela assustadora falta de educação escolar. As escolhas dos indivíduos são pressionadas pelos instintos primordiais e pelas privações – por vezes, gerando desastres.
         A justiça social cresce na medida em que os povos recentemente independentes crescem em maturidade, tomando consciência dos deveres mais que dos direitos. Quem quer uma sociedade mais justa precisa dar o primeiro passo com sua perna, começar dele mesmo. A democracia tem seus limites, como afirmava Platão. A capacidade de escolha do indivíduo, esmagada pela ignorância – critica o filósofo –, leva a escolhas insanas. O risco de se privilegiarem demagogos é quase uma certeza, elevando aqueles que exploram as baixezas da ignorância.
         O vocabulário estabelece que o termo “democracia” é o poder que emana do povo, e isso é enaltecido como uma grande virtude. Embora se imponha em qualquer discurso político, prestando-se atenção, nota-se que “democracia” se alinha com infantocracia”, o poder que emana da população infantil. O bom da democracia é que faz crer que o povo está no comando; mas se apenas crianças votassem, eleitos seriam figuras fantásticas e Papai Noel para presidente da República. Isso perturba o desafio, deixando terreno propício aos exploradores da falta de discernimento.
         Se numa empresa regida por regras de sustentabilidade, é escolhido o mais habilitado ao cargo, em eleições vence o mais esperto, aquele que vende melhor seu peixe. Verdade é que vem ocorrendo um amadurecimento na sociedade, mas o risco de tomar gato por lebre existe, e muitos gatos serão eleitos ainda. Aquele que sabe entender que justiça e equilíbrio decorrem da melhoria das condições das classes menos privilegiadas já é um raro vidente de nossos dias. A maioria procura nas urnas o que lhe dará vantagens, outros votam para garantir privilégios – segurar um quinhão em prejuízo de outros.
         O poder que emana das urnas tende a ser uma loteria. Hoje é financiada com dinheiro público, pior que o sistema que pretendia corrigir, e consolida a vantagem de quem está no poder.
         Analisando-se as chagas sociais, temos que dar razão a Platão. A violência, o desemprego e as falhas nos serviços públicos remetem mesmo à ignorância e ao egoísmo que dominam o país. O SUS, apenas para dar um exemplo, seria excelente e suficiente, mas não resiste ao assalto de quem dele abusa para se locupletar.
         A obra platônica apresenta a anarquia como a melhor solução – anarquia não no sentido negativo, associada ao caos, mas a uma sociedade extremamente evoluída em que os indivíduos, amadurecidos, respeitam os demais sem a coerção exercida pelo Estado. Essa é a última utopia. Mas uma alerta sobre a responsabilidade individual: quanto melhores os indivíduos, mais excelsa a sociedade.
         Para um Estado coroado de justiça social, a elite intelectual e econômica do país, do alto de seu pedestal, deveria se devotar ao crescimento das pessoas menos afortunadas. Cada um assumindo responsabilidades. Lá onde se resgata o mais grave, mais ganhos serão contados para todos.
         Hoje, o acesso é limitado a quem tem o privilégio de exemplos familiares, de uma boa educação e de condições econômicas que facilitem a satisfação de necessidades fundamentais. Poucos, portanto. A sociedade só se estrutura, em nossa época, vencendo a miséria, estripando a ignorância.
         Dante Alighieri nos deixa entender, na célebre obra do Inferno, por meio das palavras de Ulisses, a importância do conhecimento. Algo que não possui idade nem limite de adoção. Ulisses se privou da agradável família para atender seus deveres, saiu pelo mundo afora e voltou sábio depois de muito sofrer e conhecer. E Dante interpreta o ímpeto do herói dizendo: “Considerais a vossa semente humana: feitos não fostes para viver como brutos, mas para seguir virtude e conhecimento”. Virtude: grande quimera que só tem valor quando exercida com lealdade aos seres humanos e à causa.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em dezembro/2017 a ainda estratosférica marca de 334,55% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial se manteve em históricos 323,01%; e já o IPCA, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 2,95%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 516 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2018, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,847 trilhão (52,4%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,106 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
55 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...      

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador e Legislador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios,
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.





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