Mostrando postagens com marcador Instituto Millenium. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Instituto Millenium. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, 19 de dezembro de 2018

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A LUZ DA SENSIBILIDADE NA BOA GESTÃO E OS GRAVES E NOVOS HORIZONTES NA SUSTENTABILIDADE


“Gestão e sensibilidade andam juntas
        A tendência atual da gestão destaca o gestor como um facilitador do trabalho em equipe, um orientador, um líder, no melhor sentido que essa palavra traduz, uma autoridade – e não “um ser” autoritário. A boa gestão requer competência (conhecimentos, habilidades e atitudes), o que tem a sua complexidade. Acrescentamos, além da competência, mais uma característica: a sensibilidade. Ao usarmos a palavra sensibilidade, queremos destacar a capacidade de perceber/enxergar, para além da empresa/serviço, o ser humano com seus direitos, deveres e sua dignidade. Na perspectiva que aqui apresentamos, a sensibilidade tem a ver com a coragem de romper com a indiferença e o olhar ensimesmado (voltado para o próprio interesse ou para o de uma pequena minoria). Sensibilidade remete à busca de valores construídos e conquistados a duras penas no decorrer dos anos.
         Não obstante tantos estudos e discursos sobre a gestão, o que nos assusta, ainda, é a forma com que determinados serviços/empresa tratam os seus funcionários e clientes/usuários. Com o olhar, na grande maioria das vezes, voltado para o setor financeiro, sucesso empresarial e/ou a produtividade, ignoram características fundamentais nas relações humanas e de trabalho. Investem pouco na qualificação profissional, na comunicação, no cuidado e na ética. No contato com os usuários e/ou clientes, infelizmente ainda são observadas em algumas instituições a morosidade injustificada, a burocracia que cansa e desanima, as estratégias de distanciamento em desinteresse em encaminhar o que é de direito do cidadão. Temos inúmeros exemplos do que afirmamos em diversas empresas do nosso país.
         Ao acompanharmos as atividades de alguns gestores, chamou-nos a atenção o que vimos em uma escola pública da rede municipal de educação de Belo Horizonte: o carinho com que a equipe gerencial lembrava e falava dos seus funcionários. De forma cuidadosa, destacava as qualidades e as contribuições de cada um. Sabemos que, com certeza, a gestão desse serviço também convive com interesses e dificuldades de diferentes ordens, inclusive com carências de recursos financeiros, mas ficamos tocados com a capacidade de enxergar, reconhecer e explicitar de forma simples e significativa a importância de cada um dos trabalhadores. A propósito, a equipe gerencial foi muito proativa e criativa nessa tarefa. E mais: a avaliação da população em relação aos serviços prestados é muito positiva. Esse jeito de ser (para alguns também chamado de espiritualidade na gestão) desperta e fortalece a corresponsabilização de todos no trabalho gerencial e consegue ofertar melhores serviços às pessoas e à sociedade.
         Felizmente, muitos gestores abandonaram os modelos conservadores e rígidos e inovaram a gestão. É bom dizer isso. Quando olhamos as cidades e percorremos os seus serviços e diferentes iniciativas (setores público e privado, organizações religiosas e não governamentais), percebemos que muita coisa boa está acontecendo por aí. Há gestores que conseguem, com a sua sensibilidade, transformar relacionamentos pesados e tensos (entre funcionários e com a população), em espaços de convivência e relacionamentos leve e agradável. Isso sinaliza, para os serviços e empresas cujas relações são muito conflituosas, que é possível e necessário realizar mudanças e redirecionar suas práticas. Com certeza, ganharão com essas transformações.
         Para além do sucesso financeiro da empresa, da visibilidade do serviço (público ou privado), dos avanços técnicos e das planilhas de resultados, é fundamental humanizar os pequenos contatos que se estabelecem no cotidiano. Isso ainda falta em vários locais. Não temos receio em destacar que diante dos surpreendentes avanços tecnológicos, das inovações que presenciamos a cada dia, a redescoberta do humano é o grande desafio colocado ao gestor (e à equipe gerencial). Esse desafio será bem conduzido pelo competente e sensível gestor.”.

(ARISTIDES JOSÉ VIEIRA CARVALHO. Médico e professor, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 13 de maio de 2018, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 10 de dezembro de 2018, mesmo caderno e página, de autoria de SEBASTIÃO VENTURA PEREIRA DA PAIXÃO JR., advogado, conselheiro do Instituto Millenium e cofundador da Dynamic Mindset, e que merece igualmente integral transcrição:

“Talvez, o capitalismo
        A queda da monarquia forçou a institucionalização do Estado. A República, em vez do caráter unipessoal do rei, escolheu a partilha do poder (Executivo, Legislativo e Judiciário), dividindo para, ato contínuo, criar mecanismos de controle recíprocos. Após mais de um século de forte investimento na veia estatal, estamos vendo o fim de uma época. Objetivamente, as contas públicas brasileiras explodiram porque muita gente passou a viver, direta ou indiretamente, de fontes governamentais. A máquina pública ficou tão obesa que não consegue mais se movimentar, perdeu dinamismo e a própria vitalidade.
         Nesse perfil doentio, qualquer problema de última hora vira uma crise política latente, forçando arbitrarias construções orçamentárias. Todavia, lances de criatividade contábil não têm o condão de mudar a natureza dos fatos. Sabidamente, a ficção pode pouco diante da força dos acontecimentos. E assim, sem pedir licença, a realidade bate à porta, expondo as vísceras de um sistema falido, marcado pela opressão tributária e pelo endividamento oficial estratosférico.
         Sim, senhoras e senhores, o Estado do século 20 morreu.
         No momento da despedida, não podemos ser injustos. Em um país que, até a década de 50, era essencialmente agrário, só uma instituição macro como o Estado conseguiria catapultar os investimentos estruturais básicos para o surgir do mercado. Não havia condições para o impulsionamento privado. Sobre o ponto, importante lembrar que o sistema financeiro nacional foi criado em 1964 (Lei 4.595), enquanto o regramento das sociedades anônimas somente se materializou em 1976 (Lei 6.404). Ou seja, diante da aridez estrutural do setor produtivo, coube ao Estado assumir a responsabilidade de conduzir investimentos nacionais estratégicos.
         A questão é que o desenvolvimento do mercado deveria gerar uma correlata diminuição do tamanho do Estado. No entanto, a reabertura democrática, contraditoriamente, gerou um anômalo socialismo jurídico. Sem cortinas, a partir de numerosas sinuosidades da Constituição Federal de 1988, o orçamento público acabou sequestrado por interesses corporativos setoriais, impedindo a construção de uma pauta pró-mercado. O tempo correu e a conta chegou. Agora, adentramos na dinâmica e versátil era tecnológica com um custo público impagável. Aliás, além do custo, herdamos uma mentalidade atrasada que faz as pessoas privilegiarem a dependência estatal em vez da liberdade individual.
         Ora, o modelo Estado do século 21 é diametralmente oposto: ágil, informal, sem hierarquias verticais rígidas, livre de favores públicos direcionados e com radical transparência de procedimentos. Em rápida síntese, a tecnologia é a antítese da burocracia. Diante disso, o futuro está traçado: os algoritmos vão varrer os burocratas e autômatos das estruturas laborais, impondo novas lógicas e dinâmicas mais complexas num mercado de trabalho em profunda transformação. Isso significa que precisamos retreinar grande parte da população ativa brasileira, sob pena de um crescimento exponencial do desemprego, da redundância e da desigualdade social.
         O desafio político atual é fazer uma transição geracional possível, abrindo canais de navegação entre direitos excessivos, obrigações desmedidas e o grande desejo cívico de fazer o Brasil uma grande nação. As dificuldades serão gigantescas, mas grandes conquistas exigem trabalho sério, superação e vontade de vencer. Felizmente, há um novo jogo na praça, trazendo consigo ventos de desenvolvimento e expectativas de mudanças virtuosas. Muitas oportunidades vão surgir; antes de temor, a hora exige coragem para fazer. Por tudo, vale a pena viver este promissor capítulo da nossa história. Com sorte, no final, talvez ainda encontremos um desconhecido: o capitalismo.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 129 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em outubro a ainda estratosférica marca de 275,68% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial se manteve em históricos 300,37%; e já o IPCA, em novembro, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 4,05%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2018, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,847 trilhão (52,4%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,106 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
57 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2018)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...      

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador e Legislador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.








sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

A CIDADANIA, O PODER DOS PROFESSORES E OS NOVOS DESAFIOS DO TALENTISMO

“Professores, mestres para sempre
        Entre as diversas preocupações que envolvem hoje a situação da educação em nosso país, podemos destacar a própria situação do professor como aquele que contribui para o sucesso do educando, bem como aquele que instiga o corpo discente à busca pelo conhecimento, pelo saber, e que contribui na construção de uma visão integradora e amplificada da realidade em que vive. Mas como pensar no futuro da sociedade, se aquele que é um dos protagonistas desse processo, que nós chamamos de educação, está recebendo um tratamento que gera todas as formas possíveis de desmotivação? Como podemos exigir do professor amor pelo que ele faz, se ele foi levado à destruir dentro de si esse sentimento ao longo da sua trajetória histórica?
         Perguntas como essas nos levam a crer e, ao mesmo tempo, a nos preocuparmos com o futuro desse segmento tão importante na construção de uma sociedade mais qualificada e conhecedora da sua realidade sociopolítica e econômica e, portanto, mais consciente do que deve ser feito na garantia de um futuro melhor para nossas gerações.
         Podemos pensar hoje o ser professor como um sonho que virou pesadelo. Para entendermos, com maior profundidade, essa afirmação, basta pensarmos no contexto em que vivem aqueles que abraçaram essa missão árdua e desafiante, dentro de uma política educacional em que o conhecimento não é visto como o objetivo mais importante a ser alcançado, e sim uma política educacional que aposta em estatísticas que possam melhor representar um resultado que ninguém sabe a quem interessa.
         É necessário reformar o ensino. Ouvimos isso a todo instante. Mas, antes de qualquer reforma no ensino, na sua dimensão institucional educadora, faz-se necessário mudar a mentalidade cultural de desvalorização que está arraigada, mais ainda, institucionalizada na política educacional do nosso país em relação àquele que conduz e coordena todo processo de aprendizagem em sala de aula: o professor. Uma sociedade que não cuida e não valoriza o seu professorado é uma sociedade descomprometida com seu próprio futuro.
         E, como consequência de todo esse descaso, um dado preocupante nos faz pensar um pouco mais no futuro da educação, que é o baixo índice de estudantes graduandos que pensam em seguir a carreira de docente. Evidentemente que, se vivemos numa sociedade capitalista, e levando em consideração os baixos salários que os professores recebem por uma jornada de trabalho, seria fácil entender esse desinteresse. Mas a questão é muito mais complexa. Trata-se da própria desvalorização que parte daqueles que governam o nosso país, o que provoca essa situação deprimente em relação ao corpo docente como agente de cultura, que, para ter uma situação de vida razoável, tem que trabalhar em, pelo menos, duas ou três escolas. O professor se transforma, nesse contexto, num escravo do seu próprio trabalho, o que é algo contraditório, uma vez que a sua ação como educador é, em si mesma, transformadora e libertadora.
         Essa realidade é vergonhosa para uma pátria que se diz educadora. Como fica a questão do conhecimento dentro desse quadro extremamente depressivo? De um lado, nós encontramos alunos pouco interessados em aprender e, do outro, professores pouco motivados a entrar em sala de aula. Não adianta falar ou usar argumentos de que os professores devem trabalhar por amor àquilo que fazem, uma vez que é uma situação de sobrevivência. O professor não é um profissional qualquer. Ele não trabalha com máquinas, mas com seres humanos que evoluem culturalmente a todo instante, e o conhecimento, visto nesta órbita educacional, nada mais é do que absorver essa cultura, que foi e continua sendo produzida historicamente pela humanidade.
         É necessário pensarmos na educação em que a palavra motivação seja a razão maior e necessária da sua própria existência, para, assim, podermos construir uma sociedade mais comprometida com um querer ser do que com um querer ter.
         Logo, é necessário fazermos as pazes com o conhecimento. Só assim conseguiremos pensar numa escola capaz de ser instrumento de transformação, sobretudo uma escola que consiga unir desejos em vista de uma verdadeira pátria educadora, diferente dessa que está aí, que valorize a educação como um meio de garantir um futuro mais consistente e promissor, não só para docentes e discentes, mas para todos aqueles que dela fazem parte.
         Almejamos uma escola em que os professores sintam-se mais motivados e orgulhosos daquilo que fazem e, mais ainda, sintam-se realmente mestres para sempre.”.

(EUDÁSIO CAVALCANTE MELO. Graduado em filosofia, pós-graduado em história, psicopedagogia e gestão educacional, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 25 de fevereiro de 2016, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição, caderno e página, de autoria de MARCOS TROYJO, professor da Universidade Columbia, onde dirige o BRICLab, e especialista do Instituo Millenium, e que merece igualmente integral transcrição:
“Ascensão do ‘talentismo’
        Armas, recursos naturais, produção tecnoindustrial, influência da cultura. Critérios tradicionalmente elencados para estabelecer se um país tem mais ou menos poder. Desponta, no entanto, novo e determinante fator: consolida-se a nova era do talento.
         Os sistemas educacionais das grandes potências lançaram-se numa disputa cabeça a cabeça (literalmente) por proeminência mundial. Klaus Schwab, fundador do Fórum de Davos, identifica no “talentismo” o sucessor do capitalismo.
         Não é recente a percepção de uma guerra global por talento. Ele, contudo, era tido como sinônimo de vocação. Cabia desenvolver aptidões naturais ou nichos. Idealizávamos indivíduos especialistas, companhias com core business, países com vantagens comparativas.
         Em 2008, Malcolm Gladwell popularizou em Outliers, seu best-seller de alta vulgarização sobre o DNA do sucesso, a regra das 10 mil horas. O talento emergiria da devoção de tal estoque de tempo a atividades tão distintas como tocar violoncelo ou programar computadores. Quanto mais cedo começar, melhor. Dessa disciplina surgiram Yo-Yo Ma e Bill Gates.
         A reglobalização, que agora chega, prenuncia a pós-especialização. Há seis anos, computação em nuvem, tablets e seu ecossistema de aplicativos eram incipientes. Hoje permitem um atalho da história. É possível compactar as 10 mil horas. Novas tecnologias catalisam talento.
         Assim, pessoas, empresas e nações têm de ser multifuncionais e complexas. Engenheiros que escrevem bem. Agronegócio preocupado com design. Países produtores de petróleo transformando-se em hubs de entretenimento.
         Já existem métricas para delinear essa nova era do talento. Harvard elaborou o Atlas de complexidade econômica. Avalia o impacto do talento (ali chamado de know-how) sobre renda e crescimento. Não importa o número de horas aula a que foi exposto determinado aluno, mas o que consegue fazer pragmaticamente com o que aprendeu. É, portanto, umbilical a relação entre atitude empreendedora e talento no êxito de empresas e nações.
         O Insead também formulou seu Índice de Competitividade do Talento Global. Na pesquisa, que envolve 103 países e 96% do PIB mundial, o Brasil ocupa a 59ª posição.
         As razões do fraco desempenho extrapolam o ensino deficiente ou o Produto Interno Bruto (PIB) destinado à inovação (apenas 1%). Estatismo, baixa conexão a mercados globais, predileção de jovens por concursos públicos e a mentalidade vigente na maioria das universidades brasileiras de não “submeter-se à lógica do mercado” são inibidores de talento.
         Surge assim um duplo desafio. Se falamos em parâmetros além das 10 mil horas, que dizer dos que, no início da idade adulta, sequer têm 1 mil horas de foco em aptidões?
         Os brasileiros nascem com expectativa de viver 75 anos. Sem o potencial do talento, terão pouca utilidade à economia do conhecimento. Serão, contudo, “úteis”, e durante bastante tempo, ao tráfico de drogas, à pirataria e às manifestações mais virulentas do lumpesinato urbano.
         E na ponta mais sofisticada, o Brasil tem de alimentar sua elite de talentos para que ela própria não seja crescentemente marginalizada da redefinição dos rumos globais. Essa disputa vai além de conhecimento e capital – trava-se no âmbito de “ecossistemas institucionais” mais ou menos aptos a prover inovação – e, portanto, prosperidade e poder.”

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a educação – universal e de qualidade –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em janeiro a ainda estratosférica marca de 410,97% para um período de doze meses; e mais, também em janeiro, o IPCA acumulado nos doze meses chegou a 10,71%...); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 515 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com projeção para 2016, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,348 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,044 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a   Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do Pré-Sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

- Estamos nos descobrindo através da Cidadania e Qualidade...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por uma Nova Política Brasileira...  

 
        



sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

A CIDADANIA, A BUSCA DE NOVOS HORIZONTES E OS CAMINHOS DA INDÚSTRIA E DA SUSTENTABILIDADE

“Fim do modelo populista genérico
        Independentemente dos desdobramentos políticos, e da velocidade com que medidas para um real e amplo ajuste nas compras e na estrutura do Estado brasileiro venham a acontecer, o final do ano de 2015 traz uma conclusão clara, quase um vaticínio: o modelo de Estado populista, genérico, não segmentado, chegou ao fim no Brasil. Está esgotado, e encerrado. O que é o modelo populista genérico? É aquele modelo de Estado cujo crescimento nunca tem limites, e parte do princípio de que é normal, e até mesmo obrigação do Estado, gerar ou buscar recursos e responsabilizar-se por assistência direta à população, em todas as instâncias, e formas.
         Esse modelo enxerga conta naturalidade o crescimento vegetativo da folha de pagamento além da inflação, o aumento constante da estrutura de municípios, estados e União, e vê como prioridade secundária a austeridade fiscal, e administrativa. De uma maneira genericamente bem-intencionada, o mais importante é “atender o povo”. Acabam sendo atendidas as corporações, principalmente. Esse modelo está impregnado na maior parte da classe política, de todos os partidos, e no inconsciente da maioria da população brasileira. E, aparentemente, é pleno de boas intenções. Mas, na prática, traz resultados pouco expressivos e resulta em um desastre fiscal e financeiro, que acaba por inviabilizar o funcionamento da máquina pública em seus atributos e funções mais básicos. É o que está acontecendo com a União e a maioria dos estados e municípios brasileiros, hoje. A partir de 2016, com o agravamento da crise econômica gerada pelas distorções do setor público, veremos uma mudança de mentalidade e foco, infelizmente, não por convicção, já que a “mente populista” não muda da noite para o dia, mas, por necessidade. E aí se verão cortes pouco criteriosos, queda brutal de qualidade em serviços essenciais à população, e a precarização de funções típicas e fundamentais de Estado, em nome da manutenção e da priorização da folha de pagamento e das obrigações previdenciárias. Esse tabu já foi quebrado em diversos países, inclusive na França, onde, inclusive, a estabilidade absoluta do funcionalismo é questionada neste exato momento a partir de proposição do ministro da Economia e Finanças, Emmanuel Macron, e cuja quebra tem o apoio majoritário da população.
         O fim da era do estado populista-genérico no Brasil terá, portanto, um momento de transição em 2016 e 2017, em que conviverão os cortes sem critério e a teimosia sobre o modelo populista – gerando mais quebradeiras – até que, gradualmente, se encontrem soluções legais e prevaleça um modelo de reforma institucional de funções, estrutura e controle social que privilegie os serviços públicos, as funções do Estado e não a sua própria estrutura e uma mentalidade assistencialista. De uma maneira geral, é preciso redução estrutural entre 10% e 15% em todo o aparato estatal brasileiro, e nas suas despesas, e esse é um fato inexorável. Dessa forma se encerra, sem choro, vela ou saudade, o modelo populista genérico, que tanto mal fez, e cuja negação inicia um ciclo civilizatório no país.”

(GUSTAVO GRISI. Economista, especialista do Instituto Millenium, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 10 de novembro de 2015, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 3 de dezembro de 2015, mesmo caderno e página, de autoria de OLAVO MACHADO, presidente da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Sistema Fiemg), e que merece igualmente integral transcrição:

“Caminhos da indústria
        Para onde caminha a indústria mineira? Quais são as perspectivas do desenvolvimento industrial regional em nosso estado? Quais são as dificuldades enfrentadas pelo setor e quais são as oportunidades? Quais são os melhores projetos para sustentar e estimular o desenvolvimento da economia e da indústria? Como criar um ambiente propício aos negócios? Qual é a responsabilidade do governo, das entidades representativas de classe, das empresas e da sociedade de cada região?
         Importantes e cruciais, essas perguntas começaram a ser respondidas ontem, com o lançamento do Plano de Competitividade Industrial Regional de Minas Gerais (PCIR). Idealizado e desenvolvido pela Fiemg, com a coordenação da Superintendência de Desenvolvimento Industrial e da Gerência de Projetos Coletivos para a Indústria, esse plano tem o ousado objetivo de contribuir para determinar os rumos da indústria mineira nas 12 regiões de planejamento estabelecidas segundo critérios geográficos e econômicos.
         Nos últimos três anos, a Fiemg dedicou-se à formulação do PCIR com a realização de estudos setoriais e regionais extremamente detalhados e que consideraram a realidade de cada uma das regiões. Cumprimos, nesses três anos, uma extensa e intensa agenda compartilhada com os empresários da indústria, formuladores de políticas públicas e privadas de interesse industrial, universidades e, muito especialmente, os centros de pesquisa e de desenvolvimento de tecnologia e lideranças políticas regionais. Nesse trabalho, foi fundamental a colaboração e participação das regionais da Fiemg e dos sindicatos de indústrias representativos dos setores dinamizadores das diversas regiões do estado.
         Nesse momento em que entregamos o PCIR à sociedade mineira, penso que podemos celebrar a conquista da sinergia perfeita entre todos os atores interessados e envolvidos com o desenvolvimento social e econômico de Minas Gerais e que se uniram para investigar, identificar, analisar e priorizar fatores estruturantes capazes de criar um ambiente propício à inovação e ao desenvolvimento de tecnologias capazes de agregar valor ao produto mineiro e de assegurar-lhe competitividade nos mercados brasileiro e internacional.
         O Portal PCIR, lançado ontem, contempla todas as proposições de curto, médio e longo prazo para os 21 setores dinamizadores de Minas, identificados nesses três anos de estudos. No início de 2016, esse mesmo conteúdo estará disponível também em versão impressa e individualizada para cada região do estado, constituindo-se, portanto, em planos regionais e setoriais que podem contribuir decisivamente para o progresso dos municípios mineiros. Nossa expectativa é de que eles sejam utilizados como instrumentos direcionadores do trabalho desenvolvido por organismos públicos e privados comprometidos com o crescimento econômico e o desenvolvimento social de Minas Gerais.
         Em essência, o PCIR coloca à disposição da sociedade mineira um amplo conjunto de proposições direcionadoras para o setor industrial, naturalmente com repercussões sobre os demais setores da economia. Com essa iniciativa, a Federação das Indústrias de Minas Gerais renova e reafirma o compromisso de fazer do desenvolvimento regional uma prioridade permanente, por considerá-lo o melhor caminho para reduzir desigualdades e democratizar oportunidades para todas as regiões do estado com a criação de ambiente propício ao crescimento econômico e desenvolvimento social.
         O agravamento do quadro recessivo da economia brasileira para este e os próximos anos – a previsão é de crescimento negativo de 4% no Produto Interno Bruto (PIB) em 2015, segundo balanço divulgado pelo IBGE – mostra, mais que nunca, que é preciso empenhar todos os esforços visando a retomada do crescimento da economia de forma consistente, duradoura e sustentável. Esse, exatamente, é o objetivo do PCIR.
         É preciso entender e compreender, no entanto, que, embora relevante e estratégico, o PCIR é apenas um primeiro passo, um projeto. Fazer dele um efetivo instrumento de crescimento econômico e desenvolvimento social é missão de todos os segmentos da sociedade, que precisam se unir, solidariamente, para garantir sua execução. O que esperamos é que o PCIR funcione como instrumento de sensibilização e mobilização dos setores público e privado em um grande e solidário mutirão por Minas Gerais.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

     a)      a educação – universal e de qualidade –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da sustentabilidade...);

     b)      o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em setembro a estratosférica marca de 414,30% para um período de doze meses; e mais, em outubro, o IPCA acumulado nos últimos doze meses chegou a 9,93%...); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 515 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;

     c)       a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com projeção para 2015, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,356 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 868 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a   Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do Pré-Sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”  


   

quinta-feira, 25 de junho de 2015

A CIDADANIA E OS GRAVES DESAFIOS DA EFICIÊNCIA E DA QUALIDADE NA GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES

“2016: marco na gestão do país?
        O ano de 2016 pode acabar sendo, por força das circunstâncias, um importante divisor de água para a organização da gestão pública no Brasil, em todas as instâncias. Principalmente, por oportunizar o abandono definitivo do modelo populista genérico, hoje majoritário no imaginário e na realidade do país, que gera custos crescentes e uma grande dificuldade de gestão.
         A situação financeira crítica de União, estados e municípios é a face mais aparente de um colapso institucional, gerado principalmente por uma procrastinação de 30 anos, pelo menos, na busca de um modelo institucional mais apropriado a um país de renda média e com maior inserção tecnológica, como é o Brasil de hoje. O resultado do crescimento vegetativo e descoordenado das estruturas, em todas as instâncias, assim como a falta de melhor entendimento sobre atribuições e prioridades governamentais levou a operações municipais e estaduais que se tornaram impagáveis e difíceis de se administrar. A perspectiva de tornar-se gestor público no Brasil, na persistência desse modelo, pode aproximar-se de um pesadelo. A maioria das estruturas municipais e estaduais do Brasil cresceu vegetativamente entre 30% e 50% nos últimos dez anos. A grande questão é que há um desajuste entre as necessidades e a capacidade de suporte da nação brasileira em relação ao tamanho e funções da sua gestão pública. A falta de colocação em prática de planejamento e direcionamento estratégico das gestões, quando existem, talvez tenha um reflexo tão grave quanto esse crescimento desordenado de sua estrutura. E é, sem dúvida, também uma de suas principais causas. O ano que vem, a partir do agravamento das crises financeiras e institucionais, poderá ser o início da busca por um modelo de gestão pública mais adequado às reais necessidades da sociedade brasileira, em seus diversos segmentos de população, e na abertura de alguns tabus regulatórios que são anacrônicos e já se mostrarão inviáveis no curto prazo. Esse tema deve ser alvo de debate nacional, de incorporação de melhores práticas e novos modelos institucionais, em prática no país e no exterior, e de descontinuidade e desvalorização de práticas populistas e soluções “mágicas”, com o crescimento, entre os agentes políticos, da noção de que gestão responsável também gera votos; e que não há como tornar uma gestão mais profissional se ela não ocorrer em paralelo com a revisão de privilégios corporativistas.
         Configura-se uma inédita situação potencialmente geradora de um pacto diante do possível colapso de todo o sistema. Os limites para se repassar o aumento de custos por meio de ajustes fiscais convencionais, com aumento da carga tributária, já foram atingidos, e talvez ultrapassados. Portanto, é preciso que o ajuste, em todas as instâncias, avance também do outro lado da conta, da organização da gestão pública. De forma sistêmica, e não emergencial. A crise está colocada, a oportunidade é concreta. Na persistência do problema, todos perdem. Na possibilidade de uma solução, o possível início de um avanço institucional de 50 anos.”

(GUSTAVO GRISA. Economista e especialista do Instituto Millenium, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 20 de junho de 2015, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 19 de junho de 2015, mesmo caderno e página, de autoria de JOÃO CORDEIDO, coach, consultor de gestão, pesquisador, especialista de desenvolvimento profissional e escritor. É autor do livro Accountability, a evolução da responsabilidade pessoal (Editora Évora), e que merece igualmente integral transcrição:

“Sem tolerância com a baixa eficiência
        A maioria dos gestores brasileiros não está acostumada a extrair de seu time os melhores níveis de entrega. Com isso, esses profissionais perdem a oportunidade de gerar uma contribuição maior à sua companhia. Além de não alcançar a alta performance, acabam comprometendo os objetivos empresariais, o atingimento de metas e, por fim, os resultados operacionais e financeiros. Essa declaração pode parecer exagerada. Mas, acredite, não é. Simples assim.
         Com a economia recessiva, consumo interno andando devagar e competidores fazendo o possível para não perder as suas participações, é imperativo que o gestor reaja e gere um ambiente criativo, inovador e de agilidade. É preciso também que o gestor tenha uma visão positiva do futuro, sensibilidade e percepção para se antecipar aos movimentos de mercado, cavar oportunidades e conquistar resultados. Isso também não é novo. Essas são ações esperadas e básicas de todo gestor. Dessa forma, já não basta ser apenas responsável. É preciso ir além, e aí sim é a grande novidade do universo corporativo e mantra dos gurus da administração contemporânea.
         Empresas de alta performance resistem melhor a momentos de crise e saem rapidamente de situações difíceis por causa de uma nova variável: ter gestores com a habilidade de pensar, agir como dono e gerar resultados excepcionais. E é esse profissional, como essa competência, que começa a ser disputado pelas corporações.
         Esse conceito está relacionado a algo incomum em nosso idioma: a accountability pessoal, apresentada aqui como uma virtude moral, que leva o ser humano a evoluir a sua percepção da responsabilidade, encontrando oportunidades de deixar uma contribuição maior. Também encoraja os indivíduos a assumir um papel de protagonista em vez de se comportarem como vítimas. A conclusão é prosaica e eficiente: a accountability pessoal é o atalho para se ter profissionais mais completos, sem desculpas ou justificativas, com entrega de resultados consistentes. Assim, cada pessoa é um potencial influenciador e inspirador de seus stakeholders. O modo accountable de trabalho beneficia a todos e faz do gestor um profissional focado, exigente consigo mesmo e intolerante com baixos níveis de performance.
         Aristóteles (385-322a.C.) não acreditava que nascêssemos prontos, do ponto de vista moral. Nessa direção, as virtudes deveriam ser apresentadas ao indivíduo, incorporadas e aprimoradas ao longo da vida. Assim, como a definição original do pensador grego, também a accountability pessoal pode ser aprendida e aprimorada. O antivalor de accountability pessoal é desculpability”, que é a habilidade de afastar de si a responsabilidade, culpando os outros ou as circunstâncias.
         A perversidade, nesse caso, é que a desculpability” é inata e instintiva. Explico: nascemos prontos para nos proteger, defendendo-nos das críticas. Assim, ela pode ser aprimorada e contamina as famílias, a sociedade e, consequentemente, o trabalho. Se fizermos uma comparação com a teoria de mecanismos de defesa, elaborada por Sigmund Freud (1856-1939), talvez a projeção seja o mecanismo de defesa que mais se aproxima da “desculpability”, no qual sentimentos próprios e indesejáveis são projetados a outras pessoas.
         É por meio da “descupability”, portanto, que revivo a primeira provocação deste texto. O executivo brasileiro, de tanto ouvir desculpas, tornou-se tolerante com a baixa performance do seu time e, apesar de termos por aqui excelentes modelos de cultura de alta performance, muitos gestores ainda desconhecem as ferramentas para reverter esse quadro. E uma dessas ferramentas é a accountability pessoal.
         Parte dessa complacência advém do próprio modelo do pensamento nacional, facilmente observado pela tolerância que temos em relação aos problemas que enfrentamos no dia a dia. São condições que afetam indiretamente a nossa estima, o nível de exigência e que, inconscientemente, refletem nas decisões dos gestores. Ser accountable é pegar para si a responsabilidade, sem medo.
         Não estou sozinho nesse fórum de reflexão. Segundo estudo global da McKinsey & Company, publicado no McKinsey Quartely de abril de 2014, accountability é uma das nove dimensões da saúde organizacional, resultado de uma ampla pesquisa com empresas privadas. Que vivencia esse conceito extrai de dentro de si o que há de melhor do ser humano, a coragem para agir como dono do seu destino, tornando-se uma pessoa mais completa em diversas dimensões.
         Um profissional accountability  se transforma em protagonista, e não em mero espectador da vida corporativa, tornando-se um embaixador da cultura proativa das nossas organizações. Eu convido-o a refletir e, se assim decidir, a vivenciar a accountability pessoal tanto na dimensão pessoal, quanto na profissional, encontrando, dessa forma, papéis cada vez mais nobres para a nossa sociedade.”

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

     a)     a educação – universal e de qualidade –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da sustentabilidade...);

     b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito subiu 1,7 ponto percentual em abril e atingiu 347,5%  ano ano...); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a simples divulgação do balanço auditado da Petrobras, que, em síntese, apresenta no exercício de 2014 perdas pela corrupção de R$ 6,2 bilhões e prejuízos de R$ 21,6 bilhões, não pode de forma alguma significar página virada – eis que são valores simbólicos –, pois em nossos 515 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, e segundo o estudo “Transporte e Desenvolvimento – Entraves Logísticos ao Escoamento de Soja e Milho, divulgado pela Confederação Nacional do Transporte, se fossem eliminados os gastos adicionais devido a esse gargalo, haveria uma economia anual de R$ 3,8 bilhões...);

     c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com projeção para 2015, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,356 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (apenas com esta rubrica, previsão de R$ 868 bilhões), a exigir IMEDIATA, abrangente, qualificada e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br).

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a   Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do Pré-Sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

O BRASIL TEM JEITO!...