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segunda-feira, 8 de junho de 2020

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A FORÇA DO BOM PROPÓSITO NA TRAVESSIA DAS PANDEMIAS E AS LUZES DA QUALIFICAÇÃO GERENCIAL DAS ORGANIZAÇÕES NA SUSTENTABILIDADE


“O bom propósito
        Assusta-me ser cansativo com o repasso de temas já tão batidos, mas falo com base em uma experiência de 30 anos como julgador. No meu caminho diário, convivo com contradições e confrontos de opinião e interesse. Aprendi a respeitar algo que parece estar em desuso em nosso dia a dia político-administrativo, o bom propósito.
         Pessoas não são obrigadas a concordar. Todos acabamos, sempre, tendo opiniões próprias muitas vezes levadas pelos meios de comunicação ou guindadas por nossas deficiências pessoais. Afinal, o feio sempre acha que o bonito lhe exibe a feiura. Mas é necessário o bom propósito admitido, maior, mesmo face a nossas mesquinharias humanas diárias. Podemos discordar, mas mantendo a boa-fé, o respeito, a honestidade e o bom propósito.
         Um exemplo clássico é a crise de saúde que o mundo atravessa. Ora, se nem sequer os profissionais de saúde sabem o que fazer para combater esse vírus monstruoso capaz de matar sufocados a nós e àqueles a quem amamos, todo o resto torna-se palpite. Mas, na ausência do bom propósito estão tripudiando, superfaturando, explorando e se engalfinhando para manifestamente usar o vírus como cabo eleitoral ou como membro de quadrilha.
         Se sai o bom propósito, entra o desespero, a agressividade audaciosa, medrosa dos ratos que querem acuar para não se sentirem acuados.
         Aliás, a experiência diz que marca maior de insegurança não há do que uma autoridade arbitrária, agressiva, irresponsável, inconsequente. Juiz de partida de futebol que aparece em campo é porque apita mal. E estamos saboreando um clima de confronto contrário ao bom propósito entre os Poderes no qual os apitos e cartões estão banalizados. Esse confronto está dentro de cada um dos Poderes, com assaques verbais, denúncias absurdas e processos usados como meio de intimidação. Gostaria de dizer aos senhores que bandido não tem medo de processo. Ele acredita que sempre se sairá bem. Bandido gosta de tumulto, floresce onde falta a lucidez pura capaz de unir.
         A população fica com a respiração presa cada vez que os Poderes encarregados de a representar se arranham em escaramuças sem bom propósito além de futricas passageiras, birras, crises de ego e chiliques, abrindo espaço para criminosos profissionais de terno e gravata se esbaldarem. O bom propósito é um tesouro e, na máxima do livro santo em Mateus 6:21 está gravada a lição de que “onde estiver seu tesouro, ali estará seu coração”.
         A vida é tão passageira, as moléculas da matéria se dissipam e reorganizam com tanta facilidade que cada vez mais percebemos que o verdadeiro tesouro não de ser descoberto, e sim sentido e manifestado. O verdadeiro tesouro não tem de ser guardado ou escondido, e sim compartilhado, a fim de que, dessa forma, tenhamos um ambiente menos opaco, menos denso.”.

(Jair Varão. Desembargador do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, em  artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 3 de junho de 2020, caderno OPINIÃO, página 15).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 27 de maio de 2020, mesmo caderno, página 17, de autoria de Marcelo Szuster, CEO da empresa DTi, e que merece igualmente integral transcrição:

“Sentir e responder
        Na última coluna publicada neste espaço, vimos que a única forma de prosperar em um ambiente volátil, incerto, complexo e ambíguo (Vuca) é ser ágil. Vimos também como a transformação digital acaba sendo uma das principais forças desestabilizadoras desse ambiente de negócios, impedindo que as empresas tenham sossego e possam se basear em estratégicas estáticas.
         Também falamos que essa situação tende a se intensificar ainda mais neste cenário de Covid-19, que soma, a tudo que falamos, novos comportamentos – dos consumidores e da sociedade em geral – ainda totalmente desconhecidos e com resultados imprevisíveis.
         É necessário, portanto, ser ágil. Mas o que é exatamente uma organização ser ágil? Uma definição bastante simples e direta da agilidade organizacional é a seguinte: aquela capaz de sentir e responder, muito rápida e continuamente, ao que acontece no ambiente em que está inserida.
         Por ambiente, entenda-se todo o contexto: clientes, concorrentes, tecnologias, cultura, colaboradores etc. Uma organização ágil, portanto, é capaz de se adaptar – ela se parece mais com um ser vivo do que com uma máquina.
         É muito fácil enxergar organizações que têm essa capacidade quando pensamos em diversas empresas nativas digitais com as quais lidamos cotidianamente. A Netlix surgiu com um modelo de entrega de DVDs nas residências, evoluiu para um modelo de streaming e hoje produz séries e filmes de forma independente! Uma incrível capacidade de adaptação, demonstrada pela aquisição de novas competências, em muitos casos, não relacionadas com as que já praticava com maestria, além de capacidade de abrir mão do que não era mais necessário – como a logística de bens físicos, por exemplo. Essa capacidade de adaptação continuará sendo vital, pois os desafios no mercado de entretenimento via streaming são imensos.
         A Amazon é a própria expressão da experimentação levada ao extremo. Consegue fazer milhares de experiências para entender o comportamento de seus consumidores, diariamente, e tirar proveito disso para personalizar ofertas e preços. E tudo isso atuando em um mercado de varejo, onde a excelência operacional é fundamental. Consegue, portanto, balancear inovação e excelência operacional... mas isso já é assunto para outra coluna.
         O que Netflix e Amazon têm em comum – e todas as empresas ágeis – é a capacidade de manter uma conversa bidirecional contínua com seus clientes e, a partir dessa conversa, saber rapidamente o que fazer para melhorar e continuar relevante. Essa conversa bidirecional é o “sentir e responder” na prática.
         No entanto, fazer uma organizacional “sentir e responder” é muito mais difícil do que parece à primeira vista. Definitivamente, nós – e os principais executivos e lideranças – não aprendemos que a melhor forma de resolver um problema, ou lidar com um determinado contexto, é “sentir e responder”.
         Pelo contrário, aprendemos, desde cedo, que devemos lidar com os problemas a partir de uma visão analítica, que nos permitirá decompor esse problema em pequenas partes e encontrar claras relações de causa e efeito.
         A partir desse entendimento, conseguiríamos definir as prescrições para lidar com o problema. Um problema pode até ser complicado e requerer um alto grau de especialização e experiência para sua solução, mas, de qualquer forma, será possível antecipar e prescrever as soluções.
         Padecemos, portanto, de uma certa arrogância que não nos permite enxergar que há determinados tipos de problemas que não serão resolvidos pela nossa capacidade analítica e inteligência. Mas o fato é que muitos contextos não possuem relações de causa e efeito claras, ou só as apresentam em retrospectiva.
         Para esses contextos não há como agir analiticamente, mas sim experimentalmente: formulando certas hipóteses, testando o que acontece, percebendo comportamentos inesperados e definindo práticas e soluções de forma emergente... sentindo e respondendo!
         Tentei simplificar, nos parágrafos anteriores, um modelo de tomada de decisão, denominado Cynefin, criado pelo pesquisador e consultor David Snowden. O que Snowden procura mostrar nesse modelo é que não adianta tentar lidar com o que ele chamou de problemas “complexos” (diferente de “complicados”!) com os ferramentais tradicionais com os quais estamos acostumados a lidar. Recomendo fortemente o estudo desse modelo para quem quiser se aprofundar nesse tema.
         Temos, portanto, uma contradição fundamental no topo das organizações. Empresas imersas em ambientes Vuca, liderados por executivos que usam ferramentas analíticas totalmente inapropriadas para esse contexto. Ou, de outra forma, executivos que querem tornar suas empresas ágeis, mas com a previsibilidade e eficiência das ferramentas com as quais estão acostumados a lidar.
         Vimos, então, que uma empresa ágil é aquela capaz de sentir e responder. Mas, claro, quem pode sentir e responder são as pessoas da empresa. E, para isso, elas precisam de espaço. E esse espaço só será obtido se os líderes e executivos entenderem que, nesse mundo Vuca, devem partir de uma perspectiva de resolução de problemas totalmente diferente – e disseminar esta perspectiva por toda organização. Isso é fundamental. Mas é só o começo.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 130 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em abril a estratosférica marca de 313,43% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou ainda em históricos 119,32%; e já o IPCA, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 2,40%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2020, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,651 trilhão (44,79%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,004 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
58 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2019)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...        

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.





sexta-feira, 16 de agosto de 2019

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS LUZES DO ENSINO NA REVOLUÇÃO 4.0 E AS EXIGÊNCIAS DA INTELIGÊNCIA COMPETITIVA NO AGRONEGÓCIO E NA SUSTENTABILIDADE


“Conexão 4.0
        Vivemos na érea da informação, da internet das coisas. Estamos conectados de uma forma jamais vista. Com a chegada da Revolução 4.0, mudamos a forma de viver, trabalhar e nos relacionar e, apesar disso, encontramos um cenário de contrastes no setor educacional: nossas escolas estão desatualizadas e nossos professores, despreparados e ainda muito distantes da “Educação 4.0”.
         Qual é o futuro dos alunos de hoje? Qual tipo de ensino está sendo oferecido para os profissionais e cidadãos do amanhã? Neste mundo Vuca (sigla em inglês para: volatilidade, incerteza, complexidade e ambiguidade) em que vivemos, o modelo de aprendizagem continuará baseado no modelo passado? Precisamos reaprender a aprender para absorver o novo.
         O que se propõe é um formato de sala de aula invertida, na qual o professor atua como facilitador e mediador, um tradutor do conhecimento, conferindo o protagonismo aos alunos. Os jovens passam a ter uma voz ativa e a aprendem de maneira coletiva.
         A tecnologia oferece uma série de ferramentas que possibilitam a aplicação de novas metodologias com foco em aprimorar a interação. Ensino híbrido, inteligência artificial, gamificação, realidade virtual e aprendizado colaborativo são novas maneiras de ensinar e aprender. As “habilidades do futuro”, que envolvem programação e robótica, por exemplo, precisam ser desenvolvidas.
         Nesse contexto, entendemos que as empresas podem e devem contribuir para fomentar o desenvolvimento social nas comunidades em que estão inseridas. No caso da Fundação Arcelor-Mittal, enxergamos a educação como uma das áreas mais importantes para o crescimento da sociedade e investimos em projetos que contribuam para o aprendizado de alunos do ensino fundamental de escolas públicas.
         Em 30 de anos de história, consolidamos o trabalho nos mais de 40 municípios onde estamos presentes. Agora, queremos ir além e contribuir para a atualização do modelo de aprendizagem das escolas com que temos parcerias, incrementando os projetos existentes e promovendo iniciativas para fomentar o empreendedorismo, as carreiras Stem* e a cidadania, levando uma nova experiência à comunidade escolar.
         Programas com foco na melhoria da qualidade do ensino e da aprendizagem de ciências, por meio de ações junto a professores e alunos, como a construção de robôs, beneficiaram mais de 5.000 alunos, com envolvimento de cerca de 150 educadores, no último ano.
         Na mesma linha, o Prêmio ArcelorMittal de Meio Ambiente liga a educação científica à conscientização ambiental. Temas como lixo, água e energia são o ponto de partida para experimentos científicos por estudantes de escolas da rede pública, estimulando a solução de problemas da comunidade.
         Essas são algumas das ações realizadas e que comprovaram ter resultados bastante animadores para os nossos jovens.
* Termo usado para agrupar ciências, tecnologia, engenharia e matemática.”.

(Leonardo Gloor. Diretor-superintendente da Fundação ArcelorMittal, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 21 de julho de 2019, caderno O.PINIÃO, página 19).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 13 de agosto de 2019, caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de JOÃO COMÉRIO, presidente do Conselho do Grupo Innovatech, e que merece igualmente integral transcrição:

“Inteligência competitiva
no agronegócio
        A agricultura vive um momento de grandes transformações, impulsionadas por fenômenos recentes ou pela aceleração de tendências, e acompanhar essa evolução não é tarefa fácil. Mesmo isoladamente, cada um desses fatores poderia vir a ter um impacto significativo sobre o setor do agronegócio. Em conjunto, essas tendências poderão redefinir a estrutura, a conduta e o desempenho dos agentes no segmento, produzindo novos vencedores e perdedores, tanto no nível de empresas como no de países inteiros.
         As mudanças tecnológicas, ambientais e de mercado demandam que os players da cadeia do agronegócio, que queriam se manter e crescer, adaptem-se a um ambiente de maior incerteza, novos equilíbrios de força e necessidade crescente por respostas rápidas e decisivas.
         Como é sabido, os resultados dos empreendimentos no agronegócio são fortemente impactados por fatores originados da “porteira pra fora”, em outros elos da cadeia de valor. E, embora a disponibilidade de dados venha crescendo de maneira exponencial, as lideranças empresariais não têm acesso a informações críticas e essenciais para tomar decisões importantes para os seus negócios. Ou seja, falta-lhes o que chamamos de inteligência competitiva.
         O objetivo da inteligência competitiva é captar sinais de mudanças no ambiente externo que tenham impacto sobre o desempenho da empresa, tanto ameaças como oportunidades, antes dos seus competidores e a tempo de reagir sobre as informações. A ausência de processos efetivos de inteligência competitiva leva a prejuízos evitáveis ou ao desperdício de oportunidades.
         O desafio maior não está na falta de dados, mas na transformação de dados em diretrizes para tomada de decisão, definindo as variáveis de interesse (“o que?”) e estabelecendo protocolos para obtenção e curadoria das informações relevantes (“como”). Para isso, se faz necessário mapear quais informações são relevantes para o negócio e não é uma tarefa trivial. Muitas vezes, as relações entre variáveis importantes não são óbvias e elas ainda mudam ao longo do tempo.
         Um exemplo básico dessa necessidade de avaliação e de variáveis nem sempre claras para o empresário do agronegócio pode ser visto na questão dos custos do transporte da produção agrícola. Muitos acreditam que ter as informações sobre os valores dos fretes e custos de transportadora seria o ideal. Mas se esquecem de que esses valores também têm “n” variáveis, como mão de obra, custo do combustível e disponibilidade modal, entre outros. Isso, fora a avaliação do próprio negócio, como demanda, projeção de safra, sazonalidade etc.
         Nesse caso, para se compreender uma das grandes preocupações do produtor agrícola, que é o custo do transporte, é necessário monitorar, fazer projeções macroeconômicas, como inflação e juros, avaliar a política de preços da Petrobras; estar atento aos movimentos da categoria (caminhoneiros), entre tantos outros aspectos extremamente variáveis.
         Já no caso da pecuária, podemos citar como exemplo as variáveis que contemplam o investimento na ampliação da capacidade de abate de frangos de um frigorífico. É preciso avaliar dentro do planejamento premissas básicas como demanda, preços e custos, mas é necessário, também, ter em mente os indicadores antecedentes, como as tarifas de importação, mapa de plantio do milho, fenômenos naturais como o El Niño, tendências de consumo, entre outros. Para isso, é preciso saber quais são as fontes de dados confiáveis e pertinentes e quais são os meios de captura relevantes para essas informações. Apenas depois de ter todas essas informações nas mãos é que é possível o empresário definir e aplicar quais serão as medidas a serem tomadas.
         Como se pode perceber, se manter, empreender e crescer no agronegócio não é tarefa fácil e exige resposta rápida do empresário e produtor. E nesse universo tão dinâmico e variável, a inteligência competitiva é o fator decisivo entre o sucesso e o fracasso.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 129 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em junho a ainda estratosférica marca de 300,09% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou em históricos 322,23%; e já o IPCA, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 3,37%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2019, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,422 trilhão (43,6%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 758,672 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
58 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2019)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...        

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.


 



quarta-feira, 12 de dezembro de 2018

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, OS DESAFIANTES E FASCINANTES HORIZONTES DO NOVO MUNDO E A LUZ DO EVANGELHO NA SUSTENTABILIDADE


“Um novo mundo chamado VUCA
        Sempre que a civilização passa por revoluções disruptivas e dissonantes, o mundo inteiro muda de maneira profunda. Nos últimos tempos, essas mudanças têm sido mais rápidas e intensas, o que gera maior probabilidade de interrupção dos modelos já conhecidos.
         Isso tem impactado as experiências, principalmente as empresas, que se viram com novos desafios nas últimas décadas. As que não conseguiram navegar pelas rápidas novidades trazidas em seu mercado por esses tipos de forças agora enfrentam mudanças inevitáveis. Entretanto, a carência de liderança, flexibilidade e imaginação para se adaptar tem ocasionado resultados negativos, o que leva a um alerta para os negócios, instituições e estados.
         Esse movimento fez surgir o termo “mundo VUCA”, que se refere ao estado atual e imprevisível dos novos tempos. VUCA é um acrônimo que significa volatility (volatilidade), uncertainty (incerteza), complexity (complexidade) e ambiguity (ambiguidade). Criada na década de 90, a ideia foi introduzida para descrever as mudanças drásticas que acontecem no mundo, focando nas incertezas e multilateridade das ações. Posteriormente, foi adotada por líderes empresariais para descrever as alterações vividas no ambiente de negócios, que se tornou caótico, turbulento e extremamente volátil, resultando na incerteza e falta de previsibilidade de problemas e eventos.
         O modelo VUCA identifica as condições internas e externas que afetam as organizações. A maioria das regras antigas já não se aplicam mais, e os limites em torno das empresas estão mudando, formando redes globais de relações complexas entre as partes interessadas.
         Para superar essa nova onda, algumas habilidades podem ser desenvolvidas para ajudar a dar sentido às lideranças em um ambiente VUCA. Algumas delas são visão, entendimento, clareza e agilidade.
         Criar uma visão e “dar sentido ao mundo” talvez seja mais importante do que em qualquer momento da história moderna para muitas empresas, já que a economia global abrange todos os países. Para isso, é necessário entender os próprios valores, mas também as intenções dos outros, capacidade essencial de saber o que você quer ser e aonde quer ir, mas se tornando aberto a várias maneiras de atingir o objetivo final.
         A busca pela clareza em relação a si mesmos e por relacionamentos e soluções sustentáveis contribui para saber como liderar nos momentos de desordem, que exigem maior capacidade de utilizar todas as facetas da mente humana. A agilidade também acaba sendo essencial, sendo ela o equilíbrio para enfrentar as forças turbulentas que não podem ser evitadas – assim, se é capaz de se adaptar rapidamente para aproveitar as vantagens que se apresentam no novo cenário.
         Com esse novo cenário, há duas possibilidades: olhar para o mundo por meio de uma lente chamada VUCA e dizer “é um mundo difícil”, ou aprender e desenvolver habilidades corretas e dizer “é um mundo que está mudando rapidamente e pode-se navegar por ele com sucesso”.”.

(DÉBORA MORALES. Mestra em engenharia de produção (UFPR) na área de pesquisa operacional, especialista em engenharia de confiabilidade (UTFPR) e graduada em estatística e em economia, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 6 de dezembro de 2018, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 7 de dezembro de 2018, mesmo caderno e página, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral transcrição:

“Evangelho sem ideologias
        Os cristãos não podem se conformar com este mundo. Esta indicação do apóstolo Paulo é bem adequada para a atualidade, quando as pessoas se deparam com diferentes ideologias. Cada uma delas capaz de promover variadas configurações para os contextos social, político e cultural. Diante dessas ideologias, os cristãos não podem negociar os ensinamentos do evangelho do reino de Deus e, consequentemente, a cidadania civil, de modo a qualificá-la.
         Obviamente, ser fiel aos princípios cristãos, diante das mais diversas ideologias, não significa isolar-se ou distanciar-se do mundo. Os discípulos de Jesus têm o compromisso insubstituível de testemunhar, com a vida, a sua fé. Vale retomar o que ensina o sermão da montanha. Jesus, na sua maestria, define e convoca seus discípulos a serem “sal da terra e luz do mundo”. Conforme orienta o Mestre, a luz, referência a comportamentos e condutas, não pode ser colocada debaixo de um caixote, por ter a propriedade de iluminar todos os que estão na casa. No que se refere ao sal – referência à sabedoria – não pode perder o seu sabor, tornando-se insosso.
         Sal e luz, alusões diretas e instigantes ao comportamento cristão, no contexto de sombras e dissabores próprios do mundo. Por isso, a tarefa missionária de todos é cultivar um jeito de ser que esteja em sintonia com a condição humana de filhos de Deus. Dessa forma, cada pessoa torna-se instrumento para alcançar o que se antevê pela fé: a consumação do reino de Deus. Jesus, no capítulo 17 do evangelho de São João, ora pelos discípulos e pede a Deus que não os retire do mundo, mas, ao mesmo tempo, não os deixe “ser do mundo”. Permaneçam fiéis e íntimos do Pai, a exemplo de Jesus, para alcançar a audaciosa meta: que “todos sejam um”.
         O evangelho, no conjunto da revelação que a palavra de Deus apresenta, é um arcabouço espiritual e moral insubstituível, páginas que configuram a identidade do discipulado em Jesus Cristo. Dedicar-se às sagradas escrituras revela uma certeza: a palavra de Deus é maior que ideologias, sempre marcadas por limitações. Os cristãos não podem permitir que o evangelho de Jesus, límpido e cristalino ensinamento, seja confundido, misturado, substituído ou negociado, para se adequar a qualquer tipo de ideologia – seja política, de gênero, cultural ou qualquer outra. Ora, distorcer o que ensina o evangelho é, justamente, estar na contramão do que diz a palavra de Deus. Trata-se de um grande risco, pois todos podem ser arrastados pelos estereótipos de “esquerda” ou de “direita” que empunham bandeiras incontestavelmente opostas às lições de Cristo.
         A complexidade desse risco se agrava no momento em que certas ideologias disseminam características aparentemente similares às do evangelho, mas, na verdade, promovem a mistura “do joio com trigo”. Existem, ainda, os que dizem defender os ensinamentos cristãos, mas, na prática, agem na contramão do evangelho. Deve-se, pois, ter clareza sobre os valores e princípios que nascem da palavra de Deus, para não misturá-los com o emaranhado de ideologias que permeiam o caminho sociocultural e político da sociedade.
         Os panoramas históricos e tipológicos de ideologias comprovam as suas complexidades, demonstradas pelas relativizações ou defesa de certas situações compreendidas como “verdades absolutas”. Isso é bem diferente do evangelho, origem de uma antropologia e uma espiritualidade que não permitem adaptações. Sabe-se que é impossível para uma sociedade ser distante ou isenta em relação a ideologias. Por isso mesmo, é muito necessário reconhecê-las como uma circunscrita visão de mundo. Uma perspectiva, entre tantas, que se torna ponto de partida para ações de pessoas ou grupos. A partir dessa realidade, pede-se a cada cristão, diante da ideologia de gênero, de ideologias político-partidárias ou culturais, para resistir, na força do testemunho de fé. Uma postura necessária para fazer valer a ética e a moral do evangelho de Jesus, no conjunto de sua palavra, que é de Deus, desdobrada na doutrina da fé e nos seus ensinamentos.
         Oportuno e qualificado exercício é ler, meditar e orar o sermão da montanha, capítulos cinco a sete do evangelho de Mateus, para uma avaliação pessoal e de grupos sociais. Quem se dedicar a esse exercício, diariamente, viverá um processo contínuo de purificação, livre de ideologias, acima delas. Testemunhará com fidelidade o evangelho.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 129 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em outubro a ainda estratosférica marca de 275,68% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial se manteve em históricos 300,37%; e já o IPCA, em novembro, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 4,05%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2018, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,847 trilhão (52,4%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,106 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
57 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2018)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...      

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador e Legislador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.